Notícias


Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 01 de dezembro de 2020 às 09:59


Análise da Nielsen identifica novos comportamentos de consumo e aponta oportunidades para o varejo e para a indústria.

A Black Friday passou, e agora é hora de focar nas compras de Natal. Tradicionalmente, a data é considerada a melhor do ano para o varejo físico e online, mas este ano, com a pandemia, os varejistas estão com expectativas mais conservadoras. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o Natal deve movimentar R$ 37,5 bilhões em vendas este ano e gerar 70,7 mil vagas temporárias de trabalho – a menor taxa em cinco anos.

A cautela também é maior entre os consumidores, afinal, milhões de pessoas perderam o emprego ou tiveram queda na renda com a pandemia. Neste cenário de incertezas, a Nielsen Global Connect mapeou cinco grupos de consumidores diferentes, e explicou como cada um deles deve reagir às restrições financeiras e/ou de mobilidade nas festas de fim de ano. Confira:

1. Financeiramente limitado e mobilidade restringida ($): devido às restrições impostas pela pandemia, esses consumidores têm menos liberdade para se reunir fisicamente e fazer compras, e podem ter menos oportunidades para procurar e encontrar o melhor valor ou variedade de opções.

2. Limitado financeiramente, mas sem restrições de mobilidade ($): de acordo com a Nielsen, esses consumidores podem ter uma mentalidade mais econômica ao se prepararem para a temporada de férias, mas terão mais liberdade para celebrar com outras pessoas e buscar fisicamente os produtos e preços adequados às suas necessidades.

3. Cauteloso Intermediário ($$): temem pelo que pode acontecer no futuro próximo. Provavelmente são cautelosos ao gastar, presenteando somente as pessoas que são mais próximas.

4. Com poder de compra, mas mobilidade restringida ($$$): com celebrações menores, esse público deve apostar na auto indulgência, gastando mais de alguma forma para compensar experiências que não são mais possíveis, como viagens.

5. Com poder de compra e sem restrições de mobilidade ($$$): esses consumidores, segundo a Nielsen, gastarão mais livremente e irão realizar festas, mesmo com a pandemia. Muitos devem compensar os luxos perdidos no início do ano, e podem estar mais inclinados a ajudar os menos favorecidos, especialmente os mais próximos.


Novos grupos, novos comportamentos

A Nielsen também identificou padrões que podem ajudar a prever o que vai pesar nas decisões de compra, tanto neste período de festas de fim de ano, quanto no futuro. São eles:


1. Reajuste de Cesta: redefinir o que é “festivo”

De acordo com a Nielsen, esta nova realidade que estamos vivendo tem mudado o conceito de muitas pessoas sobre o que é “presenteável”, gerando uma grande oportunidade para os varejistas. Alimentos frescos, que estão com os preços em alta, por exemplo, podem passar a ser considerados uma opção de presente para muitas pessoas.

Outros produtos que, segundo a Nielsen, podem passar a ser dados como presente esta ano são aqueles relacionados à saúde e à proteção pessoal, como antissépticos, vitaminas e suplementos.


2. Reajuste no domicílio: pensando no imediatismo e no distanciamento

Com a continuidade das orientações de distanciamento social, a tendência é que as celebrações deste Natal sejam menores e fiquem concentradas em casa. Os consumidores que estão com orçamento mais restrito este ano devem apostar nos pratos feitos em casa e em produtos em porções menores, mais adequadas a pequenas reuniões.

Os consumidores com maior poder de compra, por sua vez, devem buscar produtos premium e contratar experiências gastronômicas em domicílio. A Nielsen alerta que as marcas devem ficar atentas a essas novas necessidades, incluindo ainda a busca maior por presentes instantâneos ou à distância, como vales-presente virtuais.


3. Reajuste racional: conexão com empatia

Sem uma definição de quando a pandemia poderá ser considerada “sob controle”, muita gente tem esperado mais para decidir o que vai fazer nas festas de fim de ano. Segundo a Nielsen, oferecer soluções para esse público pode ser uma boa oportunidade para os varejistas, desde que as ofertas sejam feitas de maneira empática.


4. Reajuste do poder de compra: concretizar o impulso

As compras online vão impulsionar, mais do que nunca, o comportamento do consumidor nas férias. Aqueles que possuem maiores limitações financeiras serão os mais seletivos, e devem usar a internet cada vez mais para buscar melhores preços. Já os que têm maior poder aquisitivo vão aproveitar o universo online para ampliar sua busca por produtos premium para as festividades.

Os varejistas que mantêm lojas virtuais podem tirar vantagem desse novo comportamento do consumidor, oferecendo um ambiente seguro para as compras e até mesmo amostras grátis, para fidelizar seu público.

Por fim, a Nielsen ressalta que, ainda que a pandemia tenha instaurado uma nova realidade de consumo e comportamento este ano, as pessoas, de maneira geral, vão procurar manter suas comemorações. Cabe aos fabricantes e varejistas se adaptar a esses novos cenários, ajustando suas ofertas e condições para ter sucesso e garantir a conveniência do consumidor.

Fonte: Consumidor Moderno
Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 01 de dezembro de 2020 às 09:56


Razões para se educar financeiramente foram discutidas por Eduardo Lyra, Guilherme Benchimol e Kondzilla na Semana de Educação Financeira Xpeed.

Empreendedorismo pede criatividade, enquanto a educação financeira pede razão. Mas construir um negócio de sucesso passa pela união dessas duas competências. Saber ganhar, poupar, investir e pensar sobre dinheiro é fundamental para construir um empreendimento competitivo, mas sustentável.

A reflexão fez parte do painel “Educação Financeira: Por que é importante?”, promovido pela Semana de Educação Financeira Xpeed. Discutiram o tema Eduardo Lyra (fundador e CEO do Gerando Falcões), Guilherme Benchimol (fundador e CEO da XP Inc.) e Kondzilla (produtor da Kondzilla Records, com o sétimo maior canal de música do mundo).

A Semana de Educação Financeira XPEED faz parte da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), iniciativa pública que reconhece a educação financeira e previdenciária como ferramenta de inclusão social, de melhoria da vida do cidadão e de promoção da estabilidade, concorrência e eficiência do sistema financeiro do país. A última ENEF teve mais de 14.000 ações, impactando 70 milhões de pessoas.


Primeiros passos: ganhar, poupar, investir e aprender

Lyra diz que um dos ensinamentos de sua mãe é poupar mesmo sem ganhar muito dinheiro. “Eu vivia numa situação vulnerável, mas já comecei a poupar com meu primeiro salário. Eu comia no Bom Prato de Ferraz de Vasconcelos [restaurante popular em cidade da Grande São Paulo] para poder guardar R$ 6 que iriam para a faculdade, para garantir meu futuro. Decidi com minha esposa depois que nunca teríamos problema com o dinheiro. Tudo que conseguíamos produzir, guardávamos ao menos 50%”.

Depois de ganhar e separar dinheiro, o próximo passo é escolher investimentos. “Obtive algumas conquistas, como uma casa, não necessariamente ganhando muito dinheiro. Tive uma boa gestão, o que permitiu autonomia financeira”, diz Lyra. “Começar a guardar dinheiro, buscar conhecimento e então fazer bons investimentos é o primeiro passo para criar um fluxo de prosperidade e uma vida melhor para a sua família.”

Aprender, inclusive sobre educação financeira, é uma constante no mundo do empreendedorismo e dos investimentos. “Empreender é simples, na teoria. Fazer mais receitas do que despesas, entregando cada vez mais qualidade. Mas você não saberá otimizar essas variáveis sem educação financeira. Você empreenderá com amadorismo, e assim não chegará lugar algum”.

“No começo, eu investia tudo. Mas eu sabia que tinha de ter um custo menor do que os ganhos, o que me permitiria formar um patrimônio para investir em estudos e equipamentos. Isso era essencial para competir em um mercado tão agressivo quanto o de produção audiovisual e de música. Tínhamos de construir um produto que eu tivesse coragem de consumir”.

A importância do conhecimento sobre finanças ficou ainda mais evidente nos últimos meses, marcados pela pandemia. “Vimos como o Brasil é vulnerável economicamente. Não ter uma reserva para fazer compras por dois ou três meses colocou as pessoas em uma situação delicada. Quanto mais levarmos a educação financeira, mais elas terão segurança em dias ruins”, diz Lyra. “A educação financeira a transforma pessoas. Elas vão além de consumidoras, viram cidadãs que exercem seus direitos.”


Receita do sucesso: começar pequeno, olhando o longo prazo

Na toada sobre consumismo, Benchimol diz que um dos maiores aprendizados financeiros é abrir mão de vontades de curto prazo e usar esse dinheiro para fazer renda. Depois de um tempo, o patrimônio cresce por conta própria como fruto do esforço dedicado à educação, aos investimentos e negócios.


“Além de ajudar a ter um conforto mínimo, o que o dinheiro traz é liberdade. Você consegue fazer escolhas melhores, como entrar em uma empresa ou projeto em que acredita. Sua felicidade parece menor em curto prazo, mas será maior em longo prazo”.

Na hora de tocar os primeiros empreendimentos, é inclusive melhor começar pequeno. “Muita gente acha que sonhar grande é começar grande, mas todos nós começamos pequenos. Quando você não conhece bem as variáveis, é importante começar enxuto. Você muda de opinião algumas vezes até encontrar o caminho certo”, diz. “Não conheço quem alcançou o sucesso no curto prazo. Tem muita gente que sempre começa algo novo. É importante você ter uma direção, e ela só se consolida no longo prazo.”

Por fim, o fundador e CEO do grupo XP Inc. deu conselhos que vão além do universo dos negócios e investimentos. “Seja uma pessoa obstinada. Você vai tomar vários tombos ao longo da vida, e vai precisar aprender com esses erros do passado para seguir em frente”, diz Benchimol. “Também aprenda a assumir riscos. Temos uma cultura latino-americana de cuidar uns dos outros, e em casa eu sempre ouvi que teria de ter uma carreira tradicional. Empreender porque algo faz sentido, mas sabendo a administrar os riscos envolvidos, é importante.”

Fonte: Infomoney