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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 06 de abril de 2021 às 10:43


Quando realizada da maneira correta, a colaboração em equipe é uma força propulsora para alinhar um grupo de pessoas e atingir um objetivo comum, da maneira mais eficiente possível. No entanto, até as melhores colaborações, repletas de membros de equipe inteligentes, capazes e experientes podem sofrer. Realizados de forma errada, os projetos colaborativos podem soar como uma perda de tempo onde as pessoas passam mais tempo falando sobre como fazer as coisas do que, de fato,  executando-as.

Nos dias atuais, durante a pandemia, a colaboração está particularmente mais difícil. A colaboração orgânica é quase impossível quando o trabalho é remoto. Obter informações sobre os projetos mais recentes e novos experimentos interessantes – ou saber se um projeto está passando por dificuldades – podem facilmente ser conversados nos bate-papos de corredor, mas essas oportunidades não irão acontecer em ambiente remoto a não ser que seja proposital.  Além disso, a colaboração não é eficaz quando você vagamente e esporadicamente envia mensagens de textos com iniciativas, mas não dispõe de uma abordagem estruturada para responder a questões importantes, alinhar os membros da equipe e norteá-los para o objetivo. Para que a colaboração de equipe funcione no modo remoto, você e seus colegas precisam ser claros e estratégicos em como irão colaborar.

A logística da colaboração não é o único obstáculo que membros da equipe enfrentam. O tempo também é importante. Muitas pessoas estão com trabalho extra por conta das complexidades da Covid-19 e da interrupção nas contratações, e as agendas estão mais heterogêneas do que nunca, conciliando o home office e a educação dos filhos com aulas a partir de casa. Como unir os membros da equipe e fazê-los dedicar tempo e atenção ao seu projeto?

Como coach em gestão do tempo, sei que, para ser mais eficiente no trabalho, é preciso ter um objetivo e dedicar a ele cada minuto precioso. Veja como colaborar com a equipe de maneira correta, mesmo que você esteja enfrentando desafios relacionados à pandemia e ao trabalho remoto.


Faça reuniões com frequência

Caso você precise discutir, estabelecer uma visão, acertar as funções, concordar com as metas ou promover outras discussões criativas e estratégicas, uma reunião provavelmente será a maneira mais eficaz de realizar essas tarefas. Pode ser tentador acrescentar uma reunião recorrente à agenda, mas quando puder, tente encaixá-la em reuniões já marcadas para não acrescentar mais coisas no dia das pessoas já com a agenda cheia. Por exemplo, é possível decidir que, uma vez por mês, a reunião de sua equipe adote um foco mais estratégico e não, prático. Prepare a pauta com antecedência e designe alguém para ajudar na reunião a fim de manter o grupo trabalhando e conduzir a tomada decisão. Peça, também, para alguém tomar notas e encaminhe para os stakeholders, assim você não precisa desperdiçar um tempo valioso em outra reunião futura acerca do mesmo assunto .


Compartilhe documentos

Se você precisar de feedback sobre o material, e não há problemas se a comunicação ocorrer de forma assíncrona, compartilhe o documento. É possível fazer isso pelo Google Docs, Teams, Slack ou qualquer outro serviço de compartilhamento de arquivos aprovado pela sua organização.

Ao usar esse método, não se esqueça de estabelecer um prazo para a revisão, habilitar o controle de alterações e ser claro com relação a exatamente o que você precisa dos revisores do documento. É preciso que tudo seja autoexplicativo; dessa forma, se o seu colega analisar o documento depois de colocar os filhos na cama à noite (e não puder conversar com um colega da equipe naquele momento), ele não precisará de nenhum esclarecimento.


Trabalhe “lado a lado”

Se você já retornou ao escritório – ou nunca saiu dele – o trabalho lado a lado pode acontecer de forma natural. No entanto, para alguns dos meus clientes de coaching que trabalham remotamente, identifiquei uma tendência para o trabalho “virtual lado a lado”. Isto significa, em uma videochamada, trabalhar  junto com seu colega num projeto específico compartilhado. Dessa forma, você pode parar e fazer uma pergunta ou pedir opinião sempre que não conseguir ir adiante. Uma vez que a pessoa já está “lá” trabalhando em algo parecido, a colaboração pode evoluir suavemente. Essa estratégia também é eficaz caso você se descubra evitando realizar alguma tarefa difícil no trabalho. A pressão positiva do colega, alguém que está fisicamente presente com você, e espera que você realize uma determinada tarefa naquele espaço de tempo, pode ser um bom incentivo para ajudá-lo a superar a negação da proximidade.


Envie mensagens

Embora as ferramentas de chat colaborativas como o Slack, Teams e Flock, sejam extremamente populares e, em geral, vistas como o “segredo” para a colaboração de equipe, lembre-se de que elas estão trabalhando por você, e não você, para elas. Estabeleça a frequência e a duração do seu engajamento com os canais apropriados. Para alguns de meus clientes de coaching, essa duração é de somente dez minutos por dia, para passar os olhos sobre as mensagens mais importantes. Para outros, é como verificar mensagens várias vezes ao dia, ou deixar o programa de mensagens sempre ativo, exceto quando precisam estar extremamente concentrados. E caso você ache que não consegue solucionar um problema através do chat, troque a conversa por uma ligação telefônica. Assim, você tem mais controle sobre o seu tempo, e a equipe toda saberá melhor quando receberá notícias suas.

A ideia por detrás da colaboração de equipe não é tornar você sempre disponível, mas sim, ter a certeza de que você e sua equipe estão alinhados nas metas e em andamento para atingi-las. Se você colabora com intencionalidade e foco, é possível colaborar de longe, mesmo quando  tem um grande volume de trabalho a fazer.

Fonte: Harvard Business Review
Tecnologia & Inovação Postado em segunda-feira, 29 de março de 2021 às 17:10
Como inovar no mercado de consumer goods? O mercado de consumer goods (bens de consumo) sempre teve um modelo vencedor: crescimento em massa com os varejistas. Segundo a Mckinsey, de 1994 a 2009, as grandes empresas tiveram um crescimento médio de 10,8%.

Mas, a partir de 2010, essa porcentagem baixou para 3,2% com a entrada de novos personagens: startups e scale-ups, digitalmente nativas, que oferecem produtos para o consumidor final usando tecnologia para eficiência operacional e dados para aprimorar a experiência do cliente. 

Esse novo cenário, acelerado ainda mais pelos acontecimentos de 2020, traz desafios nunca vividos para as empresas do setor – estejam elas há muito ou pouco tempo no mercado.

Diante disso, a inovação aberta é uma boa saída, já que ajuda tanto scale-ups quanto corporações a se adaptarem às novas tendências do setor.

De um lado, scale-ups têm sua velocidade de crescimento significativamente acelerada pelo apoio das corporações que atuam como clientes, parceiros ou investidores. Do outro, a inovação aberta pode ajudar corporações a encontrarem novas maneiras de resolver problemas urgentes e, ao mesmo tempo, construir uma reputação positiva entre seus stakeholders. 

A combinação desses dois players pode gerar resultados inéditos para cada lado, para o próprio ecossistema e para o país. 
Confira as principais tendências para o mercado de consumer goods e a visão do GPA sobre a importância de fazer inovação aberta com scale-ups. 


Tendências globais

Na última década, passamos a viver uma tendência futura: o surgimento das Digitally Native Vertical Brands – DNVB (marcas nativas digitais) causou uma disrupção no setor tradicional de bens de consumo ao encurtar a cadeia do varejo, melhorar a eficiência de produção e criar uma obsessão por oferecer a melhor experiência possível ao cliente.

De acordo com Andy Dunn, o que caracteriza essas empresas:
* Seu principal meio de relação com os consumidores são os canais digitais. Porém, ela pode se estender para o offline para criar pontos de experiência com os consumidores. 
* A maior preocupação é com a experiência e encantamento do cliente. 
* O principal ativo da empresa é a marca, não o canal de venda. 
* As margens ficam todas para as empresas.

Em resumo, as marcas digitalmente nativas vendem principalmente pela Internet e  controlam sua cadeia de suprimentos de ponta a ponta. Quando se trata de transformação digital, elas têm muito a ensinar.

Integração entre canais e vendas digitais
O core das DNVB agora vira tendência para todas as empresas, que passam a disseminar seus produtos e serviços através do omnichannel e D2C (direto para o consumidor). 
Um exemplo é o uso de tecnologia nas rotas permeado pelo contato com o cliente. A Box Delivery, acelerada no Scale-up Endeavor Smart Cities, une expertise em tecnologia com serviços de logística no modelo last mile, com foco em serviços alimentícios. 

Proximidade com o consumidor
Cada vez mais é preciso ter atenção ao modelo operacional para se destacar na proximidade com o consumidor e produtividade. Exemplos são as caixas de assinatura de vinhos, livros e produtos de beleza. 
A experiência, baseada na união da experiência digital, produto físico e atendimento ao cliente, constrói a marca na imaginação do consumidor.


Eficiência na aquisição
Uso de dados para embasar decisões de marketing e, também, de expansão de produtos. 


Alimentos plant-based 

Especialmente para o setor de Alimentos e Bebidas, o consumo de alimentos está direcionado para a redução da ingestão de carne e alimentos provenientes de animais.
A Notco, empresa chilena da rede Endeavor, produz alimentos a partir de plantas com sabor parecido ao alimento original.


O CENÁRIO BRASILEIRO

Os hábitos de consumo do brasileiro estão passando por uma grande mudança desde o ano passado, como mostra um relatório feito pela Kantar sobre o tema. As marcas locais cresceram na preferência do consumidor e passaram a ser compradas com maior frequência. 

As marcas nacionais ganharam ainda mais força nos lares brasileiros, com 84% na cesta básica, 78% em lácteos e 75% em produtos de higiene doméstica.

Aqui na Endeavor, nós temos grandes referências em DVNB, empresas que estão revolucionando alguns setores tradicionais como Beleza, Alimentos, CPGs e Moda.


A visão do GPA
O GPA, o maior grupo de varejo alimentar da América do Sul, entrou para a nossa rede, em 2020, para uma parceria transversal. A corporação patrocinou 3 programas de aceleração para gerar mais e melhores negócios com scale-ups de diferentes segmentos. Além disso, também participou do Corporate Hub, nossa comunidade de formação de líderes de inovação. 
Depois desse ano de conexões e negócios com scale-up, e de se tornar patrocinador Gold do Scale-up Endeavor Consumer Goods, conversamos com Monique Cavaletti, head de inovação no GPA, para entender os principais aprendizados da inovação aberta e qual a visão de futuro da companhia.

O GPA teve um ano de muitos resultados nessa parceria com a Endeavor. Como as conexões e negócios gerados com scale-ups potencializaram a estratégia de inovação aberta do grupo?


MC: “Aqui no GPA Labs trabalhamos em duas principais vertentes: cultura de inovação e projetos de inovação com startups e scale-ups. Sempre buscamos nos conectar aos ecossistemas de startups e scale-ups e de empreendedorismo para potencializar as duas vertentes. A maior parte das conexões que fazemos buscam otimizar processos e trazer mais tecnologia para as nossas áreas de gestão (back-office) ou trazer benefícios diretos na jornada do nosso cliente final nos nossos canais de venda (físico ou online). Ao buscarmos parceiros que nos ajudem a desenvolver projetos nessas frentes, potencializamos nossa estratégia de inovação aberta e, consequentemente, mudamos a mentalidade e a cultura das áreas de negócio que se relacionam com esses empreendedores.”

Quais os principais resultados desses negócios realizados?
MC: “No ano passado, realizamos aproximadamente 50 projetos com startups e scale-ups, que geraram ganho de produtividade nas áreas de gestão. Temos um banco de dados de mais de 1.000 startups e scale-ups mapeadas, e um programa de embaixadores de inovação que hoje conta com mais de 100 colaboradores participando. Vemos no dia-a-dia um aumento de procura das áreas de negócio por soluções de startups e scale-ups e podemos perceber como isso se reflete na mudança cultural e cada vez mais digital do GPA.”

O que vocês aprenderam realizando inovação aberta com as scale-ups? 
MC: “Sempre aprendemos bastante sobre ritmo, prioridades e fit do produto com as nossas necessidades. Além disso, fica claro que o tempo de desenvolver soluções e acompanhar as movimentações do mercado com equipes internas é muito maior e mais caro do que buscar soluções do ecossistema. Com inovação aberta é possível ganhar tempo, velocidade e impactar diversos setores da empresa ao mesmo tempo. Entendemos que esse tipo de empresa precisa de situações favoráveis para simplificar processos de compras, contratação, homologação e pagamento e, por isso, desenvolvemos uma esteira de contratação rápida para scale-ups, que chamamos de Fast Track.  Mas além disso, a inovação aberta também permite trazer para dentro da organização diversidade de pensamento, gerações e tecnologias, fazendo com que, culturalmente, todo o processo de transformação digital se dê de forma mais orgânica, simples e transversal, já que atuar com inovação aberta não se restringe ao core business.”

Este ano, vocês estão patrocinando o Programa Scale-up Endeavor Consumer Goods. O que esperam ao se conectar com scale-ups desse setor?
MC: “Esperamos conhecer soluções que impactem positivamente nas opções de compra do nosso cliente multicanal. Buscamos soluções prioritariamente que correspondam ao nosso core business alimentar, mas estamos evoluindo em uma estratégia não-alimentar também com nossos marketplaces que funcionam como one-stop-shop do nosso cliente digital. Esperamos conhecer empreendedores e empreendedoras que estão impactando o setor de bens de consumo e que tenham interesse em se plugar ao nosso ecossistema GPA.”

Como vocês avaliam o setor de consumer goods no Brasil hoje?
MC: “O GPA tem trabalhado para atender os clientes nos seus mais variados momentos de compra, seja nas lojas físicas, seja de forma digital por meio dos nossos aplicativos e e-commerces, onde podemos entregar ou simplesmente deixar a compra prontinha para ser retirada em loja, modalidade muito útil para quem não tem alguém em casa para receber as compras. Cada vez mais, os consumidores buscam soluções em diversos formatos e vimos uma aceleração exponencial do e-commerce durante a pandemia. A busca pelo online veio para ficar, trazendo comodidade e praticidade, complementando a experiência em loja física que oferece aspectos únicos como o lado sensorial e social de, por exemplo, tomar um café e um lanche. No nosso caso, percebemos que os clientes multicanais, que mesclam suas compras tanto no ambiente físico quanto de maneira online, têm um gasto médio quase três vezes maior do que aqueles que concentram as compras nas lojas físicas. No quarto trimestre de 2020, observamos que a quantidade de clientes multicanais nas bandeiras Extra e Pão de Açúcar dobrou na comparação com o mesmo período do ano anterior, apontando um crescimento para esse tipo de comportamento de consumo nas nossas marcas. Ou seja, o consumidor e os varejistas estão cada vez mais “phygital”, buscando personalização e, com isso, os dados de consumo e comportamento de quem compra nas lojas, sites e aplicativos se tornam ativos estratégicos, que permitem aprimorar a jornada recorrente dos consumidores e oferecer uma experiência de compra única.”

E qual a visão de futuro do GPA para o setor?
MC: “O GPA está onde o cliente estiver. O varejo acontece em tempo real e o GPA conta com uma base de 20 anos em programas de fidelidade (Pão de Açúcar Mais e Clube Extra), com mais de 21 milhões de clientes cadastrados, o que nos permite conhecer com profundidade os seus hábitos convergindo nossos esforços para aquilo que é valorizado e percebido por eles. A longo prazo, acreditamos que as compras on-line de alimentos passarão a fazer ainda mais parte do dia a dia das pessoas, até porque elas perceberam que é possível fazer uma compra de supermercado sem sair de casa e com a variedade e qualidade de produtos que encontra em nossas lojas. Além disso, prevemos também que a inclusão de itens perecíveis seja cada vez mais comum na cesta de compras virtual – algo que não era tão comum antes da pandemia. Temas como saudabilidade e sustentabilidade da cadeia como um todo também devem permear as principais iniciativas do setor para os próximos anos.

A pandemia intensificou o processo de transformação digital das companhias como um todo – e com o varejo alimentar não seria diferente. O fato da inovação já estar integrada à nossa cultura organizacional, e também em sermos líderes e pioneiros no e-commerce alimentar com uma jornada de transformação já em andamento, foi um grande diferencial competitivo e tem contribuído muito para nos adaptarmos rapidamente ao atual cenário e garantirmos o abastecimento, a excelência operacional e uma boa jornada de compra para todos os nossos clientes.”

Como vocês acham que a inovação aberta pode impactar a nova economia brasileira?
MC: “Nos próximos anos, a inovação aberta será uma excelente opção para diversas empresas que buscam oferecer produtos e serviços novos para seus clientes, sem necessariamente desenvolvê-los internamente. Os modelos de trabalho também estão mais ágeis, descentralizados e desburocratizados. Quando o acesso a novos mercados fica mais fácil para o cliente, a concorrência aumenta e ações e mudanças de curso têm que ser tomadas rapidamente. A união com parceiros do ecossistema é uma maneira rápida, eficiente e assertiva de construir e co-criar novas soluções com inovação e tecnologia. Do lado das startups, vemos que há um aumento cada vez mais significativo no investimento recebido por fundos de venture capital e por corporate venture capital ao longo dos últimos anos. A estratégia de inovação, além disso, traz diferencial competitivo para grandes empresas que se unem a startups, impactando positivamente na economia.”


COMO VENCER NESSE SETOR?

De acordo com a Mckinsey, existem algumas habilidades para se desenvolver para se preparar nesse novo cenário de consumer goods – ainda mais acelerado.
* Gerenciamento preciso do crescimento da receita;
* Organização mais ajustada, plana e rápida;
* Revisão de tecnologia;
* Inovação e design de portfólio conduzidos por ocasião e propósito;
* Gerenciamento de marketplace;
* Sprints ágeis para acelerar a inovação; 
* Automação de back-office;
* Marketing baseado em dados;
* Negócios omnicanal e direto ao consumidor;
* Orçamento ágil e alocação de recursos;
* Fusões e aquisições programáticas para pequenas marcas;
* Rota digital para o mercado e contato com o cliente;
* Cadeia de abastecimento inteligente;
* Modelos de sucesso de construção de marca local;
* Desinvestimento em marcas de baixo crescimento.

Quando se trata de consumer goods baseado em marcas nativas digitais, o Brasil ainda está nos primórdios desse mercado. Isso representa uma oportunidade para empreendedores e empreendedoras que visam construir empresas com excelência operacional e relacionamento sustentável com o cliente.

Ao unimos as forças das scale-ups com as corporações, o resultado será a criação dos novos motores da nova economia.

Fonte: Endeavor