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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 07 de junho de 2022 às 10:54


Com o crescimento da inflação e a alta dos preços nas prateleiras, cashback promete aumentar a competitividade e atrair público qualificado.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que fornece uma prévia da inflação do Brasil, não têm sido animador nos últimos meses. Em maio, ele ficou em 0,59%, após ter registrado 1,73% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É uma queda, certo, mas ainda assim preocupa porque é o maior índice para meses de maio desde 2016 (0,86%).

Ou seja, a inflação ainda é altíssima. De acordo com o último IPCA consolidado, o índice de difusão foi de 78,3%, o que significa na prática que 8 a cada 10 produtos analisados tiveram seus preços aumentados.

Para fugir da crise econômica e driblar a alta dos valores, muitos consumidores têm dado preferência à empresas que adotam o chamado cashback. Mas, afinal, esta estratégia é mesmo vantajosa para as empresas e seus clientes?

Antes de mais nada, é interessante se atentar para a definição do termo em questão, que traduzido do inglês significa “dinheiro de volta”. Na prática, esta ação consiste em devolver uma porcentagem do valor do produto ou serviço ao próprio cliente, o que aumenta a atração de possíveis consumidores, fideliza os mais antigos e diferencia a marca das demais, fato primordial para a consolidação da empresa no segmento em que atua e para a melhora do relacionamento e da experiência do consumidor.

Criado nos Estados Unidos na década de 1990 e popularizado no Brasil a partir de 2007, o cashback é elaborado por meio de diferentes plataformas, que determinam as regras e estabelecem a intermediação entre as marcas e os clientes.

Com auxílio de plataformas externas, cashback segue procedimento padrão

Apesar das particularidades de cada programa, o cashback segue um procedimento padrão, onde o público realiza o cadastro nos sites destes programas, procura as ofertas dos e-commerces que possuem parceria com tais plataformas e realiza a compra que deseja. Feito isso, o programa contratado pela marca recebe uma parcela do valor pago pelo produto e, logo em seguida, separa a porcentagem referente ao cashback, que é armazenada na conta do consumidor. Após uma série de compras, o cliente em questão atinge o limite mínimo do retorno e recebe o dinheiro referente ao bônus em sua conta ou, se preferir, adquire um saldo para comprar outros produtos dentro da plataforma.

Gigantes aumentam o faturamento com estratégia de marketing

Empresas do varejo como a Marisa, a Casas Bahia e a Magazine Luiza, por exemplo, já adotaram o cashback como estratégia de marketing e obtiveram muito sucesso. Para se ter ideia, no início de 2022 a Casas Bahia deu início a campanha “Tudo que a vida pede. Pede Casas Bahia”, onde passou a oferecer 50% de cashback em alguns produtos e, em parceria com a Banqi, a conta digital da Via, teve um aumento de mais de 20% no consumo de produtos de higiene, alimentos e bebidas.

Segundo a especialista da Rede Unishop, rede de varejo de limpeza da StartQuímica, Laura Rossi Fiorentino de Oliveira, tanto o setor varejista quanto os marketplaces dominam a oferta de cupons de “dinheiro de volta” e assim o fazem por meio de plataformas externas, como o Méliuz, o Mooba e o Ame Digital, ou através de seus próprios aplicativos de pagamento. “Além dos setores de varejo online, outro segmento que adotou fortemente esse modelo foi o de postos de gasolina. Várias bandeiras, como Ipiranga e Shell, disponibilizam essa modalidade. Como falado, elas trabalham a percepção de preço ao consumidor, mostrando o quanto sairia o preço por litro considerando o cashback. Isso torna o posto muito mais atrativo”, pontua Laura Rossi.

Cashback gera um retorno bilionário para as marcas, segundo pesquisa

A popularização deste recurso têm trazido bons resultados para as empresas, conforme aponta o levantamento realizado pelo portal de descontos, Cuponomia, que indica que só em 2021 os cupons movimentaram mais de 7 bilhões de reais, com ênfase para os produtos para animais, que tiveram um aumento de 200% se comparado ao primeiro semestre de 2020, e para os itens de beleza, que cresceram 150% neste mesmo período.

Para a representante da rede Start Química, as marcas que desejam investir nesta estratégia de vendas devem se atentar para os modelos mais atrativos para o consumidor, ou seja, para aqueles que podem ser reaproveitados em diferentes lojas e não apenas no próprio site da marca.

Na mesma linha de raciocínio está a consultora do GSPP, empresa especializada em formatação e comercialização de franquias e consultoria para shopping centers, Mércia Machado Vergili, que afirma que além da possibilidade de comprar em outras empresas, “os modelos de reembolsos devem ter regras fáceis, já que a complexidade do processo pode desestimular a adesão”, salienta a especialista, que complementa: “é importante ainda contar com um CRM ou sistema para gerenciar todas as movimentações e oferecer o reembolso de maneira simples e clara para o consumidor. Não pode haver a menor dúvida sobre a transação”.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em segunda-feira, 23 de maio de 2022 às 16:12


Investidor americano Ken Pope, baseado no Brasil há 14 anos, vê espaço para mais inaugurações, com lojas mais próximas umas às outras.

Até pouco tempo atrás, as cafeterias Starbucks estavam presentes apenas nos estados de São Paulo e no Rio de Janeiro. Isso começou a mudar a partir de 2018, quando o investidor americano Ken Pope, baseado no Brasil há 14 anos, assumiu a marca por no país. Desde então, a rede cresceu em cerca de 60 lojas e chegou a sete estados. Agora, o investidor quer garantir a expansão de outra marca americana por aqui: a Subway.

Por trás da SouthRock Capital, fundo especializado em investimentos no setor de alimentos e bebidas, está Pope. O executivo de 37 anos está no Brasil desde 2008, quando fez uma visita ao país após terminar a universidade nos Estados Unidos. “Estava procurando uma oportunidade em um setor que eu amo trabalhar, que é o varejo de alimentos e bebidas. Tem sido um prazer absoluto até agora, e estou ansioso para as várias décadas que virão neste país e nesta indústria”, disse Pope ao jornal O Estado de S. Paulo.

No caso da Subway, o primeiro contrato de Pope com a empresa foi firmado no fim de 2021. Ao contrário do que ocorria com a Starbucks pré-Pope, que ainda tinha presença tímida no Brasil, a Subway já tem um porte considerável: são 1,6 mil lojas nas 27 unidades da federação. O Brasil já é o quarto maior mercado da rede de fast-food.

Agora franqueador master da companhia no Brasil, Pope vê espaço para mais inaugurações da Subway, com lojas mais próximas umas às outras. Além de colocar o pé no acelerador, o americano também quer criar novos formatos de lojas. É o primeiro contrato do tipo que a Subway fecha na América Latina.Momento difícil

A Subway passa por um momento difícil. Fundador da Food Consulting, Sergio Molinari diz que a empresa passou por um período de enxugamento de operações no Brasil e cerca de 500 unidades fecharam as portas. “Acredito que as lojas que fecharam já estavam no fio da navalha ou com sobreposição”, diz o consultor.

Apesar de os números do setor estarem melhorando com o arrefecimento da pandemia, 38% dos bares e restaurantes operaram com prejuízo em fevereiro, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), entidade que reúne o setor. Mesmo marcas maiores tiveram problemas: a IMC, empresa de capital aberto que é dona do KFC e da Pizza Hut no país, fez demissões e postergou a abertura de lojas.

O momento de recuperação para a alimentação fora de casa é positivo, por causa da demanda que ficou represada nos últimos dois anos, mas Molinari acredita que o investidor precisará fazer uma análise criteriosa dos ativos. “O raciocínio será mais financista, e as lojas serão abertas só onde houver viabilidade econômica e comercial”.Expansão sem metas

Apesar de dizer que o plano é de expansão, Pope não revelou a projeção de inaugurações para a Subway ou para Starbucks — no caso da rede de cafeterias, foram abertas cerca de 60 lojas em quatro anos (a empresa tinha 113 unidades em 2018).

Pope ganhou força no Brasil ao assumir a Starbucks, após a marca ter ficado um tempo sob a gestão da matriz americana. A rede foi trazida ao país pela empresária Maria Luísa Rodenbeck, que morreu em um acidente de carro em 2007 (ela já havia sido a responsável pela chegada do McDonald’s, no fim dos anos 1970).

Além da Starbucks e da Subway, a SouthRock tem em seu portfólio também os direitos da rede TGI Fridays — modelo que nunca “pegou” por aqui, e da Brazil Airport Restaurants, voltada a praças de alimentação de aeroportos.

Fonte: Infomoney