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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 16 de janeiro de 2018 às 21:04
As turbulências políticas e econômicas internacionais, as consequentes oscilações cambiais e os problemas estruturais do sistema produtivo brasileiro não foram suficientes para segurar as exportações de calçados em 2017. No período, e com grande esforço em promoção de produto, comercial e de imagem, os calçadistas embarcaram 127,13 milhões de pares que geraram US$ 1,09 bilhão, 9,3% mais do que em 2016 e o melhor resultado financeiro desde 2013 (quando foi de US$ 1,095 bilhão). Já o resultado físico ficou apenas 1,2% acima do registrado em 2016, o que demonstra um encarecimento do produto brasileiro, especialmente, em função da desvalorização da moeda norte-americana registrada ao longo do ano passado. Segregando apenas o último mês do ano, foram embarcados 17,27 milhões de pares por US$ 116,88 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-3,8%) quanto em receita (-8,7%) no comparativo com mesmo mês de 2016.

Para o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, os resultados poderiam ser melhores não fosse a oscilação cambial. “Chegamos a ter um câmbio próximo a R$ 3,40 durante o ano, valor que caiu à casa de R$ 3,20. Evidentemente que teve reflexo no preço do nosso calçado, que ficou mais caro para o comprador estrangeiro. Iniciamos o ano com preço médio de US$ 7 e encerramos comercializando a quase US$ 9”, comenta o executivo, para quem, no entanto, o câmbio não pode ser encarado como um fator de competitividade, mas sim como um compensador das perdas ocasionadas pelo oneroso custo de produção brasileiro. “Infelizmente, os nossos principais concorrentes estão muito à frente no quesito carga tributária, logística e custos de produção em geral, o que faz com que percamos competitividade”, avalia.

Heroísmo

Segundo Klein, o exportador brasileiro foi “heroico” em 2017, trabalhando estratégias diferenciadas para atração de compradores, com produtos de maior valor agregado e que concorram não apenas no preço, mas em qualidade. “Se o exportador competir no preço, está com dias contados. Nisso, os asiáticos são imbatíveis. Por isso é importante fazermos a lição de casa, melhorar as condições de produtividade do portão para dentro da fábrica e esperar menos por mudanças econômicas e tributárias que, infelizmente, parecem distantes de ocorrer”, conclui o executivo.

Destinos

Em 2017, o principal destino do calçado brasileiro foi os Estados Unidos. Para lá foram embarcados 11,33 milhões de pares que geraram US$ 190 milhões, quedas tanto em pares (-14,4%) quanto em dólares (-14,2%) em relação a 2016. “O mercado dos Estados Unidos, que responde por cerca de 20% das nossas exportações, é muito sensível ao preço. O reflexo deste ano foi uma queda significativa. Perdemos espaços para calçados asiáticos”, lamenta Klein.

O segundo destino do calçado brasileiro em 2017 foi a Argentina. No período, os hermanos compraram 11,57 milhões de pares por US$ 147 milhões, altas de 22,1% e 31,7%, respectivamente, em relação a 2016.

O terceiro destino do ano passado foi o Paraguai, para onde foram embarcados 14,3 milhões de pares que geraram US$ 74,64 milhões, queda de 1,5% em volume e alta de 57,4% em receita no comparativo com 2016.

Maior exportador segue sendo RS

Respondendo por 41,4% do valor gerado com as exportações de calçados, o Rio Grande do Sul foi o maior vendedor internacional do produto em 2017. No ano passado, saíram das fábricas gaúchas 28,14 milhões de pares que geraram US$ 451,84 milhões, queda de 2% em volume e incremento de 3,6% em receita no comparativo com 2016.

O segundo maior exportador em receita – primeiro em volume – foi o Ceará. Em 2017, os cearenses embarcaram quase 50 milhões de pares que geraram 289 milhões, altas tanto em volume (4,8%) quanto em receita (7,2%) em relação a 2016.

Fechando o pódio dos exportadores de calçados, São Paulo embarcou 7,4 milhões por US$ 113,7 milhões, queda de 18% em volume e incremento de 5,5% em valores em relação ao ano anterior.

Importações 1,1% menores do que em 2016


As importações de calçados, embora tenham dado indícios de crescimento ao longo de 2017, encerraram o ano em declínio. No último mês do ano entrou no Brasil pouco mais de 1 milhão de pares por US$ 16,63 milhões, quedas de 38,7% e 31,7%, respectivamente, em relação ao mesmo mês de 2016. Com isso, o ano fechou com a importação de 23,8 milhões de pares por US$ 340 milhões, alta de 4,6% em volume e queda de 1,1% em receita no comparativo com 2016.

As principais origens foram Vietnã, de onde partiram 10,87 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 187,4 milhões (alta de 4,5% em volume e queda de 1,4% em receita no comparativo com 2016); Indonésia, que exportou 4 milhões de pares por US$ 65,67 milhões para o Brasil (quedas de 0,6% em volume e de 10,3% em receita em relação a 2016); e China, que enviou ao Brasil 5,6 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 31,18 milhões, quedas de 3,7% em volume e 13% em receita no comparativo com o ano anterior.

Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações chegaram a US$ 41 milhões, 0,1% menos do que em 2016. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.

Fonte: Abicalçados
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 16 de janeiro de 2018 às 21:03
Como transformar um simples momento de conexão com uma marca em uma experiência impagável? Durante a NRF 2018, maior congresso de varejo do mundo, que acontece nesta semana em Nova York, o presidente da Levi’s, James “JC” Curleigh, contou o que há por trás dos grandes momentos da marca.

“É preciso entender nosso passado para entender quais são os passos que vamos dar rumo à inovação. Para isso, precisamos começar com uma visão: e nossa visão é ser a marca mais amada e mais relevante de estilo de vida. De novo”, contou durante sua apresentação.

Com 150 anos de vida, a marca tem se renovado e conseguiu criar uma verdadeira plataforma de experiências em torno de um produto que parece simples: o jeans. “Nossa missão é sobre criar uma solução legítima de Levi’s e isso pode não ser apenas um par de jeans”, afirmou.

Curleigh refere-se ao estádio Levi’s, de futebol americano; ao Levi’s Lounge, espaço que é misto de bar e estúdio; e ao Centro de Inovação da marca, que ajudou a criar a jaqueta conectada da Levi’s. “Todas essas plataformas foram criadas pela Levi’s nos últimos cinco anos e elas nos ajuda a alcançar nossa missão”, afirmou.

A grande lição

E o que isso tem a ver com transformar a experiência do consumidor? “Hoje, temos mais escolhas e mais pontos de contato do que antes. Nós fazemos jeans e produtos que vestem com o seu jeans – o que pode ser mais simples? Em um mundo de decisões difíceis, pegar um par de jeans não deve ser uma delas. Então, temos de simplificar o caminho para termos certeza de que você se relacione com Levi’s de um jeito simples”, disse.

Ou seja, a palavra-chave é simplicidade. “Para entregar essa simplicidade, temos de ter um nível de sofisticação. Sofisticação em nosso supply chain, em como a gente se mostra para o varejo. Sofisticação em tecnologia. O varejo deve ser simples na frente e sofisticado no back-office”, considerou.

“E também temos uma promessa fundamental básica para os nossos fãs: que é entregar e superar o que ele espera. É esperado que a gente tenha pontos de distribuição, onde seja possível encontrar os produtos que o consumidor quer, no tamanho que ele quer e com um bom atendimento. Entregar o esperado: não há nada mais importante hoje do que isso”, afirmou o executivo.

Fonte: Novarejo