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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 25 de julho de 2023 às 10:57


O CJ Fashion, plataforma de vendas online da JHSF, dona do sofisticado Shopping Cidade Jardim (SP), mudou de estratégia no mês passado. Na prática, deixou de ser um marketplace digital, onde os próprios clientes podiam fazer compras e receber os produtos em casa, e tornou-se uma ponte entre consumidores e marcas selecionadas.

O jornalista Bruno Astuto, chefe criativo da JHSF, é parte essencial dessa mudança de rota, que pretende explorar conteúdo editorial de primeira e a curadoria de um time de dez personal shoppers (compradores pessoais).

“Nossa estratégia é trazer para o digital a experiência única dos nossos shoppings e entregar, numa revista virtual diária, o que há de mais exclusivo em marcas como Dior, Hermès, Valentino, Balmain, Aquazzura, entre outras que fazem parte do nosso portifólio”, explica Astuto.

Em outras palavras, agora a cliente acessa o portal, atraída pelo conteúdo. Se tiver interesse em algum produto, aciona o atendimento personalizado, que intermediará a transação junto à loja.

A JHSF poderia manter o marketplace aliado à venda assistida, mas preferiu desativar o modo “clique e compre’” Por quê? “Esta decisão foi tomada depois que percebemos que mais de 70% de nossas compras eram finalizadas através do canal de private shoppers. Entendemos que a cliente que consome no CJ Fashion quer algo mais do que apenas fazer uma compra. Ela quer uma experiência personalizada de curadoria e de atendimento”, contou Augusto Martins, CEO da JHSF Capital.

O recuo no investimento em plataformas de vendas digitais não é um movimento isolado da JHSF. Um dos projetos pioneiros em shoppings, o On Stores, da então CCP (hoje SYN), foi descontinuado. Outras redes importantes e shoppings independentes também interromperam ou redimensionaram suas estratégias de atuação no universo digital.

Antes da pandemia vários shopping centers planejavam desenvolver marketplaces, para atender os clientes quando, onde e como eles quisessem. Durante o terrível ano de 2020, até por uma questão de necessidade, mais empresas abraçaram a ideia de ter seu próprio canal de vendas online. Porém, aos poucos, a festa foi esvaziando e hoje restam poucos no salão. Afinal, o que aconteceu?

Especialistas que viveram de perto o processo concordam que alguns motivos foram determinantes para a ascensão e queda dos marketplaces em shopping centers. Em primeiro lugar, houve uma concentração acelerada de mercado, criando fortalezas quase inexpugnáveis. O povo percebeu dificuldades e riscos de competir com gigantes como iFood, Mercado Livre, Magalu. Ao mesmo tempo, o cenário econômico tornou mais perigoso tomar dinheiro para financiar operações devoradoras de caixa.

Para fechar, a força dos centros comerciais sempre esteve no varejo físico, algo muito distinto do dia a dia do e-commerce, um negócio que os shoppings não conheciam nem dominavam. “Era como assistir a um alemão sambando”, brincou um experiente executivo do setor com o qual conversei recentemente.

Mas enganam-se os que imaginam que os shopping centers desistiram de atuar no comércio digital. Eles apenas revisaram o plano. Em vez de gastarem os tubos na criação de um canal de vendas próprio, estão simplesmente plugando os lojistas em plataformas estabelecidas, por meio de parcerias estratégicas. Como consequência, hoje é possível comprar pelo iFood itens como camisa polo e meia-calça, fornecidas por lojas de shoppings.

Os assistentes de compra virtuais e a venda por WhatsApp também têm se revelado valiosos aliados dos lojistas nas vendas remotas. E o live commerce, embora ainda não tenha emplacado com força no País, segue na agenda de diversos centros comerciais.

Em resumo, o desafio hoje é garantir que os lojistas vendam mais, em todos os canais. Porém, com foco concentrado no mall. Essa é, por exemplo, a filosofia da Multiplan. “A venda online não é core business dos shoppings, nisso o mercado já está se resolvendo. Trabalhamos para gerar resultados para os lojistas aumentando fluxo e conversão no shopping”, afirma Richard Svartman, diretor de Estratégia Digital da Multiplan.

Para que isso possa acontecer, programas de CRM estão no topo da agenda do setor. Na Multiplan, a ordem do dia é enriquecer a base de clientes com informações que permitam gerar cupons de desconto e ofertas relevantes para os consumidores.

Segundo Svartman, 36% das vendas dos lojistas, realizadas entre Black Friday e Natal, foram computadas pelo programa. A penetração do pagamento de estacionamento por meio do aplicativo Multi está próxima de 20%.

Falando em estacionamento, a novidade nos shoppings do trevo verde é o serviço de cadastramento de veículos para entrada sem uso de cancela. Os usuários registram a placa do automóvel e o cartão de crédito no Multi. A partir daí, podem entrar e sair por um acesso exclusivo, sem passar no caixa – o valor da estadia é automaticamente debitado no cartão.

“Já existem 30 mil clientes cadastrados no serviço de “portas abertas”, que está funcionando em quase todos os shoppings da companhia, mesmo sem grandes campanhas de divulgação”, comemora Svartman. Com base nos dados de perfil, frequência e gastos dos clientes, a Multiplan ganha conhecimento e gera vendas para seus lojistas. Esteja o cliente em casa, no trabalho ou no mall.

Esse parece ser o novo mantra: conhecer os clientes, estimular fluxo qualificado e identificado e gerar oportunidades de negócios para lojistas e anunciantes, no shopping ou fora dele. Para fazer isso acontecer, vale fazer parceria com plataformas online, empresas de logística e estabelecer pontes entre compradores e vendedores da melhor maneira, de acordo com o perfil dos clientes.

Fonte: Mercado & Consumo
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 18 de julho de 2023 às 10:18


Bem-estar e propósito de marca estão entre os principais motivadores de compra.

Os brasileiros estão cada vez mais interessados em produtos de moda e beleza. Atrás do Japão e dos Estados Unidos, o país é o terceiro maior consumidor dos setores no Google, o que resulta no aumento de 7% a 14% ao ano nas buscas dentro da plataforma. Os dados são de pesquisas realizadas pelo Google e Offerwise.

As pesquisas traçam um perfil de consumidor cada vez mais consciente, com preferência por produtos que ofereçam bem-estar e marcas com propósito alinhado com seus valores pessoais. Quase 7 em cada 10 brasileiros (67%) afirmam que utilizam produtos de beleza para se sentirem bem, independentemente da opinião dos outros. Além disso, ao considerar a compra de um produto, 17% dos consumidores de beleza e 7% de moda levam em conta o fato da marca ter um propósito alinhado com os seus.

“Os consumidores estão cada vez mais buscando produtos que os façam não apenas parecer bem, mas também se sentir bem. Eles desejam que as marcas tenham uma história além de seus produtos e que mostrem credibilidade, ou seja, que não apresentem um discurso apenas da boca para fora”, afirma Farouk Azanki, head de negócios para o segmento de Beleza do Google Brasil.


Cuidados capilares 

Os cabelos são a maior preocupação dos brasileiros quando se trata de cuidados com a beleza. O ítem é o principal ponto de identificação dos consumidores com o tema ‘beleza’, segundo a pesquisa, sendo citado por 44% dos entrevistados e ficando à frente de perfume (27%), pele (20%) e maquiagem (9%).

Os produtos para cuidados capilares também são os que entram com mais frequência nas cestas de compra no segmento de beleza. Quase oito em cada dez brasileiros (78%) disseram que adquirem pelo menos um item para os cabelos todos os meses, ultrapassando o consumo de produtos para cuidados com a pele do corpo (65%), rosto (62%), maquiagem (50%) e perfume (47%).


Influenciadores 

O consumidor brasileiro está mais confiante na decisão de compra, já que pesquisa e acessa mais canais, buscando ainda inspiração em influenciadores digitais. A pesquisa indica que 67% dos brasileiros buscam na internet informações sobre produtos de beleza. A busca do Google é o principal ponto de contato, com 91%, seguido do YouTube, com 73%.

O papel dos influenciadores na decisão de compra dos brasileiros é reforçado.Quatro entre as dez marcas de maquiagem mais procuradas nas plataformas do Google são de influenciadoras, sendo também as que mais crescem em interesse.

“Para o universo da beleza, o YouTube ajuda a criar identificação e comunidades. Atrai consumidores de todos os perfis, muitas vezes saindo do óbvio, como mulheres que buscam cuidar e conhecer produtos e tecnologias para cuidar dos cabelos”, destaca Carolina Soares, líder de insights para o segmento de Moda e Beleza do Google Brasil.

Fonte: SBVC