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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 07 de fevereiro de 2023 às 10:38


A inflação continua a ter impacto nas decisões de compra: estas são as tendências de consumo que você precisa saber.

Vimos grandes mudanças no comportamento do consumidor nos últimos anos. Embora a pandemia de covid-19 tenha alimentado grande parte dessa turbulência inicialmente, acontecimentos socioeconômicos globais recentes e inflação impulsionaram algumas tendências de consumo.

Vale lembrar que no Brasil, no mês de dezembro de 2022, o índice da inflação fechou em 5,79%, cifra mais elevada desde 2017 (com exceção de 2021, que viu o índice chegar a 10,06%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Duas conclusões importantes sobre este cenário surgiram de um recente relatório de pesquisa de mercado, “Consumidores Reagem à Inflação”, realizado pela companhia especializada em experiência do cliente, a Medallia.

Segundo a companhia, ambos os aspectos se concentram em finanças pessoais e ajudam a entender como a inflação vem afetando o dia a dia dos consumidores.

Para a Medallia, um fator em destaque é que os consumidores estão mais sensíveis ao preço das coisas. Eles estão cortando gastos como resultado disso. Mas, essas mudanças foram desiguais entre as categorias de produtos, deixando alguns setores ainda mais vulneráveis a mudanças no comportamento do consumidor do que outros. Vejamos a análise da Medallia:


Como a inflação está moldando as tendências de consumo


– O preço do produto é agora o fator número um que influencia os gastos das famílias. Quase metade de todos os consumidores (49%) diz que o preço influenciou suas decisões de compra nos últimos três meses, um aumento de 20 pontos percentuais em relação aos 29% dos consumidores que disseram o mesmo em agosto de 2021.

– Quase a metade dos consumidores (42%) dizem que estão gerenciando os aumentos de preços passando a comprar menos produtos ou produtos mais baratos. Outros, em menor número, recorrem à busca de fontes adicionais de renda ou estão recorrendo a poupanças ou contraindo mais dívidas.

– Os consumidores realizaram as maiores mudanças de gastos nas categorias de produtos “emocionais”, incluindo viagens e entretenimento. Por outro lado, eles fizeram mudanças mínimas em seus hábitos de consumo nas categorias de produtos mais essenciais, como utensílios domésticos e gasolina.

– As transações de consumidores em restaurantes e supermercados desaceleraram no primeiro semestre de 2022, depois de terem subido no final de 2021 em comparação com os níveis da primavera de 2020. No entanto, como os preços aumentaram, o gasto total por transação aumentou.

– Se o custo dos bens e serviços aumentasse mais 5 %, todos menos 3% dos consumidores dizem que o custo adicional afetaria suas futuras decisões de compra.

Sobre o aumento de preço, 25% dos pesquisados dizem que terá forte efeito nas decisões de compra futuras, e apenas 18% dizem que terá pouco efeito.

O impacto na experiência do cliente deve ser administrado


Nesse cenário, a experiência do cliente, sua satisfação e consequente fidelização é mais importante do que nunca para os negócios, em todos os setores, segundo a Medallia.

Períodos de inflação alta e gastos reduzidos do consumidor são certamente tempos difíceis para o crescimento dos negócios. No entanto, líderes experientes têm a oportunidade de adaptar suas estratégias para construir e manter a lealdade do consumidor.

Você pode descobrir sua vantagem competitiva e proposta de valor e ser mais inteligente ao comparar seu desempenho com ferramentas e tecnologias que permitem fazer isso.

Na avaliação final da Medallia, a inflação é o fator mais importante para os consumidores no momento, por isso, líderes devem considerar expressar os efeitos da inflação em seus próprios preços e custos gerais, bem como nos esforços de sua marca para limitar os aumentos de preços da melhor maneira possível para construir e manter a confiança de seus clientes.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 31 de janeiro de 2023 às 11:01


Segundo Andrea Bell, VP de Insights do Consumidor da WGSN, a cultura digital descentralizada e a criatividade sintética serão alguns dos pilares do mercado no futuro.

A polarização política, as incertezas econômicas, a crescente desigualdade e as mudanças climáticas vão continuar avançando no mundo, que será dominado pela “policrise” em 2025. Essa é apenas uma das forças motrizes que vão moldar o cenário macroeconômico e de negócios nos próximos anos.

Esse foi o tema da palestra liderada por Andrea Bell, vice-presidente de Insights para o Consumidor da WGSN, na 13ª edição do Retail’s Big Show, um dos mais importantes eventos do mundo voltados para o varejo, que acontece até terça-feira, 17 de janeiro, em Nova York.

“A pandemia elevou o nível de estresse, deixando as pessoas perto da ira. Estamos mais ansiosos do que nunca. A inflação vai tirar o sono da população em 2023. A confiança do consumidor caiu e isso é um alerta, pois vai piorar antes de melhorar”, diz.

Segundo ela, as empresas precisarão repensar os modelos de negócios tradicionais, tornando a natureza e suas necessidades parte da estrutura operacional central.

“A sustentabilidade tem que fazer parte da cultura das companhias. Sustentabilidade na cadeia de produção. Sustentabilidade na cadeia colaborativa. Sustentabilidade no dia a dia da empresa. Essa tendência na verdade cria oportunidades, como unidades ecológicas e um tipo de revolução de energia solar. As empresas podem aproveitar e se adequarem neste sentido”, revela Andrea.


A grande migração

Outro ponto impactado diretamente pela pandemia foi o que Andrea chama de ‘A Grande Migração’. Quem trabalhava nos escritórios passou a fazer home office. E mesmo com o fim da pandemia, muitas empresas mantiveram a opção do trabalho remoto. Essa mudança tornou possível os chamamos de nômades digitais, que são aquelas pessoas que podem viver onde quiserem por ter um trabalho 100% remoto.

“As pessoas estão migrando de um lugar para o outro e foram incentivadas pela pandemia. Isso não tem a ver apenas com trabalho. As pessoas estão saindo de lugares onde não se sentem à vontade. Lugares onde sofrem preconceito. Saindo de grandes centros e voltando para suas cidades de origem. São inúmeras situações. E as empresas têm que saber lidar com isso”, garante.


Cultura digital descentralizada

Andrea destacou outras duas importantes forças globais para os próximos anos: a descentralização da cultura digital e a criatividade sintética.

“Hoje a digitalização não está apenas em um lugar. Temos aplicativos para diferentes usos, para diferentes pessoas. Um jovem utiliza a internet de um jeito diferente de alguém que é 20 anos mais velho. E temos até a geração que já passou pelo digital e que agora está saindo dele, como os millenials. As empresas têm que entender as oportunidades criadas por isso. Cada uma se adequa ao seu público. E do melhor jeito possível”, alerta.


Criatividade sintética

E falando sobre a tal criatividade sintética, a inteligência artificial já é uma realidade. “Inúmeras empresas já estão utilizando a IA, de maneiras distintas. Desde o atendimento personalizado à produção em escala. Hoje em dia, os quadros já são pintados por inteligência artificial. Obras de artes podem constar na parede de lojas a cada semana sem a dedicação de um renomado pintor. E as pessoas se identificam. E até gostam disso. Hoje em dia preferem até um influenciador digital feito por uma IA a uma pessoa real”, revela Andrea.

E a VP de Insights do Consumidor da WGSN finalizou o painel com um alerta: “as empresas que quiserem estar prontas para o futuro devem se modernizar e seguir adiante com iniciativas dentro desses cinco pilares (policrise, natureza, migração, descentralização da cultura digital e criatividade sintética). Se adaptar às mudanças da sociedade é fundamental para a sobrevivência”.

Fonte: Mercado & Consumo