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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 28 de maio de 2019 às 16:15
O acordo de compra da Netshoes pelo Magazine Luiza ainda não está concluído, portanto outras propostas são possíveis de serem analisadas pelos acionistas da varejista on-line. Apesar de o Cade, o conselho de defesa da concorrência, ter aprovado a operação, como informado hoje, isso não significa que o negócio estava finalizado.

O Magazine Luiza fez uma oferta de compra semanas atrás e que ainda depende de aprovação em assembleia de acionistas da Netshoes, marcada para dia 30. O Cade avaliou a transação porque o órgão tem que analisar as operações antes de sua conclusão.

Por conta desse cenário, e como determina o próprio acordo do Magazine com a Netshoes, potenciais interessados podem aparecer, e a Centauro pode apresentar sua proposta, como ocorreu, com prêmio de 40% sobre a oferta do Magazine Luiza.

Sócios da empresa que já declararam apoio à proposta do Magazine (o fundador Marcio Kumruian, o seu primo Hagop Chabab e a empresa de investimentos Tiger), por determinação contratual, precisam manter apoio nesta assembleia de acionistas que deve votar a proposta do Magazine, no dia 30 de maio.

Segundo uma fonte próxima à Centauro, a empresa considera a compra da Netshoes vantajosa do ponto de vista do braço digital e da possibilidade de criação de um negócio menos concentrado apenas na moda esportiva.

A operação da Netshoes pode ser fundamental dentro da estratégia da Centauro de criar um negócio "omnichannel", ou seja, operação integrada em diferentes canais -- físico e on-line.

É fato que a Centauro vem trabalhando de forma mais pesada nesse braço "omnichannel", e a Netshoes, com uma operação on-line mais madura, pode acelerar esse processo -- a Netshoes vendeu R$ 1,8 bilhão no ano passado pelos seus sites.

Além disso, a fonte lembra da força das marcas de moda, acessórios e perfumaria da Netshoes, por meio de marcas como a Zattini e a Shoestock. Ambas atuam num mercado maior que o da Centauro, marca ainda muito identificada com a venda de produtos esportivos.

"A compra da Netshoes abriria toda uma nova avenida de negócios a serem explorados", diz a fonte.

Com a Netshoes, a Centauro ganharia escala, com a incorporação de novos contratos da indústria de itens esportivos e de moda feminina, e passaria de uma receita líquida de R$ 2,3 bilhões ao ano para R$ 4,1 bilhões anual. Com isso, se tornaria um competidor de moda mais forte neste segmento.

Nesse sentido, quem pode perder é a indústria de produtos esportivos, que passa a operar num mercado mais concentrado no varejo on-line.

Semanas atrás, como o Valor noticiou, uma fonte ouvida disse que a Centauro teria desistido de avançar numa negociação com a Netshoes por entender que não seria necessário adquirir uma nova marca, com claras dificuldades financeiras, como a Netshoes, para dar um salto no mercado.

Fonte: Valor Econômico
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 28 de maio de 2019 às 16:11
O Brasil é o oitavo país do mundo a receber um centro de inovação da P&G. 

O Centro de Inovação para América Latina recebeu R$ 200 milhões em investimentos e está instalado no chamado Campus Louveira, onde funcionam também uma fábrica e um centro de distribuição da companhia. Trata-se de uma localização estratégica, inclusive nas proximidades da Unicamp, uma das principais universidades do país. No espaço, dedicado à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos, embalagens e processos produtivos, trabalham 150 cientistas de dez diferentes nacionalidades, com a missão de ouvir, vivenciar e entender desejos e necessidades do consumidor brasileiro e latino-americano. O objetivo é que o trabalho realizado por lá resulte na entrega de soluções sob medida, realmente pensadas para as necessidades, hábitos e características das diferentes famílias que consomem as marcas da P&G.

A escolha do Brasil para abrigar o 14o centro de inovação da empresa em todo o mundo reforça a importância do mercado nacional nos negócios da P&G. “Em momentos de crise, muitas empresas deixam de investir em inovação. Mas não é isso o que acontece aqui na P&G. Nó seguimos investindo em qualidade, em produtos inovadores, e reforçamos nosso compromisso com o desenvolvimento das categorias nas quais atuamos”, declarou Juliana Azevedo, Presidente da P&G Brasil.

Com o apoio da mais avançada tecnologia, uma série de pesquisas e testes já estão sendo realizados para as unidades de cuidados com bebês, beleza, casa e higiene, produtos femininos e oral care. Os laboratórios contam com recursos como impressora 3D, simuladores para testar produtos, além de soluções como internet das coisas (IoT) e inteligência artificial.

Foco na inovação em produtos

Para garantir alta assertividade nas pesquisas, foi montada também uma “casa do consumidor”, com sala, quarto, banheiro e lavanderia. André Felicissimo, vice-presidente de vendas da P&G no Brasil, explica que a ideia é que o consumidor se sinta como estivesse na casa dele, utilizando produtos com naturalidade e revelando informações importantes sobre seus hábitos. Por essa razão, o espaço não está ambientado como uma casa de luxo, mas como um domicílio com características próximas à realidade da maioria dos brasileiros. Como resultado, os pesquisadores obtém informações relevantes sobre hábitos e preferências na utilização, com grande nível de detalhamento: é possível até mesmo saber a quantidade exata utilizada de produtos como shampoo, o que pode trazer insights para novas fórmulas, mudanças em embalagens, entre outras possibilidades.

“O foco aqui é inovação em produto. Desde pequenas adaptações até grandes novidades”, resume André Felicissimo, em entrevista exclusiva para SA Varejo. Um exemplo é o novo Ariel Classico, com fórmula mais acessível e um pouco mais diluída, que foi criado em Louveira com foco total no consumidor brasileiro.

O vice-presidente de vendas destaca que a P&G só compete em categorias nas quais há espaço para inovar e gerar crescimento. “Não queremos ganhar participação de mercado de uma ‘pizza’ parada. Nosso foco é fazer a ‘pizza’ crescer”, afirma. O executivo avalia que, por meio de forte desenvolvimento de categorias, há espaço para crescimento em torno de 80% nos segmentos de produtos em que a P&G atua. Como exemplo desse potencial, Felicissimo cita as escovas dentais, cujo consumo médio no Brasil é de 1,8 por ano, enquanto em países vizinhos chega a 2,5, e a recomendação de organizações de saúde é de 4 trocas por ano.

Proximidade dos varejistas

Ainda nesta semana, um grupo de varejistas será recebido para um tour pelo novo Centro de Inovação para América Latina da P&G. A intenção é que essa troca de ideias e experiências com o setor seja bastante frequente. “Queremos trazer nossos clientes aqui, mostrar comportamento do shopper/consumidor e, juntos, termos ideias que poderão ser qualificadas nas lojas deles”, afirma André Felicissimo. “O centro de inovação começa aqui, mas termina nas lojas de todo o Brasil. Precisamos de parceiros interessados em fazer com que as lojas também se transformem em centros de inovação, melhorando a vida dos consumidores e dos shoppers”, resume o executivo, convidando o varejo a estar aberto e receptivo à inovação.

Com 182 anos de vida, a P&G busca manter o “corpinho de 20” e um dos caminhos para isso é a adoção da mentalidade de startup. Com investimentos como o do novo centro de inovação, um lançamento que antes demorava dois anos para chegar às gôndolas agora pode ser viabilizado em nove meses. Para o futuro próximo, a ideia é reduzir ainda mais esse tempo.

Fonte: S.A. Varejo