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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 04 de julho de 2023 às 10:15


A fim de trazer informações relevantes para o mercado de aplicativos mobile, a Rocket Lab apresentou um relatório sobre o universo dos apps. Segundo Guilherme Basani, VP de Global Revenue da Rocket Lab no Brasil, em 2020, os gastos com anúncios mobile atingiram um recorde de US$ 240 bilhões em todo o mundo. “As últimas previsões mostram que esse número irá ultrapassar US$ 360 bilhões ainda este ano”.

Quando se trata de downloads e horas de uso, o Brasil ocupa o 4º lugar a nível mundial, perdendo apenas para China, Índia e Estados Unidos
O executivo ainda acrescenta que o Brasil se destaca como o 11º no ranking de países/usuários que mais gastam com mobile, tendo os gastos totalizados em US$ 1,37 bilhão. E quando se trata de downloads e horas de uso, o país ocupa o 4º lugar a nível mundial, perdendo apenas para China, Índia e Estados Unidos.

Dados gerais sobre o mercado mobile

Atualmente, de acordo com o estudo, cerca de 66,6% da população mundial utiliza algum tipo de dispositivo móvel. Em relação à média de tempo gasto nesses dispositivos (especialmente em smartphones), o número é de aproximadamente 5 horas por dia. Desse período, 88% são dedicados ao uso de aplicativos.

Os usuários estão dispostos a investir em suas experiências com aplicativos, uma vez que o gasto total com apps atingiu a marca de US$ 167 bilhões. A seguir, você acompanha os segmentos mais relevantes do mercado, seguido do valor gerado em cada um dele:

E-commerce por aplicativos

Segundo o relatório analítico da Rocket Lab, os principais mercados em crescimento para aplicativos de varejo online incluem mercados emergentes em países da América Latina, como Brasil, México e Argentina.

No que se relaciona à quantidade de horas gastas por consumidores nos aplicativos de compras em 2022, totalizaram 110 bilhões de horas, que renderam cerca de US$ 415 bilhões em gastos no e-commerce.

Plataformas OTT

Apps de streamings como HBOMAX, Netflix, Hulu, Amazon e Disney+, estão gerando cada vez mais conteúdos exclusivos. Apenas em 2022, foram registrados 34,9 milhões de novos usuários a criar novas contas nestes apps.

O crescimento destes aplicativos tende a se superar cada vez mais, visto que, em 2022 o mercado global de streaming registrou um total de US$ 7,2 bilhões. Ainda assim, estimativas apontam que até 2027 esse número passe para US$ 14 bilhões.

Fintechs

A adoção de aplicativos móveis para serviços bancários móveis, carteiras, pagamentos digitais e empréstimos pessoais teve um rápido crescimento em 2022, continuando a aceleração em direção ao mobile. Atualmente há cerca de 10 mil fintechs nas Américas e a projeção de valor deste segmento de mercado global até 2025 é de US$ 460 bilhões.

Já no Brasil, o maior incremento entre as fintechs será o neobanking. O termo, neste caso, se refere às instituições financeiras exclusivamente digitais — portanto, que não são conectadas a nenhuma agência física e todas as transações são feitas exclusivamente pela internet. A previsão é de um valor total de transação de US$ 224,7 bilhões em 2023 e um crescimento de receita de 29,3% em 2024.

Delivery de alimentos e bebidas

Globalmente, as sessões de aplicativos de entrega de alimento aumentaram quase 10% ano a ano em 2022, em comparação com o crescimento de 35% ano a ano em 2021. No Brasil, o crescimento do tempo de uso no primeiro trimestre de 2022 aumentou 380%, deixando o país no 3º lugar entre os Top 25 Mercados por Tempo Gasto, conforme o State of Food & Drink on Mobile 2022.

Fonte: Ecommerce Brasil
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 04 de julho de 2023 às 10:11


Atualmente, cerca de 20% das mais de 300 franquias do Habib’s estão em shopping centers, mas a rede de fast-food brasileira está disposta a mudar essa conta em até cinco anos, com 400 inaugurações. Para isso, reformulou o modelo de negócio, enxugou processos e espaço físico, investiu em equipamentos e agora mira as praças de alimentação, palco de seus principais concorrentes, como McDonald’s e Burger King, com um formato que custa a partir de R$ 950 mil – o primeiro abaixo de R$ 1 milhão da marca.

De acordo com Alberto Saraiva, presidente e fundador do grupo, o trabalho vem sendo feito há dois anos, e a ideia é já dobrar a presença em shoppings, com mais 50 franquias até o final de 2024. As cinco primeiras serão inauguradas nos próximos 90 dias, sendo duas São Paulo e as demais em Campinas, Salvador e Uberlândia (MG).

“O foco é praça de alimentação. Tem mais concorrência, mas não temos medo, vendemos dez esfihas a R$ 14,90. Quando o cliente comparar com um sanduíche, ele vai nas dez esfihas”, diz Saraiva, em entrevista a PEGN.


Na prática, são três novos modelos de negócios, com prazos de retorno estimados entre 24 e 48 meses:

- Loja 100% fast: modelo de venda e atendimento rápido em praças de alimentação, galerias, hipermercados, terminais, etc. Cabe em 50 metros quadrados e tem investimento inicial a partir de R$ 950 mil.

- Loja 100% fast com salão: modelo similar ao anterior, mas com espaço para consumo no local, com 30 lugares. A metragem necessária é de 80 metros quadrados, mais 25 metros quadrados de mezanino, e o investimento inicial é a partir de R$ 1,2 milhão.

- Loja convencional fast: formato que funciona em shopping, fora da praça de alimentação, mas que também pode ir para a rua. Oferece salão anexo com 90 lugares e demanda uma metragem de 350 metros quadrados. O investimento inicial é a partir de R$ 3,5 milhões.


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De acordo com Saraiva, levar as lojas para dentro dos centros comerciais, com formatos menores, era um plano antigo, mas a complexidade do cardápio, que oferece de esfiha a pizza e sorvetes, sempre foi um empecilho. 

No trabalho de desenvolvimento, o objetivo foi levar todo o portfólio de itens da marca para as lojas menores, mas com processos repensados, receitas adaptadas em alguns casos e equipamentos que ajudam a dar a agilidade que os concorrentes oferecem atualmente. Saraiva não revela o investimento feito em todo esse trabalho, mas diz que foi aportado “muito dinheiro” e, acima de tudo, “muito trabalho”, com múltiplos testes e a experiência do time e dele próprio.


Verticalização ajuda a segurar preços

Segundo o empresário, os custos maiores de ocupação em shoppings não devem abalar os preços dos produtos, o que é considerado um diferencial para atrair o consumidor nos terrenos já dominados por outras marcas. O segredo para isso, de acordo com Saraiva, é a verticalização adotada pelo grupo há muitos anos, que garante desde a produção do leite utilizado nos produtos, em uma fazenda localizada em Promissão (SP), até as 11 cozinhas industriais que produzem mais de duas mil toneladas de itens por mês. “É isso que consegue segurar uma esfiha de carne a R$ 1,49. É o mesmo preço de sete anos atrás”. O empreendedor afirma que há capacidade de quintuplicar a produção sem mexer na estrutura atual.

“No começo eu era ‘malhado’ pela [opção da] verticalização, e todo mundo me falava de terceirização, que eu tinha que focar no meu negócio, mas é uma bobagem. Eu sempre verticalizei. Isso permite que sejamos competitivos”, afirma.


Delivery se mantém forte

O faturamento das lojas atuais do Habib’s está entre 10% e 15% acima de antes da pandemia, mas Saraiva acredita que “poderia ser muito maior”, se não tivesse ocorrido a crise sanitária, que mudou os fluxos de escritórios e transporte público em grandes cidades. De acordo com ele, algumas lojas foram fechadas nos últimos anos, por conta da localização e da opção por manter apenas pontos saudáveis. A projeção para este ano é faturar R$ 2,7 bilhões, valor similar ao alcançado em 2022, com uma variação de até 6%.

O delivery, que deve ser um canal relevante nas novas operações, se mantém na casa dos 25%, média parecida com a de antes da pandemia. “Sempre fomos muito fortes em delivery”, lembra o empresário, que também comanda as marcas Ragazzo, Tendal Grill e os restaurantes digitais Mita e Cabulosa.

Em 2002, o Habib’s lançou uma campanha que ainda é lembrada por muitos: se a entrega demorasse mais de 29 minutos, o pedido sairia por conta da casa, sem limite de valor. “Era um sucesso. Eu montei um contact center, a Voxline, que tinha dois mil atendentes só para atender o delivery, tudo com muita tecnologia para direcionar o atendimento para a loja mais próxima e entregar rápido. Atendia o Brasil inteiro, não tinha iFood, Rappi, nada”, conta. A empresa de contact center ainda pertence ao grupo.

De acordo com ele, os custos eram divididos entre o franqueado e a franqueadora, caso o pedido chegasse depois de 29 minutos. Por essa razão, havia um empenho na agilidade, e ele garante que o prejuízo com a ação foi de apenas 0,01%. “Ninguém queria perder dinheiro. A turma torcia para demorar mais de 29 minutos para não pagar. E é louco, porque hoje as pessoas querem que o delivery chegue em 15 minutos.”

Fonte: Revista PEGN