Notícias


Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 15 de março de 2022 às 11:02


Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, em fevereiro, foram embarcados 13,58 milhões de pares, que geraram US$ 108 milhões, altas tanto em volume (+36,2%) quanto em receita (+75,5%) em relação ao mesmo mês do ano passado. Com o resultado, no bimestre, o setor calçadista acumula a exportação de 27,57 milhões de pares por US$ 209,23 milhões, incrementos em volume (+40%) e em dólares (+70,8%).

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o resultado do bimestre é o melhor desde 2011. “O ano de 2022 é de recuperação das receitas geradas com os embarques, com recomposição do preço médio em todos os segmentos. A demanda internacional está aquecida e existe uma tendência, em especial do mercado norte-americano, de migrar suas importações de calçados da China para o Brasil, tanto em função da guerra comercial entre os dois gigantes quanto pelo encarecimento dos fretes da Ásia e a necessidade de pulverizar os fornecedores em função das incertezas globais”, avalia o executivo, ressaltando que o número também mostra importante recuperação ante a pré-pandemia, em 2019. Em receita gerada, o Brasil exportou 14,8% mais do que no mesmo período daquele ano.


Destinos

Principal destino do calçado brasileiro no exterior ao longo do primeiro bimestre, os Estados Unidos importaram, no período, 4 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 60,58 milhões, resultados superiores tanto em volume (+97,8%) quanto em receita (+130,2%) ante o mesmo ínterim de 2021. Segundo Ferreira, quase um terço das receitas com embarques foram provenientes dos Estados Unidos, o melhor resultado em 16 anos.

O segundo principal destino do calçado brasileiro no bimestre foi a Argentina, para onde foram embarcados 1,66 milhão por US$ 18,1 milhões, altas de 39,2% e 78,2%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.

A França foi o terceiro destino do calçado brasileiro no primeiro bimestre. Nos dois meses, os franceses importaram 2,28 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 14,14 milhões, incrementos de 67,6% e de 28,5%, respectivamente, em relação ao intervalo correspondente de 2021.


Estados

No bimestre, o principal exportador de calçados foi o Rio Grande do Sul. Respondendo por 43,5% do total gerado com os embarques no período, o Estado enviou 6,93 milhões de pares ao exterior, o que gerou uma receita de US$ 91 milhões. Os números são maiores tanto em volume (+60,7%) quanto em dólares (+76%) em relação ao mesmo período do ano passado.

O segundo estado exportador de calçados do bimestre foi o Ceará, de onde partiram 10,46 milhões de pares por US$ 58,9 milhões, incrementos de 30% em volume e de 56,8% em receita na relação com o período correspondente de 2021.O terceiro exportador dos primeiros dois meses do ano foi São Paulo. Das fábricas paulistas foram embarcados 1,28 milhão de pares, que geraram US$ 18 milhões. Os resultados são superiores em volume (+11,4%) e em receita (+45,3%) em comparação com o mesmo ínterim do ano passado.

Respondendo pela quarta principal origem das exportações de calçados, a Paraíba embarcou 4,4 milhões de pares nos últimos dois meses, o que gerou US$ 13,83 milhões. Os registros são positivos tanto em volume (+15%) quanto em receita (+60,3%) ante o mesmo intervalo de 2021.


Importações seguem em alta

Assim como as exportações, as importações de calçados registraram incremento no primeiro bimestre do ano. No período, entraram no Brasil 5,1 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 52,42 milhões, altas de 28,5% em volume e de 22% em receita na relação com o mesmo período do ano passado. As principais origens foram os países asiáticos: Vietnã (1,17 milhão de pares e US$ 22,5 milhões, quedas de 1,3% e de 3,5% ante igual período do ano passado), Indonésia (475 mil pares e US$ 9,5 milhões, altas de 48,8% e de 80,2%) e China (2,6 milhões de pares e US$ 9,44 milhões, altas de 18,6% e de 32%).

Em partes - cabedais, solas, saltos, palmilhas etc - as importações do bimestre somaram US$ 3,38 milhões, 3,6% menos do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.

Fonte: Abicalçados
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 15 de março de 2022 às 10:57


Carnê digital, sortimento de produtos e outras vantagens; o poder dos marketplaces não dá sinais de cansaço, mas, enfrenta desafios também.

Melhores e maiores ofertas você certamente encontrará em um marketplace. No mundo do comercio eletrônico, o marketplace leva grande vantagem na maioria dos casos pelo seu poder de investimento. Vantagem que, atualmente, acirra a concorrência com outros players deste modelo de negócio.

Veja o exemplo recente das Casas Bahia. A marca começou a oferecer o carnê digital para compras de produtos em marketplaces. A novidade passa a ser comercializada por mais de 170 lojas parceiras com mais de 500 mil produtos em diversas categorias.

O carnê digital dá ao cliente poder de parcelar suas compras em até 24 vezes, sem a necessidade de cartão de crédito, basta apenas ter o crediário aprovado na Casas Bahia. O processo de controle e acompanhamento do carnê digital pode ser feito de modo 100% online, pelo site e aplicativo da rede. Uma alternativa às formas mais comuns praticadas pelo e-commerce (compra com cartão de crédito, boleto e pix).


Compre agora, pague depois

A Casas Bahia então aposta no chamado BNPL (“Buy Now, Pay Later” ou compre agora e pague depois). Com uma base sólida de clientes do sistema de crediário tradicional praticado há décadas pela rede, a novidade do carnê digital atualiza esse modelo por meio de alta tecnologia.

Isso porque a Via, dona da marca, tem feito investimentos robustos no marketplace. Como resultado, saiu de uma carteira de 10 mil sellers para 110 mil no ano passado e um sortimento de mais de 34 milhões de produtos. Em janeiro, a empresa também adquiriu a logtech CNT com a qual começou a implantar os serviços de fulfillment, além de entrar no segmento de fullcommerce e, com isso, avança em seu plano de disputar a liderança do segmento de marketplace no Brasil.


Tendência

Os motivos são diversos para varejistas apostarem no marketplace. Um deles é que os brasileiros preferem marketplaces ao invés do comércio eletrônico tradicional. Além do maior número de avaliações de outros usuários, a pesquisa, a comparação de preços e as ofertas são os principais atrativos para os consumidores.

Um estudo global realizado pela Mirakl, plataforma SaaS de marketplace corporativo, revelou que nove a cada 10 entrevistados brasileiros preferem e-commerces que tenham marketplaces. Um grande reflexo de um mercado gigante no Brasil. Veja o exemplo de outro poderoso player do marketplace, a Magazine Luiza, que somente no terceiro trimestre de 2021, conquistou um lucro de R$ 22,6 milhões, com compras no e-commerce.

A Riachuelo, por sua vez, trouxe para seu marketplace vinhos, brinquedos e itens para pets. Cerca de 100 novas marcas que vão de Ri Happy a Cobasi, TodoVino e Levi´s, além de categorias com opções de compra em eletrônicos e eletrodomésticos, paisagismo etc. Apostando alto na diversidade de produtos para seu ambiente digital.


Nadando com tubarões

Se por um lado vemos crescer o oligopólio em marketplaces, existe hoje diversos exemplos de e-commerces em segmentos muito específicos que seguem vivos. Com qualidade, personalização e ofertas que vão além de sortimento e preço, essas marcas apostam na relação direta com seus clientes e suas necessidades específicas. Colhendo resultados, o maior desafio para este grupo é ter condições de obter maior penetração e construir um bom relacionamento com sua audiência.

Exemplos como a Vibbra! (Florianópolis – SC), que conecta empresas com profissionais de TI para facilitar a contratação de suporte técnico é um deles e a Reduza (Campo Grande – MS), que criou uma plataforma especializada em cupons de desconto e comparação de preços (tremenda sinergia com os anseios dos consumidores online), denotam expertise na corrida contra o poder dos marketplaces. Setores de logística e em serviços de TI estão vivenciando esse interesse do consumidor online à margem de marketplaces.


Conflitos na terra de gigantes

No entanto, a competitividade também faz parte de gigantes do marketplace. A pedra no sapato dos grandes markteplaces brasileiros é justamente outros marketplaces. Grupos estrangeiros, como AliExpress (China), a Shopee, (Singapura), a Wish e Shein (EUA), Mercado Livre (Argentina) e até OLX Brasil (50% sul-africana) são competitivos por aqui.

As brasileiras também comercializam produtos importados de lojistas internacionais, até aí tudo bem. Mas o argumento das brasileiras em relação às estrangeiras é a comercialização de produtos falsificados e sonegação de impostos. Em reportagem recente da Valor Econômico, as empresas estrangeiras alegam que o problema não é tributário ou pirataria, como reclamam as brasileiras, mas comercial. Um representante do mercado de um site chinês explicou que as brasileiras estão atacando as estrangeiras porque estão perdendo venda e não conseguem ser competitivas o bastante.

Disputas de gigantes à parte, o que temos é um momento de forte onda digital que evidencia as oportunidades e concorrência no âmbito do comércio eletrônico. No meio desse fogo cruzado, está um consumidor atento não só aos preços, mas à postura das marcas e, claro, a qualidade de seus serviços e produtos. Tudo dependerá de sinergia entre bons negócios, transparência, qualidade e fôlego para atender uma audiência mais exigente a cada dia.

Fonte: Novarejo