Notícias


Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 30 de maio de 2017 às 16:21
Pelas demandas que temos encontrado fortemente nos últimos anos apresento, de forma simples e objetiva, um modelo eficiente para mudanças com resultados rápidos no curto prazo: os QUICK WINS (ganhos rápidos).

Neste artigo, vamos falar sobre conceito, recomendações e os erros mais comuns sobre o tema.

CONCEITO

Definição básica

Os QUICK WINS são oportunidades de melhorias que possuem características de baixa complexidade de execução (com curto prazo) e considerável potencial de benefício.

Ao aprofundar o conceito, para identificação e classificação mais precisa dos QUICK WINS, as oportunidades devem se enquadrar dentro dos critérios abaixo:

- Causa raiz do problema identificado;
- Oportunidade com escopo bem claro e definido;
- Baixa complexidade de implementação (ex: recursos, áreas, aprovações e sistemas);
- Prazos de implementação de 30 a 60 dias;
- Baixo investimento de capital (ou nenhum);
- Impactos mensuráveis e estimados – ROI!

O QUICK WIN deve ter baixa complexidade de implementação e médio/alto potencial de benefício. Características diferentes destas devem ser reavaliadas, podendo virar até projetos. Determinadas oportunidades podem não valer a pena o esforço de implementação, devendo ser descartadas.

Como identificar

Durante nossos projetos, com as metodologias que utilizamos, os QUICK WINS podem ser identificados de diversas formas. Abaixo as mais comuns e efetivas:

- Realização de brainstorming com a equipe;- Solicitação de sugestões às áreas cliente e fornecedoras na empresa;- Pesquisa com os clientes e fornecedores da empresa;- Observar a execução do trabalho diário da equipe e ouvi-los sobre dificuldades e oportunidades;- Coletar e analisar informações de pesquisas de clima, “caixa de sugestões”, chamados de sistema, ouvidoria. Estas podem ser ricas fontes de informações!- Consultorias, claro… em determinados projetos, chegamos a identificar dezenas de oportunidades de melhorias, sendo 10 a 15% de QUICK WINS.

Exemplos de QUICK WINS

Em nossas experiências com projetos para segmentos diversos, costumamos desenvolver QUICK WINS que auxiliam os negócios nos diferentes aspectos:

- Eliminação de etapas desnecessárias de processos;
- Alteração de procedimentos ineficientes;
- Redesenho de formulários;
- Melhor comunicação entre áreas;
- Ajustes de layout de loja;
- Inclusão de planilhas ou ferramentas simples de controle e planejamento;
- Utilização de recursos disponíveis e “desconhecidos” nos sistemas;
- Treinamentos!

RECOMENDAÇÕES

Os QUICK WINS geralmente são simples e não deveriam existir muitas complicações para sua execução. Para ampliar ainda mais as chances de sucesso, seguem algumas recomendações:

- Organize todas as oportunidades em um controle, mesmo que não seja implementado neste momento;
- Estruture atividades, prazos e responsáveis como um projeto, mas sem a burocracia de um;
- Formalize! Tenha por escrito e compartilhado com a equipe, assim como seu acompanhamento;
- Garanta que todos os envolvidos estão cientes dos objetivos, importância e benefícios com a iniciativa;
- Valorize a fonte de captação da oportunidade, bem como a equipe de execução;
- Avalie a capacidade de execução, seja em conhecimento ou tempo disponível;
- Demonstre e compartilhe os benefícios!

ERROS MAIS COMUNS

Apesar de ser um conceito simples na sua essência, nem sempre sua identificação e implementação são bem-sucedidas.

Dentre as principais razões, destaco as seguintes:


- Análise rasa do problema (dificuldade na comprovação);
- Foco excessivo nos detalhes. QUICK WIN é para ser simples!
- Priorização de outras atividades (dia a dia, outras iniciativas);
- Falta de capacidade de execução “know how”;
- Falha na comunicação (“combinar com os russos”);
- Falta de patrocínio, as iniciativas devem ser “bancadas” pelo responsável da área.

Que tal acelerar e garantir esses pequenos e importantes passos para melhorar a performance e qualidade de execução da sua empresa?

Fonte: Roger Abe - Gouvêa de Souza
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 30 de maio de 2017 às 16:19
Bom, um dos caminhos é buscar inspirações positivas com outros varejistas. Talvez o case de grande sucesso e repercussão recente em nosso mercado seja o das lojas Renner, de Porto Alegre.

Desde 2014, a varejista vem realizando uma série de projetos com o intuito de crescer e aumentar suas vendas. Muitos dos investimentos foram destinados no back office em ações voltadas para o ganho de eficiência. Mesmo nos momentos de euforia do consumo, ela não se alavancou e consequentemente sempre manteve um nível de endividamento baixo, o que permitiu que mantivesse o ritmo de investimentos, mesmo durante as crises.

Investiu na reformulação de lojas, atraindo um público de melhor poder aquisitivo. Melhorou a oferta de produtos, investiu em softwares de gestão empresarial e de frente de lojas para reduzir o tempo das filas, executou um ambicioso processo de modernização da sua logística e consequentemente reduziu drasticamente o tempo entre o desenvolvimento das coleções até a disponibilidade nas araras. E, sobretudo, tem mantido uma forte disciplina financeira para conter aumentos de custos e garantir boas margens de lucro.

Em consequência, no ano passado ela superou as concorrentes C&A e Riachuelo e se tornou líder do setor, com 5% do mercado e planeja abrir mais 450 lojas até 2021 no Brasil, além de outros países da América do Sul.

Outro case importante para a inspiração de varejistas é o da grife de roupas carioca Reserva. Apesar de já ter um faturamento robusto, ela ainda apresenta um comportamento de uma típica startup já que inovação está em seu DNA e tem sido a sua principal característica. Em 2015 foi considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo, segundo uma lista organizada pela revista americana Fast Company. É a única empresa brasileira no ranking.

Entre as inúmeras ações de marketing com características inovadoras, a Reserva tem o projeto 1P5P, que significa que a cada peça vendida, 5 pratos de comida são doados para pessoas necessitadas, através de uma parceria com a Associação Civil Banco de Alimentos. Só em 2016, foram doados mais de 5,5 milhões de pratos de comida. Uma bela sacada de responsabilidade social.

Outros dois casos recentes: a Faça Você Mesmo e a loja Usereserva.com, no Shopping Fashion Mall no Rio de Janeiro. A primeira oferece a possibilidade através do e-commerce da marca que o próprio cliente personalize sua camisa/camiseta. A outra inovação é uma loja física que eles não consideram um ponto de venda e sim um ponto de encontro! Uma loja sem estoques onde os clientes experimentam, pagam, mas ao invés de levar as peças na hora, recebem em sua casa direto do centro de distribuição, através de entregadores de bicicletas. A loja tem apenas um mostruário para ser experimentado pelos clientes. Ah, o local é também um composto de espaço sustentável, de relacionamento e muita, muita experiência!

Outra proposição são as reformas em curso em algumas das lojas da rede: aumento das áreas para cerca de 200 metros quadrados. As reformas não têm o objetivo, no entanto, de oferecer uma maior exposição de produtos, mas sim de abrigar barbearias, cafés e até espaços de co-working, em uma aposta de que a experiência do consumidor com a marca é que vai prevalecer no futuro próximo.

A ascensão da Reserva é impressionante: nos últimos 5 anos ela quintuplicou seu faturamento e já fatura R$350 milhões. A empresa adota um marketing entre o despojado e o “comprometido socialmente” que a fez cair nas graças dos jovens que querem “algo a mais” em uma marca. Até agora a marca tem se mostrado um sucesso de crítica, público e tudo indica, de boa rentabilidade.

Assim como a Renner, a Reserva também resolveu buscar eficiência e inovação atendendo os anseios dos seus clientes e não se abatendo com as inúmeras crises econômicas e políticas que assolam o país. Resolveram trabalhar muito, respeitando suas aptidões, seu DNA, antenados com as transformações do consumidor e das inovações do varejo. Ah, e são duas empresas genuinamente brasileiras, que fariam bonito em qualquer outro país do mundo!

Fonte: Marcos Hirai - Gouvêa de Souza