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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 24 de janeiro de 2023 às 13:57


Google, Microsoft, Goldman Sachs e Salesforce demitiram milhares de funcionários este mês, depois que mais de 125 mil perderam seus empregos em 2022.

Quase 60 mil funcionários perderam seus empregos em demissões em massa nos EUA até agora – o maior total mensal desde que a Forbes começou a rastrear demissões alimentadas por temores de recessão no ano passado – com Google, Microsoft, Amazon, Goldman Sachs e Salesforce demitindo milhares de funcionários.

O anúncio da empresa controladora do Google, Alphabet, na sexta-feira (20), de cortar cerca de 12 mil funcionários foi a maior demissão até agora em janeiro, elevando o número de funcionários afetados em grandes cortes em relação ao total de novembro passado (47.412 funcionários) – o maior em um determinado mês até então.

Em um comunicado à imprensa, o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, disse que a demissão ocorre após dois anos de “crescimento dramático” e excesso de contratações para uma “realidade econômica diferente da que enfrentamos hoje” – ecoando um sentimento que os empregadores mostraram durante a maior parte de 2022, quando quase 125 mil pessoas foram demitidas em grandes rodadas de demissões nos EUA.

A Microsoft cortou 10 mil funcionários no início desta semana, quando a gigante do software anunciou que demitiria quase 5% de sua força de trabalho (sua segunda rodada de cortes nos últimos meses, depois de anunciar em outubro que demitiria mais 1% de aproximadamente 180 mil funcionários).

Também nesta semana, vários relatórios afirmaram que o gigante bancário Capital One reduziria seu quadro de funcionários em 1,1 mil, afetando principalmente os cargos de tecnologia, enquanto um porta-voz disse à Forbes que os funcionários demitidos poderiam se candidatar a outros cargos na empresa.

A empresa de software Salesforce, com sede em San Francisco, anunciou em 4 de janeiro que cortaria 7,9 mil funcionários em meio a um clima econômico “desafiador”. Mesma justificativa da rodada de demissões no Goldman Sachs, que poderia cortar até 3,2 mil posições.

As demissões variaram de empresas de tecnologia a bancos, incluindo a varejista de móveis on-line Wayfair, com sede em Boston, que disse que cortaria 10% de sua equipe global, bem como a empresa de empréstimos estudantis Nelnet (350 funcionários), a empresa de telemedicina Teladoc Health (300) e a empresa de gerenciamento de cadeia de suprimentos Flexport (estimada em 662 de seus 3,3 mil funcionários, com base em dados do PitchBook).

Várias grandes demissões neste mês afetaram os trabalhadores da área de criptomoedas, já que os empregadores temem que uma possível desaceleração no mercado criptográfico chamada de “inverno criptográfico”, bem como a especulação do mercado de investidores após o colapso da exchange FTX de Sam Bankman-Fried, possa prejudicar o mercado.

No início deste mês, a exchange de criptomoedas Coinbase anunciou que cortaria um quarto de sua equipe (950 funcionários) para “desacelerar o clima” no mercado de criptomoedas. Três dias depois, a Crypto.com revelou planos para cortar 20% de sua força de trabalho (500 funcionários), já que o CEO Kris Marszalek disse que está enfrentando “eventos imprevisíveis da indústria”, como o colapso da FTX, que “prejudicou significativamente a confiança no setor”.

As ações da Alphabet e da Wayfair, que anunciaram cortes na sexta-feira, subiram horas após a divulgação de seus planos, com as ações da Wayfair subindo cerca de 11%, para US$ 46,79, e as ações da Alphabet subindo quase 10%, para US$ 98,02. O analista da Wedbush, Daniel Ives, disse à Forbes que acredita que a alta nas ações da empresa continuará, já que os empregadores procuram reduzir custos em meio a temores de uma recessão.

Mais demissões devem vir por aí. A varejista de artigos para o lar Bed Bath & Beyond começou a cortar funcionários, segundo um memorando interno visto pela CNBC, embora o memorando não inclua vários cargos afetados. Também houve especulações de que a Apple, que não está em fase de cortes em meio às recentes demissões massivas de tecnologia, poderia evitá-las totalmente devido à prevenção de aumentos de contratação nos últimos dois anos. A maior rodada de demissões da Apple ocorreu há 25 anos, quando o ex-chefe Steve Jobs demitiu 4.100 funcionários.

Fonte: Forbes
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 24 de janeiro de 2023 às 13:53


Mídias sociais descentralizadas, crise permanente, grande exaustão… O que um executivo deve considerar antes de tomar uma decisão estratégica, particularmente no varejo?

A NRF 2023 aposta em conteúdos direcionados à identificação e aplicação de tendências para orientar decisões de negócios. Em meio às necessárias apresentações orientadas a mostrar o uso de tecnologias, este ano com muito foco em eficiência operacional e automação. O motivo? A inflação, que incomoda demais consumidores e toda uma geração de lideranças mais jovens, que não conheceu crises de expansão monetária. O último grande ciclo inflacionário nos países “ricos” foi há mais de 40 anos, no início dos anos 80.

Interpretar essas tendências e seus reflexos para o mercado brasileiro e o varejo, não é tarefa simples. Mas as informações compartilhados nos conteúdos da NRF 2023 são convergentes em pontos fundamentais, um estado de crise permanente, mudanças de comportamento, influência da Geração Z, vida nas telas, mais experiências e sustentabilidade.

Andrea Bell, Vice-Presidente de Consumer Insights da WGSN, mais influente e precisa consultoria estratégica sobre comportamento do consumidor no mundo, mostrou as tendências mapeadas pela empresa para 2025, muito em linha com as Megatrends que desenhamos para os próximos 10 anos.

Ela chamou sua apresentação de “Imaginação Estratégica”, propondo uma forma de moldar soluções a partir de coletivos criativos em busca de soluções para os problemas latentes que hoje tiram, literalmente, o sono de milhões de pessoas.

As tendências abordadas por Andrea Bel são:
* A Era da Policrise;
* Cultura Digital Descentralizada;
* O natural como membro do Board;
* A Grande Migração;
* Criatividade Sintética
Para Andrea, a criação de coletivos criativos poderá trazer soluções holísticas para a política, os negócios, a sociedade e os mercados.


CRISES EM CASCATA

A Era da Policrise
Em linha com Kate Ancketil, CEO da GDR Creative Intelligence, que destacamos ontem, com uma leitura de crise permanente (“permacrisis”), Andrea e a WGSN optaram por “Policrise”, ou múltiplas crises convergindo e gerando incerteza e sensação de caos.

A Policrise significa a convergência de eventos de eventos em cascata – inflação, insegurança econômica, eventos climáticos extremos, transição energética, desigualdade, juros altos, populismo, desglobalização… Muita informação para ser processada, o que leva consumidores a sentirem grande inquietude e insegurança.

Um exemplo: nos países da Europa e América do Norte, a nflação está acima de todas as preocupações, acima de desigualdade, desemprego e violência urbana.

A Era da Raiva
A segunda tendência está alinhada com a Megatrend denominada “A Grande Exaustão”. Em resumo, as pessoas estão mais ansiosas e impacientes do que nunca e manifestam sua raiva de formas muito violentas. Na base dessa raiva está uma cultura de ressentimento, de pessoas que se sentem desprotegidas e aleijadas das oportunidades econômicas. Isso leva muitas delas a manifestarem depressão, ansiedade, incapacidade de pensar além da bolha.

Não por acaso, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o Brasil é o país mais ansioso do mundo. Temos cerca de 18,5 milhões de pessoas sofrendo de ansiedade. Outra pesquisa, com terapeutas britânicos, revela que 52% dos seus clientes estão com problemas de sono, o maior número da história.

Simone Biles, atleta e campeã olímpica, que surpreendeu o mundo ao abandonar as Olímpiadas de Tóquio, falou sobre essa crise em painel na NRF. Ela foi corajosa ao mostrar sua vulnerabilidade e que havia ido para os jogos mesmo sem aprovação médica. Ela estava à beira de um burnout. Compreensível, já que ela mesmo pergunta “o que mais poderia buscar se já havia atingido o máximo aos 19 anos?”

O estresse derivado da perda de renda, da desglobalização, alta dos juros, mudanças nos formatos de trabalho, valorização excessiva da automação, conflitos e polarização estimulam uma cultura de ressentimento em vários campos.

Redes sociais enfrentando a disrupção
A terceira tendência apresentada por Andrea Bell foi a Cultura Digital Descentralizada, que é a fragmentação e ressignificação das redes sociais como reação às plataformas estabelecidas e dominantes.

Particularmente para a geração Z, as plataformas digitais não dizem mais respeito às conexões e sim sobre entretenimento. Os jovens buscam alegria e querem uma sucessão de experiências gratificantes no trabalho, nos relacionamentos e no consumo. Esse movimento já largamente estudado pela Consumidor Moderno, mostra que estamos diante de uma geração baseada na busca pela gratificação imediata e que vai moldar sua vida pelas telas. Vida Híbrida.

Entre as consequências dessa descentralização estão a disrupção da lógica de rede social por conta da tiktokização da vida, busca intensa por entretenimento e por conexões baseadas em válvulas de escape. E também a criação de departamentos inteiros de experiência e entretenimento do consumidor.


O Natural no eixo do negócio

Andrea Bell defende que o “Natural como membro do board” ou seja, a sustentabilidade reinventada e assimilada como estratégia por empresas e por cidadãos – ações mandatórias em defesa do ambiente, eventos climáticos extremos. É bastante possível que a mudança climática coloque a natureza e o meio-ambiente como donas de voz e voto.

A Grande Migração
Grandes deslocamentos de pessoas rumo às cidades de origem ou a locais onde haja aceitação mais plena de identidades, valores, comportamentos e pensamentos.
Esse processo iniciado durante a pandemia irá modificar a paisagem urbana, a partir de movimentos constantes baseados em diferentes motivações. Encontrar o espaço de vida será um desejo de bilhões de pessoas. O processo de migração tem algumas dimensões:
* Migração ecológica, busca por ambientes mais ecológicos e de respeito ao ambiente, para resgatar a comunhão com a natureza;
* Migração moral – mudança para regiões que possuam identidade de valores – comunidades e minorias que vão buscar outros locais e cidades para viverem, por serem mais tolerantes e diversas.
* Migração do Nômade Digital – Estima-se que em 2025 haverá 1 bilhão deles circulando pelo mundo. Contribuem com 10x mais recursos do que o turista normal.

Criatividade sintética
Aqui falamos da criação orientada aos ambientes digitais e incorporando o uso de IAs e sua aplicação no Metaverso e Criptoverso.
A ideia central é utilizar Inteligências Artificiais na elaboração de design e produtos artísticos. Se já falamos muito do CHAT GPT, como instrumento de produção de conhecimento verbal, convém olhar com carinho para a Dolly Work Art, uma IA que produz arte a partir de nossos desejos expressos em palavras.
A Criatividade Sintética significa a criação de arte e produto intelectual automatizado aplicada a problemas. E antes que a pergunta lógica seja feita: “você acredita que essas tendências não ter espaço no Brasil?”Eu já respondo: “sim”.

As últimas eleições e manifestações do início do ano, mostram claramente a existência da cultura do ressentimento. Por outro lado, temos muito o que ensinar ao mundo sobre como lidar com a inflação e com crises permanentes.

O fato é que os varejistas devem se preparar rapidamente para eventuais e acentuadas crises e devem reorientar as operações para engajar o cliente, a partir da melhor experiência. Há um número enorme de consumidores, na casa de milhões, que vai adotar e manifestar seu apreço e vontade de experimentar metaverso e ambientes híbridos.

Fonte: Consumidor Moderno