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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 08 de agosto de 2023 às 09:40

Não é de hoje que a Faria Lima se encanta com o Mercado Livre (MELI;MELI34). A empresa argentina vem entregando crescimento ininterrupto ao longo dos últimos anos, demonstrando força quando muitos de seus concorrentes patinaram.
Na noite de ontem, os resultados divulgados sobre o segundo trimestre de 2023 voltaram a reforçar essa tese. “Comemorando o seu aniversário em grande estilo”, diz o Itaú BBA na introdução do seu comentário.

Depois de mais um balanço acima da expectativa do mercado, as ações da varejista listadas na Nasdaq disparam mais de 10% e são cotadas a US$ 1.309,7. No ano, a valorização do papel supera os 54%.
De acordo com análise de Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, a receita líquida de US$ 3,4 bilhões no trimestre resultou de um aumento de 17% na base de clientes, de 18% no número de itens vendidos e evolução nas principais regiões de atuação da companhia. A comparação é feita com o mesmo período de 2022.


Mercado Livre mira mercado multibilionário da linha branca no Brasil, em desafio a MGLU3 e VIIA3

Crescimento também é a palavra que definiu o volume bruto de mercadorias transacionadas (GMV, na sigla em inglês).
No trimestre, o GMV do Meli ultrapassou a marca dos US$ 10 bilhões, beneficiando-se diretamente da derrocada da Americanas(AMER3), em uma indicação de que a empresa continua expandindo a sua já dominante fatia de mercado no Brasil.

Ainda dentro do contexto brasileiro, o Mercado Livre informou estar melhorando a sua competitividade de preço em produtos eletroeletrônicos, resultando em um aumento da margem de vendas 1P (vendas executadas pela própria plataforma, e não por terceiros).

Depois da queda da AMER3, o Mercado Livre vem se preparando para ‘travar uma guerra’ pela linha branca contra as demais concorrentes, como Via Varejo (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3). As varejistas brasileiras são dominantes históricas do segmento, que corresponde a maior fatia do GMV local.
Dentro de segmento 3P, a empresa reportou um aumento do take rate (a fatia das transações que fica retida para a plataforma) para 18,4%, o que acabou sendo “influenciado pelo aumento da penetração da iniciativa de anúncios e do repasse de preços para os vendedores”, diz Ferrer.

O analista vincula o salto do take rate à sofisticação de funcionalidades disponíveis para clientes e vendedores da plataforma. “Em 2010, por exemplo, o take rate era de 6%”, relembra o analista da Empiricus.
Diante de todos esses números, o lucro líquido do Mercado Livre foi para US$ 261,9 milhões, avanço de 113% na base anual.


Não é só o e-commerce: Mercado Pago e Mercado Envios trazem números “superlativos”

As boas notícias para a varejista ultrapassaram a divisão de e-commerce. O Mercado Envios, que é segmento de logística próprio do Mercado Livre, atingiu um recorde no segundo trimestre de 2023, ao atingir uma penetração de 94% da rede de distribuidores parceiros.

Já o fullfillment, serviço no qual a Meli realiza o armazenamento, embalagem e entrega de produtos, atingiu uma penetração de 46% em termos consolidados. Segundo a varejista, 56% dos pedidos estão sendo entregues em até 24 horas.

Assim como o Mercado Envios, o Mercado Pago também apresentou números “superlativos”, de acordo com Ferrer. O volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) atingiu US$ 42 bilhões, um aumento de 740% em relação ao segundo trimestre de 2022. Do total, US$ 27 bilhões é referente ao que está sendo transacionado fora da plataforma.

Dentro do Mercado Pago, o Itaú BBA faz destaque à linha de crédito, o Mercado Crédito. A receita de juros descontada de perdas para o produto teve um ganho de 6,2 ponto percentual (pp.), que chega a 36,8%. “O número foi puxado por menor provisão para perdas, em razão de uma qualidade de ativos maior e declínio do risco de inadimplência”.

Fonte: Money Times
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 08 de agosto de 2023 às 09:29


Essa é uma habilidade que os empreendedores precisam desenvolver e que se assemelha a uma arte:precificar produtos e serviços corretamente. Dominar isso é essencial para o sucesso de qualquer negócio. A precificação, afinal, além de impactar os lucros diretamente, determina a percepção dos clientes a respeito do seu empreendimento. 

Quem opta por deixar os preços lá embaixo, certamente dará a entender que se trata de um negócio mais popular — consequentemente, precisará registrar um bom volume de vendas para compensar uma margem de lucro menor e afastará a clientela que só tem olhos para produtos mais exclusivos.
Já os empreendedores que preferem manter os preços mais altos estão posicionando seus negócios de uma maneira completamente diferente. Tendem a vender menos em quantidade e a registrar margens de lucro mais expressivas. 

Foco no futuro do negócio

Independentemente da estratégia de preço adotada pelos empreendedores, descobrir exatamente quais são os custos do negócio e dar a devida atenção à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) são atitudes fundamentais para o sucesso de qualquer negócio.

3 fatores para analisar antes de precificar o produto

Para dominar a arte de precificar produtos, conhecer os três principais fatores que a regem é o primeiro passo. O mais importante dos três é o lucro. Trata-se da diferença entre a receita total adquirida e os custos totais registrados. Diferença positiva, convém enfatizar, pois se faltar dinheiro nessa conta não estaremos mais falando de lucro, e sim de prejuízo.

O lucro reflete o ganho obtido após todos os gastos relacionados à produção, venda e operação do negócio serem meticulosamente deduzidos. E serve de norte para todas as decisões financeiras da sua empresa, seja ela grande ou pequena. Só com algum lucro expressivo os empreendedores deveriam pensar, por exemplo, em ampliar o negócio. 

 A receita é outro fator fundamental. É a soma de todos os valores arrecadados com as vendas de produtos ou serviços durante um determinado período. Cada produto vendido contribui com esse fator e cada centavo importa. Um erro comum na hora de registrar as receitas é arredondar os valores obtidos com as vendas.

 Já o custo representa todos os gastos associados à produção ou aquisição de produtos, ou serviços. Sim, envolve tanto a compra de matéria-prima quanto as despesas com mão de obra, embalagem e outras necessidades operacionais. Gastos que às vezes não são contabilizados — os que se referem ao transporte para a entrega de mercadorias, por exemplo, podem fazer muita diferença no cálculo final.


DRE o que é e qual a importância?

 Antes de precificar produtos, os empreendedores também devem se debruçar sobre a carga tributária que incide sobre o negócio. Conhecer as alíquotas de impostos como ICMS e IPI é vital para evitar surpresas desagradáveis. Eles podem consumir boa parte do lucro se não forem calculados com precisão. 

 Daí a importância de dar a devida atenção à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Trata-se de um relatório contábil que apresenta as receitas, custos e despesas de uma empresa durante um período específico, normalmente um trimestre ou um ano. Permite constatar, facilmente, se a empresa obteve lucro ou prejuízo a curto, médio ou longo prazo.


Qual a estrutura básica de uma DRE?


- Receita total: Soma de todas as receitas geradas no período.
- Custos dos produtos vendidos (CPV) ou custos dos serviços prestados (CSP): gastos diretos relacionados à produção dos produtos ou serviços.
- Despesas operacionais: gastos indiretos necessários para manter o funcionamento da empresa, como aluguel, salários administrativos, contas de consumo, marketing, entre outros.
- Lucro bruto: resultado obtido após subtrair o CPV ou CSP da receita total.
-  Lucro operacional: resultado obtido após subtrair as despesas operacionais do lucro bruto.
- Lucro líquido: é o lucro final obtido após considerar todos os impostos e despesas não operacionais.


Como fazer uma precificação correta?

O chamado Índice de Comercialização ajuda todo empreendedor a bater o martelo para precificar produtos. Como calcular esse dado? Descubra, antes de tudo, o quanto os custos fixos tomam, percentualmente, do faturamento mensal. Cerca de 39%? Subtraia então esse número de 100 e, em seguida, divida o resultado por 100. O resultado, no caso, é 0,61. Depois é só dividir o número 1 por esse valor. Nesse exemplo hipotético, o resultado final é 1,61. 

 Eis o Índice de Comercialização. O que fazer com ele? Use-o para descobrir o valor mínimo que você deve cobrar por cada produto. Se você gasta R$ 100 para produzir uma unidade, multiplique-a por 1,64. Dá 164, certo? Então você precisa cobrar no mínimo R$ 164 em cada venda para não sair no prejuízo.

 Por fim, convém lembrar que o valor de um produto não necessariamente tem a ver com o preço dele. Relaciona-se, afinal, à percepção que os clientes têm a respeito do que sua empresa está oferecendo. Quando algum tipo de valor é agregado ao produto — o que muitos empreendedores fazem quando apostam em qualidade e storytelling, por exemplo, o preço acaba tendo menos importância. É por isso que muitos clientes não se importam em pagar o que for preciso por determinado sapato ou bolsa. Mesmo que existam opções similares bem mais em conta.

Fonte: Exame