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Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 22 de agosto de 2017 às 20:48
A mediocridade nos faz otimistas. Por que ser medíocre é um exercício de paciência e resiliência diante da corrida mudancista que abate empresas mundo afora. Venhamos e convenhamos: é bastante confortável saber que podemos manter tudo como está na perspectiva de que tudo volte a ser como sempre foi. Que mudanças capazes de provocar tsunamis em outros mercados chegam aqui como “marolinhas”, na expressão inesquecivelmente infeliz de um populista dado a fazer “caravanas” Brasil adentro.

O leitor talvez concorde que aqui no Brasil a mediocridade encontra terreno fértil para crescer e frutificar. Somos atavicamente fieis a ideias anacrônicas como “contribuição sindical”, “jornada de trabalho de 44 semanais”, “direitos trabalhistas”, “aposentadoria aos 52 anos”, “estado provedor e vigoroso”, “socialismo do século XXI”, “movimentos sociais” e outros exotismos.

A nossa mediocridade está presente em todos os locais, resplandecendo ao ponto de gerar uma epidemia de cegueira coletiva no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas estaduais e municipais. E como pólvora morro acima, a mediocridade instala-se na sociedade, e nas empresas de modo geral, corroendo a iniciativa, o pensamento inovador e a vontade de fazer diferente.

Existe algo mais reconfortante e acolhedor do que a mediocridade?Vamos lá: exercitando esse modo de não pensar, ao menor sinal de uma ruptura ou de uma mudança que nos obrigue a fazer diferente, basta acionar nossos contatos na política para buscar uma Medida Provisória camarada, uma tarifa de importação mais salgada, uma desoneração para chamar de nossa. E quando bate a recessão que nos obriga a buscar maior eficiência, controlar custos, comprimir margens e fazer o possível para sobreviver, aí basta ao medíocre destilar desculpas infalíveis: “somos vítimas da crise! Precisamos baixar os juros, precisamos de uma ditadura, precisamos de um inimigo externo! Precisamos fundamentalmente regular a mídia!!”

O bom medíocre nunca se dá ao trabalho de criar nada, nem desculpas.Afinal, o medíocre convicto jamais assume um erro. De que adianta assumir erros se isso significa mais trabalho a fazer e a necessidade de “errar diferente? ” É tão mais simples continuar errando do mesmo jeito porque tudo sempre acaba do mesmo jeito. E nesse final, basta disparar aos chavões de sempre: “precisamos rever os processos”; “alguém disse para não mexer em nada”; “esses fornecedores não sabem nada”; “também, com essa verba…” e, por mais paradoxal que seja, a muleta campeã: “precisamos inovar”. Aí, como diria o célebre Giuseppe Tomasi di Lampeduza, em seu romance clássico “O Leopardo”: “às vezes precisamos mudar algumas coisas para não mudar absolutamente nada”. Esse é o aforismo que define o medíocre. Uma pessoa com a habilidade de permanecer imóvel diante dos acontecimentos, torcendo para que a movimentação termine e tudo fique exatamente como sempre.

Ser medíocre é mais natural do que ser adepto da mudança.Mudar é antinatural, é contra-intuitivo, demanda esforço e traz riscos. É o tipo de inquietação que nos leva a fazer loucuras e a empreender reformas e a mexer em vespeiros. Mudar significa também quebrar corporações, romper padrões, modificar negócios, resolver problemas, propor soluções e defender a mudança, comunicar a mudança, buscar engajamento, adesão e compromisso. Tudo muito bonito no papel, mas incrivelmente cansativo e trabalhoso.

É exatamente por isso que é difícil abrir mão da mediocridade. Se não fosse, viveríamos em um país competitivo, criativo, cheio de ideias, inquietação e vivacidade. Um país que seria mais exigente consigo mesmo e que pediria por reformas continuamente. Um país mais eficiente e mais justo, onde políticos teriam de trabalhar com espírito público e empresas seriam reconhecidas mundialmente pela sua competência. O Brasil poderia até mesmo ser um país rico e isso antes de envelhecer. Um local que teria estudantes ocupando os primeiros lugares nas Olimpíadas globais de educação e até cometeria a ousadia de ter um sistema de saúde funcional e acessível para a população.

Quem quer viver em um país desses?

Muito, muito melhor viver ruminando nossa doce mediocridade.

Fonte: Novarejo
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 22 de agosto de 2017 às 20:45
A maioria das marcas tem relações apenas de compra e venda com seu consumidor. Fugindo da regra, algumas delas mostram que utilizar conceitos como empatia e humanizar gera bem mais do que o lucro instantâneo. Antes de começar, vamos a essas definições:

Empatia: processo de identificação em que o indivíduo se coloca no lugar do outro e, com base em suas próprias suposições ou impressões, tenta compreender o comportamento do outro.

Humanizar: tornar humano, dar condição ou forma humana. Tornar mais adaptado aos seres humanos, compreensivo, bondoso, sociável.

Humanizar uma marca é aproximá-la do humano, com sentimentos, desejos e expectativas. Parece óbvio mas não é. Vejo sempre sentimentos como afeto, carinho e acolhimento serem associados a mulheres, principalmente às mães, mas podem muito bem andar junto das marcas. Acolher alguém em casa, apoiar causas sociais, tornar mais interativa a vida de pessoas com deficiências que as limitam, ou simplesmente contar a história de pessoas reais. Atitudes assim aproximam marcas de pessoas, tornam as empresas, na visão de seus consumidores, mais humanas.

Há também a necessidade de considerar que esse tipo de empatia (consumidor + marca) não surge da noite para o dia. É uma construção. Dá-se em cada momento de contato, seja no ato de compra ou em qualquer outra ação cotidiana em que a marca é lembrada. É fazer com que a compra seja mais do que apenas de um produto/serviço, mas sim de uma causa, tornando a empatia real e palpável. Como exemplo prático, temos alguns nomes que se destacam. Ben&Jerry, ativistas em causas como a comunidade LGBT e o meio ambiente ganham pontos com esse público. Já empresas como a Cabify, Uber e a Airbnb carregam em seu modelo de negócio o conceito de acolher, dando espaço para a economia colaborativa e evidenciando o cuidado com o outro, o ponto referencial de compartilhar coisas pessoais – que demandam carinho, afeto e cuidado.

O ponto aqui não é apenas vender um cosmético ou uma roupa. Não precisamos ver marcas que falam muito e fazem pouco. Hoje em dia o consumidor está muito mais atento na prática do que na teoria, sabe? Ações humanas, experiências verdadeiras, que alinham pessoas a empresas – discursos vazios não.

Continuando nos exemplos, também temos a produção de vídeos feita pelo Bradesco, carregando o conceito trabalhado pela marca: Pra Frente. O conteúdo traz histórias de pessoas reais que precisaram de forças para seguir em frente em algum momento da vida. A história relatada no vídeo abaixo é a de uma modelo que teve uma perna amputada depois de ser atropelada. É de deixar cair algumas lágrimas, viu?

Outra marca que captou recentemente esse momento de empatia é a Natura Homem, mostrando que expressar sentimentos é algo que pode – e deve – ser feito por eles também.

E o resultado de tudo isso? Marcas que entram nesse movimento enxergam a necessidade de também inspirar seu público. Assim, a comunicação com os consumidores é melhorada e, de quebra, muitos ainda se tornam aliados da marca, compartilhando e apoiando seu conteúdo de maneira espontânea. Exemplo disso são os comentários no Facebook da Quem Disse, Berenice? Sobre a campanha que mostra mulheres reais e valoriza o poder delas fazerem o que quiser com suas vidas, desde não usar maquiagem até filhos e tatuagens.

Fonte: Meio e Mensagem