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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 29 de março de 2022 às 09:57


Nessa novidade intensa de tecnologia, muito tem se falado sobre o tal do metaverso. Essa nova realidade virtual, que inclusive vai precisar do uso de óculos VR, ainda está muito confusa para a maior parte dos consumidores. Sobretudo porque, importante ressaltar, seu conceito é mais complexo do que se aparenta.

Além da tecnologia que envolve a realidade virtual aumentada, o metaverso também tem outras aderências para ser, de fato, o que as grandes competidoras do setor têm imaginado a ele: um novo universo sensitivo que envolve avatarização, a possibilidade de troca financeira — com foco especial no uso de NFTs e criptomoedas, uma experiência contínua e um sistema único e híbrido, posto que esse novo universo tem como principal objetivo a mistura entre o mundo físico e o digital.

O que não engloba esses detalhes, portanto, não é metaverso. E isso, já se deve ter imaginado, levanta uma série de dúvidas sobre ações de empresas que inclusive já foram noticiadas como metaverso e que, a bem da verdade, ainda não o são.

Pensando nisso, a redação da Consumidor Moderno elencou cinco exemplos que parecem metaverso, mas são outras formas de usar a tecnologia para os negócios. Confira:


1. Lojas dentro de videogames que não usam mineração de criptoativos

Há uma série de jogos que utilizam a realidade virtual aumentada para trazer dinamismo às partidas ou mesmo a vivência daquele momento aos padrões sensoriais. Um dos mais promissores, o Second Life, foi pioneiro em trazer uma nova realidade aos jogadores há quase vinte anos, e tantos outros se seguiram a partir dele.

Há outros, bem mais recentes, que inclusive realizam a mineração de criptoativos dentro daquele espaço e esse valor pode ser usado fora do jogo para fazer compras em todos os setores que aceitam criptomoedas.

E, bem, sabe aquela ação que várias das grandes empresas brasileiras lançaram nos últimos tempos para criar uma loja dentro dos games e vender recursos que só funcionam ali dentro? É, apesar de parecer, isso não é metaverso.

Essas ações são voltadas de forma única para os videogames, mas não envolvem uma vivência, uma troca de fato financeira com artigos de criptografia. O metaverso, apesar de se assemelhar a um videogame, não é uma realidade de ficção: as coisas de fato funcionam por lá e há uma evidente troca monetária entre consumidores e empresas. Assim, apesar de ser uma campanha muito criativa, essas parcerias de empresas e jogos não é metaverso.



2. Lojas digitais que usam realidade virtual

Outra confusão costuma acontecer com lojas digitais 3D, que na maior parte das vezes são isoladas e nem mesmo fazem uso dos óculos VR. Essas também são campanhas que são mais voltadas a uma loja online do que uma loja no metaverso de fato.

É importante lembrar que o metaverso, ainda que não esteja exatamente unificado, permite uma interação do usuário com uma marca por algo que vai além de um espaço de aumentado pela realidade virtual. É preciso que haja troca de ativos, especialmente criptografados, avatarização e uma vivência em um novo universo. Nessas lojas, a única diferença para o e-commerce comum é o uso de óculos VR — quando o há — e um espaço mais “organizado” para visitação virtual.

Vale destacar que a maior parte dessas experiências também exige que o usuário vá até uma loja física para utilizar os equipamentos necessários para, de fato, obter a melhor experiência virtual possível. Isso, por si só, já não cumpre com a premissa do metaverso, onde tudo é feito de casa no plano físico.


3. Uso de realidade aumentada em ambientes físicos

Um outro ponto de atenção é o uso comum da realidade aumentada para trazer o digital ao mundo físico. Quando usamos o smartphone para testar uma cor de parede, com o simples ato de apontar a câmera para a área, por exemplo.

O mesmo funciona com roupas, acessórios, cores de cabelo e unhas, sapatos, entre outros, algo muito semelhante ao que é feito nos filtros do Instagram, Facebook e TikTok. Embora a tecnologia seja mesmo muito avançada, ela também não é metaverso: não promove nem a troca de ativos, nem a avatarização, tampouco um novo universo digital que pode ser explorado.

O uso dessa tecnologia, no entanto, tem sido muito proveitoso às empresas de forma geral para trazer a experiência phygital, física e digital ao mesmo tempo, no contexto do dia a dia. Isso sem contar que ela também auxilia (e muito) na hora de fechar uma compra no e-commerce.


4. Chamadas por streaming virtual

Uma vez que os streamings são apenas transmissões ao vivo, chamadas para exibição ao público — mesmo as que duram horas — não têm nada a ver com o metaverso. Elas são apenas uma transmissão feita para os usuários assistirem e, dessa forma, não geram um engajamento característico e contínuo do metaverso.

Além disso, não há avatarização, nem mesmo troca de ativos, o que por si só já descarta a possibilidade de englobar esses streamings como metaverso.


5. Reuniões em ambiente virtual com óculos VR

Para finalizar, até o que boa parte das empresas mais destacam como metaverso, infelizmente, ainda não o é. As famosas reuniões com avatares, usando inclusive os óculos VR e em conjunto com outras pessoas para uma discussão em equipe na verdade é apenas uma estratégia de realidade aumentada.

É evidente que esse espaço já contém mais semelhança ao conceito final do metaverso, um local de debate, com uso de realidade virtual, em um espaço totalmente digital. No entanto, ainda falta um dos mais importantes ativos: a possibilidade de troca de criptoativos e comercialização de produtos internos.

Fonte: Consumidor Moderno
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 22 de março de 2022 às 09:47


Com a divulgação dos balanços de Multiplan, Iguatemi e brMalls, avaliação é de que resultados foram positivos para o segmento.

Com a divulgação dos balanços de três das quatro maiores operadoras de shoppings listadas na bolsa de valores, a avaliação do mercado até agora é a de que os resultados do quarto trimestre de 2021 foram positivos para o setor.

Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI11) e brMalls (BRML3) apresentaram resultados sólidos, segundo analistas. Aliansce Sonae (ALSO3) ainda não divulgou seus indicadores, o que deverá ocorrer em 29 de março.

As receitas das três empresas – Multiplan, Iguatemi e brMalls – cresceram no 4T21 no comparativo com o mesmo período de 2020. Os resultados, que variaram de aumentos de 39,9% (brMalls) até 71,1% (Iguatemi), foram impulsionados pelo maior fluxo de clientes com a flexibilização de medidas contra a Covid-19 e também a evolução do pagamento de aluguéis de lojistas.

Por outro lado, os lucros das operadoras de shoppings variaram. Enquanto a Multiplan apresentou alta de 45,5% do lucro líquido na comparação com o 4T20, Iguatemi obteve lucro praticamente estável (+1,1%) e a brMalls viu seu lucro diminuir 6,6%.


Balanço da brMalls (BRML3)

A brMalls registrou lucro líquido de R$ 186,2 milhões no quarto trimestre de 2021, beneficiada pelo crescimento de aluguéis, que sustentaram o resultado positivo no trimestre, de acordo com o Credit Suisse. O banco suíço afirmou que brMalls apresentou resultados gerais positivos, sustentados pela redução dos descontos nos aluguéis e pela expansão do volume de vendas.
Por outro lado, o banco destacou que brMalls ficou atrás de Multiplan e Iguatemi em relação aos aluguéis de mesmas lojas (SSR, na sigla em inglês), mas vem diminuindo a diferença no 1TRI22, atingindo 39% em fevereiro.

Além disso, a empresa registrou uma inadimplência líquida negativa, o que possibilitou a redução do seu provisionamento para devedores duvidosos. Apesar das tendências positivas do setor, os analistas do banco ainda preferem negociá-lo por meio de carteiras mais resilientes (IGTI11 e MULT3).

Para a XP, a brMalls apresentou resultados sólidos no 4TRI21, impulsionados pelo crescimento do aluguel mesmas lojas (vs. de 2019) crescendo 24% (vs. 10,5% no 3T21), levando a uma forte receita de locação atingindo R$ 273 milhões (+2% vs. 2019). Além disso, a empresa registrou crescimento nas vendas dos lojistas (+30% vs. 4T20) e quase estabilidade em relação aos níveis de 2019. Com isso, a inadimplência líquida foi afetada positivamente, atingindo níveis recordes de -1,8% no 4T21 vs. 4,8% no 3T21.


Multiplan (MULT3) resultados

Sobre a Multiplan, que divulgou lucro 45% maior no balanço do 4º trimestre, o Credit Suisse afirmou que a companhia “continua impressionando e comprovando a resiliência e o potencial de crescimento de seu portfólio”.

“A Multiplan assumiu a liderança na redução de descontos e no repasse da inflação a apropriar para os aluguéis, o que resultou em receita recorde de locação e, impressionantemente, não prejudicou o custo de ocupação”, destacou o banco suíço.

Para o Bradesco BBI, a Multiplan apresentou resultados muito bons no 4T21, o que deve ser um gatilho para revisões para cima dos lucros sobre a recuperação pós-pandemia mais forte do que o esperado e os resultados financeiros de cima para baixo.

Para a XP, a Multiplan reportou resultados fortes e bem acima das estimativas no 4T21. Do lado operacional, o portfólio da Multiplan operou cerca de 100% do horário normal no 4T21, impulsionando as vendas dos lojistas (+8,1% vs. níveis do 4T19).

A receita de locação aumentou (+35,4% vs. níveis do 4T19), principalmente devido ao efeito do reajuste do IGP-DI e redução dos descontos. A XP destacou a taxa de inadimplência líquida, que se manteve saudável, atingindo 4,6% no 4T21 vs. 3,9% no 3T21, mesmo com aluguel das mesmas lojas (SSR) mais forte que o esperado.


Iguatemi (IGTI11) no 4º trimestre

Sobre Iguatemi, o Bank of America afirmou que a companhia reportou resultados no 4TRI21 em grande parte em linha com as projeções e ainda em uma tendência de recuperação, mas deixando os níveis pré-Covid muito para trás.

“Os aluguéis aumentaram 17% em relação a 2019, enquanto as vendas subiram 13%, indicando poder de barganha para reduzir descontos. Acreditamos que a forte receita apresentada neste trimestre pode desencadear revisões de estimativa para cima com aluguel (implícito) para 2022 10% acima de 2019”.

O Bradesco BBI avaliou que Iguatemi apresentou resultados decentes no 4T21, com fluxo de caixa operacional (FFO) principalmente em linha com as expectativas, mas um crescimento decente de dois dígitos em relação a 2019 e melhorias marginais nos principais dados operacionais, como inadimplência e taxas de ocupação, indicando uma tendência positiva.

Os analistas do banco gostaram das novas informações do I-Retail e do Iguatemi 365, que devem permitir que o mercado acompanhe seu ramp-up de receita para geração de Ebitda, que enxergam potencialmente empatar no futuro próximo.

Para o Itaú BBA, a Iguatemi teve um Ebitda decente no 4T21 e bom início de 2022. Segundo a casa, a combinação de maior crescimento de receita e melhores margens na divisão de varejo levou a uma boa batida do Ebitda no trimestre, embora o fluxo de caixa provenientes das operações (FFO, na sigla inglês) tenha sido prejudicado por um resultado financeiro mais pesado. A empresa também divulgou fortes números operacionais preliminares para o início do ano.

O Credit Suisse destacou que Iguatemi teve resultados fortes, mas que o “melhor ainda está por vir”. Para a instituição, a empresa apresentou forte resultado financeiro no 4TRI21, superando as estimativas e reforçando a qualidade de seu portfólio e alto poder de barganha junto aos lojistas. Analistas do banco enxergam a ação da Iguatemi descontada, negociando a um P/FFO 2023 de 9,5x, um desconto de 10% em relação à média dos pares, reforçando a visão positiva para a ação.


Recomendações das ações de shoppings

O Credit Suisse reiterou avaliação neutra para o papel de brMalls, com preço-alvo de R$ 10,50. Já a XP reiterou o rating de compra para brMalls, com preço-alvo de R$ 12,00/ação.

Para Multiplan, a recomendação do Credit Suisse em fevereiro, quando foi divulgado o balanço, foi de outperform para o papel, com preço-alvo de R$ 24. Já o Bradesco BBI reafirmou também o rating outperform para a posição MULT3 e o top pick entre as administradoras de shoppings, com um preço-alvo de R$ 32,00. A XP reiterou recomendação de compra para Multiplan, com preço-teto de R$ 28.

Sobre Iguatemi, o Bank of America recomenda a compra do ativo até o preço-alvo de R$ 28. O Bradesco BBI mantém avaliação outperform para Iguatemi, com preço-alvo de R$ 32,00. O Itaú BBA manteve a classificação market perform para Iguatemi, e preço-alvo de R$ 23,80. O Credit Suisse manteve classificação outperform para Iguatemi, e preço-alvo de R$ 26,60.


Multiplan tem maior variação de lucro no segmento

A Multiplan (MULT3) fechou o quarto trimestre de 2021 com um lucro líquido de R$ 213,610 milhões, representando uma alta de 45,5% sobre o mesmo período do ano passado.

Na comparação com o quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, a empresa elevou em 50,1% o lucro. Segundo a empresa foi beneficiada pelo crescimento da receita no trimestre e menor carga tributária, parcialmente compensados por maiores despesas financeiras.

Já a BrMalls (BRML3) registrou lucro líquido de R$ 186,2 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), o que representa uma redução de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
A Iguatemi (IGTI11) somou lucro líquido de R$ 82,8 milhões no quarto trimestre de 2021, um crescimento de 1,1% contra mesma etapa de 2020.


Visão otimista para 2022

Nas teleconferências de resultados com analistas, as diretorias de Multiplan, Iguatemi e brMalls se mostraram positivas com as perspectivas para 2022.

Dois grandes fatores pesam para este cenário: a quase totalidade dos shoppings operando 100% (com o fim das restrições da Covid-19) e grande parte dos descontos dos aluguéis de lojistas já retirados, proporcionando mais receita para as administradoras dos empreendimentos.

Durante a pandemia, muitas empresas congelaram ou reduziram de forma temporária os repasses do IGPM nos contratos de aluguel como forma de amenizar as perdas durante a pandemia.


Ambiente competitivo

A Iguatemi (IGTI11) enxerga um “ambiente competitivo para M&A” (fusões e aquisições) “a seu favor neste momento”, segundo afirmou a CEO da empresa, Cristina Anne Betts. Com a melhora da receita no 4º trimestre e alavancagem baixa, a ideia é manter espaço para olhar oportunidades que estão aparecendo, apesar de o momento de taxa de juros não ser o melhor e a empresa ter que elevar a alavancagem para comprar algo interessante.

Dos 16 empreendimentos da Iguatemi, 14 já superaram em 2021 as vendas de 2019. “Tivemos melhora em todas as categorias, que registraram melhora expressiva em suas vendas. Continuamos apostando no nosso modelo omnichannel e na complementaridade desses canais com o nosso segmento físico”, destacou Cristina. Segundo ela, a companhia segue “muito otimista” para os próximos meses.

Inflexão com Covid
Já o CEO da brMalls, Ruy Kameyama, afirmou que os números de 2021 da empresa mostram que o ano foi um ponto de inflexão, onde os impactos da Covid-19 são águas passadas.

Segundo ele, os próximos três anos vão ser muito bons para o business tradicional da empresa e também para a aquisição e integração das novas companhias. “Novas soluções de negócios vão aumentar valor. O diferencial será não a quantidade de shoppings, mas a escala, qualidade e novas soluções”.

Após a aquisição da empresa Hello Mídia Brasil em setembro de 2021, a brMalls afirmou que já colhe os frutos da nova companhia e projeta uma avenida de crescimento importante para este segmento nos próximos anos. Eduardo Langoni, CFO da brMalls, afirmou em teleconferência que as receitas de mídia vêm ganhando relevância a cada trimestre, e “é uma avenida importante para a brMalls”.

Houve aumento de 29,7% de receita de mídia no 4TRI21, demonstrando a incorporação da Hello. Ela representou 6,5% da receita bruta total de brMalls. A expectativa é que ela corresponda a 20% da receita total da companhia.

A brMalls afirmou também que está aberta a propostas de M&A (fusões e aquisições), mas detalhou os motivos pelos quais a companhia rejeitou a proposta da Aliansce Sonae. O CEO Ruy Kameyama, destacou que vê mérito em fusões, mas que a proposta da Aliansce Sonae esbarra na “questão de preço e a relação de troca é essencial para se criar valor para os acionistas da brMalls”. Ele frisou que a proposta da Aliansce Sonae é de uma aquisição da brMalls e não de uma fusão.

Ruy destacou ainda que a brMalls é uma empresa que tem um ótimo portfólio, estratégia clara de evolução e trajetória crescente. “Existem outras conversas em curso que não são públicas”, afirmou. A companhia está em negociação, por exemplo, com a empresa de shoppings Ancar.

A Multiplan afirmou que em janeiro de 2022 as vendas já superaram os níveis de 2021 em 42,6% e janeiro de 2019 em 4,4%. “A Multiplan aguarda melhorias, que permitirão que as restrições ainda existentes sejam extintas e os shoppings da companhia possam voltar a oferecer todos os eventos pelos quais são conhecidos”, afirmou a companhia.

Receitas do Iguatemi cresceram mais de 71%
A receita líquida da Multiplan cresceu 47,8% no 4TRI21, a R$ 445,734 milhões (de R$ 301,609 milhões de um ano atrás).

A receita líquida de brMalls somou R$ 373,3 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 39,9% na comparação com igual etapa de 2020, destaque para evolução do aluguel percentual que encerrou o trimestre em níveis superiores ao de 2019 e para prestação de serviços com início da incorporação dos resultados da adquirida Helloo.

Iguatemi reportou receita líquida de R$ 315,4 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 71,1% na comparação com igual etapa de 2020.

Fonte: Infomoney