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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 04 de outubro de 2022 às 11:18


Empresa testa, em unidade de Caçapava (SP), sistema que avisa quando um insumo está em falta e óculos de realidade aumentada para treinar funcionários.
A linha que produz nada menos de 2 milhões de unidades do chocolate KitKat por dia é o primeiro passo da Nestlé rumo à criação da “fábrica de chocolate inteligente”. A internet 5G, cujo tempo de resposta é mais rápido, permitindo um nível de automatização muito maior em processos fabris, já é utilizada na fábrica da companhia suíça em Caçapava, no interior de São Paulo.

É graças à internet ultrarrápida, que começa a dar os primeiros passos no Brasil, que a Nestlé conseguiu colocar em marcha seu carro-robô, que tem uma função para lá de nobre: é ele que transporta o wafer até a estação de chocolate, para criar o KitKat. O carro-robô tem uma antena que responde aos comandos de uma central. Ele pode circular mais rápido porque, com o 5G, seu tempo de resposta é instantâneo: ele pode frear rapidamente caso algum funcionário ou obstáculo apareça em seu caminho.

A fábrica de Caçapava, na região de São José dos Campos, é a primeira da Nestlé a receber uma rede 5G própria. A multinacional suíça, que tem fábricas em 79 países, escolheu o polo do município paulista porque ali já funciona seu centro de pesquisa para soluções tecnológicas — o que dá certo ali é replicado no continente americano.

O projeto da Nestlé amplia a lista de empresas no Brasil que estão testando a tecnologia para ganhar mais capacidade e autonomia em suas linhas de produção, casos de Gerdau, Stellantis e Weg, entre outras que têm projetos em conjunto com fornecedoras da tecnologia, como Ericsson, Nokia, Huawei, Embratel, IBM e NTT.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima em até R$ 80 bilhões o impacto do uso da rede 5G no Brasil até 2030.


Fábrica autônoma

A rede da Nestlé é uma parceria com Ericsson e a Embratel, e a faixa utilizada é a de 3,5 Ghz, onde há o melhor tráfego. A velocidade média de navegação chegou a 700 megabytes por segundo, enquanto a latência (tempo de resposta entre os equipamentos) foi de apenas 8 milissegundos — um piscar de olhos dura 50 milissegundos.

A rede 5G permitiu a conexão de vários dispositivos ao mesmo tempo. Isso vai ajudar a desenvolver a inteligência artificial, internet das coisas, realidade aumentada, armazenamento de dados na nuvem, entre outras funcionalidades. A fábrica vai evoluir do padrão automatizado para autônomo. “É como se a fábrica agora pudesse pensar sozinha”, diz o presidente da Nestlé no Brasil, Marcelo Melchior.

Por exemplo: a estação poderia identificar um estoque baixo de cacau e ordenar, de forma independente, o reabastecimento. “Ela não está pensando, claro, está seguindo uma programação. Mas isso tudo pode evoluir”.


Realidade aumentada

A rede da Nestlé também está sendo usada nos óculos de realidade aumentada, com imagens fiéis da planta, que ajudam a treinar funcionários sem parar a linha de produção. Os óculos ainda servem para manutenção remota: um técnico de outro país pode verificar um problema na linha sem ter de pegar um avião.

A riqueza de detalhes permite até calcular o ritmo de desgaste futuro dos componentes e trocá-los antes de uma eventual pane. Mais uma vantagem: a rede tem sensores sem fio, ligados a equipamentos sem cabo e menores, deixando mais espaços livres no edifício.

“Vamos ter mais flexibilidade. Uma área que foi montada para produzir o chocolate A no dia seguinte poderia ser reorganizada para produzir o chocolate B”, diz Gustavo Moura, gerente do Programa de Transformação Digital para Operações da Nestlé, ressaltando que isso dá mais liberdade para a criação de produtos.

As fornecedoras de tecnologia para a rede da Nestlé, Ericsson e Claro/Embratel, dizem que esta foi a primeira rede 5G inteiramente privativa e customizada do país, com todos os componentes da infraestrutura, antenas, núcleo e servidor, localizados dentro da companhia, o que garante maior velocidade, menor latência e inibe riscos de segurança.

O presidente da Embratel, José Formoso, conta que a conversa para instalar a rede na fabricante de chocolates começou há cerca de dois anos, e os primeiros testes antes da instalação definitiva ocorreram há seis meses. “Quando se fala em 5G, todo mundo quer logo um celular. Mas, entre as indústrias, não é bem assim. É complexo porque estamos falando de segurança e logística, mas as aplicações ainda não estão prontas”.

O vice-presidente de Negócios da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, Murilo Barbosa, conta que há um interesse crescente no mercado pela nova tecnologia. “A indústria quer entender os diferenciais do 5G na prática. Temos recebido muitos contatos”.

Fonte: Infomoney
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 04 de outubro de 2022 às 11:12

Tendência no varejo, compra phygital torna-se pré-requisito para melhorias na experiência do cliente.

Você sabia que 60% dos consumidores gostam de combinar a compra online com a compra física? O dado, divulgado pelo relatório O Amanhecer do Consumidor Phygital, da MindTree, traz à tona a importância da estratégia phygital no cenário comercial pós-pandemia e na implementação de ações que coloquem o consumidor como o centro do empreendedorismo.

Marcas como a Americanas, Amazon e Wine já aderiram ao conceito phygital e tornaram-se cases de sucesso quando o assunto é proporcionar uma experiência integrada ao cliente, adaptando suas jornadas de compras às condições e preferências do público-alvo de maneira com que este último consiga comprar um produto pela internet e buscá-lo na loja física ou vice-versa, por exemplo.


Phygital melhora relacionamento entre marca e cliente

Além de facilitar o processo de compra e venda, o phygital desburocratiza ações, melhora o relacionamento entre marca e consumidor e promove a fidelização deste último, que está cada vez mais exigente e a procura de empresas que atendam aos seus desejos para além das necessidades básicas.

Nesse sentido, visando compreender melhor como se dá a “experiência do cliente no cenário phygital”, o Conarec 2022 convidou a CEO da Connect Shopper, Fátima Merlin, que discorreu sobre as possibilidades e desafios promovidos pela integração do online com o offline a partir de quatro grandes áreas: a experiência em si, a tecnologia X humano, a experiência phygital X básico bem feito, e o varejo enquanto marca.

“Com relação ao primeiro tópico, voltado à experiência em si, percebemos que todo contato que o usuário possui com a marca, gera, de alguma forma, uma experiência. O resultado dessas experiências, por sua vez, geram interações, que por si só, ocasionam percepções. Por isso, precisamos estar atentos para essa jornada de compra e consumo integradas, já que não basta somente atrair, é necessário engajar, cativar, converter, reter e humanizar a relação entre a marca e seu público”, inicia a palestrante, que acrescenta: “é por meio desta integração que conseguimos aumentar a retenção, a fidelização e a satisfação do cliente”.

Seguindo para o próximo tópico proposto, a CEO da Connect Shopper comenta que a tecnologia é essencial para o desenvolvimento de qualquer negócio, mas ressalta que o atendimento humanizado também deve ser valorizado durante a venda de serviços e produtos: “é óbvio que o digital é de extrema relevância como meio para facilitar a relação, para melhorar o relacionamento com o cliente, etc., mas na prática, o varejo é feito de gente: gente para atender gente, o que demanda o investimento no treinamento, formação e capacitação”, evidencia a convidada do CONAREC 2022, que apresenta a penúltima área atrelada aos pilares basilares do empreendedorismo contemporâneo: o phygital X básico bem feito.


Integração entre compras online e física corrobora com noção de cliente no centro do negócio

“Sabemos que 60% dos consumidores reconhecem que gostam de combinar a compra online com a física, segundo MindTree, o que significa que nós precisamos centralizar o cliente em nossas tomadas de decisão, de modo em que o básico bem feito também não seja negligenciado. Para isso, é muito importante conhecer o consumidor e seus comportamentos e promover estratégias de venda que tornem a marca mais resolutiva, prática e facilitadora, com produtos certos, bem expostos e precificados corretamente”, explica Fátima Merlin, que também comenta sobre a necessidade de atuar sobre cada “P” nas venda online e offline, sendo eles: proposta de valor, público-alvo, PDV, produto, preço, promoção, prateleira e planograma.

“O varejo tem promovido soluções para elevar o nível do serviço, como o aumento da equipe, o aumento do horário de abastecimento para deixar a loja fluída, profissionalização da equipe, etc., mas para atuar de maneira efetiva sobre cada “P” é necessário trazer o shopper para o centro das decisões, conhecendo a fundo e tendo clareza na proposta de valor, já que hoje, o cliente é mais conectado, racional, exigente, seletivo e ávido por experiências de personalização”, discorre a líder da Connect Shopper.


O Varejo enquanto marca

Por fim, Fátima Merlin comenta sobre a última vertente voltada para a experiência do cliente no mundo pós-pandemia, focada, por sua vez, na importância de encarar o varejo enquanto marca: “o cliente não faz distinção enquanto on e off: ele quer ser atendido no momento em que deseja e como deseja. Isso, por sua vez, exige que o varejista se valorize enquanto marca, tendo propósito, posicionamento consistente, entrega do que promete e cultura de omnicanal. E, por onde começar? Por meio de clareza de estratégia, tecnologia, cultura mindset, processos, pessoas e políticas e gestões com o shopper no centro. É preciso ter um ambiente mais moderno, integrado e que torne a vida mais prática e rápida”.

Vale lembrar que o CONAREC, que promoveu o diálogo com Fátima Merlin, é o maior evento da América Latina direcionado para o relacionamento entre marca e cliente. Sua última edição ocorreu entre os dias 13 e 14 de setembro e teve como “Cx Made in Brazil: mais Conectado, mais Inteligente e mais Humano”.

Fonte: Consumidor Moderno