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Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 22 de novembro de 2022 às 13:46


Além das estratégias alinhadas a omnicanalidade, geração Y exige atendimento humanizado e posicionamento de marcas em temáticas polêmicas.

Filhos dos baby boomers tardios, os millennials – também conhecidos como geração Y – compõem 34% da população brasileira e são metade da força de trabalho contabilizada atualmente, conforme indica a pesquisa Millennials – Unravelling the Habits of Generation Y in Brazil. Com seu poder de compra crescente e sua ocupação de boa parte dos postos de serviços, muitas marcas não têm medido esforços para elaborar estratégias de atendimento que atraiam este perfil, considerando que, até 2030, a renda global desta categoria deve ultrapassar a marca de US$ 4 trilhões.

Visando promover boas experiências e conquistar este perfil, empresas dos mais variados segmentos vêm apostando em técnicas de atendimento ao cliente que se valem do respeito, da humanização e da personalização para iniciar o processo de encantamento durante a jornada de compras e convencer este público de que suas marcas são melhores que a concorrência.


Geração Y é flexível, aberta a mudanças e não se apega a marcas

Caracterizada pela vivência entre a transposição do mundo analógico para o digital, a geração Y é bem flexível às mudanças, o que gera ainda mais trabalho para fidelizá-la, uma vez que, além das opiniões de pessoas próximas, este grupo considera a reputação digital da marca para adquirir um produto e, ao menor sinal de desagrado, abandona a empresa e busca por outra que lhe ofereça mais benefícios.

Nesse sentido, Patricia Gravalos, publicitária com especialização em planejamento estratégico em comunicação pela Escola Superior de Propaganda em Marketing (ESPM), explica que esta parcela da população exige um atendimento ético e transparente, uma vez que está integralmente ligada às plataformas digitais fazendo pesquisas não só sobre a procedência e a qualidade dos bens, como também sobre a trajetória e os ideais defendidos pela empresa com relação às causas sociais, políticas e ambientais.

“A transparência e a honestidade são cruciais, sem dúvida. Mas mais do que isso, ter a capacidade de surpreender e tratar o cliente com sua individualidade são diferenciais quando pensamos em construir uma marca de respeito. Abraçar e entender as causas, tratar todos com equidade e buscar de forma ativa respeitar as pessoas e o meio ambiente também são fatores cada vez mais importantes. E isso se dá na prática, nas ações e atitudes que todo canal, físico ou digital, tem com seus clientes".

Millennials cobram posicionamento de marca perante temas que afetam a sociedade

Seguindo esta mesma linha de raciocínio, o consultor especializado em varejo e franquias e ex-professor do MBA em Varejo e Serviços da Faculdade Cândido Mendes/UNIVAR, André Luis Soares Pereira, explica que um bom atendimento aos millennials se faz com empatia para compreender seus reais anseios: “com as mudanças recentes ocasionadas pela pandemia, é preciso entender que os consumidores estão repensando os aspectos e as prioridades da vida, que estão estudando as redes e que querem, inclusive, saber se as empresas mudaram seu modelo de negócio, principalmente quando este impacta a sociedade”.

De acordo com o consultor, o intuito do novo consumidor é saber se as marcas estão alinhadas às suas novas demandas e a um propósito, além de como se relacionam com suas necessidades.

“O consumidor está cada vez mais exigente, por isso, um bom atendimento não é mais um diferencial para empresas e sim, uma necessidade. Dessa maneira, as empresas precisam se preparar para entender toda a trajetória antes e após a venda, levando em conta todos os fatores que influenciam a experiência do seu público, como a existência de multicanais de vendas, a objetividade na hora do atendimento e, principalmente, as soluções que possam trazer benefícios para si”.


Multi-canais e integração do físico e do digital são pré-requisitos para esta geração

Para além das questões alinhadas as noções políticas, ideológicas e sociais, os millennials também procuram por marcas que ofereçam comunicação online e off-line, além da integração entre as lojas físicas e digitais. O fato é que, por serem uma geração que já nasceu conectada, a ideia de não contar com uma solução online é “inadmissível”, mesmo que uma compra esteja sendo feita em uma loja física. O consumidor jovem se sente bem atendido quando pode, por exemplo, ter suas dúvidas sanadas em um chat online eficiente, humanizado.

André Luis Soares Pereira resume a noção de atendimento respeitoso a geração Y em uma única expressão: a experiência do cliente. “Com o efeito da pandemia em 2020, as empresas precisaram mudar as suas estratégias, alterando inclusive a forma como se relacionam com o cliente. Sendo assim, precisaram se preocupar com Customer Experience (CX), que hoje é essencial para a performance de uma marca de varejo. Muito além do Business, lucrar não é só o foco imediato. Pessoas são o foco. As marcas terão que seguir o emocional do cliente e da comunidade, já que vender, simplesmente por vender, já não é mais o suficiente”.

A ideia é reforçada pelos especialistas Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan no livro Marketing 5.0: Tecnologia para Humanidade. Segundo os autores, a experiência do cliente que une digital e físico para satisfazer as necessidades do consumidor é o futuro. “Essa jornada híbrida do cliente demanda uma abordagem ‘onipresente’ para a CX: high-tech, mas ao mesmo tempo high-touch”.
Ou seja, a vivência física (touch significa toque em português) conta e só tecnologia não basta, até porque os millennials, mais do que outras gerações, valorizam mais a experiência do que a posse, lembram os especialistas.

Fonte: Consumidor Moderno
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 22 de novembro de 2022 às 11:34


Primeira geração de nativos digitais, a Geração Z em breve será o maior grupo de consumidores online em todo o mundo e, para conquistá-los, as marcas precisam começar a estabelecer relações com eles desde já.

De acordo com um estudo do LinkedIn sobre o comportamento, hábitos de consumo e valores da Geração Z (nascidos entre 1997 – 2012), trazendo dados sobre como este público se relaciona com as marcas, esta é a audiência que apresenta o crescimento mais rápido na plataforma e será a maior geração de consumidores, respondendo por R$164 bilhões a R$812 bilhões em gastos diretos.

Mas, de acordo com a pesquisa da maior rede social corporativa do mundo, apenas 21% dos membros dessa geração ao redor do mundo se sentem representados nas publicidades e 36% afirmam que as empresas deveriam fazê-los se sentirem mais valorizados.


Afinal, o que quer a Geração Z

A pesquisa apontou que eles são ambiciosos e almejam crescer constantemente, e as marcas que entrarem como aliadas nesta trajetória de desenvolvimento terão vantagens perante às demais quando o assunto é captar atenção.

Entre as principais exigências que regem seus hábitos de consumo, a confiabilidade das marcas é destaque para mais da metade dos membros da Geração Z globalmente.

Além disso, 74% preferem economizar e esperar para comprar um produto de qualidade e 62% pagariam mais por um produto ambientalmente amigável.

Altruísta e consciente, este público quer ser o melhor que pode e, dessa forma, vai optar por empresas que correspondam a isso também. Valorizar a sustentabilidade, a responsabilidade social e os feedbacks dos consumidores são pontos cruciais nessa busca por produtos e serviços.

De acordo com Ana Moises, Diretora de Soluções de Marketing do LinkedIn para América Latina, as empresas precisam pensar sempre um passo à frente quanto às estratégias de marketing voltadas a esse público.

“Em breve, a Geração Z será o maior grupo de consumidores online em todo o mundo e, para conquistá-los, as marcas precisam começar a estabelecer relações com eles desde já, priorizando formas inovadoras e inteligentes de se posicionar. Não basta ter um discurso bonito, é preciso que existam ações efetivas tanto interna, quanto externamente”.


Consumo nas redes sociais

Considerada a primeira geração de nativos digitais, eles utilizam as redes sociais como o principal canal para a descoberta de novas marcas e analisam de forma criteriosa como elas se comunicam e qual tipo de conteúdo produzem e consomem em uma delas.

Os resultados da pesquisa mostram que os indivíduos nascidos entre 1997 e 2012 preferem conteúdos que contemplem histórias reais, dicas de ferramentas, guides, questões sobre diversidade, ideias e inspirações.

De acordo com o estudo, o número de likes e comentários positivos também são avaliados por eles no momento da compra, além de preferirem utilizar o botão “comprar” diretamente nas redes sociais.

“No LinkedIn, 80% dos membros da Geração Z consideram a plataforma confiável, o que se reflete não só no tempo de uso, mas também no consumo de publicidade dentro da rede. A segmentação é importante porque possibilita uma identificação que vai além da linguagem, passando por abordagem, interesse e, claro, valores e propósito”.

Ainda no LinkedIn, a pesquisa mostra que mais de 15 milhões de profissionais da Geração Z da América Latina têm um perfil na plataforma, sendo que 56% deles estão no Brasil.


Uma geração marcada pelo ceticismo

De acordo com o relatório Geração Z: O poder da disrupção – como a nova geração está ressignificando o que é poder, produzido pela ViacomCBS, para 74% do público da Geração Z no Brasil, as redes sociais são ferramentas que dão voz ao que importa para eles.

Ainda de acordo com o relatório, cerca de 78% dos brasileiros da Geração Z afirmaram seguir algumas pessoas e marcas nas redes sociais somente para se manter informados; enquanto 77% buscam por mais educação e informações do que têm acesso nas instituições de ensino e 71% procuram por conteúdos que reflitam opiniões diferentes das suas. Isso não significa, no entanto, total confiança neste mesmo conteúdo.

De acordo com o estudo, 35% dos jovens brasileiros não confiam nas fontes de informação atuais. A desconfiança é uma característica que essa geração leva para diversos setores da sociedade. Eles não se veem representados em instituições políticas, de poder e na comunicação de diversas marcas.

Já 50% dos entrevistados pontuam que a representação de pessoas como eles faz com que eles se sintam mais poderosos. E a desconfiança nas instituições também recai sobre grandes empresas: cerca de 60% dizem que o Facebook, a Amazon e o Google são grandes e poderosos demais.

Fonte: Consumidor Moderno