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Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 26 de julho de 2017 às 12:29
Um tema permanente em discussão é a transformação da loja na nova realidade digital. O primeiro problema é o perigo da generalização.

Estamos vivendo um quadro onde predomina a polarização, num extremo com lojas elaboradas e pensadas para oferecer experiência, relacionamento e muito mais. No outro extremo, o crescimento de participação dos formatos oferecendo mais por menos, envolvendo os hard-discounters na Europa, o Cash & Carry nos Estados Unidos, e o avanço dos Atacarejos no Brasil.

São pontos de venda que vendem. E ponto final.

As empresas expoentes no conceito de hard discount alimentar, operando na Europa e nos Estados Unidos, são Aldi e Lidl que, somadas às suas diferentes divisões, representam perto de 20 mil lojas em 30 países e com faturamento consolidado próximo a US$ 155 bilhões. A base de seu modelo é sortimento limitado, predominância de marcas próprias, lojas espartanas e preços comparativamente muito baixos.

Da mesma forma, mas no setor de vestuário, Primark, Uniqlo, Forever 21 e outras oferecem lojas despojadas, variedade de produtos e preços muito baixos. Todas operando quase que exclusivamente com marcas próprias.

No setor de Cash & Carry, onde se destaca a Costco – operando nos Estados Unidos e outros oito países –, que se transformou num dos maiores varejistas globais, com valor de mercado de US$ 65 bilhões, oferecendo alimentos, não-alimentos e serviços com modelo baseado em filiação e também com forte presença de marcas próprias. É o maior distribuidor de vinhos dos Estados Unidos.

Todos esses conceitos têm em comum o fato de que crescem significativamente mais do que a média do varejo como um todo nos mercados em que atuam – no critério total ou mesmas lojas – e isso é um sinalizador preciso do interesse que geram como modelo de negócio e desempenho.

Da mesma forma como os Atacarejos no Brasil, conceito local similar ao Cash & Carry internacional, que também tem apresentado crescimentos bem superior à média do varejo. Assai, Atacadão, Sam’s Club, Roldão, Spani e outros caíram no gosto da população pressionada pela crise recente por conta de seu modelo baseado também em lojas despojadas, variedade e, principalmente, preços baixos. Entre as diferenças das redes internacionais, a participação de marcas próprias não é tão significativa e não demandam filiação paga para que o consumidor possa acessar a loja.

Soft Discount

Outra rede que no Brasil vem expandindo fortemente, bem acima da média do varejo, pelo crescimento da mesma base de lojas e pela abertura de novas unidades, é o Dia, spin off do Carrefour internacional, realizado em 2011, que opera mais de 1000 lojas no país. Seu modelo pode ser considerado um soft discount também baseado em lojas simples, bem localizadas e predominância de marcas próprias e com operação de lojas corporativas e franqueadas.

Esse aspecto da operação de lojas franqueadas, com sucesso, rompe o tabu que sempre existiu de que seria inviável a operação de forma competitiva de supermercados através de franquias, fazendo com que o Pão de Açúcar, que já pesquisou e tentou várias vezes evoluir no tema, seja agora obrigado a correr atrás do sucesso viabilizado pelo Dia.

Se buscarmos os pontos comuns desse grupo de empresas, negócios e marcas, além de sua proposta central de viabilizar preços mais baixos que a média de mercado em seus segmentos, vamos identificar o despojamento e a  simplicidade das lojas, localização premium, modelos austeros e focados de atuação, forte predominância de marcas próprias, acelerado crescimento e variedade mais limitada. Além de comunicação e promoção predominante de ponto de venda, com baixos investimentos em mídia convencional.

Esse conjunto de elementos mostra as razões pelas quais algumas indústrias, como as de marcas de consumo ou da comunicação, veem o futuro de forma muito cautelosa, pela sinalização trazida pelos modelos que têm tido maior e melhor desempenho.

Fonte: Marcos Gouvêa de Souza
Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 19 de julho de 2017 às 18:24
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 77,3 pontos em julho de 2017, em uma escala de 0 a 200. O aumento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado representa a maior variação anual da série histórica do índice, que começou a ser apurado em 2010. Na comparação com junho, o indicador também apresentou incremento de 0,2%.

“A confiança dos consumidores, que segue em trajetória positiva em relação ao mesmo período do ano passado, vem sendo conduzida pela melhora das expectativas. O início de recuperação das condições econômicas, como a desaceleração da inflação, a queda dos juros e a liberação dos recursos das contas inativas do FGTS, pode levar a uma alta mais consistente ao longo dos próximos meses”, comenta Juliana Serapio, assistente econômica da CNC.

Segurança em relação ao emprego

Único subitem acima da zona de indiferença (100 pontos), com 107,5 pontos, o componente Emprego Atual voltou a crescer em relação ao mês anterior (+0,3%). Na comparação anual, também teve elevação, de 6,9%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual é de 31,3%, ante 31,2% em maio.

A preocupação das famílias em relação ao mercado de trabalho aparece no componente Perspectiva Profissional. Com 95,5 pontos, o subitem apresentou queda de 1,1% na comparação mensal. Em relação a julho do ano passado, teve aumento de 2,1%.

Consumo em alta

O componente Nível de Consumo Atual apresentou a maior variação anual desde fevereiro de 2016, com aumento de 24,2% ante julho do ano passado e 1,8% ante junho. Mesmo assim, a maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor do que o do ano passado (58,6%, ante 59,3% em junho). Embora o item Perspectiva de Consumo tenha registrado queda de 0,2% em relação ao mês anterior, houve aumento de 32,4% na comparação com julho de 2016.

Após duas elevações seguidas, o item Momento para Duráveis apresentou queda de 0,1% na comparação mensal. Em relação a 2016, o componente mostrou aumento de 25,8%, o oitavo consecutivo. O item Acesso ao Crédito, com 70,4 pontos, apresentou aumento de 1,5% na comparação mensal, assim como na anual, com incremento de 11,2%.

O registro mais positivo no comparativo anual de vendas do comércio levou a CNC a revisar de +1,2% para +1,6% sua projeção para o desempenho do varejo ampliado ao final deste ano. Confirmada essa expectativa, o setor voltaria a crescer após três anos consecutivos de retrações.

Fonte: CNC