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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 10 de agosto de 2021 às 09:40


Futuro deve reforçar mudanças como conceito de lojas, trabalhos de marca e ESG, aponta estudo.

No intuito de ajudar empresas e pessoas de negócios a se preparar hoje para o consumo de amanhã, a PwC elaborou um aprofundado estudo sobre as principais macrotendências de consumo no pós-Covid 19. Ainda estamos em uma pandemia e a variante Delta mantém o desafio global de superar o vírus, o que mantém os negócios sob pressões particulares, mas o cenário atual é de tendências pautadas por saúde e segurança já em curso tendo sua absorções confirmadas. As curvas de transformação digital dos negócios e inclusão digital e financeira das populações não estão no mesmo ponto.

Meses depois dos consumidores terem absorvido novos comportamentos, o futuro do mercado de consumo começa a clarear seus horizontes. Por isso, em seu último estudo, a PwC descreve as cinco tendências que já estão dando corpo ao amanhã e se adianta com sugestões de planos para superar incertezas e desafios de quem quer capitalizar oportunidades. Por mais difícil que seja, as disrupções ou puxam ou empurram para um estado de futuro.


Consolidação da loja do futuro

A loja do futuro será omnicanal e rica em experiência, e fundirá os mundos físico e digital. A loja como a conhecemos continuará a evoluir. Segundo a PwC, uma migração contínua em direção a todas as coisas digitais, e a influência de gigantes do varejo, como a Amazon e Alibaba, continuará a forçar a inovação em espaços de varejo físicos e digitais.

Mesmo os avanços feitos por empresas de outros setores, como o modelo pioneiro de facilidade de pagamento do Uber, têm ramificações para a experiência da loja porque instilam nos clientes uma expectativa por soluções digitais em todos os aspectos de consumo.

“Você terá que encontrar os consumidores onde eles estão, seja por meio de um site, em um smartphone, em uma loja tradicional, no Instagram ou TikTok, ou por meio de parceiros terceirizados, como caixas de assinatura de produtos e serviços de entrega”, ressalta o estudo.

Sendo assim, as empresas que não conseguirem reimaginar seus produtos e serviços na loja no reino digital ficarão para trás.

A PwC observa que, à medida que essas mudanças se aceleram, a linha de demarcação entre varejistas e fabricantes está ficando mais fraca, e o caminho direto ao consumidor (D2C) está se tornando mais congestionado. Partes da cadeia de valor dos mercados de consumo estão cada vez mais interligadas e mais de um participante está cortejando o consumidor.

“Os fabricantes há muito desejam ultrapassar seus parceiros de varejo. Com a ajuda de ferramentas digitais onipresentes, eles terão mais oportunidades do que nunca para atrair diretamente os consumidores – pulando as lojas físicas e digitais. Grandes empresas como PepsiCo e Procter & Gamble estão fazendo exatamente isso”, aponta o estudo.

1) Informações ao alcance: uma gama de tecnologias emergentes e maduras, incluindo a internet das coisas, chips magnéticos, recursos de geolocalização e QR code agora permitem que os consumidores usem seus telefones celulares ou outras ferramentas digitais para acessar informações de produtos sob demanda, incluindo especificações, avaliações de consumidores e status de estoque, reproduzindo a experiência de compra online.

2) Ofertas de marketing hiperpersonalizadas: marketing de geolocalização, algoritmos baseados em inteligência artificial e outras ferramentas de tecnologia emergentes estão dando aos varejistas mais alavancas para influenciar o comportamento do consumidor. Por exemplo, quando os consumidores chegam ao supermercado local, o aplicativo da loja pode registrar sua chegada e enviar notificações sobre as ofertas do dia, de acordo com seus hábitos de compra.

3) Facilidade de pagamento: se os consumidores conseguirem o que querem, ficar na fila para pagar uma compra se tornará uma coisa do passado. Os varejistas estão implementando uma variedade de métodos de pagamento sem fricção e sem caixa.

4) Varejo experiencial: os varejistas tradicionais bem-sucedidos do futuro precisarão dar aos consumidores uma razão voltada para o propósito para atravessar as portas e terão que encontrar maneiras de enriquecer a experiência do cliente usando a tecnologia.

5) Automação de próximo nível: a automação continuará a remodelar a experiência de varejo à medida que robôs de verificação de estoque, carrinhos de compras inteligentes e entrega com drones mudam do conceitual para o comum.


Relevância de marca ainda maior

O consumo consciente continuará a crescer à medida que os consumidores procuram marcas em que confiem e que se alinham com seus valores.

Os consumidores continuam redefinindo, e aumentando, suas expectativas para as marcas que escolhem adotar. Eles buscam marcas voltadas para um propósito que espelhem seus valores e crenças e querem que as empresas demonstrem sua consciência social de maneiras práticas e tangíveis. A pandemia ampliou o mundo das preocupações dos consumidores.

“Questões como pagar os fornecedores em dia, honrar as obrigações de pensão e dar aos funcionários licença médica relacionada à pandemia repentinamente ganharam influência sobre as decisões de compra das pessoas. “Esperamos que o consumo consciente continue crescendo, apresentando uma oportunidade para você reforçar ou esclarecer a proposta da sua marca e sua relevância”, aponta o estudo.

Está claro que tanto os consumidores quanto os funcionários valorizam as empresas que colocam as pessoas acima dos lucros e demonstram que são bons cidadãos corporativos. O estudo da PwC cita uma pesquisa da empresa de comunicação Edelman sobre confiança na marca que aponta que 71% das pessoas que perceberem que uma marca está lucrando sobre as pessoas perde a confiança. “Essa descoberta está de acordo com a pesquisa da PwC, que mostra que 70% dos consumidores pesquisados viram a confiança como o fator mais importante ao comprar de uma marca. Na verdade, a confiança da marca está cada vez mais no mesmo nível de outras considerações importantes de compra, como qualidade, valor e conveniência”, alerta o estudo.


Cadeia de fornecimento digitalizada

A cadeia de suprimentos do futuro operará com quase autonomia, tomando decisões inteligentes para se autorregular.

As cadeias de suprimentos estão sob pressão à medida que os comportamentos e expectativas dos consumidores mudam drasticamente e tendências como compras omnicanal e vários pontos de atendimento tornam mais difícil prever e moldar a demanda. Além disso, outros fatores também estão afetando as cadeias de abastecimento, incluindo a pandemia, condições climáticas extremas, escassez de mão de obra e o aumento do nacionalismo econômico, como visto com o Brexit e o aumento das tensões comerciais com a China, como lembra o estudo. “Mesmo após o fim da pandemia e das crises relacionadas, questões complexas continuarão a desafiar as cadeias de abastecimento”, alerta a PwC.

Contra esse pano de fundo de incerteza, a visibilidade de ponta a ponta será o requisito número um para o gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos. “Você terá que ter uma compreensão clara da localização e do status do estoque e da movimentação do estoque, e uma visão precisa da demanda do cliente. Você também precisará garantir que sua cadeia de suprimentos seja ágil e flexível“, recomenda o estudo.

Inteligência artificial e outras ferramentas analíticas fornecerão a base para uma cadeia de suprimentos digital de alto funcionamento. Inovadores como o gigante do comércio eletrônico da China JD.com e a varejista de moda Zara têm mostrado, conforme o estudo, que “investir em tecnologia pode dar a uma empresa uma vantagem competitiva poderosa em um mundo onde ter os produtos certos disponíveis no momento certo e o atendimento rápido dos produtos são essenciais”.


Mais buscas por alimentos saudáveis

A demanda do consumidor por produtos mais saudáveis, juntamente com as expectativas de maior transparência e sustentabilidade na cadeia de valor alimentar, vai aumentar.

Muitas das tendências que moldam o futuro dos mercados de consumo, em geral, terão um efeito maior sobre o futuro dos alimentos. Mesmo antes da pandemia, os consumidores exigiam bem-estar e produtos alimentares mais saudáveis e sustentáveis, restringindo certos grupos alimentares e tomando suplementos. Uma pesquisa da PwC de março de 2021 já revelava que metade dos consumidores está incluindo mais alimentos vegetais em sua dieta, em um esforço para comer de forma mais sustentável. Para a PwC, essa tendência vai se acelerar e intensificar.

“Os consumidores estão exigindo responsabilidade e transparência em uma série de questões ESG na indústria de alimentos, incluindo a redução do desperdício de embalagens, transparência na cadeia de suprimentos e práticas trabalhistas justas. Todos os participantes da cadeia de valor alimentar, incluindo empresas do agro, empresas de bens de consumo embalados e varejistas – terão que atender a essas expectativas implacáveis se quiserem permanecer no jogo”, aponta o estudo.


Mais cobranças para agendas ESG

A pressão de governos e diretorias para se concentrar em ESG também vai se intensificar.

Não são apenas os consumidores que priorizam cada vez mais o ESG. Executivos de alto escalão, acionistas e governos também estão deixando claro que as iniciativas ESG não são negociáveis versus “agradáveis para ter”. Assim como líderes em outros setores, pequenos e médios comerciantes terão que aprender a revigorar suas estratégias de criação de valor de acordo. “Você precisará reconhecer que a criação de valor agora depende da resiliência e da contribuição da sua empresa para o bem-estar da sociedade, tanto quanto depende da produtividade financeira”, recomenda a PwC.

Tal conjuntura descrita pela PwC no estudo também é enfatizada em uma declaração da associação não-governamental de CEO’s norte-americana Business Roundtable, que reforça que as empresas têm um compromisso mais amplo – não apenas com os acionistas, mas com um amplo círculo de partes interessadas, incluindo funcionários, clientes, fornecedores e as comunidades onde fazem negócios.

“Os governos também estão liderando o caminho em questões ambientais. O Reino Unido anunciou um programa de 'recuperação verde’ para ajudar as empresas a emergir da pandemia com práticas mais sustentáveis em vigor. E a recente decisão da nova administração dos Estados Unidos de voltar a aderir ao Acordo de Paris também deve reacender o foco global na mudança climática”, entende a PwC.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 03 de agosto de 2021 às 10:37


Empresa quer se tornar líder de mercado e, para isso, vai entrar no país com promoções agressivas.

As estradas brasileiras estão prestes a receber mais um competidor no ramo de ônibus interestaduais.

O unicórnio alemão FlixBus, que é uma espécie de Uber dos ônibus, está pronto para iniciar a operação no país, esperando apenas a liberação de órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Concorrente direta da brasileira Buser, a empresa separou US$ 100 milhões (cerca de R$ 507 milhões no câmbio atual) para investimentos por aqui.

“O Brasil é um dos maiores mercados do mundo e estamos à espera apenas de licenças, pois em todos os lugares do mundo operamos de maneira regular”, diz Edson Lopes, diretor-geral da FlixBus no país. Estima-se que o mercado brasileiro de viagens interestaduais por via rodoviária seja próximo de 50 milhões de operações por ano.

Em 2020, por causa da pandemia, o número caiu 54%, mas neste ano já há uma recuperação. Lopes calcula que também com as viagens intermunicipais, o mercado é de 80 milhões de viagens por ano. Por isso, no longo prazo, ele acredita que é possível que a FlixBus se torne líder de mercado e com uma fatia acima de 10 milhões de passageiros.

Para que esse número seja possível, a startup vai entrar no Brasil com promoções agressivas, como aconteceu em outros mercados em que ela estreou. Recentemente, a companhia estreou no Reino Unido com viagens por menos de £ 1.

Além de viagens mais baratas, a companhia vai apostar em um segmento premium, com ônibus mais confortáveis e com possibilidade de oferecer mais viagens em ônibus com acomodações leito e semileito. Para isso, a companhia tem feito parceria com montadoras e empresas financeiras para oferecer financiamentos para interessados.

“Isso está em discussão e queremos utilizar a nossa escala e marca para facilitar as operações”, afirma Lopes.

A companhia também está em negociação para ocupar espaços em terminais rodoviários e quer ter também guichês para vendas físicas de passagem para democratizar o acesso.

Os ônibus da FlixBus, apesar de serem de propriedade de terceiros, serão inteiramente adesivados com a logomarca da empresa para potencializar a estratégia de marketing.


Concorrência

Rival da FlixBus já em operação, a Buser inaugurou esse mercado em 2016 e de lá para cá amealhou mais de 1 milhão de passageiros, mas também sofreu com processos na Justiça por falta de regulação específica. É por isso que a FlixBus decidiu esperar a liberação desse tipo de serviço pela ANTT.

Assim como a Uber quando começou a operar no Brasil, a companhia mexeu em um mercado regulado e diversas empresas do setor reprovaram a entrada de uma concorrente que sequer tinha um ônibus e, segundo eles, não cumpria as normas estabelecidas pela ANTT.

A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), por exemplo, moveu ações para barrar o funcionamento da Buser, mas desistiu delas em abril de 2021.

O mercado avalia que esse tipo de serviço vai ser uma realidade em breve. Em junho, a Buser recebeu aportes de R$ 700 milhões e afirmou que queria crescer dez vezes em dois anos com mais de R$ 1 bilhão em investimentos.

A FlixBus vai entrar em um mercado que já está mais acostumado com esse tipo de serviço. E vem com bastante dinheiro por trás.

Os US$ 100 milhões que serão investidos por aqui virão de um aporte de US$ 650 milhões recebidos no mês passado. Agora, a companhia tem um valor de mercado de US$ 3 bilhões.

Para Renato Mendes, sócio da F5 Business Growth, especializada em inovação, a entrada da FlixBus pode representar uma guerra de preços. Ele compara o negócio exatamente com os aplicativos de transporte, onde houve diversos entrantes e poucos sobreviventes, como Uber e 99.

“Vai ter uma grande perda de rentabilidade do setor e virará uma briga de cachorro grande. Para as empresas se manterem competitivas, terão de investir muito dinheiro”.

Fonte: Infomoney