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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 22 de março de 2022 às 09:37


Pioneira no setor de streaming audiovisual, a empresa foi precursora de fenômenos interessantes.

Reforçando o compromisso em colocar Mais Brasil Na Tela, a Netflix investirá no desenvolvimento de 40 novas ideias para 2022, fomentando a produção de mais histórias brasileiras no audiovisual para audiências ao redor do Brasil.

O anúncio foi feito em evento homônimo realizado em novembro de 2021, com a participação de mais de 25 atores, criadores, executivos da Netflix e agentes do setor, que debateram desafios e oportunidades para uma indústria local mais robusta e plural. O encontro marcou os cinco anos da Netflix produzindo conteúdo local original e levando histórias brasileiras para o mundo todo.

“Estamos dobrando nossos esforços no Brasil com um time local com os melhores executivos de criação, produção e pós-produção do mercado para apoiar o extraordinário ecossistema audiovisual brasileiro com o propósito de trazer mais histórias brasileiras para suas telas. Queremos oferecer uma plataforma para histórias contadas por diversos talentos, tanto atrás como na frente das câmeras”, disse Francisco Ramos, vice-presidente de conteúdo da Netflix para a América Latina.

Novas vozes e perspectivas sobre o Brasil foram temas levantados em declarações de executivos do setor, que abordaram as oportunidades trazidas pelo momento de maior crescimento e demanda por conteúdo brasileiro no setor audiovisual.

Rodrigo Antonio (APAN), Mauro Garcia (BRAVI), Leonardo Edde (SICAV), Belise Mofeoli (escritora e roteirista, Paulo Rogério Nunes (AFRO.TV) e Ana Luiza Azevedo (Casa de Cinema de Porto Alegre) refletiram sobre a necessidade da desregionalização na criação e produção de histórias, o papel do streaming para fomentar novos gêneros e formatos e a importância da representatividade para refletir o país em sua totalidade.

“Os brasileiros querem mais histórias contadas por diferentes vozes, que reflitam suas vidas, suas raízes e sua ancestralidade. Encontrar personagens e tramas com as quais consigam se identificar e ver a pluralidade do Brasil na tela. Por isso, nossa ambição será fazer cada vez mais histórias da gente para a gente, cujo sucesso estará em produzir a melhor versão, de forma que se conectem com mais audiências ao redor do Brasil”, afirmou Elisabetta Zenatti, vice-presidente de conteúdo da Netflix para o Brasil.

A executiva, na ocasião, também celebrou a renovação de Sintonia, Casamento às Cegas Brasil e Brincando com Fogo Brasil; as animações O Menino Maluquinho e Acorda, Carlo!, que inauguram oferta de conteúdo original brasileiro para toda a família; Biônicos, filme de ação e ficção científica de Afonso Poyart; e um novo filme de Natal brasileiro, estrelando GKAY, Sérgio Malheiros e Vera Fischer.

Também Carga Máxima, novo filme de ação que ganhou as primeiras imagens de bastidores, além de detalhes da nova minissérie dramática Todo Dia a Mesma Noite, inspirada no livro homônimo que conta a história real do incêndio na Boate Kiss, que começou a ser gravada em fevereiro. Leandro Hassum, Whindersson Nunes e Rodrigo Sant’Anna também anunciaram, em primeira mão, novos projetos de comédia durante o evento. Alguns, inclusive, já foram lançados.

“O desafio pra mim é sempre ser verdadeiro, humano e sincero – é ser simples. Às vezes a gente fica buscando firulas para uma história, sendo que o principal é ser verdadeiro. Eu acho que essa potência da Netflix de falar com muitos países faz com que cada vez mais eu olhe pra dentro. Eu sei que nossas histórias são tão lindas e potentes, que temos que mostrar para o mundo. Essa individualidade é que torna a gente plural e esse é meu grande desafio aqui na Netflix”, revela o ator, roteirista e produtor Rodrigo Sant’Anna.

Além dos novos anúncios, Elisabetta Zenatti falou sobre o caminho que a Netflix precisará percorrer para atender à demanda por uma variedade cada vez maior de histórias brasileiras. O primeiro passo será o foco no desenvolvimento, um estágio anterior à produção, que permite que os criadores desenvolvam ainda mais suas histórias antes da decisão do sinal verde.

Em 2022, a Netflix desenvolverá 40 novas ideias, entre filmes, séries, realities e documentários. O segundo passo é o investimento na próxima geração de criadores, por meio de programas como o Colaboratório Criativo, uma colaboração entre a AFAR Ventures e a WIP, com financiamento da Netflix.


Os reflexos causados pela Netflix

Diante de todas essas novidades, seria errôneo não admitir que a Netflix estabeleceu padrões e inovações que as companhias se espelham. Exemplo ressaltado por Luciana Ogata, head de atendimento da ZapMusic, streaming de música da produtora de conteúdo Prime Arte, é que a empresa renovou a indústria cinematográfica ao oferecer filmes e séries em uma plataforma multicanal, permitindo o consumo conforme a necessidade do assinante com variedade e qualidade.

“Baseados em uma estratégia data-driven, quebraram o padrão unilateral da amostragem de audiência por estratégias guiadas por dados. Nós da ZapMusic, primeira plataforma de conteúdo voltado para violonistas, utilizamos esses padrões desde o nosso primeiro código fonte”.

“Investimos anos em pesquisa identificando um mercado carente de iniciativas, o dos profissionais da música. A partir dessas necessidades, criamos uma plataforma com tecnologia e inteligência de dados proprietária. Assim continuamos alimentando nossa base, criando conteúdos inovadores, com produção própria e específica que o músico deseja”, comenta a profissional.

Com o que a Netflix trouxe, Luciana Ogata acredita que, atualmente, embora se adote uma estratégia em escala global, é primordial oferecer uma experiência do cliente local e quase pessoal. Por isso, durante a produção dos conteúdos, a ZapMusic faz seletivas com músicos assinantes, que participam dos conteúdos e trazem ainda mais engajamento e proximidade nas produções.

“Quantidade ou variedade de cardápio virou commodity. As pessoas já amadureceram usando essas plataformas e preferem os serviços oferecidos com critérios como qualidade, experiência, além do preço”.


É possível adaptar o conhecimento

A despeito de a Netflix atuar no ramo audiovisual, torna-se viável tentar compreender os fenômenos provocados pela empresa e aplicar no próprio negócio. No caso da ZapMusic, as estratégias do atendimento ao cliente são guiadas por dados e através de análises Cohort.

“Nesse ponto, identificamos grupos de personas, seus comportamentos e mapeamos a jornada do cliente. Nosso desafio é entender tudo isso e oferecer tratativas mais individualizadas, mas ainda em escala. Usando os dados a nosso favor, criaremos experiência com conteúdo de qualidade e engajamento. Este é o futuro do streaming”, finaliza Luciana Ogata.

Fonte: Novarejo
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 22 de março de 2022 às 09:34


Beatriz Bachert, head de estratégia na HUB 16 01, e Léo Brazão, co-founder da HUB 16 01, comentam as tendências que foram destaque no SXSW.

Um festival no presente que celebra, verdadeiramente, o futuro. Esta é uma das propostas do South by Southwest, o tão falado SXSW. A mistura de temáticas que vão desde inovações tecnológicas, educação, música, cinema e até o uso de psicodélicos, é um prato cheio para o fomento de tendências que podem (e vão) mudar o mundo.

Nomes como Amy Webb, fundadora do FutureTodayInstitute;Scott Galloway; Maëlle Gavet ativista da “Tecnologia Empática”; Michael Dell, fundador e CEO da Dell Technologies; e muitos outros compõem um board diverso de palestrantes chave do evento.

Léo Brazão, co-fundador da Hub 1601, que acompanha o evento presencialmente, comenta sobre a experiência. ‘’Acredito que, mais do que a variedade incrível de temas e palestrantes, o que torna o SXSW tão especial é a diversidade e pluralidade de pessoas, ideias e pensamentos, que convivem juntos, se transformam e se enriquecem ao longo do evento. Uma experiência singular de colaboração, aprendizado, conexão e empatia, pilares fundamentais da inovação’’.

O viés tecnológico da inovação ganhou força este ano no evento, discutindo por exemplo, os rumos da web que ainda gera dúvidas nas cabeças pensantes do evento. Alguém pode ser o “CEO” da internet? Vamos viver em dois mundos, um digital e outro físico? Será o fim da nossa privacidade? A era 3.0 não “ está chegando”, como muitos pensam, ela já estava aqui!

“Estar aqui no SXSW é algo muito importante para nós brasileiros, é nossa forma de deixar nossa marca e disseminar nossa cultura inovadora para o mundo, além de estar presente nas grandes discussões que regem o futuro da inovação global” afirma Beatriz Bachert, head de estratégia na Hub 1601, que separou ainda três tendências discutidas no festival, regadas por inúmeros diálogos informais e análises profundas, em busca de uma resposta para as questões acima e tantas outras.


Descentralização desde a web até cidades inteiras

A descentralização, conceito abstrato e explorado por muitos futurologistas, é o que guiará diversos âmbitos da nossa sociedade no futuro. O grande exemplo é a tão comentada Web 3.0. Nela, seremos “sócios” de tudo, nossas informações serão apenas nossas, e caberá a nós mesmo compartilhá-las e até vendê-las as empresas.

Já as DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas) estão chegando para mudar a forma com que nos organizamos empresarialmente. Um grupo de pessoas com um interesse em comum cria uma comunidade ao redor de um produto ou serviço e administrar suas tarefas – baseadas em ‘smart contracts’ e registradas no blockchain. O “salário” vem em um formato de criptomoeda através da valorização (ou desvalorização) da “empresa”.

Hoje, a utilização do blockchain ainda é pequena e limitada a arte, roupas “híbridas” e música. A grande vantagem para os artistas é que a tecnologia possibilita o que chamamos de “peer-to-peer” ou “par-a-par”, operações sem intermédio de outros. Ou seja, o criador do conteúdo não precisa passar pelo crivo ou intermédio de nenhuma produtora ou distribuidora. Além disso, é também uma forma de garantir a originalidade das peças visto que, quando no blockchain, o conteúdo não pode ser replicado. Tudo isso promove a ideia de descentralização da internet e do conteúdo gerado nela.

Por fim, veremos a descentralização em sua forma mais bruta, onde cidades inteiras funcionarão como DAOs e caberá aos seus cidadãos decidirem no que querem investir: um novo parque, uma nova escola e etc. O conceito foi criado por Marc Lore, empresário e atual proprietário da NBA, que apresentou no festival seu mais novo empreendimento – a cidade de Telosa. A ideia é criar uma cidade futurista, totalmente automatizada e sustentável, baseada nos princípios de descentralização do poder, e força da comunidade.


Os futuros incertos do tão comentado Metaverso

Outra tendência que se mostrou extremamente comentada no festival foi o Metaverso. O termo criado por Neal Stephenson nos anos 90 só tomou a atenção do público quase 30 anos depois, quando o Facebook realizou seu reposicionamento e passou a chamar-se de Meta. As muitas opiniões distintas sobre os futuros dessa “realidade paralela”, e até a presença de Mark Zuckerberg no SXSW, deixam claro as incertezas sobre o uso dessa tecnologia.

Hoje em dia, o metaverso é entendido como um espaço digital onde pessoas se encontram e interagem. O formato é gamificado e desenvolvido por plataformas como o Decentraland e o Horizon Worlds, que usam “mundos abertos” e permitem que o usuário crie seu avatar e navegue pelo espaço. A grande questão do formato atual é que ele ainda tem sérios problemas de acessibilidade e usabilidade. Ou seja, não é fácil e intuitivo navegar nas plataformas.

O que tem sido muito comentado no SXSW é que os rumos dessa tendência provavelmente serão outros. Parafraseando uma fala de Amy Webb, futurologista a frente do Future Institute e palestrante do evento, “O metaverso é um tema guarda-chuva para tecnologias que fazem uma ponte entre o mundo digital e virtual”. Isso significa que para vivermos o metaverso não necessariamente precisamos estar à frente de uma tela, ou com um óculos de realidade virtual nos olhos. A essência do metaverso é apenas estar inserido em realidades diferentes e/ou complementares simultaneamente e sem fricções.

O tão temido Metaverso já está em nossas vidas. Quando estamos em casa, entrando em uma reunião pelo Google Meet, Zoom, ou qualquer outro programa similar, estamos habitando “um mundo novo”. Não estamos mais “só em casa”, mas também no local de trabalho. Outro exemplo é o uso de fones de ouvido sem fio. Sem usar as mãos estamos ao vivo em um lugar, porém em outro totalmente distinto através do som.

Desse modo, obtemos a constatação de que não é (somente) sobre nos “recriarmos” em um avatar ou ter uma interação realista usando óculos de VR. É não esquecer de ser quem já somos, dentro do que já estamos inseridos e acrescentar a essa receita uma nova camada digital.


O fim da privacidade em um mundo conectado por inteligência artificial

Por fim, um assunto sensível dessa revolução das máquinas é a nossa privacidade, ou o fim dela. Com os grandes avanços da inteligência artificial, fica cada vez mais difícil se tornar “invisível” em uma sociedade digitalmente controlada. Em um cenário catastrófico, Amy Webb prevê um grande mercado futuro de maquiagens para a pele, mas não as bases corretoras de poros e espinhas que estamos acostumados. Esses ‘claims’ dão lugar a novas features do produto, que prometerão conter tecnologia especializada em confundir câmeras de reconhecimento facial.
Brincadeiras à parte, o futuro do reconhecimento é inevitável e será impossível se esquivar dele.

Novas tecnologias – que sim, já existem! – são capazes de reconhecer um indivíduo não apenas pelo seu rosto, mas utilizando sensores de batimento cardíaco a metros de distância. Outro formato é o reconhecimento via composição celular da pele. Basta um simples escaneamento de qualquer área da superfície corporal para que seja possível mapear exatamente quem é quem.

Essa enorme quantidade de dados mapeados, cruzados com informações de consumo e saúde pode ser, de fato, o fim dos nossos tempos de privacidade. Mas, o grande problema é ainda a falta de cibersegurança que paira pelo universo digital. Essas informações nas mãos erradas podem gerar grandes danos a sociedade e seus indivíduos.

Fonte: Consumidor Moderno