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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 02 de março de 2021 às 10:51


Relatório divulgado pelo Itaú aponta crescimento dos ambientes digitais e esperança para o varejo físico.

O ano de 2021 será decisivo para definir quais serão os hábitos de consumo da população na próxima década. É isso que aponta o relatório Análise do Comportamento de Consumo 2020, divulgado nesta terça-feira (9) pelo Itaú. De acordo com os dados, a parada abrupta da economia (em meados de março de 2020) foi seguida de uma crescente migração para os ambientes digitais.

Em comparação anual, ao mesmo tempo que o valor movimentado em transações físicas caia 22,24% em abril (quando o isolamento social foi iniciado), as compras digitais cresceram 3,2%. Esse valor atingiu seu pico em junho, onde o crescimento foi de mais de 29%.

As informações foram coletadas com base nos dados de consumo dos usuários de cartões de crédito e débito do Itaú Unibanco e das vendas realizadas pela Rede, empresa de meios de pagamento do banco.


Um consumidor mais digital?

Mesmo com essa inversão de eixos, não é possível afirmar que os ambientes digitais estão estabelecendo dominância na preferência dos consumidores. Isso porque, conforme as regras de isolamento social foram se afrouxando a partir de agosto, o consumo no varejo físico foi reconquistando gradativamente seu espaço.

Seu ápice foi em outubro, quando a modalidade apresentou crescimento de 11,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, as transações digitais apresentaram uma tendência decrescente conforme a reabertura econômica foi acontecendo, passando para 24,4% em agosto e 18,6% em outubro.

Isso torna o ano de 2021 essencial para analisar qual será a tendência de consumo no período pós-pandemia. Somente após as campanhas de vacinação avançarem, aliviando a situação sanitária do país e reacendendo o varejo físico, será possível observar a tendência do consumidor sem vieses.

Mas uma coisa é certa: tudo aponta para uma importância crescente dos ambientes digitais.  Mesmo que o varejo físico volte a tomar força, a influência do e-commerce durante a pandemia não é algo que possa ser ignorado. A participação de mercado das compras online cresceu 15,7% em 2020 em relação a 2019, com cada vez mais negócios adotando o modelo. Com um público consumidor tão grande, as vantagens da adoção de um modelo híbrido de vendas são cada vez maiores.


Compras concentradas

A incerteza econômica é outro fator que impactou os hábitos de consumo do brasileiro. O consumidor passou a fazer compras maiores e mais parcelas ao mesmo tempo que reduziu a sua frequência de gastos. Aqueles que faziam seu mercado semanalmente, por exemplo, passaram a concentrar todas as compras do mês em apenas um dia.

Os parcelamentos maiores também mostraram ser a preferência em 2020. A quantidade de pagamentos divididos em mais de 10 faturas cresceram 12,8% em comparação com 2019. Essa tendência é fortemente influenciada pela pandemia, mas não é possível destacar a possibilidade desse tipo de comportamento perdurar enquanto a situação econômica do país continua frágil.

E tudo indica que é esse caminho que iremos percorrer em 2021. Segundo Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, boa parte da perda do PIB brasileiro durante o período de pandemia já foi recuperada. Entretanto, isso não significa que o Brasil vá encerrar o ano com saldo positivo. “É um copo meio cheio. Recuperamos boa parte da economia perdida com a crise, mas não passou disso. No momento, a economia não apresenta crescimento em comparação com o ano passado.”

O analista também prevê que o ano se encerre com uma inflação de até 4%, com a possibilidade de um pico de até 6% durante o período (o que talvez indique uma possível alteração na tava básica de juros para manter a meta fiscal). Para o consumidor, isso significaria a manutenção dessa postura mais conservadora? Apenas o tempo poderá nos dizer.


O novo comportamento


Quando se trata do perfil dos consumidores, a geração Y foi a que teve maior crescimento no gasto médio na comparação 2019 – 2020. Isso mostra que, apesar de grande parte dos estudos de marketing atualmente estarem voltados para a geração Z (jovens que estão chegando ao mercado e prometem ditar tendências), é preciso pensar em todos os consumidores de forma especial.

O relatório do Itaú também ressalta uma novo padrão de consumo. Com o chamado “efeito home office”, os gastos com transporte urbano registraram queda de 38,6% enquanto o valor gasto com itens para a casa teve alta de 29,8%.

Também influenciados pelo isolamento social, os hobbies mudaram. Houve queda nos gastos com lazer (-72%), bares e baladas (-33%) e restaurantes (-32,3%). Em contrapartida, o valor transacionado com streaming, livros, games e instrumentos musicais cresceu 40,4%. A venda de bicicletas cresceu mais de 50%, o que mostra uma tendência de busca por atividades ao ar livre. Mais uma vez, apenas o tempo será capaz de dizer se esse cenário irá se manter.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 02 de março de 2021 às 09:59


Além da tendência de planejamento, app aponta outras duas particularidades na jornada do consumidor no período de pandemia.

Um maior planejamento na compra está se mostrando como tendência nas datas comerciais, conforme aponta o Waze a partir de seus dados de navegação. O aplicativo viu uma volta às compras em lojas físicas marcada por antecipações, com seus dados de fluxo apontando para movimentações até 15 dias antes de datas comerciais.

O Waze – que trabalha com marcas em seu negócio de anúncios na plataforma – tem analisado dados e datas comerciais no intuito de entender como a jornada do consumo tem acontecido nos tempos de pandemia. Assim, o app espera oferecer percepções reverentes a medidas de segurança a varejistas.

Sobre a constatação de compras planejadas em vez de corre-corre de última hora, o Waze aponta que os dados mostram picos mais baixos, menos concentrados e mais extensos em relação aos anos anteriores.


Sazonalidade e omnicanalidade

Além da tendência de planejamento nas datas comerciais, o Waze aponta outras duas particularidades na jornada do consumidor no período de pandemia: a sazonalidade como fôlego ao varejo e a chegada da omnicanalidade.

Em relação à sazonalidade, o app viu a retomada nas navegações para lojas físicas acontecer de forma gradual, em grande parte por datas do segundo semestre, como Black Friday e Natal. De acordo com o Waze, que colocou janeiro de 2020 como mês base para esta análise, a navegação no app chegou a 105% durante a semana da Black Friday. Foi a primeira vez que o mês-base foi ultrapassado desde a pandemia. Mas não foi suficiente, já que o varejo físico registrou queda no faturamento de 25,5% em ralação a Black Friday de 2019. 

Já na semana do Natal, a navegação atingiu 118% na comparação com janeiro do ano passado.

Assim como as medidas de segurança, a omnicanalidade (interação e comunicação online e física das marcas) também chegou com força ao varejo. De acordo com o Waze, ainda que o e-commerce tenha crescido desde a pandemia, as lojas físicas permaneceram relevantes à jornada de consumo.

Para o app, a omnicanalidade se mostra uma tendência que levanta questões sobre como as marcas podem ajudar seus consumidores a irem às lojas físicas de forma mais segura e bem informada. Para isso, antes, é importante compreender as experiências digitais e presenciais como complementares – e não concorrentes entre si.

As opções híbridas de compra, lembra o Waze, promovem mais conveniência e comodidade aos consumidores – além da segurança no presente momento.


Drive-thru

Dados divulgados pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) recentemente apontaram que cerca de 95% dos centros comerciais de todo o Brasil voltaram já a funcionar em relação ao começo da pandemia, em março. Contudo, 50% deles devem manter o serviço drive-thru (ou retirada sem contato).

De acordo com dados do Waze, em novembro último, os shoppings já tinham recuperado 93% do fluxo de navegação em comparação com janeiro do ano passado, indicando uma normalização. O drive-thru, no entanto, tem se tornado estratégico para uma compra mais segura em pontos comerciais.

Heloisa Pinho, chefe da divisão de indústria do Waze, frisa que ao entender as mudanças de comportamento durante as sazonalidades no ano passado, é possível aos varejistas traçar estratégias que tragam mais segurança e conveniência. “Uma forma de ajudar os consumidores a planejar as compras, por exemplo, é anunciar ofertas que já estejam no trajeto desses consumidores para incentivar as compras de conveniência – e evitar que as pessoas saiam de casa para fazer essas compras. Além disso, a maioria das pessoas ainda depende das lojas físicas, por isso o modelo de “retirada sem contato na loja” virou um diferencial de mercado para muitos lojistas”.

Por fim, os dados do app também mostram que o movimento nas ruas no País vem ultrapassando os níveis de navegação do período anterior à pandemia, particularmente durante a semana e às vésperas de datas comerciais.

Com a pandemia ainda sem hora para acabar, o comércio varejista precisa ficar atento e preparado para amadurecer soluções seguras para novos modelos de consumo, enquanto as marcas precisam estar prontas para ganhar mais relevância entre os consumidores, alerta o Waze.

Fonte: Consumidor Moderno