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Gestão & Liderança Postado em segunda-feira, 08 de agosto de 2022 às 16:00


Métricas podem ser aliadas na aplicação de limites da jornada laboral a fim de prevenir o adoecimento da mente.


É sabido que a síndrome de burnout resulta de um estresse crônico no local de trabalho que não foi administrado com sucesso, como define a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas como medir esse dano à saúde mental? Quais atividades mais impactam nesse resultado? Questões aparentemente subjetivas encontram respostas nos dados, por meio de estudos e análises que apontam fatores e limites da jornada laboral a fim de prevenir o adoecimento da mente.

A startup Fhinck, por exemplo, que desenvolveu um software com foco em gestão do trabalho, notou que poderia extrair informações valiosas sobre excessos que comprometem a saúde dos profissionais. O recurso foi desenvolvido para rotinas de escritório e coleta de dados da interação das pessoas com o computador.

O CEO e cofundador da empresa, Paulo Castello, explica que, com base em estudos científicos sobre saúde mental no trabalho, a empresa busca traduzir os fatores de risco em números. “Na questão do burnout, a gente pega elementos dos estudos e desenvolve um algoritmo para identificar variáveis que os estudos apontam”.

Ele exemplifica: “uma das últimas etapas de uma pessoa entrando em burnout é ficar isolada, ela se comunica menos. Quando a gente faz análise de rede de pessoas que se conectam no dia a dia, o algoritmo identifica se a pessoa fica isolada dos demais.” O executivo ressalta que essa informação só acende o alerta de potencial burnout quando se repete ao longo do tempo e é associada a outras variáveis. Sozinha, ela não representa muito.

Outras questões analisadas pela inteligência artificial são: jornada semanal superior a 60 horas, atividade digital acima de 85% da jornada semanal, tempo gasto com comunicação escrita maior que 20% e reuniões representando mais de 20% da jornada. Esses valores limites também são estabelecidos com base em estudos, como mostra um artigo da Harvard Business Review.

“Os dados criam uma pontuação que não significa que a pessoa está em burnout, mas separa entre ‘isso é normal’ e ‘isso é anormal’. Quanto mais pontos vai ganhando, maior a tendência de entrar em burnout”, observa Castello. Ele explica que os pontos só começam a ser contabilizados quando há um desvio do padrão estabelecido (as porcentagens), que pode mudar ao longo do tempo conforme novos estudos são divulgados.

O CEO também destaca a importância de análises como essa para que as empresas implementem ações antecipadas de proteção à saúde mental dos funcionários. É usar a tecnologia, a inteligência artificial e uma grande base de dados para “prever o futuro”. “Antes, metodologias muito baseadas em entrevistas não conseguiam coletar dados em escala. Com a entrada dessa nova área, você usa dados em tempo real e consegue olhar o todo”.

Nessa evolução, o software da Fhinck também foi atualizado durante a pandemia. “Antes, o software ficava instalado na máquina do colaborador e, embora ele soubesse, não precisava ter interação. Durante a pandemia, transformamos o software em assistente virtual, que agora conversa com o colaborador”.

Conforme a inteligência artificial entende os padrões da jornada do trabalhador, consegue enviar mensagens de alerta, como sugerir uma pausa ou uma conversa com o gestor, caso identifique que a pessoa está há dois dias fazendo hora extra ou sem realizar o intervalo para almoço. “O software vai lendo diferenças na jornada e traz insights para a pessoa equilibrar.”


Novos tempos, mesma intensidade

De forma intensa, todas essas atividades provocam um acúmulo de estresse no cérebro, que pode levar a um esgotamento progressivo se não for gerenciado. Pesquisadores do Laboratório de Fatores Humanos da Microsoft já demonstraram que reuniões em sequência podem diminuir a capacidade de se concentrar e se engajar com o trabalho. Além disso, mostram que é essencial fazer pausas, pois elas permitem que o cérebro “reinicie”, com redução do acúmulo de estresse.

Um levantamento feito pela Fhinck, entre junho de 2020 e maio de 2022 com base em dados de mais de 8 mil trabalhadores, observou mudanças significativas. Houve um acréscimo de 6,7% no tempo médio da jornada de trabalho semanal durante a pandemia em relação ao período anterior à crise sanitária. E, desde fevereiro, a jornada ainda se mantém 3,9% maior do que a média registrada em 2019.

Nesse período mais recente, mesmo com o retorno total ou parcial aos escritórios, as reuniões online seguem em alta. Até o começo deste ano, 83,3% dos profissionais dedicavam tempo a essa atividade e agora são 71,6%. Uma das justificativas é que o modelo híbrido ainda exige certa conexão. Quando uma pessoa da equipe não pode estar presencialmente, ela participa virtualmente, fazendo com que os demais também se conectem à chamada.

A empresa também analisou o foco digital, ou seja, o tempo médio que o colaborador passa concentrado e interagindo com o computador. Essa variável aumentou 27,1% no período pandêmico e 21,2% desde fevereiro deste ano.

“Se você sai de uma reunião para outra sem pausa, essa atividade digital mostra a intensidade que a pessoa está no computador. Mesmo voltando aos escritórios, continua num nível muito mais alto (do que antes da pandemia)”, observa Paulo Castello.

Fonte: Infomoney
Estratégia & Marketing Postado em segunda-feira, 08 de agosto de 2022 às 15:56


Com a ascensão do público Z no cenário de compras, é preciso que as marcas ofereçam atendimentos, produtos e serviços que se ajustem às necessidades e preferências dos mesmos.

Você, alguma vez, já ouviu falar sobre a geração Z? Bom, eu aposto que sim. De todo modo, para entender melhor, essa linhagem, também conhecida como Gen Z, corresponde às pessoas nascidas durante o advento da Internet e do crescimento de novas tecnologias digitais.

Essa tão falada geração, caracterizada pela alta conectividade virtual, tem dominado, com seus gostos, hábitos, ideias e tendências, os mais diversos cenários sociais, principalmente em relação aos nichos de consumo online e físico.

Geração Z vai às compras


Antes de mais nada, é preciso ter em mente que a Gen Z possui comportamentos aquisitivos diferentes das demais linhagens (X, Y e Baby Boomers).

“A geração Z tem como padrão um viés mais minimalista e focado em sustentabilidade, inclusão e diversidade, sempre levando em consideração o fator tempo e urgência em suas tomadas de decisão”, comenta Yan Yuri, especialista em Novos Negócios e Marketing Digital na Solução Consultoria Empresarial.

Os hábitos de consumo da geração Z são muito específicos e autênticos. Logo, para acompanhá-los, é preciso investir nas medidas certas.

De acordo com Yan Yuri, para realizar um acompanhamento eficiente, é fundamental que as marcas estejam conectadas com as redes sociais do momento, seja para gerar relacionamento ou para elaborar uma análise mercadológica.

Além de acompanhar os gostos e padrões da Gen Z, é preciso que as empresas mantenham uma boa comunicação com os mesmos. E para isso, uma das melhores maneiras é apostar em diferentes meios, como redes sociais, chatbots, aplicativos, SMS, influenciadores e assistência omnichannel. Apesar disso,é preciso ter em mente que somente a presença digital da marca pode não ser o suficiente. Hoje o consumidor faz questão de um atendimento personalizado.

Descobrindo as informações

Agora que foi dito como conquistar a Gen Z, é necessário compreender de que forma as marcas podem descobrir todas essas informações.

“Em primeiro lugar, as empresas têm que ter um olhar curioso e aberto para entender quais lições essa geração tem a compartilhar. Quais as séries, programas de TV, mídias sociais e estilos musicais elas estão consumindo? E o que esses conteúdos representam? Quais mensagens eles passam? É preciso estar aberto para captar tais gostos e expressá-los de uma forma verdadeira na marca”, esclarece Mayara Boaretto, sócia-fundadora da Iamani, empresa de chás orgânicos.

Além disso, também é fundamental que as instituições contem com fontes internas de dados, seja de vendas, navegações, programas de fidelidade e até enquetes e pesquisas com a base de clientes. “Um programa bem administrado de CRM pode gerar muitos dados, identificar comportamentos e ocasionar insights de negócios”.

Desafios para conquistar a geração Z

Apesar dos ensinamentos apontados, conquistar a geração Z não é uma missão rápida e muito menos fácil. Para Yan Yuri, o fato dessa linhagem não ser apegada em questões materiais e mudar de ideia tão rapidamente, se tornam dois grandes empecilhos na hora de cativá-los.

Já para Silvio Sallowicz, CEO da Duo e Ecco, dois grandes obstáculos para encantar a Gen Z são os fatores comunicabilidade e conectividade.

“A geração Z é composta por jovens multitarefas, expostos a incontáveis informações durante todo o dia. Eles são exigentes, gostam de muita rapidez e pouca complicação na hora de comprar algo. No caso, a comunicação com esse público precisa ser surpreendente e desafiadora, e os profissionais de marketing têm necessidade de se conectar a eles em termos específicos, para que não pareçam assustadores ou invasivos demais”, discorre o executivo da Duo e Ecco.

Como pode ser observado, conquistar a Gen Z não é uma tarefa fácil, contudo, os benefícios dessa conquista são de grande importância para as marcas.

Conforme explica Silvio Sallowicz, cativar essa linhagem irá ajudar diretamente as empresas em quesitos financeiros e comunicativos. Isso porque tal público, em breve, irá ultrapassar a geração Y em número de consumidores, além de que os mesmos estão iniciando a vida profissional e, em um curto período de tempo, se tornarão o principal grupo no mercado de trabalho. “Ademais, a geração Z tem muito poder de barganha com os seus pais e, por isso, eles já têm uma influência grande sobre os padrões de consumo de suas casas”.

Mantendo a fidelidade

Após conquistar a tão aclamada geração Z, o próximo passo é mantê-la fiel à marca. Entretanto, a pergunta que fica é: quais são as iniciativas ideais para realizar essa tarefa?

Para Mayara Boaretto, as empresas precisam se atualizar o tempo todo, se posicionar de forma inteligente sobre questões relevantes para a sociedade e propor inovações que resolvam as demandas do momento. Um ponto importante a ser citado é sobre os cuidados necessários para agradar a Gen Z sem prejudicar as demais linhagens.

Mayara Boaretto analisa que uma das principais cautelas é não fazer o uso de apenas um meio de comunicação para divulgar produtos e serviços, mas sim chegar em pessoas diferentes por vias diferentes.

Fonte: Novarejo