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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 13 de abril de 2021 às 11:22
Para 2021, a ten­dên­cia é de mais inves­ti­men­tos em logís­ti­ca, mais rigor na entre­ga e mais tec­no­lo­gia.

Há alguns meses, anos de mudan­ça acon­te­ce­ram em sema­nas. Por con­ta da pan­de­mia, dife­ren­tes fai­xas econô­mi­cas e de ida­de ago­ra vivem dian­te de impe­ra­ti­vos em comum. Um deles é o con­su­mo on-line.

O comér­cio ele­trô­ni­co é uma das gran­des pro­mes­sas do silen­ci­o­so mila­gre do desen­vol­vi­men­to huma­no. Uma inven­ção de futu­ro que che­gou ao pre­sen­te qua­se sem avi­sar. Suas tec­no­lo­gi­as ago­ra dão cor­po a com­ple­xos mode­los de negó­ci­os em rede.

No Bra­sil, de acor­do com o indi­ca­dor de ven­das no vare­jo Spen­ding­Pul­se, da Mas­ter­card, divul­ga­do em feve­rei­ro, o e‑commerce apre­sen­tou um cres­ci­men­to de 75% em 2020. Foi pre­ci­so inves­ti­men­to, agi­li­da­de e sobre­tu­do cora­gem para pos­si­bi­li­tar ser­vi­ços cada vez mais rápi­dos, bara­tos e sus­ten­tá­veis. Dian­te do ser espe­ci­al­men­te dese­jan­te que o con­su­mi­dor se tor­nou nos últi­mos tem­pos, as mar­cas do vare­jo entra­ram em uma dinâ­mi­ca de ofer­tas de expe­ri­ên­ci­as cada vez mais ricas e per­so­na­li­za­das.

No entan­to, uma espé­cie de fos­so digi­tal pode ter se aber­to no vare­jo. Este é um pon­to de per­gun­tas ain­da sem res­pos­tas ou de res­pos­tas incom­ple­tas. Como o comér­cio ele­trô­ni­co pode ser inclu­si­vo a comer­ci­an­tes meno­res em des­van­ta­gens pro­fis­si­o­nais e se for­ta­le­cer com eles? Saben­do algu­mas das regras do jogo, como o e‑commerce bra­si­lei­ro vai supe­rar as dife­ren­ças con­ti­nen­tais e econô­mi­cas de seu ter­ri­tó­rio e suprir a deman­da de seus mais diver­sos con­su­mi­do­res?

“Lan­ça­mos esta fren­te para fomen­tar micro e peque­nos empre­sá­ri­os que tive­ram de fechar as por­tas de suas lojas na pan­de­mia.” Lean­dro Soa­res, dire­tor-exe­cu­ti­vo de mar­ket­pla­ce do Maga­lu.


Hori­zon­tes

As pes­so­as que­rem e con­ti­nu­a­rão a com­prar pela inter­net. Con­sul­to­ri­as de mer­ca­do como a Sta­tis­ta refor­çam essa impres­são, pre­ven­do que, enquan­to a média glo­bal de cres­ci­men­to do e‑commerce deve ser de 8,1% até 2024, o avan­ço das ven­das no vare­jo on-line bra­si­lei­ro deva ficar em 9,1% ao ano duran­te o perío­do. Con­for­me mos­tra a tabe­la ao lado, a pre­vi­são para o avan­ço do e‑commerce bra­si­lei­ro é mais oti­mis­ta que em paí­ses como a Chi­na (8,6%) e os Esta­dos Uni­dos (6,2%).

Inves­ti­gar a jor­na­da de com­pra de e‑commerces mai­o­res e meno­res do Bra­sil pode reve­lar mode­los gerais de com­por­ta­men­tos dos cli­en­tes, bem como entra­ves e desa­fi­os em comum aos players do ramo. Den­tre design das ofer­tas, pro­ces­sos para entre­ga e for­mas de paga­men­to e bene­fí­ci­os, as par­ce­ri­as com os sel­lers apa­re­cem como pon­tos focais no desen­vol­vi­men­to do e‑commerce em 2021. “A faci­li­ta­ção dos nos­sos sel­lers pas­sa pela imple­men­ta­ção de um pro­ces­so de onbo­ar­ding mais rápi­do. Tal pro­ces­so inclui uma pla­ta­for­ma mais avan­ça­da para os inte­gra­do­res de lojas on-line a mar­ket­pla­ces, fer­ra­men­tas pro­mo­ci­o­nais e um sis­te­ma de logís­ti­ca pró­prio que aju­da no cus­to com­pe­ti­ti­vo e no nível de ser­vi­ços”, expli­ca Josi­a­ne Ter­ra, dire­to­ra de E‑commerce da Via Vare­jo, que con­ta com cer­ca de 8 mil sel­lers e 85 milhões de cli­en­tes.

Já donas de mar­ket­pla­ces de nicho, como a C&A Bra­sil no ramo de moda, par­tem para uma esco­lha de sel­lers base­a­da em ofer­tas que com­ple­men­tem seus pro­du­tos. Fer­nan­do Gugli­el­met­ti, head de E‑commerce da C&A, comen­ta que, hoje, as pri­o­ri­da­des do mar­ket­pla­ce são tra­zer mar­cas de par­cei­ros que são refe­rên­cia em joi­as e brin­que­dos, por exem­plo. “Sim, brin­que­dos. Temos rou­pas infan­tis e para elas ofe­re­ce­mos brin­que­dos – da mes­ma for­ma que para nos­sa mar­ca de espor­tes, a Ace, ofer­ta­mos aces­só­ri­os espor­ti­vos.” Nes­ta toa­da, a C&A pas­sou a ofe­re­cer pro­du­tos para casa em seu mar­ket­pla­ce, em par­ce­ri­as com a Etna e a Casa MinD.


Cam­pa­nha “Par­cei­ro Maga­lu” visa inclu­são no comér­cio digi­tal

A escalação também é rigorosa em marketplaces de alimentos. Atualmente, com mais de cem vendedores e uma variedade de mais de 30 mil produtos, o marketplace do Grupo Pão de Açúcar (GPA) coloca uma série de critérios a parceiros. Rodrigo Pimentel, diretor de E‑commerce Alimentar do Grupo, explica que sellers precisam ter CNPJ ativo e sem restrições, emitir nota fiscal, possuir a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) de varejista, capital social igual ou superior a R$ 1 mil, ter inscrição no Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços (Sintegra), ter conta-corrente vinculada ao CNPJ de cadastro e reputação no mercado, com bons índices de EBIT. “Isso garante aos nossos consumidores a certeza de que os produtos encontrados nas plataformas digitais do GPA são de qualidade e estão alinhados com as nossas políticas de negócio”, reforça Pimentel. Para 2021, o Grupo visa aumentar a quantidade de seller em dez vezes, com sortimento nas categorias de beleza, auto, móveis e pet.


Previsão de taxa de crescimento anual de vendas no varejo e‑commerce 2020–2024


Já os marketplaces de produtos duráveis mostram uma crescente atenção com a profissionalização dos vendedores parceiros. Com o propósito de democratizar o comércio, o Mercado Livre, maior marketplace da América Latina, oferece diferentes soluções para crédito aos sellers, tendo em vista o suporte da profissionalização de muitos deles. “Existe uma prática interna para vários tipos de cadastros, acompanhamento de volumes, acompanhamento de crescimento, entre outros fatores”, revela a diretora de Marketplace da marca, Roberta Donato. 

O marketplace do Magalu também tem exemplo de esforços no sentido da inclusão. Sua campanha “Parceiro Magalu”, lançada durante a pandemia, visa nada menos que digitalizar o varejo brasileiro. “Lançamos esta frente para fomentar micro e pequenos empresários que tiveram de fechar as portas de suas lojas na pandemia”, relembra o diretor-executivo de Marketplace da marca, Leandro Soares. Na estimativa da empresa, hoje há cerca de 100 mil CNPJs vendendo ativamente no varejo on-line, enquanto o Brasil totaliza quase 6 milhões de CNPJs varejistas com vendas apenas em lojas físicas. 

O Magalu oferece também linhas de crédito para capital de giro e opção de antecipar recebíveis. Segundo o executivo, o marketplace da marca dá aos parceiros a opção de receberem pelas compras à vista ou de acordo com o crédito das parcelas das compras.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 06 de abril de 2021 às 11:06


O artigo apresenta a visão de vendedores de moda masculina da região metropolitana de Sobral-CE sobre empreendedorismo, focando em suas perspectivas para o cenário micro e macroeconômico.

O empreendedorismo é visto como importante para o desenvolvimento econômico, pois tem alto potencial de geração de emprego e renda. E nisso, o Brasil é tido como um país em que muitos cidadãos desejam empreender, entretanto o cenário local dificulta a abertura de empresas, uma vez que o país ainda tem muita burocracia e altos impostos sobre os negócios.

Observa-se que, mesmo com cenário desfavorável, no Brasil, as micro e pequenas empresas são uma das principais fontes de emprego do país. E, desde 2009 com a criação de uma nova classificação para contribuição previdenciária de autônomos, o “MEI” (Microempreendedor Individual), muitos empreendedores se formalizaram, passando a ter direitos só possíveis com a formalização, tais como aposentadoria, licença-maternidade, auxílio-doença, entre outros.

Para Silva (2017), um dos setores com o maior número de empreendimentos dos tipos MEI’s, micro ou pequenas empresas é o têxtil. Sendo uma das principais atividades econômicas brasileiras, empregando cerca de 1,5 milhão de brasileiros, pondo o país como um dos cinco maiores produtores têxteis do planeta e com previsão de crescimento para os próximos anos.

Além disso, o Ceará tem a produção têxtil como a principal atividade industrial do estado, sendo o município de Sobral um dos maiores produtores do estado. Observa-se também a venda de roupas como uma atividade econômica aquecida na região, seja em lojas, feiras livres ou com vendedores autônomos (SILVA, 2017).

Nesse contexto, justifica-se a presente pesquisa na importância de se estudar o cenário da comercialização de vestuário na Região Metropolitana de Sobral, destacando um nicho específico: a vestimenta masculina, uma vez que nas últimas décadas o homem tem investido mais na aparência, comprando mais produtos relacionados à vaidade, inclusive roupas, e assim, abrindo oportunidades de negócio.

Assim, desenvolve-se esse artigo através de uma pesquisa qualitativa com seis MEI’s, todos informais, do setor de vestuário masculino da Região Metropolitana de Sobral, colhendo as opiniões dos empreendedores sobre os principais desafios de se manter e expandir no mercado, observando a opinião dos mesmos sobre a influência dos cenários micro e macroeconômico.

Dessa forma o objetivo principal do trabalho é analisar a visão de empreendedorismo de seis vendedores autônomos de roupa masculina. Como também observar as dificuldades, perspectivas de futuro e o que levou os empreendedores a optarem por esse setor.


SETOR DE VESTUÁRIO

Observa-se que o setor de vestuário, também conhecido como setor têxtil, é uma das atividades industriais mais antigas do mundo, e uma das principais do Brasil, sendo uma das principais maiores de emprego e renda do país.

Bellis (2017) diz que a indústria de vestuário, ou indústria têxtil, consiste na transformação de fibras em fios, de fios em tecidos e de tecidos em peças de vestuário ou artigos para o uso doméstico, uma das atividades industriais mais antigas do mundo, sendo praticada desde a Idade Antiga.

Ginzburg (1993) destaca que a indústria têxtil originou-se na tecelagem e pintura de tecidos nas civilizações antigas como a egípcia e a mesopotâmica. Devido ao material utilizado, essa arte foi pouco conservada, limitando as evidências em fragmentos encontrados nas tumbas ou em marcas de argila.

Observa-se que a Revolução Industrial foi iniciada pela indústria têxtil inglesa, substituindo a mão de obra artesanal pela mecânica no século XVIII. A partir de 1930 os Estados Unidos passam a dominar esse setor mundialmente, sendo os principais responsáveis pelas discussões relacionadas à designer e as tecnologias de produção (GINZBURG, 1993).

Observa-se que atualmente de acordo com o site Inteligência de Mercado (IEME, 2018) os seis maiores produtores têxteis do mundo são coincidentemente os seis países mais populosos: China, Índia, Estados Unidos, Paquistão, Brasil e Indonésia, disso infere-se a importância do mercado para o abastecimento interno.

Fujita (2015) destaca que a indústria têxtil está presente em todos o mundo por conta de uma necessidade humana não apenas de vestuário, mas também para usos variados como decoração, área militar e hospitalar. Nisso, esse mercado tem um significado importante nas dimensões social, cultural, econômica e política a ponto de influenciar costumes e tendências com consequências no modo de vida em diferentes épocas.


SETOR DE VESTUÁRIO NO BRASIL

De acordo com a Associação Brasileira de Indústria Têxtil (ABIT, 2013) esse setor é de extrema importância para a Economia do país, sendo o quinto maior do mercado em 2015, com cerca de 1,5 milhões de empregados diretos, mais de 33 mil empresas e gerando R$ 2,5 bilhões anualmente, sem contar a informalidade que é gigantesca.

Fujita (2015) ressalta que historicamente, o setor têxtil brasileiro tem a tecnologia como fator estratégico para mudanças e desenvolvimento, incluindo a questão da moda, que atualmente exige aderência à complexidade tecnológica dada à necessidade de assimilação de novas tendências artísticas e culturais para ressignificação contínua da cultura e mesmo da individualidade.

Welle (2013) vê os chineses como principais concorrentes do setor têxtil brasileiro, principalmente no mercado interno, pois embora seja um dos principais produtores do mundo, o Brasil tem importado roupas fabricadas na China, com um déficit na balança comercial têxtil de US$ 5,3 bilhões em 2012.

A ABIT (2013) classifica a concorrência com os chineses como desleal. Pois, de acordo com a associação, a China desvaloriza artificialmente sua moeda e possui em pelo menos 27 subsídios contestáveis na Organização Mundial do Comércio (OMC), além de não seguirem as regras mínimas trabalhistas, previdenciárias e ambientais.

No Ceará setor têxtil também é bastante desenvolvido, sendo o quinto maior produtor do Brasil, destacando-se os municípios de Maracanaú, Jaguaruana e Sobral, correspondendo a 7% da produção nacional, com um parque industrial têxtil formado por 320 estabelecimentos e cerca de três mil indústrias de confecção. Mesmo ainda em alta, o estado caiu algumas posições no setor, já que na década de 1980, o Ceará estava em segundo lugar na produção do vestuário no Brasil (MOTA, 2017).

Segundo a Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará (ADECE, 2016), a Região Metropolitana de Sobral a produção têxtil teve início no final do século XIX com a instalação de um fábrica de tecidos na cidade, no prédio em que atualmente é o campus da Universidade Federal do Ceará.

Atualmente, destaca-se a produção industrial no município de Frecheirinha, sobretudo roupas íntimas e os pequenos produtores artesanais que vendem sua produção em feiras livres, principalmente em feiras livres, destacando-se a que acontece nas noites de quinta no município de Ipu, e nas madrugadas de sextas no distrito sobralense de Aprazível (ADECE, 2016).

Observa-se que diversos moradores de municípios da Região Norte do Ceará organizam-se em caravanas para ir semanalmente ou mensalmente a essas feiras- livres, é bastante comum inclusive que comerciantes comprem roupas nesses locais para revende-las em suas localidades.


SETOR DE VESTUÁRIO MASCULINO

Observa-se que o setor de vestuário masculino não passou por transformações tão rápidas e profundas quanto a do feminino, embora os homens também tenham influencias externas que impactam diretamente a maneira como os mesmos se vestem.

Prado (2017) observa que somente na década de 1960 a vaidade deixa de ser vista como algo exclusivamente feminina, e passa a fazer parte do homem moderno, gerando adaptações e um maior envolvimento masculino com as tendências de moda, liberdade em se expressar através do vestuário e transformação na figura masculina.

Esse novo cenário impactou diretamente a produção de roupas masculinas, pois a alfaiataria tradicional deu lugar à industrial, o que possibilitou a grande proporção em menor tempo, reduzindo o número de processos, ou seja, ocorreu uma simplificação no fabril gerando um padrão de medida aplicado à grande parte dos cidadãos que, em vista disso, os preços ofertados são mais acessíveis e, em consequência, a massificação das peças não possuirá o devido acabamento (BARBOSA E SANTOS, 2015).

Braga (2008) observa que os anos 2000 trouxeram a pluralidade no vestir masculino, resultante da ampliação do mercado do vestuário, com um maior número de marcas e de produtos voltados ao homem, além da difusão, proliferação e da velocidade com que a informação de moda chega até o consumidor masculino.


EMPREENDEDORISMO

Baggio (2016) define empreendedor como a pessoa que vê oportunidades onde outras pessoas veem somente ameaças. O autor alerta para que não haja confusão entre os termos empreendedores e oportunistas, pois esses últimos só veem oportunidades quando outrem estão passando por dificuldades.

O empreendedor possui alguns traços de personalidade bastante peculiares e conhecidos por inúmeros estudos já realizados ao longo do tempo sobre esse assunto tão intrigante. Mas, ainda assim, algumas dúvidas permanecem: será que uma personalidade empreendedora já nasce com alguns indivíduos ou ele vai adquirindo esse comportamento com o passar do tempo? Será que existe algo em comum entre essas pessoas que fazem sucesso no mundo dos negócios (BAGGIO, pág. 05, 2016).

Schnieder (2014) diz que o empreendedorismo está relacionado à ação. Ou seja, empreendedor é aquele que realiza algo, que mobiliza recursos e corre risco para iniciar um negócio ou uma organização. Aquele que empreende é aquele que não fica na esfera dos sonhos e intenções, mas sim, quem parte para a concretização.

Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2017), em 2017 o Brasil possuía 36,4% de sua população economicamente ativa conduzindo alguma atividade empreendedora. Em números absolutos, isso representa quase 50 milhões de brasileiros.

O relatório divide os empreendedores em três classes quanto ao tempo de negócio: empreendedores nascentes (envolvidos na construção de um novo negócio, mas que o mesmo ainda não gerou renda); novos (empreendimento que já remunerou de alguma forma seus investidores e que possui no máximo, três anos e meio de funcionamento); e o estabelecido (aquele que já gerou renda e possui mais de três ano e meio funcionando).

Observa-se que 16,5% dos brasileiros são empreendedores estabelecidos, 16,3% novos e 4,4% nascentes. Quando comparada ao último relatório, em 2016, o número de empreendedores novos aumentou de 14 para 16,3%, enquanto que o de nascentes mingou de 6,2 para 4,4%. Isso permite supor que muitos brasileiros deixaram de apostar no empreendedorismo como única opção de renda, podendo ser causa da recuperação econômica do país (GEM, 2017).

De acordo com o Sebrae (2018), é esperado quem em 2019 sejam criadas pelo menos 1,5 milhão de novas empresas no Brasil, concentrando-se nos microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas. Esse cenário reforça o papel central do empreendedorismo no Brasil, tanto para os que querem abrir um negócio como um projeto de vida ou para aqueles que empreenderam por necessidade.

O Sebrae (2018) observa que o cenário de crise econômica enfrentada pelo Brasil desde o final de 2014 estimulou a abertura de pequenos negócios no país, principalmente nas atividades de manutenção e reparação de bens duráveis. Além disso, atividades básicas da população como alimentação e vestimenta, continuam sendo uma alternativa promissora.

Para o Banco do Nordeste (BNB, 2018) os pequenos negócios brasileiros são divididos em três tipos: MEI – Microempreendedor Individual, com receita bruta anual de até R$ 81mil; Microempresa, com receita bruta anual de até R$ 360mil, exceto MEI’s; EPP – Empresa de Pequeno Porte, receita anual bruta entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões.

O banco observa que 50% dos pequenos negócios brasileiros concentram-se na Região Sudeste, seguida pelo Sul (22%), Nordeste (16%), Centro-Oeste (8%) e Norte (4%). Sendo que, no Nordeste essas empresas concentram-se na Bahia (24,39%), Pernambuco (20,54%) e Ceará (20,53%).


METODOLOGIA

O presente artigo baseia-se em uma pesquisa qualitativa realizada através da aplicação de questionário aberto com seis vendedores autônomos de roupa masculina, residentes nos municípios de Sobral (na sede do município e nos distritos de Rafael Arruda, Jaibaras e Pedra de Fogo), Cariré e Mucambo. Todos os entrevistados possuem um fornecedor em comum, o atacadista “Parente Store” que revende roupa masculina.

Para Silva e Menezes (2000) a abordagem qualitativa considera uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, ou seja, um vínculo entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido numericamente. A intepretação de fenômenos e atribuição de significados aos mesmos são bases para o processo qualitativo, não sendo necessária a utilização de métodos ou técnicas estatísticas.

Neste ponto, os aspectos qualitativos são visualizados em maior proporção, visto que a proposta desta pesquisa é analisar a opinião e o conhecimento empírico dos entrevistados sobre o mercado de moda masculina, bem como suas perspectivas para o futuro.

Quanto aos objetivos, têm-se uma pesquisa descritiva, que para Gil (2002) trata- se da descrição de características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis, o mesmo considera que as pesquisas descritivas habitualmente são realizadas por pesquisadores preocupados com a atuação prática.

Quantos aos procedimentos técnicos têm-se uma pesquisa de campo feita por meio da aplicação de um questionário com perguntas subjetivas realizado através da ferramenta “google docs”, disponibilizado aos respondentes pelo “whatsapp”, sendo a coleta de dados realizadas nas duas primeiras semanas do mês de junho de 2019.

O atacadista Parente Store atua no mercado da cidade de Sobral-CE e regiões vizinhas há mais de 2 anos com sua loja física no distrito de Jaibaras, revendendo roupas masculinas importadas e com uma rede de 6 vendedores fixos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho atingiu seu objetivo geral ao observar a visão empreendedora dos entrevistados, destacando a perspectiva de cautela quanto ao cenário macroeconômico, mesmo com a maior parte dos vendedores considerando o mercado de moda masculina como de fácil acesso.

Os entrevistados listaram como ponto forte desse mercado a grande variabilidade de produtos, bem como a baixa elasticidade do mesmo em relação as crises. Todavia, o fácil acesso a esse mercado traz consigo uma forte concorrência local, além disso, é um nicho que de mudanças rápidas e bruscas.

Os empreendedores também falaram sobre estratégias utilizadas para a atração de clientes, como o networking constante ou carisma, mostrando a necessidade de estar junto ao cliente mesmo quando não se está vendendo, assim como facilitar o pagamento através da aceitação de cartões de crédito.

Destacou-se que alguns comportamentos como a falta de vaidade masculina e o hábito de comprar roupas após longos períodos de tempo podem atrapalhar a continuidade dos negócios. Além disso, foi notório o desejado dos entrevistados em ampliar seus empreendimentos nos próximos anos.

Observou-se ainda que os empreendedores estão cientes da necessidade de melhora econômica no cenário nacional, e como a mesma poderia afetar positivamente seus negócios. Como também, percebeu-se a consciência de que o mercado local deve ficar mais competitivo, exigindo dos mesmos investimentos em inovação, a fim de se manterem atraentes no mercado.

Os empreendedores possuem uma perspectiva de expansão de negócio nos próximos cinco anos, com uma maior capacitação em vendas e gestão com base na melhoria econômica do país.

O trabalho teve como limitação a possibilidade de os entrevistados responderem de forma pouco clara ou distorcida, uma vez que os mesmos não têm o hábito de responderem questionários. Além disso, o mesmo traz base bibliográfica para futuras pesquisas sobre o mercado de roupa masculina local, podendo estabelecer comparativos históricos ou regionais.

Fonte: Administradores.com