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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 13 de julho de 2021 às 10:32


O centro de desenvolvimento do Brasil vai funcionar de forma independente em relação às demais operações da montadora no mundo.

Enquanto se move para aposentar até meados da próxima década o motor convencional a combustão interna na Europa, a Volkswagen decidiu fazer do Brasil um centro de pesquisa e desenvolvimento de sistemas de propulsão de automóveis que utilizam etanol e outros biocombustíveis como energia.

A decisão do grupo alemão parte da premissa de que a transição da indústria rumo ao carro elétrico não vai acontecer na mesma velocidade em todas as partes do mundo, de modo que motores a combustão interna seguirão sendo produzidos em mercados onde a substituição de tecnologia levará mais tempo.

O papel do Brasil, então, será de desenvolver a esses mercados, que em grande parte usam gasolina como fonte de energia, soluções mais limpas, complementando assim a evolução gradual da produção de veículos elétricos ou híbridos dentro do compromisso da Volkswagen, previsto em sua adesão ao Acordo de Paris, de buscar neutralidade em emissões de poluentes até 2050.

O centro de desenvolvimento do Brasil vai funcionar de forma independente em relação às demais operações da montadora no mundo, atraindo parcerias com governo, universidades e produtores de biocombustível. A intenção é de que dele saiam inovações a serem adotadas não apenas domesticamente e em mercados vizinhos, mas também em economias emergentes como Índia e países do continente africano, entre outros.

Segundo Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen na América Latina, o objetivo do centro será de não somente desenvolver soluções que reduzam as emissões dos propulsores convencionais como estudar o uso de etanol como fonte de recarga das baterias de carros elétricos, uma possibilidade aberta pela tecnologia de célula a combustível.

“Não queremos criar uma ‘jabuticaba’, e sim pensar em como a tecnologia desenvolvida no Brasil pode ser aproveitada em outros países ao redor do mundo”, diz o executivo.

Ao mesmo tempo em que espera aposentar definitivamente os motores a combustão interna na Europa entre 2033 e 2035, a Volkswagen avalia que a transformação tecnológica deve acontecer mais tarde na China e nos Estados Unidos, os dois maiores mercados de automóveis do mundo, levando ainda mais tempo em mercados emergentes como o Brasil.

Além de diferenças entre estágios de desenvolvimento tecnológico, de rede de postos de recarga e de renda dos consumidores, a falta de agenda política indica que a eletrificação dos automóveis avançará mais lentamente no Brasil, embora o País tenha a seu favor uma matriz energética baseada em fontes renováveis.

Ainda não há definição sobre quanto a Volkswagen vai investir e quantos engenheiros serão contratados pelo centro de desenvolvimento de tecnologias baseadas em biocombustíveis. Sua criação, no entanto, já foi autorizada pela matriz na Alemanha. “Será um processo que vai demorar mais alguns meses até o fim do ano. Mas o mais importante foi a aprovação do conceito pelo conselho mundial”, afirma Di Si.

Fonte: Infomoney
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 13 de julho de 2021 às 10:29


Na avaliação da XP, empresa será capaz de aproveitar as sinergias de custos integrando a produção dos medicamentos da farmacêutica francesa.

A farmacêutica brasileira Hypera Pharma (HYPE3) anunciou nesta terça-feira (13) um acordo para adquirir 12 marcas de medicamentos isentos de prescrição (“OTC”) e de prescrição da francesa Sanofi no Brasil, México e Colômbia por US$ 190,3 milhões.

De acordo com fato relevante, os produtos a serem adquiridos incluem, no segmento de “consumer health” no Brasil, o analgésico AAS, o fitoterápico Naturetti e o antisséptico Cepacol, além dos medicamentos de prescrição Buclina, para estímulo do apetite, e Hidantal, indicado para tratamento de epilepsia, entre outros.

Em 2020, o Brasil representou aproximadamente 67% da receita líquida desse portfólio.

Segundo a companhia, a transação está alinhada com a estratégia de fortalecer sua presença no mercado brasileiro por meio de produtos com alto potencial de crescimento.

“Com a conclusão dessa aquisição, a Hypera Pharma incrementará sua atuação nas categorias de ‘consumer health’ e ‘produtos de prescrição’, com destaque para sistema nervoso central e gastrointestinal”, escreveu a Hypera.

Ainda de acordo com o comunicado, a Hypera e a Sanofi assinarão acordo de fabricação e fornecimento, por meio do qual a Sanofi continuará a fornecer produtos à companhia pelo período de até três anos. A transação também está sujeita a certas condições precedentes, entre elas a aprovação pelas autoridades antitrustes competentes.

Na avaliação da XP, a aquisição de marcas da Sanofi pela Hypera foi um “movimento ousado” no mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês).

Em comentário divulgado nesta terça, os analistas da XP escrevem que o portfólio da Sanofi teve vendas de R$ 250 milhões em 2020 e, portanto, o valuation implícito de valor da empresa sobre vendas (EV/Vendas) é de cerca de 4,0 vezes, em comparação com o EV/Vendas  de 2020 da Hypera de 6,5 vezes.

“Além das marcas, acreditamos que a companhia será capaz de aproveitar as sinergias de custos integrando a produção dos medicamentos da Sanofi, bem como as sinergias fiscais dos benefícios que a Hypera tem em Goiás”, escreve o time de análise.

Eles destacam ainda que a Hypera será capaz de diluir mais suas despesas operacionais, pois está apenas adicionando as marcas e produtos ao seu portfólio, tornando a transação altamente atrativa também na perspectiva de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês).

A XP reitera a recomendação de compra para os papéis HYPE3, com preço-alvo de R$ 48 por ação – o que implica potencial de alta de 40% ante o fechamento do último pregão. Já o Credit Suisse destaca em breve nota que as marcas adquiridas devem se beneficiar dos recursos comerciais da Hypera.

Fonte: IstoÉDinheiro