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Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 06 de abril de 2021 às 10:47


Sintomas como angústia, ansiedade e medo persistentes indicam que é preciso fazer mudanças na vida.

Vivendo o pior momento da pandemia até agora no Brasil, muitas pessoas estão com a sensação de cansaço extremo, seja na vida pessoal ou na profissional. É sabido que o estresse contínuo e intenso é muito perigoso, e hoje vivemos em um cenário de muita preocupação, de luto coletivo, incerteza e da percepção de um tempo em suspenso.

Um convívio prolongado com uma pandemia acarreta exaustão emocional, a percepção de perda total de controle e a impossibilidade para investir e projetar-se no mundo.

Por outro lado, o trabalho remoto, adotado de forma repentina pelas empresas devido ao contexto pandêmico, hoje vem mostrando que, se não for bem administrado, pode levar, em casos mais extremos, à síndrome de burnout, que é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema relacionada ao trabalho.

As reuniões em videochamadas, por exemplo, ilustram bem essa situação. O tema foi estudado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que cunharam o termo “fadiga de zoom”. Segundo os pesquisadores, a exposição excessiva às videochamadas pode causar fadiga, dores de cabeça, depressão e crises de ansiedade.


Cansaço extremo: quando buscar ajuda profissional

Intensidade e frequência são excelentes termômetros de percepção para avaliar se uma pessoa chegou ao limite pois, nesse contexto pandêmico, todos estamos acometidos por muitos sintomas como angústia, ansiedade e medo, por exemplo.

Contudo, é preciso diferenciar aqueles indícios que são transitórios ou aquilo que denota um adoecimento. Para a psicóloga, psicoterapeuta e educadora parental Juliana Abulé, os sintomas transitórios oscilam, não são frequentes, são menos intensos e melhoram frente a uma notícia positiva, por exemplo, a vacinação.

Já o adoecimento acontece quando o sofrimento é constante e acaba atrapalhando a realização das tarefas diárias, sendo muito intenso e frequente. Esses são sinais de um sofrimento psíquico, de uma sobrecarga que pede uma pausa ou até mesmo uma ajuda profissional.

“Outro ponto de análise para saber se uma pessoa chegou no seu limite é perceber se está sempre com a corda esticada, sem conseguir afrouxar. Às vezes a gente deixa chegar num ponto tão extremo, que fica difícil a retomada e é preciso a intervenção de um profissional, então é preciso estar atento”, orienta a psicóloga.


Como encontrar o equilíbrio no trabalho?

Máscara de proteção, álcool gel para higienização e distanciamento social. Já sabemos de cor e salteado os protocolos de saúde para o combate ao coronavírus. Será que agora não é o momento também de falarmos dos protocolos emocionais?

Assim como o uso da máscara é uma obrigatoriedade, o cuidado psíquico também tem que ocupar esse lugar. É uma necessidade de oxigenação.

E a segunda onda desta pandemia está exigindo ainda mais cuidados com a saúde mental. Sim, estamos cansados, nervosos, preocupados, porém é possível treinar habilidades, criando alternativas e estratégias para que a gente possa lidar com isso.

“Esse tempo que a gente está vivendo não pode ficar em suspenso, em abreviação. Precisamos construir narrativas que deem sentido para tudo isso. Em tempos difíceis a gente sabe que se avança em pequenos passos, em doses homeopáticas. Então, faça o que se tem que fazer, pouco a pouco”, esclarece Juliana Abulé.

Existem ainda algumas dicas para que possamos nos munir de estratégias para garantir essa saúde mental. Confira algumas delas:
* Se atentar às notícias com muito cuidado, evitando ficar muito tempo exposto, focando excessivamente nas notícias ruins;
* Buscar informações confiáveis, pois as fake news trazem medos e ansiedades absolutamente evitáveis;
* Não criar tensões desnecessárias sobre aquilo que está fora do controle;
* Adequar expectativas;
* Fazer o gerenciamento de tempo, planejar-se.


E, no trabalho, por mais que a rotina esteja mais extenuante, é possível fazer pequenos planejamentos, permitindo ajustes de acordo com a realidade, vivendo o presente para dar conta desse momento e desse contexto que todos estamos vivendo.A busca pelo bem-estar também é necessária

Nesse tempo de isolamento social, buscar sentidos nesse cotidiano e usar a criatividade no dia a dia é essencial, pois é ela que nos ajuda a passar bem nesse momento de pandemia.

Para Juliana Abulé, os pensamentos negativos consomem muita energia, então é preciso buscar atitudes simples e seguras que amenizem o sofrimento. Ela lista diversas atividades que ajudam a reduzir a ansiedade:
* Engajar em atividades que ajudem ao próximo e de sentido à vida;
* Conservar a saúde física, através de exercícios;
* Não relegar o lazer;
* Baixar aplicativos que ajudem a praticar a meditação;
* Não deixe de conversar. Nesse tempo de isolamento, por mais que precisemos nos distanciar, apostar na conversa com alguém que você goste, mesmo que seja de forma virtual, por telefone ou videochamada, é importante para manter o prazer dos relacionamentos sociais;
* Ocupe-se com um hobby. Reformas, decoração, jardinagem, praticar o que gosta e cozinhar são alguns exemplos;
* Faça novas experimentações, permita-se resgatar ou redescobrir vivências.


“Tempo para se cuidar e se permitir: eu acho que isso é fundamental. Tudo bem não estar bem, eu acho que a gente permitir e entender que muitas vezes não estaremos bem e que é preciso buscar ajuda, seja com essas dicas e com tantas possibilidades que façam sentido, se permitir não estar bem também é um passo importante de autocuidado”, esclarece a psicóloga.

Viktor Frankl, neuropsiquiatra austríaco que chegou a ser prisioneiro em um campo de concentração nazista, descreve em seu livro “Em Busca de Sentido”, que, no campo de concentração, aqueles que tinham um propósito maior para sobreviver aguentavam condições adversas por mais tempo.

E isso traduz um pouco o fato de que quando uma pessoa percebe significado até no sofrimento, por ter um propósito, consegue suportar melhor a situação. E para você, qual é o seu propósito?

Fonte: Consumidor Moderno
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 06 de abril de 2021 às 10:43


Quando realizada da maneira correta, a colaboração em equipe é uma força propulsora para alinhar um grupo de pessoas e atingir um objetivo comum, da maneira mais eficiente possível. No entanto, até as melhores colaborações, repletas de membros de equipe inteligentes, capazes e experientes podem sofrer. Realizados de forma errada, os projetos colaborativos podem soar como uma perda de tempo onde as pessoas passam mais tempo falando sobre como fazer as coisas do que, de fato,  executando-as.

Nos dias atuais, durante a pandemia, a colaboração está particularmente mais difícil. A colaboração orgânica é quase impossível quando o trabalho é remoto. Obter informações sobre os projetos mais recentes e novos experimentos interessantes – ou saber se um projeto está passando por dificuldades – podem facilmente ser conversados nos bate-papos de corredor, mas essas oportunidades não irão acontecer em ambiente remoto a não ser que seja proposital.  Além disso, a colaboração não é eficaz quando você vagamente e esporadicamente envia mensagens de textos com iniciativas, mas não dispõe de uma abordagem estruturada para responder a questões importantes, alinhar os membros da equipe e norteá-los para o objetivo. Para que a colaboração de equipe funcione no modo remoto, você e seus colegas precisam ser claros e estratégicos em como irão colaborar.

A logística da colaboração não é o único obstáculo que membros da equipe enfrentam. O tempo também é importante. Muitas pessoas estão com trabalho extra por conta das complexidades da Covid-19 e da interrupção nas contratações, e as agendas estão mais heterogêneas do que nunca, conciliando o home office e a educação dos filhos com aulas a partir de casa. Como unir os membros da equipe e fazê-los dedicar tempo e atenção ao seu projeto?

Como coach em gestão do tempo, sei que, para ser mais eficiente no trabalho, é preciso ter um objetivo e dedicar a ele cada minuto precioso. Veja como colaborar com a equipe de maneira correta, mesmo que você esteja enfrentando desafios relacionados à pandemia e ao trabalho remoto.


Faça reuniões com frequência

Caso você precise discutir, estabelecer uma visão, acertar as funções, concordar com as metas ou promover outras discussões criativas e estratégicas, uma reunião provavelmente será a maneira mais eficaz de realizar essas tarefas. Pode ser tentador acrescentar uma reunião recorrente à agenda, mas quando puder, tente encaixá-la em reuniões já marcadas para não acrescentar mais coisas no dia das pessoas já com a agenda cheia. Por exemplo, é possível decidir que, uma vez por mês, a reunião de sua equipe adote um foco mais estratégico e não, prático. Prepare a pauta com antecedência e designe alguém para ajudar na reunião a fim de manter o grupo trabalhando e conduzir a tomada decisão. Peça, também, para alguém tomar notas e encaminhe para os stakeholders, assim você não precisa desperdiçar um tempo valioso em outra reunião futura acerca do mesmo assunto .


Compartilhe documentos

Se você precisar de feedback sobre o material, e não há problemas se a comunicação ocorrer de forma assíncrona, compartilhe o documento. É possível fazer isso pelo Google Docs, Teams, Slack ou qualquer outro serviço de compartilhamento de arquivos aprovado pela sua organização.

Ao usar esse método, não se esqueça de estabelecer um prazo para a revisão, habilitar o controle de alterações e ser claro com relação a exatamente o que você precisa dos revisores do documento. É preciso que tudo seja autoexplicativo; dessa forma, se o seu colega analisar o documento depois de colocar os filhos na cama à noite (e não puder conversar com um colega da equipe naquele momento), ele não precisará de nenhum esclarecimento.


Trabalhe “lado a lado”

Se você já retornou ao escritório – ou nunca saiu dele – o trabalho lado a lado pode acontecer de forma natural. No entanto, para alguns dos meus clientes de coaching que trabalham remotamente, identifiquei uma tendência para o trabalho “virtual lado a lado”. Isto significa, em uma videochamada, trabalhar  junto com seu colega num projeto específico compartilhado. Dessa forma, você pode parar e fazer uma pergunta ou pedir opinião sempre que não conseguir ir adiante. Uma vez que a pessoa já está “lá” trabalhando em algo parecido, a colaboração pode evoluir suavemente. Essa estratégia também é eficaz caso você se descubra evitando realizar alguma tarefa difícil no trabalho. A pressão positiva do colega, alguém que está fisicamente presente com você, e espera que você realize uma determinada tarefa naquele espaço de tempo, pode ser um bom incentivo para ajudá-lo a superar a negação da proximidade.


Envie mensagens

Embora as ferramentas de chat colaborativas como o Slack, Teams e Flock, sejam extremamente populares e, em geral, vistas como o “segredo” para a colaboração de equipe, lembre-se de que elas estão trabalhando por você, e não você, para elas. Estabeleça a frequência e a duração do seu engajamento com os canais apropriados. Para alguns de meus clientes de coaching, essa duração é de somente dez minutos por dia, para passar os olhos sobre as mensagens mais importantes. Para outros, é como verificar mensagens várias vezes ao dia, ou deixar o programa de mensagens sempre ativo, exceto quando precisam estar extremamente concentrados. E caso você ache que não consegue solucionar um problema através do chat, troque a conversa por uma ligação telefônica. Assim, você tem mais controle sobre o seu tempo, e a equipe toda saberá melhor quando receberá notícias suas.

A ideia por detrás da colaboração de equipe não é tornar você sempre disponível, mas sim, ter a certeza de que você e sua equipe estão alinhados nas metas e em andamento para atingi-las. Se você colabora com intencionalidade e foco, é possível colaborar de longe, mesmo quando  tem um grande volume de trabalho a fazer.

Fonte: Harvard Business Review