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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 14 de junho de 2022 às 10:27


Por falta do aparelhamento tecnológico dos varejistas, a indústria não consegue abordar os consumidores como gostaria.

Há 15 anos, trabalho diretamente com o varejo e observo que existe um desafio enorme quando falamos de conhecer o cliente. A dificuldade é de entender a fundo os seus padrões de compra e observar o mercado de forma completa, contemplando todos os seus pontos de contato para estruturar campanhas de marketing otimizadas, cada vez mais alinhadas às necessidades dos consumidores.

A indústria, por outro lado, não tem conseguido produzir campanhas de marketing direto tão personalizadas quanto gostaria, sem falar no desafio de torná-las escaláveis e contínuas, para que tanto a jornada do consumidor quanto as necessidades de venda e lançamento dos produtos sejam potencializadas pelas estratégias de CRM.

Se pensarmos, então, em uma maneira de unir a indústria ao varejo essa estratégia certamente é possível gerar bons resultados e uma nova forma de se relacionar e abordar o cliente final, focando em combinar os objetivos e os dados obtidos do público, o entendimento do perfil e dos padrões de compra para construir uma campanha eficiente.

Observo que, de modo geral, a indústria tem um processo mais analítico e estratégico no que diz respeito ao público e à implementação dessas campanhas, e com essa visão macro, não consegue garantir a personalização para obter resultados mais precisos e uma boa aproximação com essas pessoas, além de não estimar o retorno e o lucro das campanhas, causando insegurança na hora de apostar em novos investimentos e no aprimoramento desse contato.

Por falta do aparelhamento tecnológico dos varejistas, a indústria não consegue abordar os consumidores como gostaria. Para eliminar esse desafio, os varejistas deveriam investir em ciência de dados para expandir o conhecimento sobre o cliente que frequenta a sua loja e em ferramentas que facilitam a abordagem por diferentes ações promocionais, contando ainda com a mão de obra altamente qualificada para a montagem de ações mais personalizadas.

Então, como garantir um retorno positivo para o setor da indústria?


Para que a indústria consiga obter os resultados desejados, é necessário combinar fatores como o objetivo da campanha e alinhar as características do público ideal que deseja atingir, realizando a combinação dessas informações para trazer uma visão ampla, precisa e poderosa do mercado.

A aplicação dessa estratégia pode ser muito interessante e potente para a indústria, já que é a partir dessa combinação que a abordagem se tornará mais efetiva e direcionada para o cliente ideal.

A construção de uma jornada de fidelização para os mais diferentes perfis de consumidores, com fluxos para a captação de novos clientes, de incentivo, para a nutrição dos compradores e para a blindagem das pessoas que estão perdendo a frequência de compra, auxiliará na combinação dos dados de forma mais inteligente e autônoma.

Novos rumos para a indústria e para o varejo

Para entender as necessidades de aparelhamento ambos varejo e indústria estão investindo mais em tecnologias como o Customer Relationship Management (CRM), por exemplo. Uma pesquisa publicada pela Grand View Research apontou que em 2020 os investimentos em CRM aumentaram e estavam avaliados em US$ 40 bilhões, com grandes chances de crescimento até 2027.

A pesquisa ainda aponta que os varejistas identificaram a necessidade de centralizar a base de dados dos clientes para identificar seus hábitos e preferências e garantir uma gestão de relacionamento para entendê-los cada vez melhor.

Outro dado interessante é que há supermercados no Brasil que já estão atingindo valores acima de 5% a 6% de receita incremental somente com a implementação do CRM. Isso é incrível, já que todas as empresas buscam aumento de resultados.

Mesmo que ainda estejam voltados para as camadas tecnológicas, os dados mostram que aos poucos a indústria e o varejo estão se aparelhando e buscando a resolução desse gap para expandir o poder de alcance e conquistarem novos resultados.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 07 de junho de 2022 às 11:12


Mais uma importante empresa do setor calçadista entra para o rol de indústrias certificadas no âmbito do Origem Sustentável, única certificação de práticas ESG (Environmental, Social and Governance) da cadeia do calçado no mundo. Idealizada pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), a certificação foi entregue para a Piccadilly no último dia 5 de maio, na sede da empresa, em Igrejinha/RS.

Certificada no nível máximo do programa, o Diamante (80% ou mais dos indicadores de ESG atingidos), a Piccadilly é considerada uma referência de evolução na área de sustentabilidade, não somente ambiental, mas também nos pilares econômico, social e cultural. Com uma produção de mais de 6 milhões de pares por ano, desde 2008 a indústria, que possui unidades em Rolante/RS e Teutônia/RS, onde soma mais de 1,7 mil colaboradores, não utiliza mais materiais de origem animal em seus calçados. Mas essa é apenas a ponta de todo um processo que enxerga na sustentabilidade uma cultura organizacional. Na oportunidade da entrega do certificado, a vice-presidente e diretora de Desenvolvimento de Produto da empresa, Ana Carolina Grings, destacou a importância da certificação, que corrobora um trabalho que já vem sendo realizado há bastante tempo pela indústria. “Receber este selo do Origem Sustentável nos instiga a seguir nesse caminho da sustentabilidade.”

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressaltou a importância do dia em que a certificação máxima chega a uma das principais indústrias de calçados do País. “Quando entramos no ambiente da Piccadilly, enxergamos esse compromisso com a sustentabilidade. O ato que estamos fazendo aqui hoje é um ato importante, mas mais importante é o que está no DNA da empresa e o envolvimento de toda a equipe para chegar até aqui”.

Também presente no evento de entrega, o presidente da Assintecal, Gerson Berwanger, destacou a importância do engajamento de toda a cadeia em prol da sustentabilidade, dos fornecedores aos produtores de calçados, e parabenizou a calçadista pelo trabalho. “Percebemos aqui um grande envolvimento de toda a equipe para que a certificação no nível máximo fosse entregue”.

Prática

A coordenadora de ESG e Sustentabilidade da empresa, Morgana Marca, conta que ao longo das últimas duas décadas, a Piccadilly se consolidou como referência em gestão ambiental. Entre as práticas que levaram-na à conquista da certificação no nível Diamante destaque para projetos de linhas de calçados sustentáveis, cujo design foi concebido a partir do uso de matérias-primas recicladas e insumos ecológicos; a constante revisão de processos industriais, com foco em redução de desperdícios e resíduos, bem como aplicação de oportunidade de aplicação dos conceitos de economia circular e logística reversa; e a política Aterro Zero - 100% implementada (desde 2013).Segundo Morgana, o cuidado com o meio ambiente também é traduzido com o reaproveitamento. No ano passado, foi lançada a linha So.Si Ecoar, de tênis que reutiliza garrafas pet na sua composição, sem perder qualidade. Segundo Morgana, cada par produzido reutiliza três garrafas e meia de pet reciclado e leva 17% de fio recuperado da indústria têxtil na sua composição.Ainda no contexto da sustentabilidade aplicada ao produto, a Piccadilly também possui todas as suas embalagens certificadas pelo selo FSC (Forest Stewardship Council), reconhecido internacionalmente por acreditar empresas com manejo florestal responsável.Outro diferencial da Piccadilly é a utilização de materiais reciclados (PU) na produção. Conforme a empresa, no ano passado foram produzidos mais de 60 mil pares de calçados com contrafortes reciclados. Já as palmilhas recicladas foram parte de mais de 340 mil pares de calçados.

Aterro Zero

Morgana ressalta que, diante do desafio mundial que é a destinação correta dos resíduos dos processos industriais, a Piccadilly investe pesado em tecnologias para a gestão na área. “A Piccadilly é ciente da importância de uma gestão correta dos resíduos sólidos industriais gerados por suas operações, por se tratar de um dos principais impactos ambientais no segmento de fabricação de calçados. Desta forma, a empresa investe de forma contínua em inovação e em novas tecnologias para o correto tratamento e reaproveitamento de seus resíduos. Neste contexto, desde 2013, a empresa não envia mais resíduos industriais para aterros, sendo uma das pioneiras brasileiras no quesito".

No ano de 2020, a Piccadilly também finalizou seu primeiro inventário de emissões de gases de efeito estufa, o primeiro passo de um grande projeto que possui como objetivo principal a redução dos impactos causados pelas atividades da indústria. Conforme a empresa, em 2020, por meio da compra de energia do mercado livre, a Piccadilly deixou de emitir mais de 129 mil toneladas de CO2.

Origem Sustentável

Levando em consideração as dimensões ambiental, econômica, social e cultural traduzidos em 104 indicadores desenvolvidos em consonância com parâmetros internacionais de ESG, o Origem Sustentável é o único programa de certificação de sustentabilidade da cadeia calçadista no mundo. O objetivo é certificar desde o fornecedores de componentes até o fabricante de calçados, fechando o ciclo produtivo. O programa certifica processos produtivos sustentáveis e conta com auditorias externas do SENAI, SGS, Intertek, Bureau Veritas e DNV.

Atualmente, já estão certificadas, além da Piccadilly, a Vulcabras (Diamante), Bibi (Diamante), Beira Rio (Diamante), Usaflex (Diamante), Boxprint (Diamante), Caimi & Liaison (Diamante), Bertex (Ouro), Tintas Killing (Ouro), Perfil Injetados (Prata) e Fibertex (Prata). Encontram-se em processo de certificação mais de 50 fabricantes de calçados e componentes brasileiras.

Fonte: Assistencal