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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 29 de junho de 2021 às 09:52


Artigo de Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão, ao World Retail Congress avalia atual fisiologia do varejo:

Em junho, o Brasil terá atingido um novo marco terrível: 500 mil vidas perdidas para a pandemia e as mortes se estabilizando em uma média de 2 mil por dia. Este cenário assustador é, sem dúvida, preocupante para a maior economia da América Latina. Mas aprendemos a viver com os novos riscos associados a nossas vidas e caminhamos com as vacinações.

Este é o cenário ilustrado com sobriedade pelo CEO do Grupo Padrão, Roberto Meir, em seu último artigo para o prestigiado World Retail Congress. Àquele que seja talvez o hall de debates mais importantes do varejo, Meir compartilha percepções sobre o corta-caminho digital que o varejo do País está fazendo enquanto a economia começa a dar sinais de vida.

A economia cresceu 1,2% no primeiro trimestre de 2021, o mercado de ações tem registrado recordes sucessivos e as principais instituições financeiras projetam crescimento em torno de 4,5% para o PIB anual. “Para os varejistas, é a hora da festa de consolidação”, introduz o especialista em consumo, ressaltando fusões e aquisições simbólicas, pontos de virada da digitalização, tendências e a natureza da mudança para a qual o varejo caminha.


Fusões e aquisições

Recentemente, a atividade de fusões e aquisições se acelerou no Brasil. No varejo, movimentos emblemáticos expressam, segundo Meir, uma tendência irreversível de grandes corporações em posição confortável para barganhar oportunidades e adquirir concorrentes menores que, conforme observa ele, não são tão desenvolvidos e ainda lutam em sua jornada de transformação digital.

Em maio, a rede de drogarias Pague Menos, que já contava com 1.100 lojas pelo País, adquiriu a concorrente Extrafarma por cerca de US $ 130 milhões, acrescentando mais 402 lojas à sua rede.

No final de abril, o Grupo SOMA adquiriu a Hering, uma empresa tradicional de têxteis e varejo de roupas fundada em 1880, por US $ 967 milhões.

Em março, por exemplo, o Carrefour adquiriu o BIG, o terceiro maior varejista de alimentos do País, por cerca de U$ 1,3 bilhão. A aquisição incluiu 387 lojas e adicionou outros U$ 4,51 bilhões à receita de vendas do Carrefour, que é, de longe, o maior varejista do Brasil, com receita de até US $ 18 bilhões, 876 lojas e 130 mil funcionários.

Um pouco mais retrospectivamente, no final do ano passado, a líder em calçados e acessórios femininos Arezzo adquiriu a Reserva para expandir seu portfólio de marcas.

Para Meir, novas fusões devem acontecer em breve, conectando varejistas tradicionais a jogadores puros de comércio eletrônico. Esses acordos pintam um novo quadro, no qual a digitalização, a transição para os modelos “phygital” e ganhos de eficiência e escala são necessários para a saúde operacional. Meir observa que o mercado brasileiro está passando por uma rápida transformação e o comércio eletrônico não é mais uma opção ou aposta. Ele é uma realidade que acelera mudanças e rupturas de tradições no cenário corporativo, incluindo o surgimento de marketplaces.


Digitalização e demanda reprimida

Em paralelo às tendências de fusões entre as redes varejistas, o comércio começa sua guinada de retomada por meio de uma digitalização capaz de suprir uma demanda reprimida. Tal demanda reprimida, aliás, é vista em picos de vendas em datas comemorativas, como o Dia das Mães, quando os shoppings comemoram aumento de 460% nas vendas em comparação com a data no ano passado, chegando a mais de R$ 4,1 bilhões, segundo a ABRASCE (Associação Brasileira da Indústria). Meir exemplifica ainda com o crescimento de 7% nas vendas em supermercados entre janeiro e março deste ano, segundo dados da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados).

É a digitalização que supre a demanda reprimida, a exemplo da Via, que acabou de montar seu marketplace e ver as vendas via WhatsApp dispararem para R$ 1,2 bilhão, cerca de 20% do total de seus canais digitais e exatos 56% das vendas totais do grupo. Para Meir, esses dados mostram que os varejistas brasileiros têm reagido aos impactos da pandemia adotando canais digitais amigáveis ao consumidor, sendo WhatsApp, apps, totens em lojas físicas, novos meios de pagamento, carteiras digitais ou adaptações de espaço para aumentar a segurança e confiança.


Grandes tendências

O contexto de preocupação com segurança nos espaços físicos e qualidade no atendimento virtual tornaram-se vantagens competitivas, gerando novas preferências de consumo. Meir lembra que uma recente pesquisa do Opinion Box Group encontrou uma forte tendência: o número de consumidores que demandam uma experiência unificada tanto em espaços físicos quanto digitais saltou de 29% para 49% entre 2019 e 2021. Outro fenômeno digital citado pelo especialista é a adoção do Instagram como um canal digital de vendas. Um relatório “Commercial Cloud”, da Cloudshop, mostra que o volume de vendas online mediadas por redes sociais chega a 34%, sendo 87% feito por meio do Instagram.

Meir cita também destaques do último estudo da Alli iN, Social Mainer e Cortex sobre tendências e oportunidades para 2021:

- Crescimento de 90% nos pedidos de entrega de alimentos em 2020, ao mesmo tempo em que existe uma tendência crescente entre os consumidores de cozinhar em casa. O volume de pesquisas sobre “como fazer uma refeição em casa” aumentou 110%, por exemplo. O mesmo vale para receitas de pães (110%) e bolos (61%).

-  As lojas online alcançaram 42,9 milhões de consumidores, 47% deles de primeira viagem.

- 48% dos consumidores online preferem comprar online para economizar dinheiro, 46% relatam que o processo é simples e 34% dizem que uma experiência positiva no canal determina as compras futuras. Quase 50% dos consumidores afirmam ser a favor de viagens e compras híbridas, que combinem o físico com o digital.

- No terceiro trimestre de 2020, os novos registros em sites de moda aumentaram 53%, enquanto nos supermercados caíram 78%. Ou seja, o movimento em direção à diversificação do consumo está intimamente ligado a uma queda no número de casos de Covid.

- Em 2021, 54% dos consumidores preferem marcas e produtos de origem local enquanto 73% desejam aumentar seu reconhecimento como consumidores.


Para onde aponta a flecha

Meir conclui que está surgindo um novo cenário de varejo no Brasil, que combina consolidação, digitalização e mudança de hábitos de consumo, além da adoção de novos meios de pagamento instantâneo, como o PIX, que já colocou o Brasil como oitavo país em volume de transações instantâneas.

“O fato é que o mercado brasileiro caminha para uma mudança completa e certamente será muito diferente no mundo pós-pandêmico do que conhecíamos em março de 2020. A intensa digitalização forneceu um atalho para esse novo paradigma emergente. É um momento emocionante, com muitas oportunidades para empresas orientadas para a inovação e centradas no cliente”, sugere Meir.

Fonte: Novarejo
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 29 de junho de 2021 às 09:47


Empresa já processou aproximadamente 250 mil pedidos preparados por mais de 1500 restaurantes parceiros.

Na mira de adentrar ainda mais no setor alimentício de delivery, o Magazine Luiza realizou mais uma compra para a companhia, concluída na última segunda-feira (21). Dessa vez, o alvo foi o aplicativo de entrega de refeições Plus Delivery, que se consagra como a 18ª aquisição da companhia no período de pandemia.

A empresa de delivery atende mais de 30 cidades, com foco maior no estado do Espírito Santo (ES) — é uma das líderes de entrega na região. Em sua descrição, a Plus Delivery se destaca como uma plataforma completa e especializada na entrega de diversos tipos de comida e traz ao mercado um preço bastante competitivo em relação a seus concorrentes.

“A plataforma opera no modelo de unidades próprias e processou, no último mês, aproximadamente 250 mil pedidos, preparados por cerca de 1.500 restaurantes parceiros”, destaca o Magazine Luiza em comunicado ao mercado.


Um passo à frente para o Super App do Magazine Luiza

Ainda que a compra tenha sido a mais recente aquisição no setor de entregas, o Plus Delivery não formaliza a entrada da Magazine Luiza no mercado de delivery. Em setembro de 2020, a empresa já havia comprado a marca AiQFome, com sede em Maringá (PR). O aplicativo atende cerca de 350 cidades e já conta com 2 milhões de usuários ativos. Ao todo, são 17 mil restaurantes que movimentam em torno de R$ 700 milhões anuais.

A ideia, de acordo com a companhia, é que a Plus Delivery integre a base da AiQFome e se junte também à ToNoLucro e GrandChef, também adquiridas pela Magazine Luiza ao longo dos últimos anos.

Dessa forma, a aquisição da Plus Delivery eleva a Magazine Luiza mais um passo à frente no mercado tecnológico. “A compra representa mais um importante passo na estratégia da companhia de digitalização do varejo brasileiro”, reforça o Magalu.

Assim, nota-se que as recentes aquisições voltadas à tecnologia seguem rumo à criação de um super aplicativo, recheado com uma série de produtos e serviços, um desejo que vem sendo conquistado aos poucos pela companhia. Somente em 2021, o Magazine Luiza já realizou a compra de oito empresas, tendo o Jovem Nerd e a Bit55 entre elas.


Um avanço para o varejo eletrônico

Recheado com aplicativos de entrega, o Magazine Luiza também pretende modernizar e sofisticar a entrega do e-commerce. Na mesma semana em que anunciou a conclusão da compra da Plus Delivery, a corporação também registrou o início do projeto de entrega de produtos de até 6kg em 1h após a confirmação de pagamento da compra.

As aquisições complementam, portanto, um novo jogo para o mercado do varejo eletrônico e devem trazer novas propostas de entrega para alimentação e produtos comerciais.

“Nove meses após a aquisição pelo Magalu, a AiQFome já está presente em 580 cidades, sobretudo pequenas e médias, com uma operação que atingiu mais de 2,7 milhões de pedidos no último mês, preparados por cerca de 28 mil restaurantes parceiros. Em abril, o Magalu concluiu também as aquisições da Tonolucro e da GrandChef, fortalecendo a categoria de food delivery, aumentando os serviços oferecidos no seu SuperApp e a frequência de compra dentro do seu ecossistema”, comunica o Magazine Luiza.

Fonte: Consumidor Moderno