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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 11 de janeiro de 2022 às 10:48


Sobreviver no mundo de incertezas exige agilidade para se adaptar, visão para enxergar cenários e disposição para desenvolver novas habilidades; muitas empresas, profissionais e escolas de negócios, contudo, ainda não captaram esse mindset.

Quando a sigla VUCA foi cunhada no final do século 20, talvez a maior contribuição estratégica que ela tenha trazido para os negócios é o da certeza da incerteza. Em outras palavras, a percepção de que o mundo estava mais volátil, incerto, complexo e ambíguo disseminou a consciência sobre a imprevisibilidade que se instaurava.

De lá para cá, a aceleração tecnológica vem gradativamente agravando a situação, contribuindo para o aumento contínuo e considerável do grau de incerteza, consequentemente da opacidade do futuro. Esse processo vem colocando em xeque diversos aprendizados e práticas tradicionais de gestão estratégica de negócios, especialmente o planejamento. Vejamos.


Previsibilidade e planejamento

Planejar é o processo de definir metas para o futuro, determinando os recursos necessários para alcançá-las. Portanto, planejamento é um exercício de previsão para antecipar ações. Nesse sentido, planejar só funciona bem como forma estratégica de navegar o futuro quando o futuro acontece como previsto, quanto mais e melhor se consegue “prever”, maiores são as chances de um planejamento ser bem-sucedido. Por isso, em ambientes com baixo grau de incerteza sobre o futuro, o planejamento tradicional tende a ser uma estratégia eficiente.

Um exemplo desse tipo de contexto são viagens, pois, normalmente, viajar nos permite controlar a maior parte das suas variáveis futuras, datas de saída e chegada, meio de transporte, compra antecipada de tickets, reserva de hotéis, que tipos de atividades vamos fazer, nossos companheiros de jornada, etc. A incerteza normalmente é pequena e fica por conta do clima e eventuais inconvenientes, que tendem a afetar pouco os planos. Por isso, planejar é uma estratégia que frequentemente funciona bem para viagens.


Imprevisibilidade e preparo

Por outro lado, em ambientes com alto grau de incerteza, o planejamento tende a não funcionar, pois, nesses contextos, o futuro torna-se imprevisível, impossibilitando, assim, a antecipação de ações certeiras. Esse é o caso, por exemplo, dos ambientes de esportes: as variáveis são tantas e incertas que nem mesmo o melhor jogador ou atleta do mundo consegue prever ou controlar o que vai acontecer, condições climáticas, estado emocional, vulnerabilidades físicas, condições da quadra/pistas, estado do(s) adversário(s), e muitas outras mais, dependendo da modalidade do esporte/jogo.

Nesse tipo de contexto, a melhor forma de atuar não é planejando, mas avaliando os cenários possíveis e mais prováveis de acontecerem, e se preparar para eles. Isso é o que todo atleta de alta performance faz — analisa cenários para cada jogo ou competição futura e treina para estar preparado e tomar decisões em tempo real para enfrentá-los. Portanto, quando o grau de incerteza é alto, conseguir enxergar cenários e se preparar para tomar as melhores decisões em tempo real quando eles acontecem passam a ser os principais diferenciais estratégicos.


De viagem para jogo

Nesse sentido, considerando o aumento do grau de incerteza no mundo nas últimas décadas, podemos dizer que, a partir do “momento VUCA”, os negócios foram gradativamente deixando de ser uma viagem, tornando-se esporte/jogo.

Desde essa “virada”, o planejamento tradicional, que era a espinha dorsal estratégica do sucesso, passa a funcionar cada vez menos, dando espaço para o surgimento e ascensão de novas formas estratégicas para navegar a incerteza.

Não é por acaso que as metodologias ágeis começaram a se popularizar na área de desenvolvimento de software em 2001, migrando em seguida para outros setores e campos estratégicos, como manufatura, gestão, marketing, etc.

Logicamente, em um primeiro momento, a agilidade foi o caminho natural para enfrentar a incerteza — uma associação da diminuição dos períodos de planejamento (para encurtar a imprevisibilidade do futuro) e a incorporação de metodologias que flexibilizassem rapidamente a estratégia. Assim, o planejamento foi se tornando ágil para dar conta do aumento da imprevisibilidade do ambiente de cada setor.

Nesse sentido, o foco do planejamento foi passando do detalhe para a agilidade, pois não adianta planejar detalhes do que provavelmente não irão acontecer, tendo a consciência de que as coisas mudarão cada vez mais rapidamente e teremos cada vez menos tempo para reagir às mudanças.

No entanto, apesar de o planejamento ágil ser fundamental para o sucesso dos negócios em ambientes incertos, ele não é suficiente: agilidade não é nada sem visão e preparo.

Como nos esportes, se o futuro é incerto, precisamos de visão para enxergar cenários e direcionar esforços e preparo para navegar quaisquer cenários que se apresentem. Portanto, além da agilidade (para se adaptar rapidamente), algumas outras disciplinas viraram pilares estratégicos fundamentais para o sucesso dos negócios: futures studies (para trazer visão, enxergar cenários) e preparo (para desenvolver as habilidades necessárias para agir contextualmente, em tempo real).


Readiness: future studies + preparo + agilidade

Entretanto, a mudança de mindset de planejamento tradicional para readiness é uma transformação profunda na humanidade: apesar da mentalidade de “estar preparado para a incerteza, desenvolver as habilidades necessárias para lidar com isso e agir de forma ágil” se faz cada vez mais necessária, esse não é um processo fácil ou simples para nós, humanos — muito pelo contrário, é desafiador. Fomos configurados biologicamente e educados até recentemente para reagir, não para antecipar.

Se analisarmos currículos de escolas de negócios pelo mundo, conclui-se que grande parte ainda está estruturada para ensinar a administrar negócios anteriormente existentes — do passado —, e não para empreender em situações inéditas e vislumbrar modelos de negócios desconhecidos — ou seja, negócios do futuro.

Considerando que o futuro não espera, precisamos desenvolver e implementar agora essas disciplinas estratégicas em nossas organizações e em nossas vidas, por mais difícil e desafiador que isso seja. Por isso, a resiliência é companheira indispensável das estratégias da incerteza: para garantir a jornada readiness para o futuro dos negócios.

Fonte: MIT Sloan Management Review
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 04 de janeiro de 2022 às 16:16


Goste você ou não, a primeira semana do ano está aqui e em homenagem a isso, resolvemos fazer uma perspectiva do que está por vir nas próximas 51 semanas ao longo do ano.

1) Pandemia se torna endemia

Se ano ano passado vimos que a COVID-19 não quer ir embora, esse é o ano em que precisaremos aprender a conviver com ela de vez.
Além da Ômicron ser menos letal, as vacinas já estão amplamente disponíveis por aqui e há um terceiro elemento ainda mais chave: os tratamentos antivirais em comprimidos.
* Nos testes clínicos, a pílula da Pfizer foi 89% eficaz na prevenção da hospitalização pela doença.
Se tudo der certo, esses três elementos combinados transformarão o coronavírus em uma endemia, quando a população convive normalmente com a doença. Ao menos depois dessa onda de casos esperada pós-revéillon.


2) Um ano ainda mais extremo

Se o último ano já estava com os extremos acalourados, acredite: vai piorar. De janeiro até outubro, é bem provável que você perca alguns amigos por questões políticas, não pense que estamos estimulando isso.
Com uma terceira via cada vez mais distante e um segundo turno ultra provável entre dois opostos, Bolsonaro e Lula, há quem diga que o ano de comemoração dos 200 anos da Independência do país vai trazer saudades da época de Dom Pedro.


3) Isso vai ficar ainda mais intenso

Metaverso, criptomoedas e viagens ao espaço. Tudo isso que você ouviu falar no ano passado, promete se tornar parte de sua vida em 2022. O principal motivo? A aposta de grandes marcas e personalidades importantes.
Crypto: PayPal e MasterCard foram as pioneiras nas transações e o uso de moedas virtuais no ano passado. O ano já começa com mais de 100 bilhões de dólares comprometidos em contratos vinculados a moedas virtuais.
Metaverso: Mais de 1 milhão de pessoas utilizaram o Oculus — óculos de realidade aumentada do Facebook — no dia do Natal, um recorde absoluto. O aplicativo foi o mais baixado na semana.
* Pelo menos 20% dos funcionários de uma das maiores empresas do mundo — aproximadamente 10 mil pessoas — estão trabalhando para criar um mundo virtual. Microsoft, Ray-Ban, Adidas, Nike e outras grandes marcas já se renderam… Espere muitas outras nos próximos meses.

Espaço:
(1) A SpaceX testará um foguete capaz de transportar até 100 toneladas de carga para o espaço. Isso mudará o jogo…
(2) NASA, Índia, Japão, Rússia e Coréia do Sul estão trabalhando em missões para mandar o homem de novo à lua.
(3) A China deve lançar sua primeira missão solar ainda esse mês. Será um ano divertido para os fãs do espaço.


4) O ano do Qatar

Nada como ano de Copa do Mundo. Expectativas já foram criadas para o Hexa e o Brasil entra em campo no mês de setembro.
* Se você se perguntou porque a Copa não será em Julho como sempre, a resposta está no clima. É impossível jogar futebol no verão de um deserto. risos.

Curiosidades:
(1) Itália ou Cristiano Ronaldo ficarão de fora, já que as duas seleções caíram na mesma chave da repescagem das Eliminatórias e
(2) o país sede vem enfrentando duras críticas relacionadas aos direitos humanos.


5) Sua pipoca vai ficar mais saborosa

Prepare os finais de semana — ou madrugadas — pois o ano promete. Além da série do Menino Ney, a Netflix já confirmou o lançamento de novas temporadas de Stranger Things, Bridgerton, The Crown.
Já a HBO vai tentar abocanhar mais um pouco da atenção dos fãs de GOT com House of Dragons, um spin-off da série que tomava conta dos seus domingos, e a grande aposta do Amazon Prime Video será o Senhor dos Anéis. Haja pipoca.

Fonte: The News CC