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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 01 de agosto de 2023 às 10:18


Pesquisa da Ipsos revelas dados sobre o Brasil e mostra como executivos enxergam e trabalham as diferenças geracionais em suas empresas.

As mudanças demográficas e o envelhecimento da população estão impactando a sociedade com cada vez mais intensidade. No mercado de Customer Experience (CX) os desafios das marcas para dialogar com as diferentes gerações interferem não apenas na forma como empresas criam suas ofertas, mas como trabalham internamente essas diferenças também.

Nesse cenário, além de tecnologia e algoritmos, pesquisas podem contribuir para entender os comportamentos dessas diferentes gerações de consumidores e como isso pode auxiliar empresas na melhoria de seus processos e estratégias de marca.

O Ipsos Talks trouxe alguns insights interessantes sobre o tema numa pesquisa apresentada por Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil. Moderado por Paula Sória, diretora de clientes na Ipsos, o evento contou com a participação de Célia Nishio, Diretora Global Marketing Intelligence na Natura e Maria Clara Fleury, Líder Latam de Comunicação e Marketing para o Consumidor do Google.


Inflação, confiança e as diferentes gerações

A pesquisa trouxe alguns destaques sobre como alguns temas estão influenciando nesse cenário de consumo e gerações. Um deles é a “vulnerabilidade” com a inflação. Dos 30 países analisados na pesquisa, a intensidade dessa preocupação é maior no Brasil, sobretudo com os boomers.

“Cicatrizes do passado podem ser um dos gatilhos para essa geração de consumidores ser impactada pela vulnerabilidade da inflação”, diz Marcos Calliari. Por outro lado, a nova geração de consumidores se demonstra extremamente preocupada com a desigualdade social. “Com os mais novos, Gen Z e Millenials, a desigualdade social é o que preocupa. A inflação ainda nem tanto”, destaca Calliari.

Já sobre o índice de confiança do consumidor, um dado que sempre chama a atenção em pesquisas, a Ipsos aponta que ele vem aumentando no Brasil – muito mais que em outros países. Segundo o estudo é uma percepção positiva para 58,6% dos pesquisados.


Demografia e outros aspectos sociais

A Ipsos também destaca que o caráter demográfico também é um dos grandes fatores para entendermos as gerações e seus comportamentos de consumo. Em linhas gerais, a pesquisa ressalta que há uma tendência de redução demográfica e diminuição da taxa de fecundidade no Brasil. Há também a expectativa de vida mais alta dos brasileiros, que cresce a cada dia; convivência intergeracional; lares compostos de uma pessoa (monohabitante); a maior urbanização, além do número expressivo de pets no país, são 50 milhões de animaizinhos de estimação, principalmente cães e gatos, nos lares brasileiros. Tudo isso coloca o Brasil como um mercado de consumo ainda mais plural e diversificado.



Como as marcas enxergam e trabalham essas diferenças?

Um dado que também chama a atenção na pesquisa da Ipos é que as gerações mais novas cresceram com maior confiança nas instituições e nas empresas. Por esse lado, como é para as marcas trabalharem hoje a gestão do portfólio, inovação de produtos e serviços? Como elas estão se estruturando em um cenário de consumo mais diversificado e projetando avanços e recriando valor de marca?

Célia Nishio, da Natura, acredita que o importante é notar quais são os propósitos da marca nessa comunicação e relação geracional. “Além do olhar para os diferentes públicos de consumidores, dentro da Natura, por exemplo, temos cinco gerações diferentes trabalhando juntas. Isso faz com que tenhamos um olhar diversificado na percepção da marca e no desenvolvimento de produtos para trabalhar nosso portfólio contemplando todas essas gerações”, explica Célia.

Maria Clara Fleury, diz que no caso do Google, a empresa parte de um “olhar para todos”. “Pensamos sempre num produto simples e que todos irão utilizar no seu dia a dia, como uma escova de dente, por exemplo. Mas não deixamos de olhar para essas necessidades geracionais de cada público. Hoje entregamos no buscador Google muito mais resultado em imagens e voz, por exemplo”, revela.

Nesse ponto, Marcos Calliari, destaca a importância do ressignificado. “Este exemplo do Google é de como as empresas são impactadas geracionalmente. De como podem recriar usabilidades e trazer um novo significado para um produto ou serviço. É isso que o impacto geracional provoca numa marca. E isso requer um olhar atento e muito trabalho das empresas para seguirem relevantes para seus clientes”, destaca o CEO da Ipsos no Brasil.

“Adequação de produtos e agradar a todos é muito complexo hoje”, completa Célia Nishio. Ela ressalta que nesse caminho, a Natura utiliza ferramentas internas e estudos que auxiliam nesse processo. No entanto, Marcos Calliari alerta para o cuidado e a necessidade de conhecimentos mais profundos agora sobre comportamentos de consumo, que vão além de KPIs tradicionais e requerem um entendimento maior de dados intangíveis sobre as novas gerações para traduzi-los em ajustes para as marcas.


Capacitação e liderança

Nesse caminho sobre entendimento geracional para o consumo, Maria Clara Fleury, pontua que uma boa liderança é fundamental dentro das empresas e ela deve estar preparada para lidar com toda essa diversidade. “No Google temos esse cuidado de entender as particularidades e experiências desses grupos. E o olhar da liderança em estar constantemente conectada com essa diversidade do consumidor e também dentro de suas estruturas, para poder falar com todas essas pessoas, faz a diferença na estratégia do seu negócio”, frisa.

Tudo é “um olhar de aprendizado”, avalia Célio Nishio. “E isso vale para todos nós”, afirma. “Na Natura utilizamos, por exemplo, seções de letramento e de afinidades, além de outras atividades em grupos que trazem maior profundidade nessa discussão sobre como encaramos as diferentes gerações”, conclui.

Ao final da discussão, fica evidente o quão dinâmico está o mercado de consumo quando associado as diferentes gerações, aos seus hábitos de consumo, classes e localidades. Um desafio que se torna mais agudo na medida que não só o tempo avança, mas, a tecnologia nos apresenta novos caminhos e novas formas de nos relacionarmos e consumirmos.

Fonte: Consumidor Moderno
Foco & Ideias Postado em terça-feira, 25 de julho de 2023 às 11:14


Empresas que adotarem estratégias personalizadas no planejamento podem se beneficiar.

Os empresários iniciam o segundo semestre do ano com boas expectativas quanto ao desempenho das vendas. A empolgação com os feriados e as datas comemorativas muito se deve aos dados referentes às vendas do varejo paulista no primeiro trimestre de 2023, que atingiram R$ 281 bilhões, alta de 6,2% em comparação ao mesmo período de 2022, como aponta a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV).

Por isso, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) elaborou um calendário com as principais datas comemorativas do segundo semestre para ajudar o empresário a estimular as vendas.

As estratégias personalizadas para cada ocasião podem englobar conteúdos nas redes sociais para divulgar produtos e serviços, além de promoções focadas em públicos específicos e textos informativos, com o objetivo de aumentar o engajamento dos clientes e o número de seguidores. 

No calendário, há datas relacionadas aos setores de saúde, entretenimento, turismo etc. 
Confira, a seguir, os destaques e as oportunidades de cada mês.


Julho

Momento de fazer um balanço do primeiro semestre identificando pontos fortes e fracos da operação e obter um diagnóstico completo do estoque e das finanças. 

Como ainda há um consumo reprimido de turismo e lazer por causa da pandemia, o mês (de férias escolares) deve ser bom para o comércio de regiões turísticas. 

Para segmentos como o de lojas de vestuário, tecidos e calçados, também é importante fazer um balanço das vendas de inverno para não correr o risco de ficar com o estoque parado com produtos sazonais. 

Embora tenham um potencial menor de alavancar as vendas, alguns nichos podem aproveitar o Dia Mundial do Rock (13) ou o Dia do Homem (15) para realizar ações promocionais.


Agosto

O Dia dos Pais é a primeira data do segundo semestre que deve movimentar o comércio, embora com menor apelo em relação ao Dia das Mães ou dos Namorados. Itens de vestuário, calçados e acessórios são os preferidos na hora de presentear, mas segmentos como o de eletrônicos e de ferramentas também costumam ser beneficiados. 

O segmento de bares, restaurantes e adegas pode aproveitar o Dia Internacional da Cerveja (4) para ações promocionais.

Já o segmento de eletrônicos e jogos pode explorar o Dia Internacional do Gamer (29).


Setembro

No mês da Independência, a dica é aproveitar a Semana do Brasil. Vale ressaltar que o evento não fica restrito ao varejo e deve ser explorado pelo setor de serviços — estética, beleza, turismo, cursos etc. 

Além disso, no dia 15 se celebra o Dia do Cliente, oportunidade para oferecer descontos e/ou brindes e fidelizar público. 

No dia 23, começa a primavera, muito bem explorada pelo segmento de vestuário.


Outubro

O Dia das Crianças deve movimentar o comércio de brinquedos e lojas de departamentos e roupas infantis. O segmento de eletrônicos também pode se beneficiar. 

O Halloween no fim do mês (31) — ou Dia das Bruxas —, que tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil, vai beneficiar o setor de fantasias. 

Além disso, o comércio deve intensificar os preparativos para a Black Friday. Aqui cabe uma avaliação do quadro de funcionários tanto quanto ao desempenho como em relação à quantidade da equipe, já que em outubro começa o período de contratação de temporários para o fim do ano. 

Do ponto de vista de responsabilidade social e preocupação com o cliente, campanhas que mencionem o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, são bem-vindas.


Novembro

*Neste ano, a Black Friday cairá no dia 24. A dica da FecomercioSP é que o empresário explore a data durante todo o mês para obter melhores resultados. Campanhas do tipo “Black November” e ofertas antecipadas já na primeira quinzena são bem-vindas. Atenção redobrada aos estoques, à qualidade no atendimento, aos canais de venda online e ao prazo de entrega — lembrando que, a partir da segunda quinzena, o consumidor já está mais propenso a consumir graças ao recebimento da primeira parcela do décimo terceiro salário. 

A Cyber Monday (27), voltada mais a produtos eletrônicos, é uma boa oportunidade para vender estoques remanescentes da Black Friday. 

Assim como outubro, novembro é momento de obter ganhos institucionais com campanhas relacionadas ao Novembro Azul, mês de conscientização da saúde do homem.


Dezembro
O mês ainda é o mais importante quando falamos de vendas. Para se ter uma ideia, o faturamento das lojas de vestuário, tecidos e calçados em dezembro do ano passado foi mais de 50% superior ao de novembro. Com o alto movimento das lojas, inclusive com extensão de horário de funcionamento, a preocupação deve ser com a qualidade dos atendimentos presencial e online. Além disso, é importante planejar uma possível efetivação dos funcionários temporários. 

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Fonte: Fecomercio SP