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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 04 de julho de 2023 às 10:11


Atualmente, cerca de 20% das mais de 300 franquias do Habib’s estão em shopping centers, mas a rede de fast-food brasileira está disposta a mudar essa conta em até cinco anos, com 400 inaugurações. Para isso, reformulou o modelo de negócio, enxugou processos e espaço físico, investiu em equipamentos e agora mira as praças de alimentação, palco de seus principais concorrentes, como McDonald’s e Burger King, com um formato que custa a partir de R$ 950 mil – o primeiro abaixo de R$ 1 milhão da marca.

De acordo com Alberto Saraiva, presidente e fundador do grupo, o trabalho vem sendo feito há dois anos, e a ideia é já dobrar a presença em shoppings, com mais 50 franquias até o final de 2024. As cinco primeiras serão inauguradas nos próximos 90 dias, sendo duas São Paulo e as demais em Campinas, Salvador e Uberlândia (MG).

“O foco é praça de alimentação. Tem mais concorrência, mas não temos medo, vendemos dez esfihas a R$ 14,90. Quando o cliente comparar com um sanduíche, ele vai nas dez esfihas”, diz Saraiva, em entrevista a PEGN.


Na prática, são três novos modelos de negócios, com prazos de retorno estimados entre 24 e 48 meses:

- Loja 100% fast: modelo de venda e atendimento rápido em praças de alimentação, galerias, hipermercados, terminais, etc. Cabe em 50 metros quadrados e tem investimento inicial a partir de R$ 950 mil.

- Loja 100% fast com salão: modelo similar ao anterior, mas com espaço para consumo no local, com 30 lugares. A metragem necessária é de 80 metros quadrados, mais 25 metros quadrados de mezanino, e o investimento inicial é a partir de R$ 1,2 milhão.

- Loja convencional fast: formato que funciona em shopping, fora da praça de alimentação, mas que também pode ir para a rua. Oferece salão anexo com 90 lugares e demanda uma metragem de 350 metros quadrados. O investimento inicial é a partir de R$ 3,5 milhões.


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De acordo com Saraiva, levar as lojas para dentro dos centros comerciais, com formatos menores, era um plano antigo, mas a complexidade do cardápio, que oferece de esfiha a pizza e sorvetes, sempre foi um empecilho. 

No trabalho de desenvolvimento, o objetivo foi levar todo o portfólio de itens da marca para as lojas menores, mas com processos repensados, receitas adaptadas em alguns casos e equipamentos que ajudam a dar a agilidade que os concorrentes oferecem atualmente. Saraiva não revela o investimento feito em todo esse trabalho, mas diz que foi aportado “muito dinheiro” e, acima de tudo, “muito trabalho”, com múltiplos testes e a experiência do time e dele próprio.


Verticalização ajuda a segurar preços

Segundo o empresário, os custos maiores de ocupação em shoppings não devem abalar os preços dos produtos, o que é considerado um diferencial para atrair o consumidor nos terrenos já dominados por outras marcas. O segredo para isso, de acordo com Saraiva, é a verticalização adotada pelo grupo há muitos anos, que garante desde a produção do leite utilizado nos produtos, em uma fazenda localizada em Promissão (SP), até as 11 cozinhas industriais que produzem mais de duas mil toneladas de itens por mês. “É isso que consegue segurar uma esfiha de carne a R$ 1,49. É o mesmo preço de sete anos atrás”. O empreendedor afirma que há capacidade de quintuplicar a produção sem mexer na estrutura atual.

“No começo eu era ‘malhado’ pela [opção da] verticalização, e todo mundo me falava de terceirização, que eu tinha que focar no meu negócio, mas é uma bobagem. Eu sempre verticalizei. Isso permite que sejamos competitivos”, afirma.


Delivery se mantém forte

O faturamento das lojas atuais do Habib’s está entre 10% e 15% acima de antes da pandemia, mas Saraiva acredita que “poderia ser muito maior”, se não tivesse ocorrido a crise sanitária, que mudou os fluxos de escritórios e transporte público em grandes cidades. De acordo com ele, algumas lojas foram fechadas nos últimos anos, por conta da localização e da opção por manter apenas pontos saudáveis. A projeção para este ano é faturar R$ 2,7 bilhões, valor similar ao alcançado em 2022, com uma variação de até 6%.

O delivery, que deve ser um canal relevante nas novas operações, se mantém na casa dos 25%, média parecida com a de antes da pandemia. “Sempre fomos muito fortes em delivery”, lembra o empresário, que também comanda as marcas Ragazzo, Tendal Grill e os restaurantes digitais Mita e Cabulosa.

Em 2002, o Habib’s lançou uma campanha que ainda é lembrada por muitos: se a entrega demorasse mais de 29 minutos, o pedido sairia por conta da casa, sem limite de valor. “Era um sucesso. Eu montei um contact center, a Voxline, que tinha dois mil atendentes só para atender o delivery, tudo com muita tecnologia para direcionar o atendimento para a loja mais próxima e entregar rápido. Atendia o Brasil inteiro, não tinha iFood, Rappi, nada”, conta. A empresa de contact center ainda pertence ao grupo.

De acordo com ele, os custos eram divididos entre o franqueado e a franqueadora, caso o pedido chegasse depois de 29 minutos. Por essa razão, havia um empenho na agilidade, e ele garante que o prejuízo com a ação foi de apenas 0,01%. “Ninguém queria perder dinheiro. A turma torcia para demorar mais de 29 minutos para não pagar. E é louco, porque hoje as pessoas querem que o delivery chegue em 15 minutos.”

Fonte: Revista PEGN
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 04 de julho de 2023 às 10:08

O Rio Grande do Norte será o primeiro Estado no Brasil a fabricar as roupas da varejista de moda Shein. A parceria com a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) foi firmada nesta quinta-feira, 29, no Palácio do Planalto.


A escolha da primeira fábrica foi anunciada após reunião da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, o dono da Coteminas, Josué Alencar, e com o presidente do Conselho para a América Latina da Shein, Marcelo Claire.

O projeto-piloto, que selará as parcerias comerciais com dois mil fabricantes brasileiros e prevê gerar 100 mil novos empregos nos próximos três anos, começa na unidade da Coteminas, em Macaíba, município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Natal, e se estende com as oficinas de costura para o interior do Estado.

Os principais municípios que vão atuar nesse projeto piloto estão localizados na região do semiárido nordestino, especialmente o Seridó.

“Importante destacar o aspecto da interiorização do emprego. Significa mais cidadania e mais oportunidades de emprego para as diversas regiões do estado. E é assim que está desenhado nosso programa de incentivos fiscais. Quanto mais o emprego vai para o interior, maior o incentivo que ele vai receber”, destacou a governadora Fátima Bezerra.

Ao demonstrar confiança no sucesso da parceria da Shein com Coteminas, a chefe do Executivo estadual apontou a expertise que o Rio Grande do Norte tem nessa área. “Esse programa de interiorização de emprego no setor da indústria têxtil vai completar 10 anos e se realiza através das oficinas de costura”, afirmou a governadora.


Investimentos de R$ 750 milhões

A Shein promete investir R$ 750 milhões para aumentar a competitividade da indústria têxtil no Brasil. “O primeiro estado que estamos fazendo parceria no Brasil é o Rio Grande do Norte”, afirmou o presidente da varejista na América Latina, Marcelo Claure.

Entre os principais produtos a serem produzidos, estão o jeans e malhas de algodão. O Brasil é um dos maiores produtores de algodão do mundo. Hoje o Brasil exporta algodão para China e importar.

“Os cálculos iniciais de custos que fizemos apontam que os produtos serão muito competitivos. Acreditamos também na qualidade, graças à mão de obra qualificada que temos no Rio Grande do Norte”, avaliou o presidente da Fiesp, Josué Alencar, dono da Coteminas.

Fonte: Mercado & Consumo