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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 23 de agosto de 2022 às 14:11

Metaverso, conveniência, proximidade, autoatendimento, Internet das Coisas. Palavras como essas têm permeado o tema “futuro do varejo” nos últimos anos. Mas como elas devem, na prática, moldar esse futuro? Essa aplicabilidade foi analisada por Christian Rempel, gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis, em entrevista à Mercado&Consumo.

“Quando falamos de tendências, existem coisas muito práticas e outras que são ‘hype’. Mas o Brasil não está atrás quando se fala, por exemplo, em testar novas tecnologias”, destaca o executivo.

Proximidade
Uma das tendências mais fortes hoje no varejo é a proximidade, afirma Christian Rempel. Ele cita o exemplo da rede Oxxo, que se notabilizado pela expansão acelerada no Brasil, com um grande volume de inaugurações por mês. “São lojas de bairro, mais próximas do consumidor e menores, com um mix enxuto de produtos. Ela cobra mais e pode cobrar mais, porque o cliente está ali trocando facilidade por preço.”

O gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis destaca que o sucesso do modelo tem a ver com a mudança no comportamento do consumidor. “Vinte anos atrás, ele fazia compras grandes e super e hipermercados. Hoje, tanto na Europa quanto aqui, existe a maior recorrência, a frequência semanal.” Na prática, essa mudança se vê também no exemplo do Grupo Pão de Açúcar, que está fechando as lojas da marca Extra e as transformado em atacarejos Assaí.

Autoatendimento
Os totens de autoatendimento das lanchonetes de fast-food são outro exemplo prático de como o que até pouco tempo era uma aposta virou parte do cotidiano do cliente. Além do sucesso a implementação por parte de marcas como McDonald’s, Christian Rempel destaca o modelo da curitibana The Coffee.

“É um modelo baseado num espaço pequeno, com um ou dois funcionários, e produtos de altíssima qualidade. O preço é menor do que o de grandes marcas e proposta de marca está na implementação de tecnologia. O cliente tem um tablet para fazer o pedido, que pode ser customizado, ele insere seu nome, diz como vai pagar e é direcionado para a maquininha. A experiência é muito boa, a quantidade de cliques é mínima, é muito ‘user friendly‘”.


Conveniência
O gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis destaca também como a conveniência passou a ser importante para o consumidor, o que resultou no renascimento de redes como BR Mania e AmPm, que andavam quase esquecidas nos últimos anos. Esse cenário mudou completamente. A AmPm tem planos de chegar a 5 mil unidades em cinco anos. A BR Mania fez uma joint-venture com a Americanas.

“Nesse sentido, o modelo de mercado de condomínio é uma super sacada. Ele começou a ganhar espaço na pandemia, mas independe dela, e quem está dominando esse modelo são pequenos e médios varejistas, além de novos entrantes.”

Internet das Coisas
Uma tendência que tem conexão direta com a da conveniência é, de acordo com Christian Rempel, a da Internet das Coisas (ou IoT, na sigla em inglês). Ele cita o exemplo da Ame Go, da Americanas, uma loja autônoma que funciona sem funcionários ou caixa e que funciona totalmente à base de Inteligência Artificial.

“É a IoT no varejo físico. Esse conceito tem um apelo muito forte à jornada do consumidor, porque uma das principais dores da loja física é a fila. Nessa loja, todas as gôndolas têm balanças embarcadas, existem sensores no teto, câmeras de proximidade e pagamento por aproximação. Um dos desejos do varejista é ter controle do estoque em tempo real, e a loja autônoma permite uma  gestão muito mais controlada. A tecnologia conversa muito bem com o tema da conveniência.”

Metaverso
Para o gerente de Consultoria para Varejo da Logicalis, o metaverso é uma tendência forte, mas ainda restrita a alguns setores, como o de moda e de games. “No metaverso, a experiência tem de valer muito a pena. Senão, entro num e-commerce e faço mais a compra mais fácil. É preciso gerar valor no ambiente digital”.

Da mesma forma, a ida da indústria diretamente até o consumidor final (DTC, Directo to Consumer) não é para todo tipo de empresa, na análise de Christian Rempel. “É uma operação com ticket pequeno para uma complexidade muito alta. Não que o DTC não seja, para o varejo seja, uma grande oportunidade. Ele é. Mas, quanto todo mundo está fazendo, existe o impulso de que se deveria fazer também.”

Fonte: Mercado e Consumo
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 23 de agosto de 2022 às 14:00


Visando a renovação do ecossistema de negócios e a potencialização do relacionamento com seus clientes, a Grendene,  uma das maiores produtoras e exportadoras de calçados do Brasil, iniciou sua transformação digital investindo na inovação dos seus e-commerces. Anteriormente as lojas virtuais de todas as marcas eram hospedadas em uma plataforma de um fornecedor externo. Entretanto, como parte dessa transformação, a empresa optou por internalizar suas lojas online.

A Grendene trabalha com uma cadeia calçadista que inclui indústria, representante, balconista e cliente. Deste modo, quando se inicia um processo de transformação, os movimentos devem ser precisos, de forma que aumente as vendas diretas da empresa, mas sem diminuir a participação do franqueado. Por isso, a empresa criou o projeto Digital Commerce Grendene para atender tanto ao consumidor final com os estoques da empresa, como também servir como um marketplace para os lojistas. Assim, caso um cliente queira um produto que não tenha na fábrica, ele pode optar pelo varejista mais próximo à sua residência.

De acordo com Christian Seidl, gerente da Divisão de Digital de Commerce da Grendene, essa transição estava prevista para dezembro de 2020. No entanto, com a chegada da pandemia e a mudança brusca no consumo da população, o projeto foi acelerado. “Durante o mês de março do ano passado, com o comércio fechando as portas, um projeto que já era importante pela aproximação com o consumidor final, ganhou ainda mais aceleração. Montamos um novo calendário, com prazo de 10 meses e primeira loja em 14 de agosto, priorizando operações B2C do Brasil, inclusive Melissa com omnichannel, assim como seu e-commerce internacional, e plataformas B2B para atender todos os nossos clientes”, explicou.

Além de colher informações para oferecer um atendimento personalizado ao cliente, o Oracle Commerce Cloud está possibilitando unir em um único local os dois Centros de Distrubuição na região Nordeste e as lojas franqueadas de todo o país. Desta forma, caso o consumidor compre cinco produtos e tenha apenas três destes no estoque, os outros dois podem sair de uma dessas lojas, que enviam a compra para qualquer lugar do Brasil. Esse novo formato vem impactando toda a cadeia calçadista e já dá ótimos resultados. Todas as marcas tiveram crescimento acima de 240% no ano passado, com algumas batendo até 500% no período de Black Friday. Outro exemplo recente, foi a marca Rider que cresceu 10 vezes sua receita online no primeiro trimestre de 2021 comparado com o ano anterior.

“Com a plataforma em casa, conseguimos visualizar melhor o que o consumidor está procurando. Por exemplo, identificamos dados importantes sobre a performance dos produtos em diferentes regiões e audiência. Isso permite insights valorosos, que agregam tanto para o desenvolvimento de produto, assim como para orientar nossos clientes varejistas com dados de demanda”, explica Christian.

Outro ponto importante é a logística para entrega dos produtos. Devido à distância, as regiões Norte e Nordeste do país acabam sempre prejudicadas quando o assunto é compra pela internet, seja no alto valor do frete ou na demora da entrega. Mas a Grendene vem mudando esse cenário. Além do frete baixo ou até gratuito, dependendo da localidade, a entrega da compra também ficou mais ágil com o novo modelo. De acordo com Christian, muitas regiões chegam a receber os produtos apenas dois dias após a compra. Isso é algo inédito e um feito do qual a Grendene se orgulha.

Com foco na internacionalização da marca Melissa, a Grendene também aderiu ao ERP Netsuíte da Oracle previsto para entrar em operação no início de junho. Presente no varejo americano até então com uma Galeria Melissa em Nova York, a marca recentemente abriu uma operação de Clube Melissa em Los Angeles e deve abrir outras 9 lojas em diferentes regiões dos EUA e também as primeiras na China. “Estamos investindo fortemente na presença da marca Melissa no exterior. Aqui no Brasil, a marca já tem 40 anos e continua sendo um sucesso. Queremos replicar esse case para além das fronteiras e levar algo diferente do que as pessoas de lá estão acostumadas, e a tecnologia é uma ferramenta essencial nesse processo”, conta Raquel Scherer, Gerente da Melissa.

Guilherme Cavalcanti, diretor de Oracle Commerce da Oracle Brasil, afirma que a solução adotada funciona muito bem para grandes empresas, pois em um território extenso como o Brasil, muitas vezes é difícil conseguir alcançar todos os varejistas e saber o desejo do cliente de cada região.

“O Oracle Cloud Commerce proporciona mais que uma área de vendas. Com o OCC, a Grendene tem também uma máquina de dados. Os relatórios diários, semanais e mensais possibilitam visualizar em qual região está sendo mais vendida cada marca e podem ser visto quais produtos, tamanhos e cores foram mais pesquisados. Assim, é possível direcionar tanto a área interna como toda a cadeia de vendas para que ambos tomem as melhores decisões”.

Esse processo de transformação inclui outro parceiro fundamental: a Compasso UOL que é responsável por toda a execução do projeto. Alisson Aguiar, diretor de CX da Compasso UOL, conta que é uma honra fazer parte de uma mudança tão relevante para a maior indústria de calçados do país. “Somos o maior parceiro da Oracle com o OCC e já realizamos centenas de implementações com a solução.  Fazer parte de uma transição que impactará positivamente tanto os consumidores finais, como os mais de 16 mil varejistas em todo o Brasil é um grande desafio, mas também uma grande satisfação”.

A inovação está no DNA da Grendene que, ainda na década de 70 quando a moda ainda era as plataformas de madeira ou cortiça, a empresa investiu no plástico e lançou sua primeira sandália, a rasteira modelo aranha, que em pouco tempo virou um hit nos pés das brasileiras e, mesmo tanto depois, ainda continua atual e conquistando novas gerações. A companhia criou desejo, lançou moda e ousou em um mercado que até então tinha medo de inovar. São cinco décadas de transformações para oferecer o que há de melhor para o consumidor final, e os e-commerces próprios são mais um passo em direção a esse objetivo.

Fonte: Redação Oracle