Notícias


Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 12 de setembro de 2023 às 11:21


Peter Drucker identificou sete fontes de inovação na obra “Inovação e Espírito Empreendedor”. Aprenda com cases associados a cada uma delas.

O pai da administração moderna e meu professor, Peter Drucker, vê a inovação não como um mero acaso ou um lampejo de genialidade, mas como uma atividade sistemática e organizada. Para ele, inovar é algo que pode ser ensinado e aprendido, assim como qualquer outra habilidade ou disciplina empresarial. Em vez de ser um evento esporádico, a inovação deve ser uma prática contínua, incorporada à cultura e à estratégia de uma organização.

Além disso, Drucker acredita que a inovação não é um luxo ou uma opção. Em um mundo empresarial em constante evolução, onde as necessidades e desejos dos consumidores mudam e novas tecnologias emergem regularmente, inovar é essencial. Durante meu MBA, Drucker disse algo que todos deveríamos levar em consideração: precisamos lançar nossos produtos hoje e começar a matá-los amanhã. Essa é a maneira pela qual as empresas se adaptam, crescem e, em última análise, sobrevivem. E foi naquele exato momento que me deparei pela primeira vez com o conteúdo de inovação contínua. Sem isto as empresas correm o risco de se tornarem obsoletas, superadas por concorrentes mais ágeis e adaptáveis.

Importante também é a visão de Drucker de que a inovação não é exclusiva de grandes corporações ou setores de alta tecnologia. Qualquer empresa, grande ou pequena, em qualquer setor, pode e deve inovar. Seja melhorando um processo interno, introduzindo um novo produto ou redefinindo completamente seu modelo de negócios, a inovação é acessível e necessária para todos.


As Sete Fontes de Inovação

Drucker identificou sete fontes de inovação em sua obra “Inovação e Espírito Empreendedor” (“Innovation and Entrepreneurship”). Estas são áreas onde as oportunidades para inovação podem surgir. Aqui estão elas:

1. Inesperado – O sucesso e o fracasso inesperados: Quando algo não sai como planejado, seja um sucesso inesperado ou um fracasso, pode haver uma oportunidade para inovação.

2.  Incongruências: Quando há uma discrepância entre o que é e o que deveria ser, pode haver uma porta para inovação. Isso pode ser uma incongruência no processo, no mercado ou no produto.

3. Necessidades do processo: Quando um processo pode ser melhorado ou há uma necessidade não atendida no processo, há uma oportunidade para inovação.

4. Mudanças na estrutura da indústria ou do mercado: Quando há mudanças significativas em uma indústria ou mercado, como novas regulamentações ou novas tecnologias, pode haver lugar para inovação.

5. Demografia: Mudanças demográficas, como modificações na população, idade, composição familiar, etc., podem criar novas necessidades e oportunidades para inovação.

6. Mudanças na percepção, humor e significado: Como as pessoas percebem o mundo ao seu redor, seus valores e seus comportamentos podem mudar ao longo do tempo. Essas alterações podem criar espaço para novos produtos, serviços ou negócios.

7. Novos conhecimentos: Novas ideias, tecnologias, ou combinações de conhecimento existente podem levar a inovações. Isso pode incluir avanços científicos, tecnológicos ou mesmo novas abordagens para resolver problemas antigos.


Drucker enfatizou que a inovação não é apenas sobre tecnologia ou invenções, mas sobre a aplicação de ideias para criar valor. Ele também destacou a importância de olhar para fora da própria organização e indústria para identificar possibilidades de inovação.


Inesperado – O sucesso e o fracasso inesperados:

Netflix: Originalmente, a Netflix era um serviço de aluguel de DVDs pelo correio. No entanto, eles perceberam um sucesso inesperado com seu modelo de assinatura e streaming, o que os levou a se transformar na gigante do streaming que são hoje.

Incongruências:
Dyson: James Dyson percebeu uma incongruência entre o desempenho esperado e o real dos aspiradores de pó tradicionais. Isso o levou a desenvolver o aspirador de pó sem saco, que não perde sucção à medida que se enche.


Necessidades do processo:
Toyota: A empresa desenvolveu o Sistema Toyota de Produção, também conhecido como Lean Manufacturing. Eles identificaram ineficiências nos processos de fabricação tradicionais e inovaram para criar um sistema mais eficiente e menos dispendioso.

Mudanças na estrutura da indústria ou do mercado:
Uber: aproveitou as mudanças na indústria de táxis e a crescente ubiquidade dos smartphones para criar um novo modelo de negócios baseado em compartilhamento de caronas.


Demografia:
Gerber: A empresa de alimentos para bebês surgiu em resposta às necessidades demográficas de famílias com bebês e à demanda por alimentos convenientes e nutritivos para essa faixa etária.

Mudanças na percepção, humor e significado:
● Beyond Meat: Com uma crescente conscientização sobre questões ambientais, saúde e direitos dos animais, muitos consumidores estão buscando alternativas à carne. A Beyond Meat inovou ao criar produtos à base de plantas que imitam o sabor e a textura da carne.

Novos conhecimentos:
● CRISPR Therapeutics: Utilizando o novo conhecimento sobre a tecnologia de edição de genes CRISPR, esta empresa está na vanguarda da inovação em terapias genéticas para tratar doenças.


Estes são apenas exemplos e, em muitos casos, as empresas podem se encaixar em várias categorias ao mesmo tempo. A chave é reconhecer que as oportunidades de inovação podem surgir de muitas fontes diferentes.

A abordagem de Peter Drucker à inovação destaca sua natureza intrínseca e essencial no cenário empresarial contemporâneo. Ao desmistificar a inovação, removendo-a do reino do acaso e posicionando-a como uma atividade ensinável e aprendível, Drucker oferece uma perspectiva revolucionária sobre como as empresas e empreendedores podem se manter à frente em um ambiente em constante mudança.

Suas sete fontes de inovação, ilustradas por exemplos práticos de empresas reconhecidas, fornecem um roteiro para organizações e empreendedores que buscam identificar e capitalizar oportunidades, independentemente de seu tamanho ou setor. No cerne de sua filosofia está a ideia de que a inovação não é meramente a invenção de novas tecnologias, mas a aplicação estratégica de ideias para gerar valor real.

 Em um mundo onde a adaptabilidade é crucial, a visão de Drucker serve como um farol, guiando empresas e empreendedores na jornada contínua de reinvenção e crescimento.

Fonte: Consumidor Moderno
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 12 de setembro de 2023 às 10:52


Para começar, autenticidade e propósito. Michel Alcoforado destrincha as particularidades da geração de nativos digitais quando se trata de experiência.

A Geração Z, composta por indivíduos nascidos entre meados da década de 1990 e início dos anos 2000, tem características e valores distintos que impactam diretamente em suas expectativas e comportamentos como consumidores. Ao mesmo tempo em que se importa mais do que as gerações anteriores com a autenticidade e o valor do propósito das marcas como um elemento de decisão de consumo, é mais pragmática.

“Ao contrário do cliente Millennial, que partia do pressuposto de ter uma experiência que precisava ser balizada por propósitos, com muito sonho, com expectativas, a Geração Z é um tipo de consumidor extremamente mais pragmático do que sonhador”, aponta Michel Alcoforado, antropólogo e sócio-fundador do Grupo Consumoteca, que falará no CONAREC 2023 sobre o que essa geração de jovens valoriza no Customer Experience.

Trata-se de um tipo de consumidor mais preocupado com o retorno rápido da experiência do que com uma relação de benefício afetivo. “Esse é um consumidor que não ama marcas. Ele ama recompensas. ‘O que eles ganham com isso?’ Esta é a pergunta que deve ser respondida para os jovens da Geração Z”. Isso se reflete em uma das tendências de consumo identificada pela Consumoteca, o ‘smart buying’.

O mindset ‘smart buying’ decide as compras de maneira pragmática, com a escolha de produtos, marcas e serviços a partir de uma noção mais clara daquilo que ele está ganhando e daquilo que ele está perdendo.

Michel Alcoforado vai abordar no painel “CX e Geração Z: O que muda?”, os principais aspectos que diferenciam a experiência do cliente para esses jovens, que estão chegando com força ao mercado de consumo. Essas particularidades refletem um grupo de consumidores engajados, críticos e altamente informados, que buscam por marcas que não só atendam suas necessidades, mas também reflitam seus valores e aspirações. Confira spoilers de alguns dos insights que o fundador da Consumoteca leva ao CONAREC.

Valores e Autenticidade:
A Geração Z valoriza a autenticidade das marcas. Para eles, é importante que as empresas demonstrem valores claros e consistentes e que estes sejam refletidos em suas ações e não apenas em discursos de marketing. Michel Alcoforado destaca que essa geração busca por marcas que tenham propósito e se posicionem sobre causas relevantes.

Interação Digital Fluída:
Crescidos na era digital, esses jovens esperam uma experiência digital sem atritos. Eles são nativos digitais e, por isso, têm expectativas elevadas quanto à usabilidade, design e eficiência de plataformas online. Alcoforado aponta que a Geração Z busca por interações intuitivas e resoluções rápidas online.

Personalização e Individualidade:
Essa geração valoriza a individualidade e espera que as marcas reconheçam suas especificidades. Para eles, a experiência de consumo deve ser personalizada, refletindo suas preferências e histórico. Michel ressalta a importância de não tratar a Geração Z como um bloco homogêneo, mas entender as nuances dentro deste grupo.

Valorização das Relações Humanas:
Apesar de serem altamente digitais, a Geração Z valoriza interações humanas autênticas. Eles querem se sentir ouvidos e compreendidos, não apenas por algoritmos, mas também por pessoas reais. Alcoforado destaca que, em momentos críticos, essa geração ainda busca pelo contato humano, seja para resolver problemas ou para obter consultoria.

Consciência Socioambiental:
A sustentabilidade e responsabilidade social são questões de grande importância para a Geração Z. Eles tendem a apoiar e se fidelizar a marcas que demonstram compromisso com o meio ambiente e com a sociedade. Segundo Alcoforado, essa geração é motivada por um forte senso de justiça e espera que as empresas também sejam.

Fonte: Consumidor Moderno