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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 30 de maio de 2017 às 16:19
Bom, um dos caminhos é buscar inspirações positivas com outros varejistas. Talvez o case de grande sucesso e repercussão recente em nosso mercado seja o das lojas Renner, de Porto Alegre.

Desde 2014, a varejista vem realizando uma série de projetos com o intuito de crescer e aumentar suas vendas. Muitos dos investimentos foram destinados no back office em ações voltadas para o ganho de eficiência. Mesmo nos momentos de euforia do consumo, ela não se alavancou e consequentemente sempre manteve um nível de endividamento baixo, o que permitiu que mantivesse o ritmo de investimentos, mesmo durante as crises.

Investiu na reformulação de lojas, atraindo um público de melhor poder aquisitivo. Melhorou a oferta de produtos, investiu em softwares de gestão empresarial e de frente de lojas para reduzir o tempo das filas, executou um ambicioso processo de modernização da sua logística e consequentemente reduziu drasticamente o tempo entre o desenvolvimento das coleções até a disponibilidade nas araras. E, sobretudo, tem mantido uma forte disciplina financeira para conter aumentos de custos e garantir boas margens de lucro.

Em consequência, no ano passado ela superou as concorrentes C&A e Riachuelo e se tornou líder do setor, com 5% do mercado e planeja abrir mais 450 lojas até 2021 no Brasil, além de outros países da América do Sul.

Outro case importante para a inspiração de varejistas é o da grife de roupas carioca Reserva. Apesar de já ter um faturamento robusto, ela ainda apresenta um comportamento de uma típica startup já que inovação está em seu DNA e tem sido a sua principal característica. Em 2015 foi considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo, segundo uma lista organizada pela revista americana Fast Company. É a única empresa brasileira no ranking.

Entre as inúmeras ações de marketing com características inovadoras, a Reserva tem o projeto 1P5P, que significa que a cada peça vendida, 5 pratos de comida são doados para pessoas necessitadas, através de uma parceria com a Associação Civil Banco de Alimentos. Só em 2016, foram doados mais de 5,5 milhões de pratos de comida. Uma bela sacada de responsabilidade social.

Outros dois casos recentes: a Faça Você Mesmo e a loja Usereserva.com, no Shopping Fashion Mall no Rio de Janeiro. A primeira oferece a possibilidade através do e-commerce da marca que o próprio cliente personalize sua camisa/camiseta. A outra inovação é uma loja física que eles não consideram um ponto de venda e sim um ponto de encontro! Uma loja sem estoques onde os clientes experimentam, pagam, mas ao invés de levar as peças na hora, recebem em sua casa direto do centro de distribuição, através de entregadores de bicicletas. A loja tem apenas um mostruário para ser experimentado pelos clientes. Ah, o local é também um composto de espaço sustentável, de relacionamento e muita, muita experiência!

Outra proposição são as reformas em curso em algumas das lojas da rede: aumento das áreas para cerca de 200 metros quadrados. As reformas não têm o objetivo, no entanto, de oferecer uma maior exposição de produtos, mas sim de abrigar barbearias, cafés e até espaços de co-working, em uma aposta de que a experiência do consumidor com a marca é que vai prevalecer no futuro próximo.

A ascensão da Reserva é impressionante: nos últimos 5 anos ela quintuplicou seu faturamento e já fatura R$350 milhões. A empresa adota um marketing entre o despojado e o “comprometido socialmente” que a fez cair nas graças dos jovens que querem “algo a mais” em uma marca. Até agora a marca tem se mostrado um sucesso de crítica, público e tudo indica, de boa rentabilidade.

Assim como a Renner, a Reserva também resolveu buscar eficiência e inovação atendendo os anseios dos seus clientes e não se abatendo com as inúmeras crises econômicas e políticas que assolam o país. Resolveram trabalhar muito, respeitando suas aptidões, seu DNA, antenados com as transformações do consumidor e das inovações do varejo. Ah, e são duas empresas genuinamente brasileiras, que fariam bonito em qualquer outro país do mundo!

Fonte: Marcos Hirai - Gouvêa de Souza
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 23 de maio de 2017 às 15:43
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 103 pontos no mês de maio, firmando-se na zona positiva alcançada no mês anterior (acima dos 100 pontos da zona de indiferença). Na passagem de abril para maio, o índice teve aumento de 2,7%, na série com ajuste sazonal, com altas generalizadas em todos os itens da pesquisa. Já na base de comparação anual, a confiança dos comerciantes obteve a maior taxa positiva da série histórica do indicador (+30%).

“Os últimos resultados do índice mostram que os comerciantes começam a enxergar sinais de retomada lenta e gradual das vendas, em um cenário de desempenho mais favorável da atividade do comércio, que esperamos que se consolide na segunda metade de 2017.”, aponta a economista da CNC Izis Ferreira.

Grande avanço na avaliação das condições atuais

O subíndice da pesquisa que mede a percepção dos comerciantes sobre as condições correntes chegou a 71,3 pontos, um importante aumento de 74,8% na comparação anual. Em relação a abril, a variação foi de +7%, com ajuste sazonal.

A percepção dos varejistas quanto às condições atuais da economia melhorou em maio (+9,4%), assim como em relação ao desempenho do comércio (+7,6%) e ao da própria empresa (+5%).

A proporção de comerciantes que avaliam as condições econômicas atuais como “piores” segue em queda. Para 71,2% dos varejistas, a economia piorou em maio, percentual abaixo daquele observado em abril (71,7%) e em maio do ano passado (93,9%).

“O desempenho deste subíndice reflete a desaceleração no ritmo de contração na atividade do comércio. Apesar da queda nas vendas do varejo acima do esperado em março, apontada pelo IBGE na última Pesquisa Mensal do Comércio, na comparação anual as taxas negativas da evolução do volume de vendas vêm perdendo folego”, acrescenta Izis Ferreira.

Perspectivas

Único item na zona positiva (acima dos 100 pontos do corte de indiferença), o subíndice que mede as expectativas do empresário do comércio alcançou 149,2 pontos, alta de 1,8% em relação a abril, na série com ajuste sazonal. Na comparação anual, o crescimento foi de 22%.

A expectativa quanto ao desempenho da economia segue melhorando: na avaliação de 81,4% dos entrevistados, a economia vai evoluir nos próximos seis meses.

Comércio disposto a investir

Em maio, o subíndice que mede as condições de investimento do comércio registrou aumento de 2,3% na passagem com ajuste sazonal, alcançando 88,5 pontos. Na passagem de abril para maio, aumentaram as intenções de investimento nas empresas (+3,2%), na contratação de funcionários (+2,7%) e em estoques (+1%).

Na comparação anual, o índice cresceu 18,6%, com destaque para o aumento na intenção de contratação (+32,4%), de investimentos em estoques (+2,8%) e nas empresas (+21,7%).

Para 67,4% dos consultados em maio, as intenções de investimento nas empresas serão menores, percentual abaixo de maio de 2016, quando 75,6% responderam que reduziriam os seus investimentos.

De acordo com a CNC, a conjuntura gradualmente mais favorável aos investimentos e os indícios de retomada das vendas no varejo estimulam a confiança dos comerciantes. Apesar de ainda persistirem algumas incertezas, as vendas do comércio em 2017 devem experimentar melhora, com aumento de 1,5%.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) detecta as tendências do setor, do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas as capitais do País, e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos.

Fonte: CNC