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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 27 de abril de 2021 às 13:48


Febre do “dinheiro de volta” ainda tem muito a expandir no Brasil, mas é preciso ter transparência.

Comprar e ganhar uma parte do dinheiro de volta. É isso que prometem os programas de cashback, que vêm se tornando cada vez mais populares no Brasil. A ideia é simples, mas as estratégias por trás dela são poderosas e podem mudar toda a estrutura e resultados de um varejo.

Quem afirma isso é Sérgio Ferrari, CEO da LemoneyWay, holding especializada em gerar soluções em cashback. Para ele, o potencial desse formato é muito grande, mas ainda tem muito o que crescer no Brasil.


Entendendo o cashback

O cashback, como a própria tradução diz, é receber dinheiro de volta em uma compra. É pagar pelo produto e ganhar uma porcentagem do valor de volta, geralmente em forma de crédito, para ser gasto em uma próxima compra, por exemplo.

Essa porcentagem é variável, de acordo com a loja ou produto, mas vem como um atrativo para os consumidores e uma estratégia para as marcas os conquistarem.

A ideia ainda vem ganhando espaço no Brasil, mas o formato já é antigo. Nos Estados Unidos os programas de cashback existem desde a década de 1990, sendo bastante utilizados principalmente por empresas de cartão de crédito. A ideia se difundiu pelo mundo e também é muito utilizada na Europa e, principalmente na Ásia, onde conta com cerca de 570 milhões de usuários.

“No Brasil, a estimativa é que existam 35 milhões de usuários do serviço. As projeções apontam que isso é só o começo por aqui. Isso porque é uma estratégia poderosa em que cada vez mais empresas farão uso”, afirma Sérgio Ferrari.

No País, existem dois formatos de programas de cashback: o que é feito através de parceria entre as lojas e empresas do setor e o criado especificamente por uma empresa do varejo. A LemoneyWay atua nessa área, oferecendo um programa interno para as empresas, o que aumenta as chances de fidelização, já que não compete com as outras lojas. Porém, ambas as estratégias atuam de forma conjunta e podem trazer inúmeros resultados.

O poder dos programas de cashbackDevolver uma parte do dinheiro para o consumidor pode soar “estranho” para aquelas empresas que não foram moldadas neste modelo. Entretanto, o CEO da LemoneyWay afirma que se adequar a esse novo molde de consumo pode trazer inúmeros benefícios para a empresa.

“As pesquisas mostram que os programas de cashback têm o mesmo efeito para o consumidor que um desconto, cupons, vouchers, promoções. O impacto de você falar que vai devolver uma parte do dinheiro é muito grande para o cliente”, explica Sérgio Ferrari.

Dessa forma, os benefícios de aplicar essa estratégia são vários:

1. Aumento na taxa de conversão em média de 3,4 vezes
O incentivo à compra é sempre um dos principais resultados do cashback. “Quando o consumidor vê que vai comprar mil reais, mas vai receber, por exemplo, cem de volta, ele com certeza já fica mais interessado, pois poderá usar esse retorno depois”, diz Sérgio Ferrari.
Com isso, o especialista diz que de acordo com estudos, os programas de cashback podem aumentar a conversão em 3,4 vezes, algo muito importante em um meio com cada vez mais concorrência, como é o das vendas online.

2. Aumento do ticket médio em torno de 46%
Outro número que tende a subir quando o varejista dá a possibilidade do cashback é o ticket médio. Ferrari diz que é possível aumentar em torno de 46%, de acordo com pesquisas do setor. Isso porque, sabendo que parte do dinheiro retornará, o consumidor é incentivado a comprar mais produtos ou adquirir um item mais caro.
Mas os benefícios disso também refletem na vida do consumidor, que ganha a possibilidade de comprar um produto melhor. “Se uma pessoa vai comprar um produto de mil reais e sabe que vai receber duzentos de volta, ele também pode comprar a opção que custa 1.200 reais, já que vai gastar o mesmo valor de antes, só que com um produto melhor. Isso é muito importante para o poder de compra desse cliente”, explica.

3. Fidelização inteligente e espontânea


Conseguir um cliente fiel é um dos maiores desafios do varejo e exige das empresas diferentes estratégias para conquistá-lo de fato. Nisso, os programas de cashback também são uma boa solução.
Segundo o especialista, oferecer o dinheiro de volta gera a chamada fidelização espontânea, quando o consumidor opta por comprar na mesma loja por saber que tem um crédito para gastar lá – e que vai receber mais um cashback com essa nova compra. Ou seja, o consumidor entra em um ciclo de consumo dentro dessa marca, com maiores chances de fidelização.

Ele exemplifica: “O Dia das Mães é uma data certa de consumo que as pessoas irão comprar, é uma das mais importantes do varejo. O cashback, nesse caso, não é para atrair pessoas para comprar, mas sim para que elas voltem a comprar no futuro, usando aquele crédito que conseguiram com o dinheiro de volta nessa ocasião”.

Com o cashback também é possível realizar esse incentivo à compra a partir da comunicação com o cliente. Você pode lembrá-lo do crédito, oferecer “combos” de benefícios (crédito e um cupom de desconto, por exemplo) e mantê-lo “próximo” da empresa.
Oferecer esse dinheiro de volta traz vantagens para o consumidor, mas também é interessante para a própria empresa. Porém, para que a estratégia funcione, de fato, é preciso ter atenção a alguns detalhes importantes, como a transparência.


A importância da transparência para os programas de cashback

Um dos maiores potenciais do formato, para Sérgio Ferrari, é o poder de transparência do cashback. “Não há burocracia, não há dúvida para o consumidor. O dinheiro está lá para ser gasto, é um valor palpável, utilizado para comprar. É diferente, por exemplo, de programas de pontos, em que nunca se sabe ao certo o quanto aqueles pontos valem e o que pode ser feito com eles”.

Entretanto, mesmo sendo um dos maiores potenciais, é também um dos desafios, principalmente no Brasil. Para o especialista, algumas empresas acabam cometendo equívocos na hora de comunicar seu programa de cashback, o que faz com que o consumidor se frustre e deixe de acreditar no potencial do formato.

“Essa falta de clareza afeta todo o mercado do cashback, pois o consumidor passa a duvidar da veracidade e deixa de ver valor. Por isso, é preciso ter uma comunicação clara e transparente com o consumidor e nunca prometer algo que não se pode cumprir ou que não seja sustentável a longo prazo”.

Além de atrapalhar o mercado, essas práticas também podem atrapalhar as estratégias de branding da empresa, já que a marca perde força entre seus consumidores.


O futuro dos programas de cashback

“O cashback é uma tendência mundial. Um mercado que movimenta números na casa dos bilhões em todo o mundo. É uma ferramenta contemporânea que soluciona as necessidades complexas dos nossos tempos, das vendas online, da presença digital, que é a realidade atualmente”, diz Ferrari.

O futuro do cashback é claramente promissor, principalmente no Brasil, onde os programas ainda vêm ganhando popularidade e as empresas se adequando ao formato. Entretanto, Sérgio afirma que ainda é preciso que as empresas pensem nos melhores formatos para isso, sempre sendo bastante claro com o consumidor. “A transparência é essencial para o sucesso dos programas de cashback, tanto para a empresa, quanto para o próprio cliente”, finaliza.

Fonte: Novarejo
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 27 de abril de 2021 às 13:39


O Grupo soma pagará R$ 9,630957 à vista e R$ 1,625107 ação ON para cada ação da Cia Hering.

O Grupo Soma (SOMA3), dono das marcas de vestuário Farm e Animale, fechou um acordo de fusão com a Cia. Hering (HGTX3)  que avalia a varejista de moda em mais de R$ 5 bilhões.

Após o anúncio, as ações HGTX3 chegaram a saltar 36,38%, a R$ 30,93, fechando com valorização de 26,19%, a R$ 28,62. O valor de mercado da Cia. Hering passou de R$ 3,68 bilhões para R$ 4,65 bilhões, um aumento de R$ 965,45 mil.

As ações SOMA3, por sua vez, chegaram a subir 4,96% na máxima pela manhã e bateram os R$ 14,80. Contudo, os ativos entraram em leilão e voltaram a operar por volta das 10h45 com queda, que se seguiu por toda a sessão. Os papéis SOMA3 fecharam em queda de 10,14%, a R$ 12,67.

De acordo com fatos relevantes emitidos por ambas, os acionistas da Cia Hering receberão 1 ação ON e 1 PN da nova companhia por cada ação que detêm atualmente.

O Grupo Soma pagará R$ 9,630957 à vista e 1,625107 ação ON para cada ação da Cia Hering.

As companhias assumiram compromisso de exclusividade, cujo descumprimento prevê pagamento de multa de R$ 250 milhões.

O anúncio ocorre quase duas semanas após a Cia. Hering ter informado que recusou uma proposta não solicitada de fusão feita pela Arezzo (ARZZ3).

As companhias informaram em comunicado que avaliam a operação como transformacional no que tange a consolidação de uma plataforma de marcas no varejo de moda, ampliando o mercado endereçável total, conectando diferentes audiências e abrindo um novo espaço e avenida de crescimento dado o portfólio altamente complementar.

“A operação oferece oportunidades relevantes de geração de valor através da captura de sinergias operacionais entre as partes, principalmente no que tange o crescimento da receita e da margem bruta, como também através de maior eficiência em despesas e investimentos”, afirmaram as companhias.

As varejistas destacaram que as operações terão como pilares centrais: (i) utilização e difusão de uma cultura digital e implantação de produtos digitais do Soma Labs em todas as etapas da cadeia de valor de Hering; (ii) transferência de know-how entre pesquisa e desenvolvimento das marcas; (iii) fortalecimento da cadeia de fornecimento, com maior escalabilidade e capacitação industrial para produção verticalizada de algumas linhas de produtos das marcas atuais do grupo Soma; (iv) expertise em franquias sendo difundida para algumas marcas do grupo; (v) potenciais ganhos de eficiência tributária e operacional entre áreas e (vi) execução de colaborações (“collabs”) entre marcas utilizando do alto volume de clientes de Hering e do Grupo Soma.

O BR Partners atuou como assessor financeiro da Companhia, e a G5 Partners e o Banco Santander atuaram como assessores financeiros do Grupo Soma. Os escritórios de advocacia Machado Meyer e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados estão atuando como assessores legais da Companhia e do Grupo Soma, respectivamente.

Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos, destaca que, olhando para Hering, o Soma Labs em todas as etapas da cadeia de valor de Hering, além da difusão da cultura do Grupo Soma, pode ajudar e acelerar a virada da Hering, que é uma gigante da moda e que nos últimos anos não estava conseguindo virar a chave da sua operação.

Apesar dos possíveis ganhos no futuro, a avaliação é de que o grupo Soma pode ter oferecido um valor elevado pela empresa, segundo o analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos.

A empresa “pagou R$ 5,1 bilhões por uma empresa que valia R$ 2,7 bilhões em bolsa há poucos dias. A proposta da Arezzo deixou mais do que evidente que uma elevação na oferta seria necessária. Porém, o Soma, através de uma forte diluição para os acionistas atuais, precisará demonstrar ao mercado que vai conseguir emplacar uma reestruturação forte de digitalização e rentabilidade na Hering para fazer jus a tal valor desembolsado”.

Fonte: Infomoney