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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 24 de janeiro de 2023 às 13:53


Mídias sociais descentralizadas, crise permanente, grande exaustão… O que um executivo deve considerar antes de tomar uma decisão estratégica, particularmente no varejo?

A NRF 2023 aposta em conteúdos direcionados à identificação e aplicação de tendências para orientar decisões de negócios. Em meio às necessárias apresentações orientadas a mostrar o uso de tecnologias, este ano com muito foco em eficiência operacional e automação. O motivo? A inflação, que incomoda demais consumidores e toda uma geração de lideranças mais jovens, que não conheceu crises de expansão monetária. O último grande ciclo inflacionário nos países “ricos” foi há mais de 40 anos, no início dos anos 80.

Interpretar essas tendências e seus reflexos para o mercado brasileiro e o varejo, não é tarefa simples. Mas as informações compartilhados nos conteúdos da NRF 2023 são convergentes em pontos fundamentais, um estado de crise permanente, mudanças de comportamento, influência da Geração Z, vida nas telas, mais experiências e sustentabilidade.

Andrea Bell, Vice-Presidente de Consumer Insights da WGSN, mais influente e precisa consultoria estratégica sobre comportamento do consumidor no mundo, mostrou as tendências mapeadas pela empresa para 2025, muito em linha com as Megatrends que desenhamos para os próximos 10 anos.

Ela chamou sua apresentação de “Imaginação Estratégica”, propondo uma forma de moldar soluções a partir de coletivos criativos em busca de soluções para os problemas latentes que hoje tiram, literalmente, o sono de milhões de pessoas.

As tendências abordadas por Andrea Bel são:
* A Era da Policrise;
* Cultura Digital Descentralizada;
* O natural como membro do Board;
* A Grande Migração;
* Criatividade Sintética
Para Andrea, a criação de coletivos criativos poderá trazer soluções holísticas para a política, os negócios, a sociedade e os mercados.


CRISES EM CASCATA

A Era da Policrise
Em linha com Kate Ancketil, CEO da GDR Creative Intelligence, que destacamos ontem, com uma leitura de crise permanente (“permacrisis”), Andrea e a WGSN optaram por “Policrise”, ou múltiplas crises convergindo e gerando incerteza e sensação de caos.

A Policrise significa a convergência de eventos de eventos em cascata – inflação, insegurança econômica, eventos climáticos extremos, transição energética, desigualdade, juros altos, populismo, desglobalização… Muita informação para ser processada, o que leva consumidores a sentirem grande inquietude e insegurança.

Um exemplo: nos países da Europa e América do Norte, a nflação está acima de todas as preocupações, acima de desigualdade, desemprego e violência urbana.

A Era da Raiva
A segunda tendência está alinhada com a Megatrend denominada “A Grande Exaustão”. Em resumo, as pessoas estão mais ansiosas e impacientes do que nunca e manifestam sua raiva de formas muito violentas. Na base dessa raiva está uma cultura de ressentimento, de pessoas que se sentem desprotegidas e aleijadas das oportunidades econômicas. Isso leva muitas delas a manifestarem depressão, ansiedade, incapacidade de pensar além da bolha.

Não por acaso, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o Brasil é o país mais ansioso do mundo. Temos cerca de 18,5 milhões de pessoas sofrendo de ansiedade. Outra pesquisa, com terapeutas britânicos, revela que 52% dos seus clientes estão com problemas de sono, o maior número da história.

Simone Biles, atleta e campeã olímpica, que surpreendeu o mundo ao abandonar as Olímpiadas de Tóquio, falou sobre essa crise em painel na NRF. Ela foi corajosa ao mostrar sua vulnerabilidade e que havia ido para os jogos mesmo sem aprovação médica. Ela estava à beira de um burnout. Compreensível, já que ela mesmo pergunta “o que mais poderia buscar se já havia atingido o máximo aos 19 anos?”

O estresse derivado da perda de renda, da desglobalização, alta dos juros, mudanças nos formatos de trabalho, valorização excessiva da automação, conflitos e polarização estimulam uma cultura de ressentimento em vários campos.

Redes sociais enfrentando a disrupção
A terceira tendência apresentada por Andrea Bell foi a Cultura Digital Descentralizada, que é a fragmentação e ressignificação das redes sociais como reação às plataformas estabelecidas e dominantes.

Particularmente para a geração Z, as plataformas digitais não dizem mais respeito às conexões e sim sobre entretenimento. Os jovens buscam alegria e querem uma sucessão de experiências gratificantes no trabalho, nos relacionamentos e no consumo. Esse movimento já largamente estudado pela Consumidor Moderno, mostra que estamos diante de uma geração baseada na busca pela gratificação imediata e que vai moldar sua vida pelas telas. Vida Híbrida.

Entre as consequências dessa descentralização estão a disrupção da lógica de rede social por conta da tiktokização da vida, busca intensa por entretenimento e por conexões baseadas em válvulas de escape. E também a criação de departamentos inteiros de experiência e entretenimento do consumidor.


O Natural no eixo do negócio

Andrea Bell defende que o “Natural como membro do board” ou seja, a sustentabilidade reinventada e assimilada como estratégia por empresas e por cidadãos – ações mandatórias em defesa do ambiente, eventos climáticos extremos. É bastante possível que a mudança climática coloque a natureza e o meio-ambiente como donas de voz e voto.

A Grande Migração
Grandes deslocamentos de pessoas rumo às cidades de origem ou a locais onde haja aceitação mais plena de identidades, valores, comportamentos e pensamentos.
Esse processo iniciado durante a pandemia irá modificar a paisagem urbana, a partir de movimentos constantes baseados em diferentes motivações. Encontrar o espaço de vida será um desejo de bilhões de pessoas. O processo de migração tem algumas dimensões:
* Migração ecológica, busca por ambientes mais ecológicos e de respeito ao ambiente, para resgatar a comunhão com a natureza;
* Migração moral – mudança para regiões que possuam identidade de valores – comunidades e minorias que vão buscar outros locais e cidades para viverem, por serem mais tolerantes e diversas.
* Migração do Nômade Digital – Estima-se que em 2025 haverá 1 bilhão deles circulando pelo mundo. Contribuem com 10x mais recursos do que o turista normal.

Criatividade sintética
Aqui falamos da criação orientada aos ambientes digitais e incorporando o uso de IAs e sua aplicação no Metaverso e Criptoverso.
A ideia central é utilizar Inteligências Artificiais na elaboração de design e produtos artísticos. Se já falamos muito do CHAT GPT, como instrumento de produção de conhecimento verbal, convém olhar com carinho para a Dolly Work Art, uma IA que produz arte a partir de nossos desejos expressos em palavras.
A Criatividade Sintética significa a criação de arte e produto intelectual automatizado aplicada a problemas. E antes que a pergunta lógica seja feita: “você acredita que essas tendências não ter espaço no Brasil?”Eu já respondo: “sim”.

As últimas eleições e manifestações do início do ano, mostram claramente a existência da cultura do ressentimento. Por outro lado, temos muito o que ensinar ao mundo sobre como lidar com a inflação e com crises permanentes.

O fato é que os varejistas devem se preparar rapidamente para eventuais e acentuadas crises e devem reorientar as operações para engajar o cliente, a partir da melhor experiência. Há um número enorme de consumidores, na casa de milhões, que vai adotar e manifestar seu apreço e vontade de experimentar metaverso e ambientes híbridos.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 24 de janeiro de 2023 às 13:45


Grandes redes varejistas estão mais engajadas em atrair consumidor neste início de ano e algumas igualam descontos oferecidos na Black Friday.

A primeira quinzena de janeiro, tradicionalmente, é um período de queima de estoque no varejo com o famoso “Saldão de Verão”. Mas, este ano em especial as lojas e as grandes redes se engajaram ainda mais para atrair os consumidores. Em muitos casos, produtos chegaram a ser ofertados com até 80% de desconto, promoções muito semelhantes (ou até melhores) que as encontradas na última Black Friday.

Alguns especialistas associam a maior força do “saldão” nas primeiras semanas de 2023 aos resultados bem abaixo do esperado no segundo semestre do ano passado e nas principais datas do varejo final de 2022. De acordo com o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, as vendas do varejo físico brasileiro na semana do Natal tiveram um crescimento de apenas 0,4%, o que ficou muito aquém da expectativa de aumento de 5%. O faturamento bruto do e-commerce brasileiro na sexta-feira de Black Friday caiu 23% quando comparado ao de 2021.


Para Tatiana Thomaz, CEO da Shopper Centric e professora da ESPM, as ações promocionais do varejo, tanto das lojas físicas, quanto do e-commerce,  acabaram não sendo suficientes para registrar o aumento esperado nas vendas devido ao cenário econômico desfavorável. Os consumidores, segundo Tatiana, sofreram com o impacto da inflação, a alta da taxa de juros e a inadimplência. A Copa do Mundo também dividiu os holofotes com as principais datas do varejo.

Tatiana relembra que alguns varejistas apostaram na antecipação da data e que, com a diluição das promoções, houve uma mudança no comportamento do consumidor. Além disso, ela ressalta que, apesar da redução da taxa do desemprego no final do ano, de acordo com dados do IBGE, o país fechou o ano com inflação acumulada de 5,79%. Isso teve impacto na confiança do consumidor, que caiu 3,3 pontos em novembro, queda pelo segundo mês consecutivo, segundo a FGV.

“Depois de tempos difíceis e performance abaixo do esperado, o comércio tem grandes expectativas para este mês de janeiro. Os saldões já começaram em todo o país, com taxas de desconto bastante agressivas e varejistas dispostos a negociar para não perder a venda. Resta-nos acompanhar para ver se os resultados das vendas estarão alinhados às expectativas”, afirma Tatiana Thomaz, especialista em comportamento do consumidor.

Já Tiago Baeta, fundador do E-commerce Brasil, tem dúvidas quanto a relacionar o maior engajamento das grandes do varejo neste mês de janeiro com a performance abaixo do esperado no final de 2022. Ele lembra que em algumas lojas como a Magazine Luiza tem como tradição fazer uma forte queima de estoque nessa época do ano. Na análise dele, o que pode estar acontecendo é um amadurecimento do online e um equilíbrio do mercado.

“Esse saldão agora é tradicional no varejo. Não acho que seja por causa do resultado de vendas da Black Friday ou do Natal. Pelo contrário, a gente está vivendo um período em que a gente não tem no mundo mercadoria, ou matéria prima sobrando. Eu acho que é uma maturidade de data e do mercado, de saber aproveitar e criar as oportunidades nos momentos certo"o.

Segundo ele, o varejo como um todo, principalmente o e-commerce, está passando por um processo de amadurecimento, assim como os consumidores. Para ele, a última Black Friday ter sido mais “conservadora”, apesar dos bons resultados de muitas marcas, também é um retrato de um consumo mais maduro, “sem muitas loucuras”. Tiago afirma ainda que a tendência é que a gente vá observando um equilíbrio maior do consumo ao longo de todo o ano.


Liquidação Fantástica da Magalu chega na 30ª edição

Na Magazine Luiza, como citado pelo Tiago Baeta, o saldão de janeiro é tradicional e esperado pelos consumidores. A “Liquidação Fantástica Magalu” acontece sempre na primeira sexta-feira do ano. Em 2023, a data foi dia 6 de janeiro. Na 30ª edição da megapromoção foram oferecidos descontos de até 80% em produtos de diversas categorias tanto nas lojas físicas, quanto nos canais digitais.

Em nota enviada à Consumidor Moderno, a Magalu afirmou que a promoção não foi impactada pela desaceleração do consumo do final do ano passado. Isso porque, segundo a empresa, o fim de ano foi positivo para a companhia, após um longo planejamento e uma série de ajustes. “A Black Friday do ano passado foi a maior de nossa história”, cita a nota.

Lojas como Netshoes, Época Cosméticos, KaBuM! e Consórcio Magalu, que fazem parte do ecossistema da Magazine Luiza, também ofereceram descontos aos consumidores nessas duas primeiras semanas de janeiro. Aliás, os consumidores ainda encontram boas promoções nessas lojas.


Fast Shop tem itens pela metade do preço e descontos no PIX

Na Fast Shop, todos os anos, nessa época, é feito o “Grande Barato”, um saldão com produtos selecionados em todas as linhas. No ar desde a primeira semana do ano, a campanha traz itens selecionados pela metade do preço e condições ainda mais especiais para quem optar pelo pagamento no PIX, forma de pagamento que vem crescendo nas últimas campanhas promovidas pela rede varejista.

Em 2023, a maior procura até o momento foi por ofertas de smartphones, televisões e aparelhos eletrodomésticos. Há também oportunidades de descontos em notebooks, aparelhos de ar-condicionado e artigos para curtir as férias de janeiro. As promoções estão disponíveis no e-commerce da rede e nas lojas físicas, com frete grátis em produtos selecionados para clientes Fast Prime.

Também em janeiro, a empresa costuma realizar campanhas temáticas como a “Volta às aulas” e outras com temas relacionados a férias, como a “Churrasco com Amigos”. Em entrevista à Consumidor Moderno, Eduardo Salem, diretor geral de operações da Fast Shop, afirmou que todas as campanhas promocionais são pensadas com antecedência e de acordo com a sazonalidade e demanda do período.

Eduardo afirma que a Fast Shop não teve problemas no final de 2022: “As vendas foram positivas e ficaram dentro do esperado. No comparativo com 2021, a companhia observou crescimento no período contemplando Black Friday e Natal”. Sobre esse início de janeiro, o diretor de operações disse que as vendas da companhia estão dentro das metas estabelecidas, com destaque para venda de celulares, acessórios e utensílios de cozinha. Eduardo Salem também se mostrou otimista para a boa performance das vendas neste começo de ano.


Marcas da Via oferecem descontos de até 70% e parcelamentos sem juros

Quem também apostou forte no “Saldão de Verão” foi a Via, dona das marcas Casas Bahia, Ponto e Extra.com.br. As lojas dessas redes começaram o ano com promoções inéditas e oferecendo condições especiais de pagamento com parcelamento sem juros em até 30 vezes nos cartões das marcas, 24 parcelas no carnê e a possibilidade de pagar mais barato usando PIX. Em nota enviada à CM, a Via informou que a Casas Bahia está com R$ 70 milhões de reais em descontos e o Ponto com promoções de até 70%.

A Via aposta na variedade de itens com preços especiais, como eletrodomésticos, eletroportáteis, TV’s, smartphones, artigos de esporte e lazer, celulares, móveis, telas, produtos de limpeza, instrumentos musicais, itens para cama, mesa e banho.

Na Casas Bahia, a “Megaliquidação da Virada” foi estrelada pelo ator Luigi Baricelli e sorteou uma série de descontos para os consumidores. Já no Ponto, o protagonista da campanha “Mega Master Super Saldão Liquida Ponto” foi o Pin, brand persona da marca que ficou responsável por chamar os clientes para conhecerem a liquidação.

Fonte: Novarejo