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Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 08 de setembro de 2021 às 15:04


O que as varejistas ainda precisam aprender sobre o uso de dados e a aplicação da informação para gerar inteligência e resultados.
Há negócios que ostentam seu caráter essencial sem pensar que o comportamento dos consumidores muda o tempo todo. Esse é o caso de muitas redes de supermercados.

Nesse sentido, quem busca crescer em escala para ganhar autoridade no mundo dos negócios entende que, essencial mesmo é o ativo mais importante de qualquer empresa: os próprios clientes.

“O que assistimos ao longo de nossa jornada de atuação é a maturidade ainda muito crua do setor do varejo em relação ao tratamento de dados no processo de criação de experiências com o cliente”, observa Christian Vincent, Diretor Comercial da IZIO, responsável pelo engajamento de consumidores de gigantes varejistas das 5 regiões do país.


Fora da curva

O especialista é pragmático: defende que, exceto pelas gigantes que atuam em escala nacional, ainda há muita oportunidade entre as empresas varejistas quando o assunto é Gestão de Relacionamento com o Cliente. Por isso, analisa o comportamento dos outliers, ou organizações completamente “fora da curva” e menciona, como exemplo, a atuação de uma gigante que atua de maneira physical atualmente.

Ele lembra que, há mais de 20 anos, os vendedores da rede – na época, sem tamanha popularidade – faziam o cadastro manual de todos os clientes que compravam com carnê. A cada retorno mensal para efetivar o pagamento do crediário, a estratégia era somar novas vendas a esses consumidores, ou, acompanhar o término do financiamento para investir em novas abordagens de vendas.

“Ou seja, esses vendedores tinham acesso às informações estruturadas de cada cliente, e isso virou cultura dentro da organização. O que acontecia há mais de duas décadas se traduz no desempenho dessa empresa e no app da varejista, onde além do consumidor ter o cartão de crédito da marca, tem o cashback que consome dentro da própria loja e a possibilidade de fazer parte de um clube”, ressalta.


Sobre entender o que é um ativo

O executivo reforça que os resultados atuais dessa empresa fizeram parte de um processo evolutivo. Mesma jornada pela qual passaram outras gigantes nos últimos anos.

“São players que passaram por um processo de aprendizado e entenderam o que para nós, da IZIO, é o que distingue pouquíssimos varejos de milhares de outros: o ativo não é a sua loja, o seu site, ou estoque. São seus clientes. É transformar de fato o cliente, o CPF, em um ativo”.


Regionais imbatíveis

Christian faz um balanço da atuação de gigantes do setor de supermercados com forte penetração regional, a exemplo do Mateus e do Nordestão, redes que mantêm liderança há décadas no Maranhão e no Rio Grande do Norte, respectivamente.

“No Maranhão, ninguém trabalha tão bem quanto o Mateus. No RN, absolutamente ninguém faz melhor que o Nordeste. Isso acontece porque ambas dominaram a cultura e a própria base de seus consumidores, e agora, dominam todas as consequências disso”.

Com a IZIO, a marca potiguar lançou o cashback que possibilitou o desenvolvimento de uma carteira digital em função de todas as compras de seus clientes que, ao terem parte do dinheiro de volta, aproveitam a validade do benefício e devolvem para as lojas com novas compras, dentro da validade estipulada.

“A iniciativa da IZIO foi desenvolver um círculo virtuoso nas relações de compras do Nordestão. Ele compra, ganha, e volta a comprar. Um mecanismo que cria um processo recorrente de relacionamento porque, caso ele não retorne, ele perde o benefício. É trabalhar um dos principais gatilhos mentais dos seres humanos: temos mais medo de perder, do que vontade de ganhar”, assinala o especialista.


Cashback como mero bastidor

O recurso – que faz brilhar os olhos de consumidores desde sua aparição no mercado nacional – deve ser considerado, na verdade, um meio – e não a reta final da estratégia das organizações.

Esse é um dos mecanismos que faz funcionar a engrenagem, por exemplo, do app ELOS, do Grupo Barcelos. A ferramenta trabalha sobre a base de CPFs obtidos com aproveitamento do que há de mais valioso, além do próprio ativo: os dados do ativo, ou seja, dos consumidores.

“Se eu ofereço um benefício a cada produto comprado quando ele fizer a compra identificada, passo a entender tudo o que ele coloca na sacola deste supermercado e passo a conhecer o perfil de consumo desse shopper. A partir daí, posso sugerir produtos de acordo com seu perfil e, aí sim, a organização evolui seu nível de maturidade. Não adianta fazer investimento sem criar a cultura da importância do trabalho sobre a base de CPFs. A variável ‘faturamento’ ficou lá atrás. Hoje, ela é essa base de CPFs”, ressalta Christian.


Sobre tecnologia aliada à metodologia

O executivo compartilha ainda os motivos pelos quais a IZIO há muito tempo detém o protagonismo no setor de soluções para o varejo, em especial na atuação com gigantes regionais de supermercados.

Ele é enfático ao afirmar que inovações como a omnicanalidade, o aprendizado de máquina e a Inteligência Artificial são de fundamental importância mas jamais devem se isolar das práticas metodológicas – erro muito comum no ápice da Revolução 4.0.

“Tecnologia funciona muito bem mas, sem métodos, não serve para nada. E essa máxima diz respeito à experiência que adquirimos ao longo de tantos anos no mercado. Por isso, aqui na IZIO trabalhamos para que você construa uma organização que em períodos de 3, 6, 9 e 12 meses, seguindo passos, permita a você ter 85% do seu faturamento identificado profundamente”.

Fonte: Novarejo
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 31 de agosto de 2021 às 11:23


Preferências da Grimper e da ASA Investments recaem sobre empresas produtoras e investimentos diretos em commodities agrícolas, cobre e crédito de carbono.

Com o olhar atento ao aumento da demanda por commodities, em um movimento que deve ser impulsionado nos próximos anos por uma agenda mais verde e por políticas públicas de apoio financeiro implementadas na pandemia, gestores estão otimistas com um novo superciclo de commodities, que não seria pontual como o movimento visto neste momento.

De olho nas oportunidades, as preferências de gestores como Sylvio Castro, CIO da Grimper Capital, e Marcio Fontes, da ASA Investments, recaem sobre empresas produtoras e investimentos diretos em commodities agrícolas, cobre e crédito de carbono.

Os dois participaram na quinta-feira (26) de painel da Expert XP sobre commodities juntamente com Tony Volpon, estrategista-chefe da Wealth High Governance (WHG) e ex-diretor do Banco Central.

“As empresas continuam representando uma boa oportunidade para carregar, assim como a própria compra de commodities, como cobre e petróleo”, afirmou Fontes.

O gestor recomendou, contudo, cautela e ressaltou que o investidor não pode ir “com muita fome” ao buscar o setor. “Há miniciclos que podem te jogar pra fora, caso o investidor vá com muita fome […]. Tem que ficar atento ao timing [momento certo] por causa das oscilações.”

Castro contou que estava com posições compradas (que apostam na alta de preços) em crédito de carbono, cobre e em empresas atreladas a commodities agrícolas, sem mencionar nomes. E também fez um alerta a quem deseja entrar no mercado.

“Quando olhamos as empresas produtoras de commodities, temos a impressão que elas negociam a múltiplos baratos, mas é difícil ter certeza se o múltiplo vai mudar, porque a produção envolve poluir e o mundo deve pagar menos prêmio por isso”.

Outro ponto de atenção, segundo o CIO da Grimper Capital, é que essas companhias são conhecidas como cíclicas e podem ter movimentos muito bruscos de acordo com o crescimento ou o recuo das economias. Por isso, ele recomenda ao investidor balancear adequadamente o tamanho da posição para enfrentar eventuais riscos.


Novo ciclo mais duradouro

No evento, os gestores indicaram que um novo superciclo de commodities deve começar em breve impulsionado por políticas fiscais de assistência a famílias mais pobres, assim como uma agenda focada na transição para uma economia mais verde e maior tendência de desglobalização.

“É uma demanda global que vem da sociedade e que vai ser a grande agenda das próximas décadas. É um ciclo que tem maior sustentação. Essa é a grande diferença [do ciclo atual]”, destacou Volpon, da WGH.

Castro, da Grimper Capital, ressaltou que os programas de política fiscal adotados por governos na pandemia têm ajudado famílias desfavorecidas a terem uma renda mais alta, o que deve contribuir para um aumento da demanda por commodities agrícolas.

Além disso, para o CIO, as mudanças climáticas vão exigir um “enorme esforço” em termos de políticas públicas em todo o mundo para diminuir o preço das energias renováveis, o que deve levar a uma expansão da demanda por metais básicos.

Também com uma agenda mais “verde” em mente, Volpon afirmou que a sociedade vai precisar investir em commodities para renovar toda a matriz energética e industrial disponível hoje. E indicou que a conjunção de uma demanda mais alta por commodities agrícolas, com a falta de oferta e uma agenda mais verde devem levar a um período de preços mais altos.

A visão foi compartilhada por Fontes, da ASA Investment, que citou ainda que uma tendência de desglobalização deve atuar juntamente com essa mudança de agenda e de práticas assistencialistas para impulsionar um novo ciclo de alta nos preços das commodities.

Ele afirmou que, diante da crise imposta pela Covid, empresas tiveram que investir para melhorar a infraestrutura das cadeias de produção em função do fechamento das fronteiras, e que esses investimentos podem ficar cada vez mais frequentes no pós-pandemia, com reflexo especialmente sobre commodities metálicas.

“O mundo pós-pandêmico pode ter certa desglobalização. Empresas vão ter que ter mais produção local e flexibilidade de produção”.

Com relação à posição do Brasil nesse cenário de alta de commodities, o estrategista-chefe da WHG disse ver no país uma vantagem comparativa natural em termos de produção de minério, por exemplo, e com capacidade para aumentar a oferta no setor agrícola.

Com isso, Volpon assinala que o país está em uma posição favorável para usufruir de um eventual superciclo de commodities, embora precise fazer sua parte. “O superciclo pode ajudar, mas precisamos fazer o dever de casa para ajudar.”

Fonte: Infomoney