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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 27 de abril de 2021 às 13:33


Pesquisa do Distrito mostra avanços e aponta tendências nas retailtechs para 2021.

Os investimentos nas startups de soluções ao varejo, as retailtechs, está atingindo níveis sem precedentes. De acordo com o mais recente relatório do Distrito, o Inside Retailtech Report, as startups dedicadas a encontrar soluções inovadoras para o varejo já receberam US$ 682,4 milhões em pouco mais de três meses em 2021. De acordo com o relatório, o valor já ultrapassa o total de investimentos no setor em 2018 (US$ 675,4 milhões) e corresponde a 95% do total investido em 2020 (US$ 712,3 milhões).

Diante do grande momento do setor apresentado no relatório, o Distrito está lançando um programa de aceleração voltado exclusivamente para as empresas inovadoras do varejo. Em uma parceria com a comunidade de empreendedores Darwin Startups, o programa Retail Scale fará um processo de seleção em diversas etapas, das quais 15 startups serão selecionadas para uma fase de imersão em junho e julho.

Delas, cinco finalistas receberão aportes e serão aceleradas pelo Distrito durante seis meses.


Aumento das retailtechs

No total, foram 801 retailtechs mapeadas no relatório, que somaram 371 rodadas de investimento e tiveram 69 fusões e aquisições – o que dá uma visão global e completa do cenário da inovação no setor.

Acima, gráfico do Distrito aponta evolução do número de retailteachs fundadas desde 2000./Distrito

Em sua maioria, as retailtechs focam nas empresas, mas de acordo com o relatório, o mercado B2C pode e deve crescer. “Um movimento realizado há alguns anos nos EUA e que pode começar a ser seguido no Brasil pode mudar esse panorama, aumentando a participação da retailtechs focadas no consumidor final. Trata-se de um modelo conhecido como D2C, empresas que possuem indústrias e fazem as vendas diretamente para o consumidor.”
O B2B hoje é predominante em quase todas as categorias.

Evolução dos investimentos

Tendo em vista que as retailtechs brasileiras já receberam mais de US$ 650 milhões em 2021, a Distrito aponta que o digital e os negócios inovadores vieram para ficar no setor – “e talvez tenham sido estimulados exatamente pela mudança de comportamento dos consumidores frente ao isolamento social”.

No mapa dos investimentos por segmento, o e-commerce teve US$ 438 milhões em 11 investimentos, com a maior rodada à MadeiraMadeira, de US$ 190 milhões. Em seguida, o setor com mais investimentos foi o de logística, com US$ 217 milhões sendo US$ 212 milhões para a Loggi. O terceiro segmento foi o de pagamentos, com US$ 27 milhões em três investimentos e o maior aporte à TradeMaster (US$ 18,5 milhões). O varejo alimentar foi o quarto segmento mais investido, com US$ 5,4 milhões em três investimentos. Nele, a maior parte foi à Shopper (US$ 5 milhões).

Acima, gráfico do volume e número de investimentos em retailtechs desde 2011/ Distrito

Em termos de perspectivas de investimentos, a Distrito tem um algoritmo que analisa o comportamento das startups que receberam aportes e pode fazer previsões sobre negócios que podem receber futuros aportes. A inteligência tem duas variáveis: o DM Score e o Trel. O DM Score mede o quanto uma startup está acima da média em seu setor a partir do número de funcionários e crescimento no último ano, do faturamento presumido, do investimento captado e dos acessos e métricas em seus canais. Enquanto isso, o Trel é uma variável que compara o tempo de captação desde a última rodada com a média no setor.

Assim, de acordo com o algoritmo, a especializada em soluções ominicanal Neomode, a solução colaborativa de fretes e entregas urbanas Uello e a especializada em produzir comida em escala e vender online Mimic são três possíveis startups do setor de retail com grande maturidade e timing adequado para novo estágio de financiamento.

Sobre os investimentos no setor, o CEO da HiPartners Capital & Work, Walter Sabini, lembra que hoje o desafio maior está mais na cultura das empresas do que propriamente em serviços e plataformas disponíveis. “Há inúmeras soluções disruptivas já desenvolvidas, mas que ainda precisam de um mercado mais maduro”, diz ele na visão de um portfólio com oito retailtechs.”Por isso, o caminho é trabalhar do lado do varejista para que ele se sinta parte do negócio e fomente investimento em plataformas que acredite. Assim, conseguimos criar um clico virtuoso e de ganha-ganha em ambos os lados. Além disso, a coalisão entre marcas também trará um crescimento exponencial e sem precedentes para o setor”, observa o executivo.

O relatório também aponta que as fusões no cenário nacional também evoluem consistentemente. Enquanto em 2018 foram três, elas chegaram a 12 em 2019, subindo para 27 em 2020 e atingindo um total de 12 só nos primeiros meses deste ano.


Um olhar mais atento para a logística

Também com avaliações sobre a logística do varejo nacional, o estudo observa as diferenças do Brasil para os benchmarks do segmento e aponta sua perspectiva mais provável para o futuro próximo.

Segundo o Distrito, a penetração do e-commerce é de 20% no varejo nos EUA e de 40% na China. No Brasil, atualmente ela é de 10% segundo a plataforma de opinião de consumidores EBIT. Assim, a tendência é que o Brasil avance para números semelhantes a estes países. Para este ano, a previsão é de 26%.

O Distrito aponta que tal avanço deve acontecer porque os maiores varejistas e marketplaces do País tendem a verticalizar semelhantemente à Amazon, em um movimento pautado por inovações e forte pipeline de M&As de startups que têm soluções tecnológicas voltadas à eficiência de suas operações logísticas. Como mostra o estudo, o setor pede um ecossistema e está construindo-o, a exemplo do Mercado Livre com o Mercado Envios que entrega 96% das vendas do marketplace.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 20 de abril de 2021 às 10:52


Unir soluções em tecnologia com segurança e otimização do tempo são alguns caminhos para conquistá-lo.

O consumidor conectado mudou as suas expectativas em relação à jornada de compra. Agora, ele quer ter a maior quantidade de informações sobre o produto, o valor do frete, o tempo e a qualidade da entrega, a comunicação da empresa com o cliente e a sua presença no dia a dia.

Dados do relatório anual Digital 2021, elaborado pela We Are Social em parceria com o Hootsuite, mostram que 75% da população brasileira, cerca de 160 milhões de pessoas, têm acesso à internet e gastam, aproximadamente, 10 horas e 8 minutos por dia navegando, o que coloca o Brasil no segundo lugar do ranking mundial. Ou seja, o consumidor está atento às mudanças do mercado digital.

Para se ter uma ideia, somente em 2020, ano em que o e-commerce mostrou seu potencial infinito, o Mercado Livre registrou 19 compras por segundo, conquistou 14 milhões de compradores pagadores com carteira digital e vendeu 206 milhões de itens, 109% a mais que em 2019. Daí a relevância de se produzir uma boa experiência no varejo.


A importância em manter o consumidor conectado

Antigamente, quando os computadores e celulares ainda não eram tão acessíveis e populares e não faziam parte do cotidiano de grande parte da sociedade, era necessário se deslocar para ir à uma loja, provar variações do mesmo produto para, enfim, realizar a compra. Isso se o cliente tivesse sorte de encontrar o que desejava logo de cara.

Hoje, tudo isso é possível por meio de poucos cliques e em uma relação espaço-tempo completamente diferente: é comum fechar uma aquisição pela madrugada e receber o item no dia seguinte, sem precisar sair de casa.

Com a facilitação desses processos, o consumidor cada vez mais conectado e o aumento da concorrência, que viu o foco nos investimentos migrar para o ambiente digital, as empresas devem focar em produzir sensações e experiências satisfatórias rapidamente, uma vez que ganhar a preferência do consumidor se torna um desafio.

Para Wellington Granja, diretor de soluções para o varejo da Gilbarco Veeder-Root, os empresários devem apostar em duas vertentes. “Investir em soluções tecnológicas focadas na melhoria da experiência do cliente para garantir que a infraestrutura de TI e soluções para o varejo funcionem de forma segura e cômoda para os clientes, aderindo, por exemplo, às novas formas de pagamento o mais rápido possível”, descreve. “Também pense na qualificação das equipes comercial e de retaguarda para que a experiência de compra seja promovida e facilitada pelos times de vendas. O cliente requer uma interação maior para administração da sua expectativa via feedbacks, respostas rápidas nos canais de atendimento e redes sociais”, afirma o especialista.


Pontos importantes para uma boa experiência

Devido aos novos hábitos adotados pelo consumidor conectado, é fundamental que as organizações se atentem a alguns pontos principais que, segundo Wellington Granja, fazem total diferença no que envolve uma boa experiência de compra.

- Tempo das operações: redução do tempo gasto para realizar a compra é fator fundamental, que pode ser alcançado ao evitar filas e oferecer a possibilidade de autosserviço. Ter controle sob a logística, seja na loja física ou digital, é essencial.

- Pagamento com múltiplas opções: ferramentas em dispositivos móveis ou mesmo em self-checkouts que permitam o uso de carteiras digitais/PIX e cartões de crédito e débito são boas alternativas. A prioridade é o pagamento sem contato, como já observado há algum tempo em aplicativos de delivery, por exemplo.

- Segurança em todas as etapas: as novas formas de pagamento e as compras digitais precisam ser transparentes e seguras, pois o consumidor quer aderir ao movimento com segurança e sem fraudes.


ESG em pauta: a postura da empresa

A sigla ESG resume três questões cruciais para uma boa cultura corporativa: environmental, social and corporate (práticas ambientais, sociais e governança). Apoiando-se e realizando investimentos nesses pilares, é possível encontrar uma melhora na lucratividade e no valor de mercado ao longo do tempo, de acordo com estudo da BCG.

Em outras palavras, os resultados financeiros importam, mas não são mais a única prioridade, como comumente observado anos atrás. Isso acaba atraindo não só a atenção de investidores, que notam certa segurança no negócio, mas a confiança de clientes engajados com o meio ambiente.

Uma pesquisa da Opinion Box, realizada com mais de 2000 indivíduos, indicou que 55% dos entrevistados disseram que frequentemente ou sempre dão preferência à empresa ou às marcas reconhecidas por cuidar do meio ambiente. Apenas 15% disseram que raramente ou nunca o fazem.

O principal motivo da preocupação de conhecer a empresa mais afundo, apontado por 58% dos participantes, é se a organização está envolvida em casos de trabalho escravo. Poluição do meio ambiente (52%) e escândalos de corrupção (50%) estão em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

“Empresas mais responsáveis socialmente irão proporcionar uma sensação para o cliente de que cada centavo gasto com aquele negócio será usado de forma sustentável. Especialmente no momento de crise sanitária, em que o consumidor conectado procura fazer compras mais racionais, economizando os seus recursos e adquirindo produtos e serviços de companhias que possam contribuir com o bem-estar social”, coloca o diretor de soluções para o varejo da Gilbarco Veeder-Root.


Mais do que fruto do digital, uma tendência que veio para ficar

O consumidor conectado nada mais é do que o reflexo do rápido avanço das tecnologias e das relações sociais mediadas por dispositivos móveis eletrônicos. Encarar isso como realidade daqui para frente é o caminho a ser seguido pelas empresas, que devem ter em mente que não basta ter um produto ou serviço de qualidade, mas oferecer todo um espectro de atendimento acolhedor e digitalizado.

“Tenho certeza de que a crise que vivemos impactou muitas famílias, pessoas e negócios. Por isso, precisamos nos adaptar rapidamente aos novos desafios, aprendendo com os erros e procurando a melhoria contínua. Quem melhor entender, aprender e agir, irá sair mais forte, resiliente e com melhores fundamentos para o sucesso”, finaliza Wellington Granja.

Fonte: Novarejo