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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 13 de dezembro de 2022 às 11:02


Individualismo, consumismo e busca pelo menor preço são características de uma geração que usa a compra como terapia.

É bem possível que eles desconheçam o que é um despertador analógico, mapa em papel, TV no quarto e ICQ. A geração Z, também conhecida por: primeiros nativos digitais, iGen e centennials, compreende os nascidos entre 1995 e 2010 e ainda é uma incógnita para as marcas.

A diferença dos indivíduos dessa para de outras gerações é que nasceram com a facilidade do acesso à internet, seja em computadores ou dispositivos móveis. Mas você pode imaginar que a forma de conexão de um Z do Brasil ou México é diferente de um dos Estados Unidos ou Inglaterra. Essa é só uma particularidade que os diferenciam, mas a questão social, o impacto econômico e ambiental também são outros dilemas relevantes.

A pesquisa “Geração CTRL+Z: pelas lentes latinas”, do Grupo Consumoteca, traz insights interessantes sobre a iGen da América Latina, mostrando que o eixo Estados Unidos e Europa possui contexto diverso do que se vive por aqui. O 11 de setembro, por exemplo, é um fato que moldou a perspectiva de toda a geração Z, mas, no caso latino, a implicação e a estagnação da economia fizeram com que essas pessoas tivessem pouco tempo de encantamento e se tornassem mais individualistas.

Esses indivíduos não sabem viver sem Google e YouTube, estão imersos na globalização e num mundo com muita informação, sendo que o on e off, o privado e coletivo possuem fronteiras diluídas.

“Os Z’s são cheios de contradições – esse é o efeito colateral de quem cresceu em um mundo nada linear, cheio de informações em fluxo e onde a única certeza é que tudo muda já – sobretudo em solos latinos. Por aqui, o senso de confiança anda ainda mais abalado. Quando se trata da geração Z, dá pra começar o dia com post de reflexão sobre questões ambientais e fechar o dia comprando mais blusinhas baratas da marca chinesa hype de cadeia produtiva duvidosa. Também dá pra meditar de manhã para alinhar os chacras e fechar a tarde com junk food em nome da saúde mental. Tudo indica que quem ainda não entendeu isso: tá fazendo errado”, resume Marina Roale, head de insights do Grupo Consumoteca, na abertura do relatório.


Geração Z: consumidores conscientes?

De acordo com a ONG Akatu: “Consumo Consciente é consumir com melhor impacto, consumir diferente, sem excessos ou desperdícios, para que haja o suficiente para todos para sempre”. Nesse sentido, os centennials são bem informados dos problemas, mas não acham que vão resolvê-los. Conforme o estudo do grupo Consumoteca, 59% da geração Z latina creditam ao governo a responsabilidade em praticar ações voltadas à preservação e cuidado com o meio ambiente e com a sociedade. Esse número cresce entre os brasileiros: 67%.

E por aqui surge outra contradição: mais da metade deles compram em brechó online. A justificativa está longe de ser porque são consumidores conscientes, mas, sim, pois encontram melhores preços, mantendo autenticidade e estilo no second hand. Eles priorizam a lógica de escassez, ou seja, preferem peças exclusivas, e que os diferenciam.

O estudo também destaca, dentro da prática do smart buying, o movimento dupe, que significa duplicado ou cópia. Isso porque os jovens possuem baixo poder econômico e por isso consomem por meio do que cabe no bolso e o que não é possível, eles fazem de forma manual. Eles pesquisam muito, fazem comparações, buscam cupons, procuram referências e optam por genéricos ou cópias se forem mais baratas. 51% dizem não reparar na marca quando realizam a compra.


Comprar é autocuidado

O contexto de viver com muita informação, somado ao isolamento proporcionado pela pandemia, fez os Z’s priorizarem a saúde mental. Inclusive, 70% acreditam que todos deveriam fazer terapia se fosse possível, 72% priorizam a saúde mental por acreditar que ela reflete o bem-estar físico, e 32% afirmam ser diagnosticados com alguma doença relacionada à depressão ou ansiedade.

O conceito Consumo Therapy do relatório aponta que o processo de compra é percebido como terapêutico: da pesquisa ao unboxing. É pelo consumo que a geração Z latina consegue acessar sensações que, em outras áreas da vida, ela não recebe. É como se fosse uma emulação de sofrimento, um escapismo. 49% dos jovens afirmam que o consumismo é uma característica da geração, sendo que no Brasil esse número é maior: 57%.

O TikTok é uma das mídias que ajudam e podem servir como incentivo de desejo de compra para esses jovens, por conta de suas características dinâmicas e em vídeo.


Autenticidade é tudo

De acordo com o relatório do Grupo Consumoteca, os centennials são adeptos ao high concept, ou seja, valorizam a autenticidade e o sentimento de ser único. Esses jovens estimam produtos que entregam estética e conceito: 41% deles apreciam peças ousadas e que chamam a atenção.

A exclusividade, diferenciação e marcas que trabalham dentro da lógica de escassez são os principais pontos de interesse da geração. Além disso, procura marcas que geram alguma admiração ou identificação, valoriza o processo do criador e a assinatura por trás dos produtos; curte pequenas marcas e novos criadores, percebem valor em itens de second hand. Nesse ponto, o upcycling é uma tendência e surge como saída para quem busca exclusividade e diferenciação pagando pouco, e não como ativismo ambiental.


Jornada de compra

O processo de compra (pré, compra e pós) dessa geração é acompanhado de diferentes sensações que surgem de forma não linear durante toda a jornada. Pelo o on e off serem fluidos, os Z’s não diferenciam o que ocorre nesses dois meios. Porém as redes sociais são os principais espaços onde o conteúdo de consumo é pautado.

Conforme o relatório, no período de pré-compra, a interação da iGen começa de forma visual e ela se posiciona como audiência. Desse modo, as redes sociais, como YouTube, Instagram e TikTok, geram o entretenimento aliado ao consumo e conteúdo.

No processo de compra, os primeiros nativos digitais se tornam protagonistas e passam a fazer parte ativa da narrativa. No entanto, para se chegar a essa etapa, esses indivíduos avaliam muito, até chegarem à conclusão de que vale a pena.

E o pós-compra é uma etapa importante, pois esses jovens passam de audiência a produtor de conteúdo. É a partir do recebimento do item é que se inicia o processo da construção da narrativa para outras audiências.


Desafios das marcas

Uma das notáveis diferenças da Geração Z é a não fidelização de uma marca. A principal justificativa é que esses jovens são fiéis aos seus ganhos. “Entendemos que para os Z’s, comprar bem é acessar benefícios, compartilhar truques, adquirir autenticidade e hackear o sistema”, sintetiza o relatório do Grupo Consumoteca.

Os brasileiros são os que mais valorizam bons produtos e relacionamentos, e os que menos veem valor na responsabilidade ambiental. Além disso, também são os que mais fazem compras online do grupo analisado.

É necessário compreender que os centennials não são consumidores comuns. Antes de tudo são audiência e depois produtores de novos conteúdos. Por isso, o pré e pós-compra precisa ser bem trabalhado pelas marcas.

Fonte: Consumidor Moderno
Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 13 de dezembro de 2022 às 10:58


Todos os dias colaboradores exaustos reiniciam a sua jornada de trabalho em empresas de todo o mundo, incluindo a sua. Veja o que pode ser feito para evitar que o cansaço no trabalho fique fora de controle na sua companhia.

Atualmente, o esgotamento dos funcionários tem se tornado um dos sintomas mais comuns dos locais de trabalhos modernos, seja por demandas cada vez mais rápidas, complexas e exigentes, seja por tecnologias que diminuíram a separação entre vida pessoal e profissional.

Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou oficialmente a síndrome do esgotamento profissional (ou síndrome de burnout) como um diagnóstico médico ocupacional, descrevendo-o como um estado de exaustão emocional e física provocada por longos períodos de estresse implacável e relacionado ao trabalho.

Fato é que cada vez mais pessoas estão se sentindo sobrecarregadas. Segundo a Gallup, 7 em cada 10 pessoas no mundo estão sofrendo com fadiga do Zoom, ansiedade, burnout, estresse, depressão e outros problemas psicológicos. Pior, tudo indica que a próxima crise global de saúde seja uma pandemia de saúde mental.

De fato, a pandemia expôs processos ineficientes que impedem a produtividade e introduziu novos desafios, como o home office e o quiet quitting.

Nesse sentido, de acordo com o relatório da Qualtrics, 2023 Employee Experience Report, estamos vivendo um conflito sem precedentes no ambiente e na cultura organizacional: colaboradores esgotados que desejam mais suporte versus companhias que desejam simplificar os orçamentos sem abrir mão da produtividade.

Uma pesquisa da Deloitte descobriu que quase 4 em cada 10 funcionários da geração do milênio e da geração Z não acreditam que seus empregadores estão criando iniciativas para apoiar seu bem-estar mental.

De acordo com a Clínica Mayo, a fadiga no trabalho pode ser definida como:

“Exaustão implacável que não é aliviada pelo descanso, um estado quase constante de cansaço que se desenvolve com o tempo, reduzindo sua energia, motivação e concentração”.

Um importante levantamento realizado pela Forbes mostra também que o impacto financeiro desse problema, se negligenciado, pode ser ainda maior:

Logo, estar atento à experiência do colaborador é fundamental para a sustentabilidade de um negócio. No entanto, a gestão de pessoas vai além do employee experience, sendo parte fundamental do sucesso de construção de um ambiente de trabalho mais saudável e agradável, a conscientização das lideranças sobre o impacto dessas medidas mais saudáveis na produtividade, eficiência e motivação dos seus times.

Como aliviar o cansaço no trabalho e recarregar as energias da equipe?O mundo do trabalho mudou para sempre por causa da pandemia de COVID-19. Como resultado, é crucial agir para eliminar ou, pelo menos diminuir, os casos de fadiga laboral e eventual esgotamento precoce.

Afinal, a exaustão afeta as habilidades, dificultando o bom senso e aumentando a probabilidade de se sofrer um acidente. Por isso, as dicas abaixo contribuem para a construção de um ambiente psicologicamente seguro e com maior engajamento.


#1 – Oriente seus liderados a construírem carreiras baseadas em propósitos

Muitos de nós decidimos uma carreira no início da vida, mas com o passar do tempo, as coisas mudam e essas mudanças influenciam a forma como encaramos as nossas próprias responsabilidades.

As pessoas querem ser orientadas por propósitos para encontrarem um significado e um senso de valor mais profundos, nos quais as suas contribuições ajudem a fazer a diferença no mundo.

Como líder, estimule esse reflexão e permita que seus colaboradores estejam vivendo alinhados com seus valores e crenças em uma vida dedicada à sua missão pessoal e evite que pessoas talentosas se sintam subaproveitadas ou entediadas na companhia. 

Na Microsoft, por exemplo, os líderes e gestores estabeleceram o “Discover Days”, um programa pensado em soluções para dar às pessoas acesso a um conjunto mais amplo de oportunidades de carreira e torná-las visíveis para a sua própria demanda interna de profissionais.

“É impossível ter uma ótima vida, a menos que seja uma vida significativa. E é muito difícil ter uma vida significativa sem trabalho significativo”.
Jim Collins – consultor de negócios, autor, professor e palestrante


#2 – Priorize o seu próprio bem-estar

Gerenciar seu bem-estar como líder é adotar uma abordagem holística e abrangente para melhorar os níveis de satisfação de toda a organização. Afinal, as lideranças de alta performance são referências seguidas em toda companhia.

Dados do The Wall Street Journal mostram que quase 96% dos líderes sêniores relataram sentir-se esgotados em algum grau, com um terço descrevendo seu esgotamento como extremo.

Quando os líderes “fazem o que falam”, eles também estão ajudando a reforçar as mensagens dos programas e iniciativas de bem-estar de suas empresas – uma necessidade crítica e urgente. É o mesmo conceito de uma máscara de oxigênio em um avião. Você deve colocar sua própria máscara de oxigênio antes de poder ajudar outras pessoas. 

“Cabe aos líderes da empresa conscientizar e agir sobre saúde mental. Ao falarem abertamente sobre saúde mental e produzirem ações significativas, os líderes podem desestigmatizar doenças mentais e sinalizar que as pessoas podem e devem acessar o apoio que a empresa fornece”.
Jonathan McBride, ex-chefe de diversidade e inclusão da BlackRock


#3 – Crie rituais em equipe para fortalecer os vínculos

Criar entrosamento na equipe é a chave para garantir que todos sejam corresponsáveis pela energia do time. Nesse sentido, equipes com alto senso de pertencimento são capazes de criar um ambiente em que os seus colaboradores desejam estar, seja remotamente ou pessoalmente, trazendo mais leveza e produtividade para a companhia. 

Mais que isso, trazem segurança para que os envolvidos peçam ajuda se necessário e possam ajudar uns aos outros quando alguém precisar se afastar do trabalho.
Então, como líder, crie rituais coletivos para fortalecer esses laços e construa oportunidades para novas conexões surgirem.


#4 – Troque a paranóia de produtividade por uma priorização útil

A paranoia da produtividade é um dos maiores problemas enfrentados na contemporaneidade. Estamos sempre tentando fazer mais, mais rápido e melhor, mas isso tende a agravar os sintomas de esgotamento e frustração.

Por isso, priorizar as tarefas é imprescindível. Identifique quais são as demandas mais importantes e foque nelas primeiro, concentrando-se nas tarefas que realmente importam e que vão ajudá-lo a alcançar seus objetivos.


#5 – Acompanhe a evolução dos seus times

Além de avaliação, o acompanhamento do comportamento dos seus colaboradores é extremamente importante para identificar rapidamente quaisquer alterações, por exemplo, dos níveis de estresse ou satisfação geral.

Apesar disso, uma pesquisa da Deloitte observou que só 22% dos gestores realmente receberam algum tipo de treinamento em saúde mental no trabalho, embora 49% tenham reconhecido a sua utilidade.

Ao menor sinal de alerta, intervenha imediatamente. Se necessário, incentive-os a tirar uma folga antes que precisem pedir. Tranquilize-os e tenha empatia para demonstrar que mostrar vulnerabilidade não irá prejudicar sua jornada profissional.

“Se não intervirmos no momento certo, qualquer coisa colocada posteriormente pode não funcionar, e o indivíduo se torna desengajado e privado de direitos”.
Steve Jeffers, CPO do The Esland Group


#6 – Tenha um forte programa de onboarding

Ter um processo de onboarding bem estruturado permite que os colaboradores não iniciem as suas funções já se sentindo sobrecarregados e, com o tempo, fiquem ainda mais estressados com as suas atividades e desempenho. Garanta que seus funcionários sejam bem treinados e estejam completamente preparados para qualquer desafio profissional.

Além disso, dados indicam que colaboradores que recebem integração efetiva atingem níveis satisfatórios de produtividade 60% mais rápido do que aqueles que não recebem. Portanto, ter um forte programa de onboarding inicia uma cascata de efeitos positivos em toda a organização.


#7 – Incentive novos hobbies

Uma das maneiras mais eficazes de manter altos níveis de felicidade dos funcionários é estimulando seus hobbies. Os hobbies ajudam de várias maneiras, inclusive na manutenção de um alto nível de resposta e atuação no ambiente organizacional.

Dito isso, atividades simples como ouvir música, pintar, desenhar, correr… podem ajudar a recuperar o equilíbrio e reenergizar a sua força de trabalho.

Logo, como exemplo, ter a possibilidade de tomar um banho no escritório para os funcionários que querem se refrescar depois de pedalar para a companhia é um ótimo começo.


É hora de cuidar para liberar todo o potencial humano inexplorado em seus times

Por todo o exposto, fica latente que as pessoas querem continuar trabalhando – mas não às custas de sua saúde e felicidade em geral.

Por isso, não há solução rápida para uma mudança de mentalidade tão profunda no cuidado como essa no contexto laboral, mas à medida que novas políticas forem implementadas a sua empresa, isso tende a ajudar os seus colaboradores a se tornarem a melhor versão de si mesmos, capacitando-os a desfrutarem de um equilíbrio saudável, seguro e de alta qualidade entre vida profissional e pessoal.

Segundo o artigo “We Need to Talk More About Mental Health at Work”, escrito por Morra Aarons-Mele na Harvard Business Review:

“$4 é devolvido à economia para cada $1 gasto cuidando de pessoas com problemas de saúde mental”.

Portanto, ter pessoas saudáveis e bem, vivendo o “propósito” de suas vidas, é capaz de gerar um movimento de contribuir mais, não só para suas famílias e seu trabalho, como para a economia em geral.

Se você, de alguma forma, enfrenta dificuldades para pensar no seu time ou estrategicamente no seu negócio, conheça a G4 Traction e aprenda a contratar as pessoas certas e geri-las, participando de 2 dias intensos para crescer e alcançar resultados ainda maiores.

Fonte: Gestão 4.0