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Varejo & Franquias Postado em quinta-feira, 26 de outubro de 2017 às 07:51
Questões como saudabilidade e posicionamento da marca foram deixadas, na crise, em segundo plano na decisão de compra do brasileiro, que pautou suas escolhas principalmente pelo preço. Com a retomada da economia,  no entanto, os critérios devem voltar a influenciar o consumo de uma forma mais consistente.

A avaliação é do CEO do Instituto Ipsos no Brasil – uma das maiores empresas globais de pesquisa de mercado -, Marcos Calliari. “Com a melhora da economia, a questão do preço perde um pouco de importância e é muito provável que vejamos a retomada de outros critérios – que na crise foram relegados ao segundo plano”, disse ao DCI, durante evento da companhia realizado ontem.

O executivo citou como exemplo a questão da saudabilidade, da conveniência e da identidade da marca com causas que o consumidor acredita. “O brasileiro vai passar não apenas a olhar a marca mais barata, mas também aquela que  mais se aproxima de suas crenças, em aspectos como a  saudabilidade, preocupação com a diversidade e responsabilidade social. Além de questões  como a conveniência e praticidade”, diz.

Atualmente, mesmo ainda no fim da recessão,   uma parcela dos brasileiros  já tem  levado em  conta  o posicionamento da marca na hora de escolher qual produto comprar, segundo estudo divulgado ontem pela Edelman Significa. O levantamento mostra que 56% dos brasileiros  compram motivados por causas e que 67%  não consomem  uma marca se ela se omitir sobre uma questão que teria obrigação de abordar, em sua interpretação.

A tendência, na visão de Calliari, do Instituto Ipsos,  é que questões de responsabilidade social ganhem uma importância ainda maior para os consumidores quando o desemprego e a queda da renda pararem de pressionar seus bolsos.

O momento da retomada, portanto, será fundamental  do ponto de vista mercadológico. “Primeiro   veremos quais hábitos adquiridos na crise serão mantidos; e segundo vamos descobrir os  grandes atributos que passarão a ser  considerados na escolha de uma marca, em detrimento de outra”, diz.

No contexto, as empresas terão que investir  mais nas questões ligadas a responsabilidade social, uma vez que o consumidor  deve pressionar com maior intensidade as marcas nesse sentido. “Vai ser uma questão quase  de sobrevivência”, afirma o CEO do Ipsos.

Visão das marcas

Durante o evento, o tema foi debatido por grandes marcas de bens de consumo, como L’Oréal e Ambev, que se posicionaram de maneira semelhante a do especialista. Diretor de consumer & market insights da L’Oréal, Jorge Kodja afirmou que a empresa tem olhado cada vez mais para questões ligadas a diversidade e sustentabilidade e que para isso é fundamental que a companhia seja transparente com o consumidor e defenda as causas de forma legítima – visão que vai em linha com os dados do estudo da Edelman.

“O consumidor está nos cercando de todos os lados e vai cobrar um nível de transparência com os dados  cada vez maior, porque ele tem um número muito grande de informações nas mãos”, afirmou. O executivo acrescenta que com a penetração  maior dos smartphones na população brasileira, o consumidor tem acesso de forma rápida a informações sobre a procedência dos produtos, e sobre as práticas da companhia em temas  considerados importantes por ele.

O gerente de consumer insights da Ambev, Bruno Rigonatti, vai na mesma linha e afirma que é fundamental consistência em relação a tudo que a empresa faz. “Quando você assume um discurso você vai ser cobrado por ele. A empresa tem que estar preparada também para os reveses”, diz.

O CEO do Instituto Ipsos, Callieri, resume bem a nova dinâmica do consumidor e das marcas – que já cresceu nos últimos anos e que deve acelerar ainda mais após a retomada da economia brasileira: “A reverência do consumidor às marcas chegou ao fim. Se antes havia uma desigualdade na relação entre consumidores e marcas, hoje não existe mais.”
Fonte: DCI
Economia & Atualidade Postado em quinta-feira, 26 de outubro de 2017 às 07:50
O Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) ficou estável em agosto/17 (variação nula sobre julho/17), já efetuados os devidos ajustes sazonais. Em relação a agosto do ano passado, houve crescimento de 1,5% na atividade econômica em agosto/17 No acumulado do ano até agosto/17 o crescimento da atividade econômica foi de 0,3%.

De acordo com os economistas da Serasa Experian, embora tenha superado a recessão, a atividade econômica vem se desenrolando num ritmo bastante modesto, impulsionada pela queda dos juros e da inflação, pelo cenário internacional mais benigno e por uma recuperação, mesmo que parcial, dos níveis de confiança de consumidores e empresários.

Pelo lado da oferta agregada, o setor agropecuário recuou 2,1% em agosto/17 ao passo que a indústria também se retraiu: queda de 0,7% perante julho/17. Já o setor de serviços foi positivo em agosto, avançando 0,1% sobre julho/17, já descontados os fatores sazonais.

Pelo lado da demanda agregada, o consumo cresceu 0,1% em agosto/17 ao passo que os investimentos mantiveram estabilidade no oitavo mês do ano. Na direção contrária, tivemos quedas de 0,3% no consumo do governo e de 4,1% das exportações. Por fim, as importações avançaram 1,0% em agosto/17.

No acumulado do ano até agosto, a atividade agropecuária acumula taxa de crescimento bastante expressiva: 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a indústria e o setor de serviços ainda apresentam quedas de 1,1% e de 0,5%, respectivamente. Porém, a cada mês que se avança no ano, estes recuos vão tornando-se menos negativos.

Ainda em relação ao acumulado dos primeiros oito meses de 2017, praticamente todos os componentes da demanda agregada recuaram: consumo das famílias (-0,4%), consumo do governo (-2,2%), investimentos (-4,4%). Somente as exportações e as importações cresceram: 3,4% e 3,1%, respectivamente.

Fonte: Serasa Experian