Notícias


Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 21 de junho de 2022 às 11:17


Existem muitos motivos por trás do destaque do mercado asiático. O que podemos aprender com a nação gigante do e-commerce?

The Economist iniciou o ano de 2021, no meio da pandemia mundial, com uma grande reportagem intitulada “Por que os varejistas do mundo todo devem olhar para a China”. Os dados nos mostram porque essa foi uma das matérias mais acessadas em todo site.

A China possui um mercado grande e criativo, alcançando a marca de US$ 5 trilhões somente em 2020, com empresas de tecnologia misturando e-commerce, mídias sociais e teatralidade para atrair 850 milhões de consumidores digitais. O resultado foi extremamente satisfatório: as vendas aumentaram 25% nos últimos sete anos, sendo equivalente a 25% e 50% do varejo total.

Existem muitos motivos por trás do destaque do mercado asiático. Para começar, ele é mais dinâmico. As plataformas de compras online combinam pagamentos digitais, mídia social, jogos, mensagens instantâneas, vídeos curtos e celebridades ao vivo. A pandemia acelerou essa tendência e o modelo de jornada do cliente chinês ganhou o coração do varejo do ocidente ao oriente. Dito isso, o que podemos aprender com a nação gigante do e-commerce?

Ecossistema e pontos de contatos únicos

Quase todo o varejo chinês é interligado. Para tornar a experiência do cliente mais integrada e otimizada, os grandes nomes digitais apostaram num ecossistema que une marcas e recomendações de produtos.

Uma curiosidade que possui um grande peso para essa questão são as diferenças entre os compradores. Na Europa, a maioria dos consumidores tende a acionar os mecanismos de pesquisa para procurar um produto, verificar avaliações e finalizar a compra. Já os chineses preferem criar um verdadeiro evento na experiência devido ao ecossistema integrado.
Como, por exemplo, o que acontece no Alipay, que dá acesso ao Alibaba, um verdadeiro titã do comércio eletrônico.

Atualmente é difícil encontrar um celular chinês em que o Alipay não esteja instalado. Falando de maneira bastante simples, essa rede reúne outras plataformas para que os usuários encontrem qualquer produto em um único lugar, sem precisar acionar terceiros ou instalar qualquer outra ferramenta. Essa facilidade é um dos motivos principais para a adoção generalizada do serviço.

Olhando especificamente para o nosso ocidente, a melhor maneira de descobrir os pontos de contatos certos é priorizar as seguintes questões:
* Os pontos mais eficazes e de valor agregado;
* Alocação de orçamento e foco para os canais certos;
* Treinamento de equipes de vendas para um melhor entendimento da jornada integrada do cliente.

Avaliação digital

Não é segredo para ninguém o quanto as avaliações dos clientes trazem impactos diretos na percepção e experiência de novos consumidores em potencial. Ao contrário do que costumamos fazer por aqui, a avaliação dos compradores chineses é medida através das mídias sociais.

Para falar a verdade, essa não é uma prática tão incomum assim. Se você entrar agora na plataforma da Amazon e clicar em qualquer produto, logo vai dar de cara com avaliações detalhadas sobre determinado item, incluindo o uso de fotos e vídeos. Os clientes chineses mantêm esse mesmo tipo de avaliação, mas não se concentram em enviar a opinião que possuem para as próprias plataformas de e-commerce.

Lá, as marcas oferecem espaços em transmissões ao vivo e em outras mídias sociais, como o TikTok, que faz um enorme sucesso aqui, e Weibo para que os consumidores relatem sua experiência com os produtos. É uma ação comum que as empresas unam o lançamento de novidades com o compartilhamento das opiniões de outros compradores, o que acaba sendo um elemento chave para alcançar um público ainda maior. No Brasil, temos o costume de criar esse “marketing” com influenciadores, mas precisamos concordar que não tem o mesmo efeito.

Muitos consumidores não confiam 100% na opinião de uma celebridade por conta dos patrocínios que não deixam espaço para uma opinião imparcial. Mas quando o “boca a boca” parte diretamente de um cliente, a história é bem diferente e extremamente positiva.

Canais de vendas online e off-line

Ok, você pode afirmar que isso já acontece no Brasil e é verdade. Mas essa solução já está na China há muitos anos.
A plataforma Alibaba oferece oportunidade para que os consumidores façam compras no sofá de casa e recebam os produtos dentro de poucas horas. Em outros casos, é possível fazer compras e ir buscar sem precisar passar pelo trabalho de escolher produtos pelos corredores. É literalmente pegar e levar. Essa prática se tornou popular aqui no nosso país durante a pandemia, o que trouxe mais segurança para todos dentro de um período difícil.

No entanto, conforme a normalidade vai voltando, as organizações estão começando a tirar essa facilidade do alcance.
Manter esse serviço de modo constante foi o que salvou boa parte do comércio chinês na pandemia. A Peacebird, varejista de moda, foi uma das muitas lojas que precisaram fechar as portas por conta da covid-19. Mas ao contrário de muitas, ela não passou por qualquer dificuldade porque o sistema de vendas já estava integrado entre o online e off-line, logo os compradores não precisaram passar por mudanças.

E claro, não podemos esquecer que boa parte das compras online na China são guiadas com o auxílio de IA. O comércio chinês disponibiliza assistência através de chatbots, mantendo sempre uma linha direta e disponível 24 horas por dia e 7 dias por semana com os clientes.

Em última análise, é normalidade para as empresas chinesas ser estruturadas para tratar bem os clientes e através excelência nos serviços estimular a compra. Oferecem jornadas fluidas com pontos de contato interconectados (estamos falando de omnichannel!) e com facilidade de acesso digital. É fácil, não é?

Fonte: Consumidor Moderno
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 21 de junho de 2022 às 11:13


Tendência de trazer elementos de jogos, como feedbacks rápidos, design mais criativos, sistemas de recompensas e rankings se intensificou mais recentemente.

Nos últimos anos, vimos o setor de gamificação dar um verdadeiro salto e alcançar patamares nunca vistos. De acordo com um levantamento da Fortune Business Insights, empresa de estudos de mercado e serviços de consultoria, em 2019 esse mercado era de US$ 6,33 bilhões (R$ 30,13 bilhões). Mas as previsões de crescimento já apontam que ele deve ficar quase seis vezes maior até 2027, chegando aos US$ 37 bilhões (R$ 176,12 bilhões). Fica claro que esse segmento está em constante expansão e deve fazer cada vez mais parte da vida das pessoas.

Embora muitos não percebam, estão sendo impactados por estratégias de gamificação diariamente, tendo suas rotinas influenciadas por elas desde formas tênues até outras mais óbvias. E, ainda que essa tendência de trazer elementos de jogos, como feedbacks rápidos, design mais criativos, sistemas de recompensas e rankings já faça parte do universo do marketing há algum tempo, se intensificou mais recentemente.

Mas, por que exatamente somos tão atraídos pelas estratégias de gamificação, que têm dado certo, principalmente, na era digital?

Estratégias de gamificação: uma tendência de sucesso

Algumas das respostas para essa pergunta são mais ligadas a questões científicas, enquanto outras são mais sutis e relacionadas ao lado comportamental de cada um.

O primeiro ponto chave é a produção de dopamina, um neurotransmissor ligado ao humor, à sensação de prazer e ao “sistema de recompensa” do nosso cérebro, que influencia diretamente nossas emoções. Quando nos envolvemos com jogos ou atividades com esses elementos, acabamos aumentando a produção desse mensageiro químico, e é por isso que nos sentimos mais felizes e tendemos a continuar buscando essa sensação.

Outro fator importante é que os seres humanos são mais propensos a se interessarem e engajarem com ações que causem sensação de completude, competitividade, vitória, conquista, que sejam mais interativas, leves, divertidas, responsivas e que aumentem sua autoestima, características que estão presentes na ludificação e geram sensações positivas.

E, sempre de olho nas tendências de comportamento, as organizações passaram a pesquisar mais sobre esse tema, analisando de que forma poderiam aplicá-lo aos seus negócios e quais os ganhos que teriam com isso. Com o passar do tempo, as estratégias foram se aprimorando cada vez mais, se aperfeiçoando e evoluindo de acordo com as mudanças vividas pela sociedade e pelos desejos e necessidades dos consumidores.

E é por isso que, mesmo sem perceber, acabamos nos engajando muito mais com atividades que aplicam esses princípios. Um exemplo é a adoção dos treinamentos corporativos gamificados pelas companhias: ao trazer essas estratégias para esse exercício, eles passaram a ser muito menos cansativos e entediantes, e os colaboradores começaram a se divertir e interagir com mais intensidade, encarando a tarefa de forma mais agradável.

Outro ambiente no qual podemos observar o uso da ludificação é nas salas de aula. Principalmente nos dois últimos anos, com as aulas à distância, as escolas tiveram que se adaptar e melhorar seus métodos de ensino. Uma das formas de atrair e reter a atenção dos alunos dentro de casa foi utilizar a gamificação para que o processo de aprendizado fosse mais fácil e suave, gerando mais identificação com as novas gerações.

Vale ressaltar que essa prática pode ser utilizada nas mais diversas situações e contextos, porém o mais importante é entender onde ela poder ser mais útil e consegue de fato somar para a experiência do usuário, pois seu foco principal é retirar possíveis atritos e facilitar as jornadas e os processos, tornando-os menos tensos e pesados.

Esse conceito tem estado muito presente na sociedade e exerce um grande papel nas atitudes e escolhas das pessoas, ainda que elas não se deem conta. Precisamos apenas nos atentar para que esse artifício seja utilizado com moderação e sabedoria, para que não acabe ultrapassando a linha da manipulação, deixe de ser prazeroso e seja visto de forma negativa. Enquanto tivermos isso em mente, poderemos desfrutar de tarefas, produtos e soluções do dia a dia de maneira mais leve e divertida, exatamente da forma como a vida deve ser.

Fonte: Consumidor Moderno