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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 22 de agosto de 2017 às 20:50
A popularização dos smartphones e da velocidade que traz o mobile alterou de forma significativa o comportamento do consumidor. Lisa Gevelber, VP de Marketing para as Américas do Google, explicou as tendências de consumo tendo como base o comportamento dos usuários em uso do buscador mais famoso e lucrativo do mundo.


Em 2015 o Google deu o nome de “micromomentos” a essa necessidade instantânea de ter respostas imediatas todas as vezes que o consumidor quer ir a algum lugar, saber, fazer ou comprar alguma coisa.

“Isso ajudou os profissionais de marketing a refletir sobre que momentos da jornada do consumidor eram mais importantes, criou um senso de urgência e inspirou a reavaliação de diversos hábitos e abordagens estabelecidos no mercado – de mensurar resultados a como oferecer experiências mais relevantes”, explica Gevelber em artigo publicado no blog da empresa.

As mudanças já podem ser vistas no comportamento atual do consumidor. Algumas delas, segundo a executiva do Google, são:

1. O consumidor está mais exigente
Com a expectativa do consumidor está lá no alto quando se fala em experiências instantâneas é natural que os consumidores já tenham informações customizadas à mão de acordo com a suas necessidades.

O problema, segundo a especialista, é que o usuário quer sempre mais. “É evidente que as pessoas continuarão esperando por informações cada vez mais úteis, mais personalizadas e mais imediatas”, diz.

2. O consumidor está (muito!) bem informado

Os smartphones são os principais aliados dos consumidores na hora de buscar uma resposta ou tomar uma decisão. A procura por informação por meio desse dispositivo varia desde comprar um carro a escolher novos puxadores de gavetas.

A procura não se limita a ideias ou sugestões. O levantamento com base no Google Search nos Estados Unidos, por exemplo, indica que as procuras seguidas pela palavra “best” (melhor, em inglês), cresceram 80% nos últimos dois anos.

“De 2015 para cá, as buscas por escovas de dente cresceram mais de 80% no mobile e as buscas por ‘melhor escova de dente’ mais de 100%. Antes dos smartphones, essa pesquisa dava trabalho demais para valer a pena, mas agora ficou fácil e rápido tomar decisões embasadas, sejam elas grandes ou pequenas”, explica Gevelber.

3. Onde o consumidor está

As empresas já têm apostado no uso de GPS nos últimos anos, mas a pesquisa do Google mostrou que a localidade pode ser ainda mais importante do que se pensa.

Conforme o estudo, os usuários de smartphones estão muito mais inclinados a comprar em lojas que trazem informações geolocalizadas.

“O consumidor espera que as experiências digitais sejam criadas sob medida para elas, incluindo resultados geolocalizados de acordo com o lugar onde elas estão no momento da busca”, alerta a especialista.

4. Na hora em que o consumidor deseja

A facilidade que o celular traz na hora de resolver algo como reservar um restaurante ou comprar algo sem precisar ligar, faz com que a confiança no dispositivo cresça continuamente.

O levantamento da Google mostra, por exemplo, que os usuários de smartphones estão 50% mais inclinados a fazer uma compra imediatamente quando estão usando o aparelho, em relação ao ano passado.

“O mobile trouxe agilidade para a vida das pessoas. Elas podem se organizar o quanto quiserem com a ajuda de seus smartphones e esperam que as marcas respondam a isso conhecendo suas necessidades e atendendo a elas imediatamente”, diz.

O que vem por aí
A conclusão do levantamento é que as mudanças no comportamento do consumidor são, de fato, inevitáveis, mas que as empresas podem se preparar para elas.

“Daqui para frente, as expectativas só irão aumentar, pois as pessoas querem mais informações, experiências personalizadas e soluções imediatas. E conforme essas expectativas crescem, maiores são os desafios (e as oportunidades) para os profissionais de marketing”, completa.

Fonte: Novarejo
Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 22 de agosto de 2017 às 20:48
A mediocridade nos faz otimistas. Por que ser medíocre é um exercício de paciência e resiliência diante da corrida mudancista que abate empresas mundo afora. Venhamos e convenhamos: é bastante confortável saber que podemos manter tudo como está na perspectiva de que tudo volte a ser como sempre foi. Que mudanças capazes de provocar tsunamis em outros mercados chegam aqui como “marolinhas”, na expressão inesquecivelmente infeliz de um populista dado a fazer “caravanas” Brasil adentro.

O leitor talvez concorde que aqui no Brasil a mediocridade encontra terreno fértil para crescer e frutificar. Somos atavicamente fieis a ideias anacrônicas como “contribuição sindical”, “jornada de trabalho de 44 semanais”, “direitos trabalhistas”, “aposentadoria aos 52 anos”, “estado provedor e vigoroso”, “socialismo do século XXI”, “movimentos sociais” e outros exotismos.

A nossa mediocridade está presente em todos os locais, resplandecendo ao ponto de gerar uma epidemia de cegueira coletiva no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas estaduais e municipais. E como pólvora morro acima, a mediocridade instala-se na sociedade, e nas empresas de modo geral, corroendo a iniciativa, o pensamento inovador e a vontade de fazer diferente.

Existe algo mais reconfortante e acolhedor do que a mediocridade?Vamos lá: exercitando esse modo de não pensar, ao menor sinal de uma ruptura ou de uma mudança que nos obrigue a fazer diferente, basta acionar nossos contatos na política para buscar uma Medida Provisória camarada, uma tarifa de importação mais salgada, uma desoneração para chamar de nossa. E quando bate a recessão que nos obriga a buscar maior eficiência, controlar custos, comprimir margens e fazer o possível para sobreviver, aí basta ao medíocre destilar desculpas infalíveis: “somos vítimas da crise! Precisamos baixar os juros, precisamos de uma ditadura, precisamos de um inimigo externo! Precisamos fundamentalmente regular a mídia!!”

O bom medíocre nunca se dá ao trabalho de criar nada, nem desculpas.Afinal, o medíocre convicto jamais assume um erro. De que adianta assumir erros se isso significa mais trabalho a fazer e a necessidade de “errar diferente? ” É tão mais simples continuar errando do mesmo jeito porque tudo sempre acaba do mesmo jeito. E nesse final, basta disparar aos chavões de sempre: “precisamos rever os processos”; “alguém disse para não mexer em nada”; “esses fornecedores não sabem nada”; “também, com essa verba…” e, por mais paradoxal que seja, a muleta campeã: “precisamos inovar”. Aí, como diria o célebre Giuseppe Tomasi di Lampeduza, em seu romance clássico “O Leopardo”: “às vezes precisamos mudar algumas coisas para não mudar absolutamente nada”. Esse é o aforismo que define o medíocre. Uma pessoa com a habilidade de permanecer imóvel diante dos acontecimentos, torcendo para que a movimentação termine e tudo fique exatamente como sempre.

Ser medíocre é mais natural do que ser adepto da mudança.Mudar é antinatural, é contra-intuitivo, demanda esforço e traz riscos. É o tipo de inquietação que nos leva a fazer loucuras e a empreender reformas e a mexer em vespeiros. Mudar significa também quebrar corporações, romper padrões, modificar negócios, resolver problemas, propor soluções e defender a mudança, comunicar a mudança, buscar engajamento, adesão e compromisso. Tudo muito bonito no papel, mas incrivelmente cansativo e trabalhoso.

É exatamente por isso que é difícil abrir mão da mediocridade. Se não fosse, viveríamos em um país competitivo, criativo, cheio de ideias, inquietação e vivacidade. Um país que seria mais exigente consigo mesmo e que pediria por reformas continuamente. Um país mais eficiente e mais justo, onde políticos teriam de trabalhar com espírito público e empresas seriam reconhecidas mundialmente pela sua competência. O Brasil poderia até mesmo ser um país rico e isso antes de envelhecer. Um local que teria estudantes ocupando os primeiros lugares nas Olimpíadas globais de educação e até cometeria a ousadia de ter um sistema de saúde funcional e acessível para a população.

Quem quer viver em um país desses?

Muito, muito melhor viver ruminando nossa doce mediocridade.

Fonte: Novarejo