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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 20 de abril de 2021 às 10:47


Publicação da KPMG destaca macrotendências para o varejo físico e eletrônico, com enfoque nas preferências do consumidor.

Depois de um ano de pandemia, uma série de mudanças ocorreram para o consumo e o varejo em todo o mundo. Para a América do Sul, bastante focada no comércio físico, houve um aumento importante do varejo eletrônico, fator que abriu uma gama de possibilidades. Assim, uma série de novas estratégias têm sido adotadas para reformular os negócios, de forma que o consumidor e suas preferências fiquem sempre no centro do comércio. Afinal, cada vez mais as pessoas optam por lojas mais personalizadas, que adaptem seus produtos e estratégias para os novos hábitos dos clientes.

A partir disso, a centralidade do consumidor no varejo fica ainda mais em evidência. É o que diz a publicação “Consumo e varejo na América do Sul: principais tendências para 2021”, conduzida pela KPMG.

“As empresas que quiserem liderar o setor terão que cada vez mais investir em diferenciais. Os mais relevantes estão em novas tecnologias, plataformas digitais para vendas, parcerias entre empresas, cadeias de suprimentos adequadas, integradas e responsivas, uso inteligente de dados, definição de propósito, centralidade no cliente e melhoria das experiências de compras”, afirma Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG na América do Sul.

A pesquisa fez uma análise do mercado varejista em 2020 e notou quatro tendências e novas estratégias para 2021. Confira:


1. Revisão das parceiras e dos modelos de negócios

As plataformas digitais vieram para ficar no varejo. Essa mudança, impulsionada pela pandemia, ampliou o acesso ao comércio e implementou novas formas de fazer negócios, em especial nas redes sociais. Cada vez mais as empresas correm contra o tempo, porque a transformação ocorre em uma velocidade sem precedentes, e em direção a uma estratégia omnichannel.

A pesquisa destaca, no entanto, que o varejo tradicional ainda terá espaço, visto que, na maioria dos países sul-americanos, esse processo de digitalização tem como objetivo fortalecer o modelo predominante, em que o canal digital busca complementar a estrutura de lojas tradicionais atual.


2. Reconsideração do custo de fazer negócios

Agora mais do que nunca, depois de uma série de recuos em função da pandemia, é preciso buscar alternativas para aprimorar margens de lucro e reduzir custos. A partir disso, a pesquisa prevê que as empresas terão que reconsiderar os valores e desvincular receitas dos determinantes tradicionais. É preciso estar atento ao equilíbrio entre interesses econômicos e os hábitos de consumo.Outro destaque que a publicação da KPMG traz é a revisão do funcionamento da cadeia de suprimentos. Hoje, é possível usar os dados dos clientes como informação estratégica.


3. O propósito como estratégia do varejo

Uma certeza que o varejo tem hoje é que o consumidor tem suas próprias demandas e as empresas que não as seguem ficam para trás. A pesquisa destaca que uma das estratégias eficientes para ganhar confiança dos clientes é executar iniciativas que aprimoram os níveis de reputação percebidos pelos consumidores.

A pandemia realçou a necessidade que o consumidor tem de reconhecer o propósito das empresas, porque estão atentos ao comportamento dos varejistas. O estudo destaca que os princípios ambientais, de sustentabilidade e de governança corporativa (ESG) são os vértices nos quais a maioria dos setores se apoia para delinear e construir propósito.

Dessa forma, quando as marcas demonstram uma conduta condizente com as expectativas dos clientes, acabam mantendo uma posição sólida no mercado e na mente dos consumidores.


4. O poder do consumidor

Comprar pela internet pode ser mais simples e rápido, mas é preciso considerar que o consumidor tem tido mais cautela na hora de fazer suas compras. Sendo assim, a KPMG ressalta que as empresas devem olhar para as novas demandas por segurança, qualidade dos produtos e também o valor investido neles.

Vale destacar que o nível de consciência social das pessoas sobre meio ambiente, sustentabilidade, diversidade e inclusão aumentou bastante durante a pandemia. Uma parte considerável das pessoas abandonou o consumo passivo, já que estão mais engajados e cobertos de informações. Assim, há mais busca por transparência e os consumidores estão mais exigentes.

Outro destaque da publicação da KPMG é que o comércio varejista também está migrando de um modelo push (B2C) para um modelo pull (C2B), ou seja, o foco é o consumidor, ele é o epicentro. Assim, a pesquisa indica que as estratégias precisam ser pautadas a partir da análise de dados, em especial para entendimento dos hábitos de consumo; um modelo de venda que seja omnichannel e atinja os canais mais usados pelo público-alvo e, por fim, uma experiência de compra mais ágil em termos de pagamento, entrega, devolução, troca e resolução de problemas.

Fonte: Consumidor Moderno
Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 20 de abril de 2021 às 10:41


Posso me lembrar das várias vezes em minha vida que, ao esperar por boas notícias, não conseguia deixar de me preocupar com que as coisas pudessem não sair como o esperado. Candidaturas à vaga na faculdade e ao vestibular. Entrevistas de emprego. Promoções. Propostas de livros e, até mesmo, sim, eleições.

Nunca descobri a melhor forma de passar por esses períodos de espera. Muitas vezes são uma agonia, minha cabeça vagueia entre imaginar o melhor resultado possível e me preparar para o pior. Normalmente são aqueles períodos quando durmo muito pouco, e entre 2h e 4h da manhã tenho pensamentos nefastos sobre o que o futuro pode trazer (sem mencionar todos os erros que cometi pelo caminho).

Um de meus principais mecanismos de enfrentamento nestes períodos de incerteza é pensar na potencial decepção. Sei que não estou sozinha. 2020 tem sido um ano de decepções — a grande maioria delas, sérias e graves — para tantas pessoas; desde a perda do emprego, escolas fechadas e até mesmo, doença e morte. E aparentemente, haverá mais decepções pela frente. Temos os líderes que estão prevendo a possibilidade de mais demissões, os pequenos empresários que não têm certeza se poderão sobreviver a mais um período de fechamento dos negócios, e os pais que não têm certeza de como poderão conduzir seu trabalho se as escolas não permanecerem abertas.

Desta forma, como se preparar para o que pode ser a maior decepção – talvez aquela que pode até vir a mudar sua vida? Será melhor pensar nisso antes que aconteça? Ou será apenas um desperdício de energia que irá causar ansiedade quando não há como prever os resultados?

Eu queria entender melhor como podemos nos preparar para as “grandes notícias’’ e pedi para dois especialistas fazerem suas ponderações.  Confira seus conselhos.


Pergunte-se se ficar preocupado ajuda

O fato é: Às vezes, ficar preocupado, com certeza, ajuda. Pode fazer você ficar mais bem preparado — diminuindo sua ansiedade no longo prazo. “Se você quer ter bons resultados e está preocupado que possa fracassar, a lacuna entre essas duas realidades cria a motivação para agir”, diz Art Markman, professor de psicologia na University of Texas, em Austin, e autor do livro  “Mindset da carreira: como a ciência cognitiva pode ajudar você a conseguir um emprego, ter um desempenho fora de série e progredir em sua profissão”. Se está preocupado em perder seu emprego em decorrência da crise econômica, você pode por exemplo, organizar sua vida financeira ou procurar ex-colegas de trabalho que possam saber de oportunidades de emprego. Isto é chamado de “pessimismo defensivo”.

Porém, se já fez todo o possível para influenciar o resultado – talvez a entrevista para o emprego esteja concluída, você defendeu a causa para um potencial doador, votou em seu candidato ou ligou para pessoas para angariar votos para ele – neste caso, ficar angustiado não fará bem a você. “Nessa hora, quando o resultado está totalmente fora de seu controle, a angústia e preocupação só vão colocar ‘lenha na fogueira’ ”, diz Markman. “Energia direcionada gera resultado, mas energia sem direção é apenas ‘lenha na fogueira’, e resulta em preocupação e ansiedade” Então, pergunte-se se as emoções negativas que está sentido servirão como um empurrão para que tome decisões que ajudem a “prevenir o resultado negativo’’.


Pense em tudo o que fará no caso do pior cenário possível

Uma das coisas que pode fazer, por exemplo, é juntar os recursos necessários para sobreviver à decepção. “Muitas vezes a preocupação ajuda porque força você a pensar sobre as contingências e sobre como se preparar”, afirma Markman.

Zoe Kinias, professora adjunta no INSEAD, que estuda resiliência, diz que você pode se fortalecer pensando nos piores resultados possíveis. Se pensar sobre sua sobrevivência no pior cenário possível ajudar, refletir sobre a decepção “acalma a ansiedade da antecipação do momento’’, ela explica. Por exemplo, se está aguardando uma resposta sobre um novo emprego, Kinias sugere que você deva dizer a si mesmo, “Existirão outras oportunidades. Tenho as competências e a experiência necessárias para ser considerado para o trabalho. Portanto, se não conseguir desta vez, continuarei tentando; vou abordar o problema de outra forma, ou farei alguma coisa um pouquinho diferente da próxima vez”.

Existem também várias formas comprovadas por pesquisa, que podem ajudá-lo a se preparar para os resultados negativos.  Kinias aponta para técnicas de autoafirmação nas quais você reflete sobre seus principais valores e sobre como os conduz, sendo um bom amigo ou participando de trabalhos comunitários que podem “proteger a resiliência antes da decepção”. Sugere, também, práticas de atenção plena (mindfulness, em inglês) onde o foco é em sua respiração: “respirar lentamente e com atenção, vivenciando a inspiração e a expiração através da simples meditação guiada”. Kinias explica que isso ajuda a “liberar tanto as emoções negativas, quanto o apego a custos irrecuperáveis’’. Você pode também pedir ajuda às pessoas que partilham as mesmas preocupações, ou que podem socorrer você se e quando precisar. Qualquer uma destas práticas pode ajudar você a se tornar mais resiliente face às decepções.


Compense a preocupação com esperança. (Sim, não há problemas em ter esperança)

Por ser alguém irracionalmente supersticiosa, geralmente resisto à ideia de imaginar um resultado positivo, pensando que isso pode de algum forma, trazer azar ao processo.  Lógico que isso é bobagem.

“Tudo bem ter pensamentos positivos. Fantasiar um pouco sobre o que faria se alcançasse seu objetivo pode ajudar”, diz Markman. Você pode imaginar o que vestirá no primeiro dia em seu novo emprego, ou pensar para quem vai ligar para contar as boas novas.

Kinias sugere a adoção das famosas palavras de Maya Angelou em seu livro “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”: “Esperar pelo melhor, se preparar para o pior e não se surpreender com nada entre os dois’’. Na experiência de Kinia, líderes bem sucedidos têm a capacidade de se antecipar e se planejar para os contratempos, mas esta tática funciona melhor “quando balanceada com positividade e habilidade em aproveitar e viver o momento presente com otimismo, atenção plena e apoio social.” Ter ao mesmo tempo, planos e esperança pode ajudar a melhorar nosso bem-estar e nos tornar mais resilientes, se e quando o pior cenário possível acontecer. 


Modere seu nível de confiança

Você pode ter esperança mas não deve ficar super confiante. Nem mesmo considerar que a possibilidade de um resultado negativo possa ser emocionalmente arrasador. “O risco é quando as pessoas ficam cegas pela confiança em excesso — como muitos dos eleitores de Hillary Clinton ficaram na eleição presidencial de 2016. Eles já estavam se preparando para comemorar”, diz Kinias, antes de os votos do colégio eleitoral serem contados.


Não fique ensaiando sua desgraça

Você não vai se poupar da dor só por ter tentado senti-la antes da hora. De acordo com Markman, “não há como se livrar da dor antes do tempo”. E reforçar emoções negativas pode causar ainda mais dor no período antes e depois da decepção, explica Kinias.

Sofrer antes de receber a notícia não ajuda porque não somos muito bons em predizer emoções futuras, de acordo com uma extensa pesquisa conduzida por Dan Gilbert, Tim Wilson, George Loewenstein e Daniel Kahneman. Temos a tendência de superestimar a intensidade dos sentimentos negativos, como por exemplo a tristeza, raiva e frustração, e imaginamos que vamos vivenciá-los por mais tempo do que realmente acontece. Os pesquisadores chamam isso de “previsão afetiva’’, e a realidade é que eventos negativos geralmente acabam sendo menos intensos emocionalmente, e os sentimentos ruins duram menos do que imaginamos que iriam durar.


Reavalie o sofrimento previsto

Querer muito alguma coisa significa que você se importa, e isso é bom. “Você vai sentir uma fisgada se não conseguir, e a dor é geralmente proporcional ao seu investimento’’, afirma Markman. Então, quando estiver preocupado com o quão arrasado poderá se sentir, lembre-se de que esse é o preço por se importar.

E o objetivo na vida não é evitar todos os sentimentos negativos. Se você fizer isso, não vai se expor, nem tentar alcançar o que quer. Portanto, deve encarar a dor como uma coisa boa e dar-se o direito de ficar triste se as coisas não derem certo. “Estar ciente de um resultado negativo pode ajudar você a ter os recursos necessários disponíveis, mas ainda assim é provável que você tenha de passar pelo processo de sofrimento, por qualquer coisa que possa ter feito uma ruptura na sua história de vida’’, diz Markman.

E lembre-se de manter tudo isso em perspectiva. Se você não conseguir o resultado que almeja, todo o esforço que envidar neste momento serve de preparação para a próxima passada de bastão. “Se você vai consistentemente atrás das coisas, você se prepara para o sucesso no futuro”, afirma Markman. Em outras palavras, não é porque perdeu uma rodada que não vale a pena lutar.


Procure se distrair

Muitos desses conselhos podem cair na categoria de “mais fácil falar do que fazer”, especialmente quando você está olhando para o teto de madrugada. Por isso, Markman diz que algumas das melhores táticas para se preparar enquanto espera é se distrair. Ele sugere assistir a um filme bobo que faça rir, praticar a atenção plena ao respirar profunda e concentradamente, ou sair para correr — qualquer coisa que “diminua a energia’’.

Este último conselho é um que tenho colocado em prática nos últimos dias. Nunca agradeci tanto por haver uma nova temporada de Great British Baking Show. E quando a distração não funciona mais, ou não há novos episódios, tento me lembrar de que estou preocupada porque me importo e que é perfeitamente normal ter esperança.

Fonte: Harvard Business Review Brasil