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Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 26 de julho de 2017 às 12:34
No final de 2016, a Amazon, começou uma operação supermercadista no EUA, a AMAZON GO. A nova loja ainda continua em testes, mas já mostrou seu DNA, operando por meio de câmeras e sensores com análise de dados e aprendizado de máquina.

Na loja, os computadores são capazes de reconhecer cada cliente, identificar quais produtos foram retirados da prateleira e assim executar o pagamento de forma automática, sem necessidade de filas ou de um checkout propriamente dito.

Apesar da aparente dificuldade da empresa em chegar a um consenso de ‘operação perfeita’, a Amazon já anunciou que seu plano é abrir 2 mil lojas em um ano, mostrando a força do projeto, e mais recentemente materializou esse desejo através da compra da rede Whole Foods por US$ 13,7 bilhões.

Mesmo um pouco distante da realidade brasileira, essa tendência de omnicanalidade dos comércios virtuais deve gerar certo desconforto nos varejistas.

Primeiramente, devemos lembrar que mesmo com a ascensão do comércio eletrônico em todo mundo, a maior fatia do bolo do mercado varejista (ou quase o bolo inteiro) ainda se encontra nas vendas físicas.

Ao perceber que tem ‘punch’ para concorrer nesse mercado, os e-commerces irão competir por essa parcela das vendas por meio do seu DNA inovador, combinando excelência operacional a satisfação do cliente.

Para você varejista que duvida da capacidade dos comércios virtuais, não se iluda, entender o ‘inimigo’ pode ser uma arma valiosa nessa concorrência: Os e-commerces tinham até certo tempo atrás uma vantagem com relação ao varejo físico, o conhecimento do ‘caminho do consumidor’.

Grandes redes online, como Ebay, Alibaba e a própria Amazon, investiram pesado na análise de dados em geral, criando uma série de medidores que ‘decodificam’ o cliente por meio das informações deixadas na navegação de sua loja.

Análise de cliques, itens deixados no carrinho de compra e definição de melhores ofertas são alguns exemplos de como essas grandes redes deram origem ao termo “Necessidade Alvo”, que nada mais é que uma nova forma de categorização do cliente, em que vários tipos de consumidores de diferentes classes, gêneros e idades (indicadores padrão) têm o mesmo interesse, a mesma necessidade.

Com o surgimento e ascensão da Internet das Coisas, esse panorama mudou, dando a possibilidade do varejo físico também criar o seu ‘Caminho de Ouro’: por meio de sensores ou até mesmo de um smartphone, lojistas identificam o cliente de forma individual e tiram uma série de informações a partir de sua movimentação dentro da loja, como tráfego de mercadorias e mapas de calor, por exemplo, dando origem a uma série de insights de negócios.

Tags de RFID podem ajudar na operação de loja e logística de produtos, dando conhecimento do caminho e localização exata em seu estoque. Com o cruzamento de todas essas informações, várias áreas dentro de uma operação varejista são impactadas, dando origem a uma série de ações, como melhor escolha de sortimento, prevenção de perdas e combinação de produtos, por exemplo.

Com essas ações, o resultado obtido por empresas que já começaram sua jornada de IoT são quase sempre os mesmos, melhora da satisfação do cliente baixando o custo operacional.

Vale lembrar que o principal ponto é o varejo físico entender que não há a necessidade de se transformar toda loja em uma Amazon GO, por exemplo, mas sim aderir a algumas estratégias que já fazem parte das melhores práticas de mercado, e dessa forma, aliar seu conhecimento de décadas com o novo modelo proposto pelo varejo virtual e com as necessidades dos consumidores modernos.

Fonte: Novarejo
Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 26 de julho de 2017 às 12:33
Tem muitas lojas físicas fechando? Tem, sim senhor. Por aqui e no mundo. Mas, tem muitas lojas físicas abrindo? Também tem, sim senhor!

Nos últimos meses, temos visto vários artigos na imprensa noticiando o fechamento de lojas de redes de lojas de departamento dos EUA — Sears e Macy´s entre outros— anunciando amplos planos de encerramento de atividades de lojas no país, levando a mais de 2 mil o número de unidades cujas portas vão baixar.

Mais de 10% do espaço de varejo dos EUA, ou quase 1 bilhão de metros quadrados, podem ser fechados, convertidos para outros usos ou renegociados por um aluguel mais barato nos próximos anos, de acordo com dados fornecidos pelo CoStar Group. Isso além das cerca de 5 mil lojas que foram fechadas nos últimos 18 meses, equivalente a 50 milhões de metros quadrados de espaço.

Um problema enfrentado pelos varejistas dos EUA é que existe um excesso de lojas por lá. O país tem cerca de 24 metros quadrados de imóveis para varejo per capita. Em comparação, o Canadá tem apenas 16 metros quadrados por pessoa.

Os consumidores até gastaram mais no fim do ano do ano passado, mas a maior parte do aumento veio de grandes redes de descontos e compras on-line. Os gastos totais subiram 4%, para US$ 658,3 bilhões, durante novembro e dezembro, superando a projeção de 3,6%, de acordo com a National Retail Federation (NRF). As vendas fora de lojas, um indicador de transações on-line, saltaram 13%.

Porém, mesmo com uma dramática mudança de participação, as vendas pela web ainda representam menos de 10% do total das vendas do varejo e estima-se que permaneçam abaixo de 20% nos próximos 5 anos.

Enquanto isso, o varejo físico resiste. Redes como Aldi, Apple, Costco, TJX, Dollar General, Dollar Tree, Nordstrom, H&M, Ulta e Sephora anunciaram recentemente planos que, somados, abrirão cerca de 3 mil lojas físicas.

Redes que iniciaram suas operações no varejo digital, como a Bonobos, Casper, Warby Parker, além da própria Amazon, estão agora abrindo dezenas de lojas físicas, pois seus planos de somente manter operações on-line se mostraram limitados e não lucrativos.

Estamos, de fato, acompanhando um período de profundas transformações nos protagonistas do varejo em algumas áreas e segmentos. Está claro que aqueles varejistas tradicionais que não inovam, não estão entendo as mudanças comportamentais dos seus clientes e que não estão se reposicionando diante dos novos canais, não estarão mais fortes e pujantes como foram nos anos anteriores.

O varejo digital trouxe para os consumidores muita inovação – informações sobre produtos e preços, muito sortimento, visão de concorrentes, e diversas formas convenientes para entrega dos produtos. Trouxe a conveniência de oferecer a qualquer momento, em qualquer lugar, de qualquer forma, o acesso a quase tudo, e também deixou que as fraquezas dos modelos de negócios de vários varejistas viessem à tona. O fracasso dos varejistas tradicionais em inovar na última década colocou alguns deles em uma posição insustentável à partir da qual eles nunca mais se recuperarão.

O futuro não será distribuído uniformemente. Claramente, existem marcas e categorias de varejo que estão sendo extremamente ameaçados pelo varejo on-line. Há porém setores que estão em declínio (lojas de departamento e hipermercados), cujos problemas têm pouco a ver com o que aconteceu recentemente. Outros ainda permaneceram imunes às forças disruptivas que estão atrapalhando os demais. As redes de descontos, os clubes de compras, as lojas de preço único e os postos de gasolina são alguns exemplos. Os supermercados também tiveram um pequeno impacto, embora isso ainda possa mudar. Também é importante notar que algumas forças que estão moldando a indústria têm pouco a ver com o comércio eletrônico versus lojas físicas ou a noção de que a Amazon está dominando o mundo. Muitos setores estão sendo atingidos por uma mudança fundamental no comportamento dos hábitos de compras que não tem nada a ver com a forma como os gastos estão sendo atribuídas as lojas físicas ou lojas on-line.

Fonte: Marcos Hirai - Gouvêa de Souza