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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 06 de junho de 2023 às 10:14


O desempenho superou até o período pré-pandemia. Em relação aos três primeiros meses de 2019, a alta de faturamento foi de 22,6%.

As franquias no Brasil cresceram 17,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). O faturamento nominal avançou para R$ 50,85 bilhões. O desempenho superou até o período pré-pandemia. Em relação aos três primeiros meses de 2019, a alta de faturamento foi de 22,6%. Segundo a associação, este é o quinto trimestre consecutivo de crescimento.


De acordo com a ABF, as doze categorias acompanhadas registraram aumento. O líder de faturamento foi o setor de Hotelaria e Turismo, com alta de 37,5% no comparativo anual. Em segundo lugar, com alta de 27% no faturamento, ficou o setor de Saúde, Beleza e Bem-Estar. Já a Alimentação Food Service (refeições fora do lar), viu a receita crescer 21,2% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

A ABF afirma que o crescimento de receita no comparativo anual reflete uma recuperação prolongada do turismo, com maior tíquete médio e retomada da demanda reprimida, além da maior demanda por serviços, após o arrefecimento da pandemia de covid.

Entre janeiro e março houve alta de 5% na abertura de unidades, enquanto os fechamentos foram de 2,6%, resultando em saldo positivo de 2,4% nas redes. No primeiro trimestre de 2022, o saldo havia ficado positivo em 0,8%. Ao final de março, as operações de franchising somavam 184,4 mil unidades.

A ABF aponta que pouco mais da metade das operações é representada por franquias em lojas de ruas, com participação de 52%, ante 51,7% no primeiro trimestre de 2022.

Por outro lado, o setor ainda lida com fatores negativos como a pressão de custos, os compromissos financeiros firmados durante a pandemia e a cautela dos consumidores.

Fonte: Valor Econômico
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 06 de junho de 2023 às 10:12


Por mais que haja grandes diferenças entre mercados, há duas lições fundamentais que o varejo brasileiro deve aprender com os EUA.

No início de 2023, a Consumidor Moderno foi para os EUA para cobrir dois eventos que acontecem tradicionalmente em janeiro no país. O primeiro deles foi o Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas. O segundo, a partir de uma feliz, prazerosa e honrosa parceria com a Varejo180, foi a NRF 2023: Retail’s Big Show, que acontece em Nova York. Este, que é o maior evento de varejo do mundo, conta tradicionalmente com a presença de um grande número de brasileiros e em 2023 não foi diferente.

Por mais que as varejistas tenham aprendido muito com o que viveram desde 2020, é fato que a NRF é uma oportunidade indispensável para mapear tendências e ouvir as maiores empresas do segmento dos EUA – como Macy’s, Nordstrom, Target etc. Mas, afinal, o que elas têm para ensinar? E será que vale considerar a experiência de quem atua em um mercado de consumo muito mais maduro que o brasileiro? Fui para NY com estas duas perguntas em mente e, ao fim do evento, tinha algumas respostas para ambas. Dois principais pontos comprovaram que, sim, é possível e necessário aprender com essas empresas.

O primeiro deles é a capacidade e a naturalidade com que o varejo norte-americano relaciona investimentos à geração de valor para a marca, mesmo quando o resultado não é rápido ou direto. A forma como como as varejistas norte-americanas desenvolvem o propósito da empresa, por exemplo, demonstra que este é um tema que deve funcionar como um norte a ser seguido, muito mais do que um tema para o desenvolvimento de atividades paralelas ao core da empresa.

Um exemplo prático é a Chobani, marca número 1 de iorgurte grego dos EUA. Ela estabeleceu suas práticas a partir da missão de nutrir pessoas: concentra-se em usar ingredientes simples e naturais nos produtos, incluindo leite de fazendas locais e frutas frescas; oferece uma imensa variedade de produtos de iogurte grego – sem lactose, orgânicos, com menos açúcar, com proteínas adicionadas etc.; utiliza uma embalagem transparente que permite enxergar os ingredientes; e tem forte envolvimento com causas sociais que vão desde a ajuda a refugiados até uma parceria com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), com foco em promover práticas agrícolas sustentáveis.

O segundo ponto é a clareza com que desenvolvem e comunicam estratégias, mesmo em cenários considerados adversos. Apesar de ainda estarem assustadas com a alta da inflação no país (algo que, para o brasileiro, já é natural), as varejistas norte-americanas já desenvolveram atividades que, com base no conhecimento sobre o cliente, buscam atender à diminuição do potencial de compra e, ao mesmo tempo, reduzir os custos da empresa, em muitos casos, essa alternativa é a digitalização de processos internos e ganhos de eficiência, o que não necessariamente resulta em cortes de pessoal.

A partir disso, as empresas podem e devem refletir sobre seus diferenciais: O que justifica a permanência deste modelo de negócio? Qual é o “porquê” por trás dele? Voltar ao “porquê” pode trazer clareza em cenários de adversidade e orientar estratégias assertivas. Transmitir o “porquê”, então, pode gerar identificação entre a marca e os seus clientes, resultando em uma conexão genuína, fortalecida por valores verdadeiros.

Fonte: Consumidor Moderno