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Gestão & Liderança Postado em quarta-feira, 26 de julho de 2017 às 12:25
Para Henry Visconde, da Eurobike, o empreendedor precisa “ir para a rua” e manter o radar sempre ativo para obter os melhores aprendizados para seu negócio. E, às vezes, estar pronto para “pauladas” e aprendizados.

Para mim, no mundo dos negócios existem algumas máximas que jamais vão mudar. Uma delas é “comece fazendo bem feito desde o início”. A meu ver, trata-se de uma verdade absoluta — até porque, se o negócio não começar acertadinho e for crescendo, dará um trabalho danado arrumar tudo lá na frente. E não só isso: começar fazendo bem feito é mais barato, também.

Por bem feito, refiro-me à adequação às questões legais e burocráticas do nosso país. Sim, o famigerado custo-Brasil. Dá trabalho, eu sei, mas minha experiência com a Eurobike, rede de concessionárias especializada em veículos premium do Brasil, mostra que esse é o melhor caminho. Isso e a questão do profissionalismo da gestão: é indispensável que o empreendedor fique muito atento à governança, que saiba separar o lado pessoal do profissional, para que a empresa realmente cresça de forma sustentável e saudável.

“Mas o que isso tem a ver com referências para um negócio, Henry?”

Absolutamente tudo. Resolvi começar o texto com essas duas reflexões porque, como disse, considero-os aprendizados fundamentais para qualquer empreendedor que esteja começando. E não foram aprendizados adquiridos em alguma escola, ou em algum curso específico; aprendi na rua, mesmo, mantendo-me sempre atento a tudo o que considerava importante para o meu negócio.

É por isso que acabo sendo “chato” com startups. Pego no pé em relação aos processos, que têm que estar bem estruturados desde o comecinho. Porque, a meu ver, não há mais espaço para um começo equivocado. Qual será o modelo, como vai funcionar, quantos funcionários, como será a gestão, e por aí vai: sempre faço essas perguntas para os empreendedores que estão começando. E sou rígido com as respostas. Porque sei que, se não está bem embasado, a operação vai se perder.

Então se você tem uma ideia fantástica, vá para a rua validar como ela vai funcionar na prática: busque alguém, por exemplo alguém que tenha um negócio correlato ao seu e que possa fazer o papel de advogado do diabo, questionar. E esteja pronto para “tomar porrada”. Às vezes, o jovem não tem a humildade de ouvir e aprender. E as pauladas do dia a dia dão muito aprendizado.

Minha experiência com a Eurobike

Com “ir para a rua”, quero dizer que deve-se manter a antena sempre muito aberta.

No varejo, por exemplo, o líder precisa aparecer, ou precisa criar um modelo de gestão por meio do qual tenha “embaixadores” que o representem nas unidades.

De minha parte, eu ia para as oficinas e os show rooms acompanhar os atendimentos. Via o cliente reclamar, via o técnico cometendo equívocos, e fui entendendo todo esse processo. Tudo isso foi incorporado ao meu modelo de gestão, das formas mais diversas possíveis.

Por exemplo: os orçamentos passaram a ser feitos da forma mais transparente possível, para que os clientes tivessem certeza de que estávamos jogando limpo, sempre. Esse contato direto com o cliente, a meu ver, é indispensável para segurá-lo, para que ele retorne.

Radar ativo sempre, em qualquer lugar

Na prática, as referências para o seu negócio podem surgir em qualquer lugar. Quando viajo, procuro ficar em lugares corriqueiros, como cafés e restaurantes, observando a circulação de pessoas, vendo como as coisas funcionam. Dessa experiência veio, por exemplo, a ideia de criar um café dentro da loja da Eurobike de São Paulo — um lugar gostoso de ficar, como essas em que as pessoas ficam horas trabalhando. Um lugar para incrementar a experiência com a marca: o cliente ganha um voucher para ficar lá enquanto o carro passa por inspeção e manutenção. Pode parecer bobo, mas muda a forma como ele percebe a obrigação de levar o carro para a inspeção.

Também considero fundamental estarmos atentos àquilo que empresas de outros setores fazem bem. Por exemplo, quando fui tirar sangue no Laboratório Fleury, perguntei à enfermeira sobre o motivo de o atendimento ser tão bom. Ela encheu a boca para dizer que sente orgulho da empresa.

As lojas da Apple também sempre foram modelos a serem perseguidos, pelo atendimento simplificado, pela ausência de burocracia do processo.

Nesses casos, nunca tive vergonha: se gostei (ou se não gostei), vou lá e comento, pergunto como é feito, porque é feito assim. Ah, e não posso me esquecer do fundamental: leituras. Muitas, muitas leituras. Isso aprendi com meu pai, que era um cara bastante antenado e lia de tudo. Temos que conhecer as experiências de outros gestores, de outras marcas, mas não só; ler jornais, revistas, romances, e tudo o que possa contribuir com insights para incrementar aquela ideia e aquele modelo de negócio de que falamos.

Entender mais para atender melhor

Retomando a importância de ir para a rua: quando passei a ficar no show room, ao lado do vendedor, aí, sim, entendi para valer o cliente e a operação. E pude estruturar a gestão para atender melhor. Comecei a ver coisas que, se continuasse dentro do escritório, não enxergaria, para melhorar a experiência que a marca oferecia.

Por fim, acredito que, no fundo, temos que saber vender e gostar do produto que vendemos. Se vendo carro, preciso ser louco por carros, ou não terei o drive necessário para me dedicar. Eu nunca tinha vendido veículos, mas gostava deles. Então, fui me colocar ao lado de quem sabia vender, de quem estava ralando no dia a dia. E aprendi algo que nem as escolas, nem os escritórios poderiam me ensinar.

Fonte: Endeavor
Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 19 de julho de 2017 às 18:24
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 77,3 pontos em julho de 2017, em uma escala de 0 a 200. O aumento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado representa a maior variação anual da série histórica do índice, que começou a ser apurado em 2010. Na comparação com junho, o indicador também apresentou incremento de 0,2%.

“A confiança dos consumidores, que segue em trajetória positiva em relação ao mesmo período do ano passado, vem sendo conduzida pela melhora das expectativas. O início de recuperação das condições econômicas, como a desaceleração da inflação, a queda dos juros e a liberação dos recursos das contas inativas do FGTS, pode levar a uma alta mais consistente ao longo dos próximos meses”, comenta Juliana Serapio, assistente econômica da CNC.

Segurança em relação ao emprego

Único subitem acima da zona de indiferença (100 pontos), com 107,5 pontos, o componente Emprego Atual voltou a crescer em relação ao mês anterior (+0,3%). Na comparação anual, também teve elevação, de 6,9%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual é de 31,3%, ante 31,2% em maio.

A preocupação das famílias em relação ao mercado de trabalho aparece no componente Perspectiva Profissional. Com 95,5 pontos, o subitem apresentou queda de 1,1% na comparação mensal. Em relação a julho do ano passado, teve aumento de 2,1%.

Consumo em alta

O componente Nível de Consumo Atual apresentou a maior variação anual desde fevereiro de 2016, com aumento de 24,2% ante julho do ano passado e 1,8% ante junho. Mesmo assim, a maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor do que o do ano passado (58,6%, ante 59,3% em junho). Embora o item Perspectiva de Consumo tenha registrado queda de 0,2% em relação ao mês anterior, houve aumento de 32,4% na comparação com julho de 2016.

Após duas elevações seguidas, o item Momento para Duráveis apresentou queda de 0,1% na comparação mensal. Em relação a 2016, o componente mostrou aumento de 25,8%, o oitavo consecutivo. O item Acesso ao Crédito, com 70,4 pontos, apresentou aumento de 1,5% na comparação mensal, assim como na anual, com incremento de 11,2%.

O registro mais positivo no comparativo anual de vendas do comércio levou a CNC a revisar de +1,2% para +1,6% sua projeção para o desempenho do varejo ampliado ao final deste ano. Confirmada essa expectativa, o setor voltaria a crescer após três anos consecutivos de retrações.

Fonte: CNC