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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 28 de março de 2023 às 11:03


Mais brasileiros pretendem viajar este ano, graças ao crescimento da demanda de viajantes entre Geração Z e classes C, D e E.
O turismo do pós-pandemia no Brasil está em ritmo de expansão. Passadas as restrições dos últimos anos, grupos de pessoas que, até 2020, não tinham o hábito de viajar agora estão mais dispostos a fazer as malas: uma pesquisa da Offerwise encomendada pelo Google mostra que o número de pessoas que querem viajar cresceu 10% em relação ao período pré-pandemia. E os viajante de 2023 têm um novo perfil, majoritariamente das gerações Z e Baby Boomers, das classes C, D e E e, em sua maioria, moradoras das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

A pesquisa entrevistou 1 mil brasileiros a partir de 18 anos, que são viajantes habituais ou pretendem viajar neste ano. Além disso, a análise também recebeu o complemento de insights coletados a partir das pesquisas feitas por brasileiros na busca do Google no Brasil.


Mais jovens e mais diversos

O aumento do interesse em viagens é puxado por brasileiros que, há três anos, não tinham o hábito de viajar, mas alimentaram essa vontade durante a pandemia e, neste ano, planejam pegar a estrada (+14%). A maior parte desse público é composta pela Geração Z (28%), faixa etária que representa uma fração bem menor entre o grupo de viajantes habituais (15%). Os maiores de 65 anos — representados principalmente pela geração dos Baby Boomers, também se destacam: 7% dos novos viajantes são dessa faixa etária que, por outro lado, representa apenas 3% dos turistas recorrentes.

No recorte socioeconômico, o estudo revela a importância das classes C, D e E no reaquecimento do turismo brasileiro. Quatro em cada cinco novos viajantes (82%) pertencem a esses grupos. Entre os viajantes recorrentes, as pessoas com esse perfil socioeconômico compõem menos da metade (41%). Boa parte dos novos turistas são moradores das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.


Menos mochileiros, mais destinos nacionais

Ao mesmo tempo em que um público de novos viajantes desponta no pós-pandemia, o número de mochileiros habituais que planejam viajar neste ano caiu 4% comparado a 2019. Essa queda, porém, é compensada por uma maior disposição entre os remanescentes desse grupo: 79% dos que pretendem viajar querem fazer com mais frequência do que antes da pandemia. A frequência das viagens em família também deve crescer, em especial aquelas compostas por crianças de até 12 anos.

Comparando os destinos de maior desejo pré e pós-pandemia, o estudo aponta uma tendência de interesse pelo Nordeste brasileiro, que teve um crescimento de 9 pontos percentuais em relação a 2019; resorts e hotéis fazendas, com um crescimentos de 6 pontos; cidades brasileiras com ecoturismo e países da Europa (+4 pontos percentuais), e Ásia, África ou Oceania, com uma alta de 3 pontos percentuais em relação ao último ano antes da pandemia da Covid-19.

“A perda de poder aquisitivo e o aumento de custos fez com que alguns viajantes habituais pré-pandemia deixassem de viajar daqui pra frente”, afirma Aline Prado, líder de insights para o segmento de Viagens no Google Brasil. “Por outro lado, a vontade de explorar novos lugares após o confinamento imposto pela pandemia criou uma nova oportunidade para empresas do setor, com uma demanda superior aos níveis pré-pandemia.”


Buscas por hospedagem disparam

O Google também apresentou outras tendências do turismo com base em dados de busca na plataforma. O brasileiro saiu da pandemia mais preocupado com a hospedagem. O número de consultas por hotéis no Google quase dobrou (+97%) no Brasil no período de janeiro e fevereiro de 2022 em relação ao mesmo período de 2019.

Neste contexto, as buscas apontam tendências como o maior cuidado com a localização – as pesquisas por ‘bem localizado’ já cresceram 238% neste ano em relação a 2022 – e decisões mais impulsivas – consultas por ‘hotéis perto de mim’ cresceram 412% no mesmo período. Na contramão, o interesse por aluguéis de alta temporada e Airbnb estão menores do que em 2019.

A análise dos dados de busca revela ainda que o brasileiro está à procura de viagens mais curtas e a distâncias menores. Nos primeiros meses de 2023, as consultas por viagens de 3 dias cresceram 130% em relação ao mesmo período de 2022. No mesmo período, também cresceram 156% as buscas por rotas de até 250 km — por outro lado, rotas com mais de 3.500 km caíram 77%.

Distâncias curtas levam a uma maior procura por transportes terrestres. Isso é comprovado pelo aumento das pesquisas por viagens de ônibus (+26%) e aluguéis de carros (+44%), na comparação com 2019. Por outro lado, as pesquisas por passagens aéreas, apesar de registrarem queda de 3% no período analisado, estão chegando aos mesmos patamares do período pré-pandemia pela primeira vez.

“As viagens terrestres são a bola da vez”, afirma Débora Bonazzi, head de negócios para o segmento de Viagens do Google Brasil. “Mais do que mostrar que a demanda por viagens está aquecida no Brasil, os dados deixam claro que há uma oportunidade de diversificação de negócios para as empresas do setor”, destaca.

Fonte: Novarejo
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 28 de março de 2023 às 10:57


Ranking elaborado pela Interbrand reúne as 25 marcas mais valiosas do país, que somam R$ 153 bilhões. Em comum elas têm inovação e forte relacionamento com consumidores.

O estudo Marcas Brasileiras Mais Valiosas de 2022/23, divulgado pela Interbrand, está encabeçado por bancos e cervejas. Pelo segundo ano seguido o Itaú está no topo da lista, com valor de marca estimado em R$ 44,3 bilhões, seguido respectivamente por Bradesco, com R$ 28,6 bilhões; Skol, com R$ 18,8 bilhões; Brahma, com R$ 13,3 bilhões e, por fim, Banco do Brasil, com R$ 10,3 bilhões. Somadas, as 25 marcas que compõem o ranking ultrapassaram os R$ 153 bilhões, um crescimento de 6% em comparação com a edição anterior.

Entre os destaques desta edição do estudo está o Nubank, que estreou na tabela logo após a abertura de capital ocupando a 7ª posição, com valor de marca estimado em R$ 3,8 bilhões. Desde o início de suas operações, a fintech abraçou a missão de lutar contra a complexidade do segmento para empoderar as pessoas, gerando admiração, confiança e afinidade com o seu público.

O Nubank se destacou em quase todos os atributos de força de marca, que é uma das análises que do estudo. “O Nubank desafiou o status quo de um mercado que estava a talvez até um pouco estagnado, e conseguiu construir uma relação com seus consumidores muito diferente, muito diferente, muito mais emocional”, aponta Beto Almeida, CEO da Intebrand.

As cinco primeiras marcas do ranking representam 75% do valor total da tabela, enfatizando o longo caminho que essas empresas percorreram ao tentar garantir a presença constante na mente dos clientes. As categorias mais representativas da lista são: serviços financeiros (59%), bebidas alcoólicas (22%) e varejo (12%).

“Cada vez mais as marcas ganharam uma importância na vida das pessoas, que chega a superar talvez a percepção que temos, por exemplo, de governos, de ONGs, até da imprensa, em um momento em que está tudo parece estar de um lado ou do outro”, aponta Almeida, ao ressaltar que em um período polarizado e de intensos debates nas redes sociais, as marcas têm cada vez mais performado além do seu negócio, além do seu serviço, além do seu produto. “Elas têm feito isso através de atos de coragem, através de tomar partido em alguns assuntos que são importantes para a nossa sobrevivência, sobrevivência da sociedade, do nosso planeta, através de uma melhor governança”, avalia.


O que faz uma marca crescer

A marca que apresentou o maior crescimento é a Renner (14%). Embora tenha subido apenas uma posição, de 12ª para 11ª, seu valor de marca saiu de R$ 1,7 bilhões para R$ 1,9 bilhões. Além do crescimento em seu lucro líquido, superando os níveis pré pandemia, o estudo mostra que a Renner se solidificou como referência em seu segmento, admirada, e cada vez mais conectada com pautas emergentes, inovações e o compromisso com a sustentabilidade.

“As marcas de maior crescimento do estudo foram as que souberam se adaptar as rápidas alterações comportamentais de seu público nesta era onde a rapidez e certeza da mudança dão forma ao novo normal”, explica Beto Almeida, CEO da Interbrand.

Além da varejista de moda, apenas outras sete marcas apresentaram crescimento de dois dígitos em valor: Localiza (13%), PagSeguro (13%), Atacadão (13%), Hering (12%), Assaí (11%), Porto Seguro (11%) e Drogasil (10%).

Em comum, as marcas com maior crescimento na atual edição do estudo da Interbrand apontam três fatores principais como catalisadores do resultado positivo: alinhamento, empatia e presença.

“Alinhamento é o quanto a organização está comprometida com a mesma estratégia. Empatia é o quanto a empresa responde de forma ativa e eficaz aos desejos e necessidades do consumidor. Presença se relaciona ao quanto a marca é considerada e relembrada no momento de decisão de compra”, destaca Almeida.

Apesar desses bons números, o varejo, setor que mais cresceu nos últimos anos, foi impactado nessa edição pela queda significativa do valor de marca da Lojas Americanas, que saiu da 10ª para a 19ª posição.

“Muitas vezes vemos marcas saindo do ranking de imediato, e esse não foi o caso. O que segurou a Americanas dentro do ranking foi exatamente a força que a marca tem com seus consumidores. Talvez seja o grande bem que ela tem. E se existe uma coisa que a gente tem que se apegar em momentos de crise é em como reconstruir essa conexão com os consumidores”, ressalta o CEO da Interbrand.

O rombo no balanço das Americanas, divulgado logo após Sérgio Rial assumir (e se demitir) como CEO do banco em janeiro, incluindo as inconsistências contábeis e o processo de recuperação judicial, foram determinantes para a avaliação no ranking. Embora as informações financeiras utilizadas no estudo sejam referentes aos anos de 2021 e 2022, a força de marca da Lojas Americanas sofreu um grande impacto, que resultou em uma desvalorização de 53%, tendo hoje como valor estimado R$ 844 milhões.


Liderança e tecnologia para criar (e manter) conexão emocional

Para uma marca se manter consistente para seu público, Beto Almeida avalia que é preciso estar alinhado com o espírito do tempo. “A grande tendência é o comportamento de liderança. Hoje as marcas fortes elas entendem que a marca é o grande ativo onde ela se relaciona com seus diversos públicos, não só o público externo também, mas o público interno, mercado financeiro, mercado de trabalho, fornecedores, parceiros estratégicos".

Outra tendência, comum a todas as empresas das Marcas Brasileiras Mais Valiosas, é ampliar a participação da marca em novas arenas. “Já começamos a perceber marcas explorando a sua força para começar a oferecer produtos e serviços que não necessariamente são aquilo que ela fazia de fato”, indica o CEO da Interbrand, dando como exemplo a Vivo e suas ações culturais e como um ecossistema de comunicação, e o Itaú com ações de cultura, mobilidade e saúde.

“São empresas que estão extremamente conectadas com um propósito de existir que vai muito além do seu produto, do seu serviço, para se conectar com seus consumidores de uma maneira geral”, que vai além de uma relação transacional, assim como a Magalu, que se fortaleceu para muito além do varejo, ao construir um ecossistema de marcas e de empresas que se conectam com o consumidor na necessidade do consumidor, no tempo do consumidor, do jeito que o consumidor escolher.

“Muitas marcas que performam bem, souberam entrar em momentos diferentes da vida do consumidor com coerência, não necessariamente vendendo o produto, não necessariamente vendendo o serviço, mas construindo ali uma conexão emocional”.

A tecnologia, enquanto ferramenta para oferecer experiência, é outro ponto essencial para uma marca se fortalecer no mercado e na sociedade. O Nubank e a XP são bons cases de uso da tecnologia para se aproximar dos clientes.

“A tecnologia tem feito uma diferença absurda no crescimento de valor dessas marcas a partir do momento que ela faz parte da vida do consumidor. A tecnologia é uma experiência. A tecnologia pela tecnologia não funciona, mas se ela estiver para melhorar a experiência do usuário, ele vai adotar e, na verdade, ela vai adotar muito rápido”.

Confira o ranking completo

O ranking Marcas Brasileiras Mais Valiosas existe no Brasil desde 2001. O levantamento utiliza uma metodologia de avaliação de marca desenvolvida em parceria com a London School of Economics, que analisa performance financeira, percepção e influência das marcas junto aos consumidores. Há ainda uma análise de Força de Marca, apoiada por uma pesquisa quantitativa realizada pela Provokers.

Nesta edição, foram entrevistadas mais de 1100 pessoas, considerando homens e mulheres de todo Brasil, acima de 15 anos de idade, das classes A, B e C. No estudo foram explorados níveis de conhecimento, consideração, preferência, uso, recomendação e rejeição, atributos que permeiam a imagem dos consumidores em relação as marcas e a opinião do consumidor sobre como a marca se manifestou frente à pandemia.

Fonte: Consumidor Moderno