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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 21 de março de 2023 às 11:16


Para Camila Salek, especialista em varejo, o hiperfísico vai nortear grandes transformações no setor este ano. “Chega de regra, neutralidade, monotonia e excesso de padronização”.

O varejo nos últimos anos tem sido um dos principais setores a passar por diversas transformações diante da intensa digitalização no consumo. Por outro lado, as lojas se desdobram para acompanhar toda esse mudança e seguirem conectadas a esse novo comportamento do consumidor.

Ao que tudo indica, após o fim da pandemia, chegou a vez das lojas físicas se tornarem verdadeiros “hubs de conexão” entre marcas e pessoas. Nesse ponto, o termo varejo hiperfísico está ganhando espaço nas discussões mais importantes quando o assunto é a evolução do varejo.

De acordo com Camila Salek, fundadora e diretora de Inovação da Vimer Retail Experience, após um longo período de privação global, “queremos respirar”. Ela afirma: “Buscamos preencher todas as lacunas abertas ou expostas durante a pandemia, explorando a dádiva da vida intensamente”.

O varejo hiperfísico é sobre impacto sensorial, por meio da provocação de sentidos e fluidez de formatos, que foca no protagonismo do ecossistema e da comunidade em torno da marca.


A tendência do hiperfísico no varejo

Para Camila, a tendência do hiperfísico vai nortear grandes transformações nas lojas físicas. “Chega de regra, neutralidade, monotonia e excesso de padronização”, frisa. “O que estamos vendo é a inovação de mãos dadas com o visual merchandising, tirando o visual cansativo, e ultrapassado desses espaços e tornando-as importantes interlocutoras de assuntos importantes para a nossa sociedade, trazendo a sensação de pertencimento aos consumidores”, analisa Camila.

Conforme a especialista, o varejo hiperfísico oferece muito mais do que a simples venda de produtos. “Ele diz sobre impacto sensorial, por meio da provocação de sentidos, fluidez de formatos e foca no protagonismo do ecossistema e da comunidade”.


Sensações, pessoas e fluidez

Camila aponta que o varejo hiperfísico, ao longo de 2023, estará pautado em três pilares importantes: o impacto sensorial, o foco nas pessoas e na transitoriedade.

“O impacto sensorial provoca sentidos e desperta emoções. O olhar para as pessoas engloba tanto a comunidade e consumidores quanto a própria equipe interna das marcas, já o regionalismo e a inteligência geolocal são outros pontos importantes, principalmente para criar narrativas direcionadas a públicos específicos. Também por isso, o varejo deixa de seguir os formatos tradicionais, demandando novos desenhos para as operações físicas”.


Predileção pelo “tocar, sentir e vivenciar” a experiência

Várias pesquisas realizadas pelo mercado ao redor do mundo mostram que grande parte dos consumidores ainda têm a preferência por fazer suas compras nas lojas físicas. Um levantamento feito pela NZN Intelligence apontou que 42% deles, mesmo com a conveniência dos canais online, preferem consumir nos pontos físicos de venda.

Já o estudo feito pela A.T. Kearney vai além: 81% dos consumidores entre 14 e 24 anos declararam que, se podem, preferem comprar em lojas físicas. 73% deles gostam de descobrir novos produtos nesses ambientes e 58% afirmaram que garimpar roupas em araras lhes permite ficarem desconectados das mídias sociais e do mundo digital.

Para Camila Salek, mais do que nunca o visual merchandising se torna uma ferramenta crucial para que o varejo consiga oferecer uma experiência interessante para seus consumidores, um dos pontos mais importantes desta jornada. Mas o desafio é grande.

“As impressões que o consumidor tem de uma marca desperta interesse, constrói relacionamento e fidelidade. Vale notar que estamos lidando com clientes cada vez mais exigentes e que não se apoiam somente em operações transacionais , é preciso trabalhar o despertar de emoções e a conexão de valores”, reforça a especialista.Loja é o coração de um ecossistema multicanal, um grande laboratório dando visibilidade e voz para a marca, além de um centro de captura de dados para a construção do relacionamento.


Loja se torna um verdadeiro hub social

Com isso, o papel da loja física passa a ser de um verdadeiro hub social, segundo Camila, com o engajamento das comunidades por meio da experiência; logístico, como coração do ecossistema multicanal; conteúdo, dando visibilidade para ativações e voz para comunidades; e laboratorial, enquanto um grande centro de captura de dados para a construção desse relacionamento.

Prova disso é a pesquisa feita pela PwC com consumidores de 12 países, incluindo o Brasil, que descobriu que 73% deles apontam a experiência como um importante diferencial em suas decisões de compra. No Brasil, em particular, esse índice alcança 89%, o mais alto registrado entre os países participantes.

Ao longo da NRF 2023, por exemplo, gigantes do varejo de luxo como a Gucci, destacaram a importância de trabalhar o visual merchandising para oferecer essa nova experiência, principalmente quando se fala em clientes premium, desenvolvendo novas competências e soluções.

Vale lembrar Domenico de Sole, CEO do Grupo Gucci: “Garanta que as pessoas sintam a elegância de sua loja. Uma grande experiência visual e um grande serviço são a fórmula para o sucesso”, apontou o CEO durante a sua participação em um podcast gravado ao vivo, durante o evento.


União de inteligências

Em um momento no qual o varejo hiperfísico se torna uma tendência cada vez mais relevante, a Vimer, de Camila Salek, deu passos importantes para atender a essa nova realidade. Recentemente, uniu forças com o Studio Firma, outra grande agência de varejo para potencializar a inteligência no futuro do varejo.

“Enquanto a Firma tem um olhar mais voltado para o design de nicho, nós trabalhamos com a inovação em larga escala. Isso se soma ao fato de que estamos com o foco cada vez mais direcionado para as comunidades, desenvolvendo projetos hiperpersonalizados”, diz Camila. “Estamos prontos para esse novo momento do varejo”.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 14 de março de 2023 às 09:27


Retorno da Mango ocorre em meio aos investimentos da empresa para ampliar sua internacionalização.

Dez anos depois de fechar sua última loja no Brasil, a marca espanhola de moda Mango voltará a ser comercializada no País – agora, no mundo virtual. O retorno ocorre em meio aos investimentos da empresa para ampliar a internacionalização e enfrentar a sua rival, também espanhola, Zara. Por aqui, o retorno da marca tem uma responsável: a Dafiti, que terá a exclusividade dos produtos da empresa.

O e-commerce de moda adquiriu os direitos de revenda dos produtos da companhia espanhola e será a representante da fast fashion no País. O investimento não foi divulgado.

Fabio Fadel, diretor comercial da Dafiti, diz que os produtos da Mango chegam ao portfólio de itens do segmento premium do site depois de uma negociação que durou nove meses. O executivo afirma que a escolha da Mango se deu pela relevância internacional.

“Não é um produto difícil de digerir, porque ele tem informação de moda, mas é um produto comercial, casual e tradicional, o que é de fácil entrada no público feminino e no da Dafiti”.


Ampliação

Inicialmente, o e-commerce oferecerá apenas peças do universo feminino, mas, segundo o executivo, no futuro, a depender do desempenho, a empresa deve ampliar a grade de produtos com itens masculinos e infantil.

Fadel afirma que, assim como na Espanha, por aqui a principal concorrente da nova etiqueta será a fast fashion Zara, empresa que desembarcou no Brasil pouco antes de a Mango fechar suas lojas aqui. “A nossa ideia é promover esse acesso dessa marca e brigar (por mercado) com a Zara”.

O especialista em varejo e fundador da Varese Retail, Alberto Serrentino, explica que, assim como a Zara, a Mango está posicionada no mundo como um produto de fast fashion massificado, mas no Brasil, dado o custo de importação dos produtos, acaba sendo reposicionada no mercado local como um item premium. “Quem viaja conhece a Mango, porque a marca está no mundo todo”, diz. Por aqui, as peças chegam ao site de moda com tíquete médio das peças entre R$ 280 e R$ 300.

Fonte: Mercado e Consumo