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Varejo & Franquias Postado em segunda-feira, 29 de março de 2021 às 17:04


Live commerce, nanofranquia e sistema take away são algumas das formas de novos modelos de franquia para enfrentar a crise

A pandemia está deixando alguns modelos de franquia em risco, como no caso daqueles que focam em ambientes como os shopping centers. Por isso, para driblar a crise econômica e os efeitos das restrições de mobilidade impostas pela Covid-19, as marcas estão repensando suas ofertas.

A entidade oficial do setor de franquias nacional, a ABF – Associação Brasileira de Franchising -, revela em seu último relatório sobre o desempenho do franchising que 9% das unidades franqueadas foram fechadas em 2020, ocasionando uma redução de 7% nos postos de trabalho em comparação com 2019. E o faturamento de 2020 retornou a um patamar próximo de 4 anos atrás, na casa dos 167 bilhões de reais por ano.

Apesar de todo o cenário de incertezas, principalmente devido à segunda onda da pandemia, que chegou com mais força e impondo medidas mais restritivas, a vacinação da população projeta melhores resultados em 2021, ainda de acordo com o relatório, com expectativas de crescimento em faturamento, unidades e empregos. Contudo, essa recuperação deve levar cerca de dois anos para retomar aos níveis pré-pandemia.


Novos modelos de franquia

Enquanto o chamado “novo normal” não se estabelece, as marcas inovam ao apostar em modelos diferentes aos que eram comumente empregados, como as lojas em shopping.

A Bubble Mix Tea, uma rede de franquias de bebida taiwanesa, por exemplo, desenvolveu novos tipos de franquias. Os três sócios da marca se viram em uma situação delicada, já que as franquias da rede estavam dentro de shoppings e galerias, que foram fechadas durante a quarentena. Com o faturamento em queda, eles resolveram criar dois novos modelos de franquia: o To Go e o Express.

O To Go é uma microfranquia com um modelo compacto, que geralmente é operado por uma ou duas pessoas, e foi pensada para ser instalada na rua, com o sistema Take Away (ou seja, alimentos produzidos rapidamente e que não são consumidos no restaurante).

Já o Express é uma nanofranquia, idealizada para ser uma operação reduzida da Bubble Mix Tea dentro de um estabelecimento já existente.

“Muitos negócios que sofreram com a pandemia estão buscando se reinventar, otimizar o portfólio e ter novos produtos, para melhorar a rentabilidade. Nesses casos, a nossa bebida é uma ótima opção, por ser um produto diferenciado, em um mercado em ascensão”, explica o sócio da rede, Rodrigo Balotin.

Antes de começar a pandemia a empresa contava com 25 franquias, mas com a quarentena, esse número chegou a 23. Com a inserção dos dois novos modelos, a marca conseguiu fechar 2020 com 28 unidades e está em plena expansão. Atualmente a rede conta com 31 lojas abertas e tem previsão de abrir mais 20 até o meio do ano.

Além dos novos modelos, outra questão que ajudou a empresa a passar pela crise foi o e-commerce (bubblemixshop.com.br), que atualmente representa 5% do faturamento da rede e, também, é uma vitrine, para que mais pessoas conheçam e se interessem pela marca.

A Gran Cru é outra marca que apostou na transformação em seu modelo de franquia. A importadora de vinhos, com mais de 70 lojas entre unidades próprias e franquias, anunciou em agosto do ano passado o lançamento da Gran Cru ao Vivo, uma loja virtual com atendimento físico.

Esse novo conceito, chamado de live commerce, permite ao usuário interagir com um vendedor, que esclarece todas as dúvidas, oferece sugestões e auxilia na compra, tudo em tempo real. A ideia desse modelo de negócio é disponibilizar uma experiência de compra à distância que seja tão prazerosa quando a experiência em visitar uma das lojas.

Já para 2021, a marca pretende abrir 40 novas lojas, aplicando um conceito de franquia “light”, ou seja, lojas menores, para que o investimento inicial do franqueado seja menor.


Apoio aos franqueados

Outra ação adotada pela Bubble Mix Tea para enfrentar a crise foi a criação de uma agenda de reunião mensal (via videoconferência) com todos os franqueados da rede, para entender a situação de cada local e compartilhar experiências, além de discutir ideias e soluções.

“Entendemos que esta medida serviu de acolhimento aos nossos parceiros e fortaleceu nossos laços, mesmo nesse momento crítico”, conta Rogério Arcanjo, um dos donos da Bubble Mix Tea.

Para ajudar os franqueados financeiramente, a rede cessou a cobrança de royalties e do fundo de marketing institucional no início da pandemia. Aliado a isto, flexibilizaram a política de compras e pagamento da empresa.

Ainda durante a crise, a empresa incluiu em seu portfólio novos produtos como o “kit Bubble Mix”, que possibilita a venda dos insumos fracionados, para que o cliente pudesse fazer a bebida em sua casa, durante os dias de quarentena, e os achocolatados especiais da marca.


Há espaço para novos modelos?

Mais de 15 áreas de negócios atuam no modelo de franquia no Brasil hoje, segundo a ABF. E, para especialistas da área, o modelo de microfranquia é o meio mais seguro para quem quer ingressar nesse tipo de negócio.

As microfranquias seguem os mesmos padrões das franquias comuns, e a diferença está no valor do investimento inicial: até 90 mil reais.

“A microfranquia profissionaliza o microempresário. Dessa forma, ele recebe o suporte da franqueadora para partes do negócio que ele não tinha tanto conhecimento. Como o investimento inicial é mais baixo, ele entende o mercado de franquias ao entrar numa microfranquia e, depois, se sente preparado para buscar até franquias maiores”, explica Adriana Auriemo, sócia fundadora da Nutty Bavarian e diretora de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da ABF.

Além disso, para pensar em novos modelos de franquia, é preciso estar atento aonde a vida das pessoas está acontecendo. É sabido que o e-commerce cresceu extraordinariamente na pandemia, reflexo das restrições de mobilidade para evitar a propagação do vírus.

Portanto, ofertar conveniência e segurança ao consumidor, através de novas plataformas de vendas, é essencial para a sobrevivência da franquia, qualquer que seja o modelo. Estar presente no online e no off-line agora é crucial, e pensar na melhor maneira de fazer isso implica no sucesso do negócio.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em segunda-feira, 29 de março de 2021 às 17:00


Estudos destacam aumento de vendas de chocolate por e-commerce e queda no interesse por ovos de Páscoa.

Com a aproximação do feriado de Páscoa, as empresas têm trabalhado cada vez mais para trazer produtos que acompanhem a nova jornada do cliente, que está em isolamento. Existe uma série de mudanças nos hábitos dos consumidores para com os produtos pascais. Entre elas, a compra de produtos não usuais à data e novas maneiras de consumir chocolate, diferentes dos tradicionais ovos de Páscoa.

Boa parte dessa mudança também está relacionada à forma de comprar. Seguindo a tendência de aumento do varejo online, a compra de produtos pascais deverá ser feita pela internet esse ano. E assim como em 2020, a tendência é que a Páscoa apresente um faturamento inferior aos números antes da pandemia.


Um cenário desafiador

Para 2021, esperava-se bons números de venda, mesmo que de forma cada vez mais digital, com a chegada das vacinas. No entanto, o cenário foi dificultado pelo atraso na vacinação e a situação da pandemia no País. Se em 2020, na semana do feriado de Páscoa, os ovos representaram 77% das vendas de e-commerce, hoje essa conjuntura é outra, visto que o auxílio emergencial será retomado apenas agora, com um valor reduzido.

Uma pesquisa realizada pela Kantar, consultoria de dados para empresas, demonstra que, em 2020, os lares que receberam o auxílio emergencial tiveram um gasto médio 8% maior na categoria de Chocolates do que naquelas que não receberam o benefício. A tendência é que, para 2021, esse consumo caia.


Posicionamento das empresas na Páscoa de 2021

Por mais que haja previsão de queda nas vendas, as empresas têm adaptado tanto o catálogo quanto a forma de venda. Na tendência do consumidor phygital, por exemplo, as principais companhias de chocolate destacam que a compra dos produtos de Páscoa trará hábitos que favorecem o varejo híbrido.

De acordo com Amanda Freitas, gerente de marketing de chocolates da Nestlé, é cada vez mais comum que haja a consulta dos preços no varejo digital, mas a compra final no varejo físico — sobretudo nos supermercados. “Acompanhamos uma ação mais híbrida, em que a pessoa faz toda a pesquisa sobre os itens que quer comprar nos canais digitais e vai ao ponto de venda já decidido, apenas para compra”.

Ainda que o aumento do e-commerce esteja comprovado para a Páscoa, Amanda Freitas também destaca que as lojas físicas terão espaço. “Há uma parcela significativa de venda no canal físico, que propicia não só o acesso direto ao produto como mantém a tradição e simbolismo das parreiras de ovos de chocolate”.

Outra estratégia adotada pelos vendedores é oferecer uma variedade que atenda às demandas do cliente. Segundo Anderson Freire, Diretor de Marketing, Pesquisa e Desenvolvimento da Arcor do Brasil, o catálogo tem sido uma das formas mais eficientes de criar o primeiro relacionamento com o consumidor. “Acreditamos que um catálogo diverso é capaz de agradar diferentes públicos e oferece opções para toda a família brasileira. Por isso, a campanha deste ano da Arcor aposta em um portfólio amplo com 20 opções de ovos exclusivos”.

Para Amanda, por mais que o cenário se apresente como desafiador, o consumo durante a Páscoa ainda é animador. “O ato de presentear com chocolates nessa época se mantém muito forte, mas o consumo próprio e em família, especialmente nesse último ano, também foi bem significativo”, comenta.


E como ficam os ovos de Páscoa?

Na pesquisa da Kantar, outro destaque foi dado aos hábitos dos consumidores. De acordo com Bruno Machado, Gerente Sênior de Contas da Kantar, houve uma mudança no consumo dos ovos convencionais, de grandes marcas. Em 2020, o produto era mais presente nas famílias com crianças. Para esse ano, a tendência é que esse hábito permaneça. “O que se viu foi o aumento de consumo de ovos de chocolate em lares com crianças e uma diminuição substancial nos sem. Além disso, com a impossibilidade de celebrar com pessoas de fora do convívio do lar, houve uma queda brusca nas ocasiões de presente”.

Além da mudança de hábito, a variação dos preços dos ovos também é um fator que chama atenção dos brasileiros. Para Wagner Pereira, líder de varejo da Consultoria internacional Bip Brasil, os consumidores foram forçados, devido à crise econômica gerada pela pandemia, a substituir produtos ou experimentar novas marcas de melhor preço em 2020, um comportamento que deve se repetir em 2021.

“Com o fim do auxílio emergencial, a queda na renda dos brasileiros irá forçar os consumidores  a buscar alternativas de marcas mais baratas ou novas embalagens de chocolate, como caixas de bombons ou barras de chocolate”.

Essa tendência também pode ser vista em uma pesquisa realizada pela Opinion Box, em fevereiro desse ano. De acordo com o estudo, 68% dos entrevistados deixarão de comprar ovos de Páscoa por causa do preço. No entanto, a pesquisa destaca que apenas 21% deles não pretendem comprar chocolates na data. “Ou seja, mesmo com uma possível queda na venda de ovos de Páscoa, haverá consumo de algum outro tipo de chocolate”.


Alternativa aponta para os produtores caseiros

Para além das altas dos preços, muitos consumidores têm deixado de investir em ovos tradicionais para comprar ovos caseiros. Em 2020, de acordo com a pesquisa da Kantar, 600 mil novos domicílios compraram ovos caseiros. Essa tendência deve ser ainda mais significativa em 2021, visto que houve maior interação entre o consumidor e os negócios locais (ou pequenos negócios) durante a pandemia.

Para o consumidor, além de investir em algo notoriamente mais barato e com uma maior gramatura de chocolate, há também a sensação de ajudar pequenos negócios em um contexto de crise econômica. E para quem produz, a data da Páscoa se apresenta como uma oportunidade de renda.

“A produção caseira será impulsionada pelo aumento do desemprego e da informalidade, fazendo com que pessoas que tiveram queda na renda busquem um complemento através da fabricação de produtos em datas comemorativas, como a Páscoa. Além disso, os ovos caseiros tendem a ter um preço mais competitivo, o que vai ao encontro da necessidade da população no momento delicado que vivemos”, explica Wagner Pereira.


Ainda assim, o consumo de chocolate segue em alta

Ainda no gancho da crise econômica, durante os piores períodos da quarentena, em 2020, boa parte das famílias cortaram alguns itens do mercado. O chocolate, entretanto, não estava entre eles. O estudo do CLab, laboratório interno de pesquisas da Nestlé, destaca que houve crescimento de 51% nas compras de chocolate durante a pandemia.

O motivo para o aumento das vendas também está relacionado, de acordo com Amanda Freitas, com os impactos da quarentena. “As pessoas foram impulsionadas tanto pela busca de sabor e conforto emocional quanto pela tendência de lanches intermediários”.

No impulso de usar o doce como escape foi tão grande que trouxe um marco importante para o mercado. Segundo pesquisa do Instituto Kantar, encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (ABICAB), a taxa de penetração da categoria de chocolates nos lares brasileiros foi de 90,1% em 2020.

Para o consumo fora de casa, houve crescimento de 3,1%, com 65,9% de penetração. Sendo assim, o estudo concluiu que a média mensal de brasileiros que consomem chocolate foi de 55,4%.

O estudo do CLab também aponta que a compra do chocolate, e isso também se aplica aos ovos de Páscoa, é planejada por 70% dos consumidores. Antes da pandemia, a compra era tida como impulso ou como presente.

Fonte: Novarejo