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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 15 de dezembro de 2020 às 10:13


Como você posiciona a sua marca para o mundo?

A partir da criação de uma identidade para a sua marca você consegue se diferenciar da concorrência, saindo da guerra de preços e conseguindo construir um negócio verdadeiramente lucrativo e saudável para o longo prazo. Nas palavras do CEO e Fundador da Amazon, Jeff Bezos:

“Sua marca é o que as outras pessoas falam sobre você, quando você não está na sala.”

Sendo assim você precisa de uma identidade forte, para que sua marca seja lembrada de forma positiva pelos clientes.
É uma marca forte que separa a Apple de outras empresas de eletrônicos, a Nike de outras empresas de artigos esportivos e a Disney de outras empresas de entretenimento. A partir de uma marca forte você consegue fazer com que o seu cliente ignore completamente a concorrência. Afinal ele não quer simplesmente o seu produto, mas sim tudo o que vem junto com a sua marca.

Com uma marca forte a sua empresa deixa de ter clientes e passa a ter fãs, que vão falar sobre você e estão dispostos a comprar mais vezes os seus produtos, ainda que eles sejam mais caros que as outras soluções do mercado.


O Prisma de Identidade de Marca de Kapferer

Para definir a identidade da sua marca de forma estratégica, uma ferramenta que você pode utilizar é o Prisma de Kapferer.

Este método considera os sinais emitidos pela marca para seu público e a caracteriza através de seis elementos difundidos entre quatro aspectos: Emissor Construído x Destinatário Construído, e Exteriorização x Interiorização.

Confira a imagem abaixo, que mostra o Prisma de Kapferer da Nespresso:

Agora, vamos entender separadamente, como utilizar cada um dos 6 atributos do Prisma.

Aspecos físicos

Aqui entram as características tangíveis da sua marca.

Você precisa se preocupar, por exemplo, com a embalagem do seu produto, os pontos de venda e o próprio produto em si. Você precisa pensar o que quer passar para o seu cliente quando ele entrar em contato direto com a sua marca.

No caso da Nespresso, fica aparente a grande preocupação que a marca possui com o design. Todo o ambiente da loja e os produtos são pensados para criar um ambiente confortável, mas que motive o cliente a agir – ainda que para tomar uma xícara de café.


Personalidade

A personalidade da marca são aquelas características humanas que a sua empresa possui. Você precisa pensar como a sua marca seria se ela fosse uma pessoa.
Alinhe a personalidade da sua marca com o público que você quer atingir, de modo que seus clientes se sintam representados por você. É a partir da personalidade que você vai criar o tom de voz da sua marca.

Sabendo que a personalidade são as características humanas da sua marca, ela também será essencial para você decidir os seus influenciadores. Essas pessoas serão os seus representantes e por isso, precisam ter uma personalidade alinhada com a marca.
No caso da Nespresso, a empresa tem uma personalidade reservada e forte, que conecta muito bem com o público executivo.


Relação

A relação é a forma como a sua marca se comunica com os seus stakeholders – principalmente com o cliente.
A partir da forma como você busca se relacionar com o seu cliente, será possível montar a comunicação do seu time de vendas e a cultura de atendimento da sua empresa. 

Por exemplo, se você é uma marca mais voltada ao público jovem, seus vendedores podem se comunicar com mais gírias e memes.
No caso da Nespresso, a relação com os clientes está no hobby, pois eles são realmente apaixonados pela marca e pelo café. A relação com o cliente é sempre feita lembrando do prazer de se tomar um bom café.


Cultura

Aqui entram os valores que regem o comportamento da sua marca.
A cultura está diretamente relacionada com o ambiente interno da empresa. O time deve estar alinhado com a cultura, que está diretamente alinhada com os desejos e valores dos executivos da empresa.

Também é a cultura que vai traçar as estratégias de longo prazo da sua empresa e o seu “sonho grande”.
Na Nespresso, a cultura é altamente focada na inovação e sofisticação, buscando sempre novas tecnologias, com muita qualidade.


Reflexo

Como o seu cliente quer ser visto?
É importante você pensar não só a forma como a sua marca se posiciona para os seus clientes, mas também como os seus clientes querem ser vistos pelo seus amigos, familiares, parentes e conhecidos.

Sabendo o que eles querem passar, fica mais fácil para você traçar a sua estratégia de comunicação.
Voltando ao case da Nespresso, os clientes da empresa buscam se mostrar estilosos, o que está diretamente ligado a importância que a marca dá para o design.


Mentalização

Quais sentimentos você quer passar ao seu cliente quando ele usa os seus produtos?
Em toda a sua comunicação você precisa já despertar esses sentimentos, para que o cliente comece a criar uma relação com a sua marca. É o lado emocional que vai atingir os desejos mais profundos que o seu cliente tem, para convencê-lo a comprar o seu produto.

Quando alguém compra uma máquina Nespresso, a pessoa se sente parte de um clube seleto, criando um sentimento de comunidade. Os produtos da marca também são símbolos de status, o que está diretamente relacionado ao seu público alvo.


Como usar o Prisma de Identidade de Marca de Kapferer?

Agora que você já entendeu as diferentes partes do prisma, chegou a hora de usá-lo na sua empresa.

E aqui o segredo está em se juntar com seus sócios ou colegas e montar um brainstorming, se fazendo diversas perguntas, como:
Como minha marca quer ser conhecida?
Com qual tom de voz eu quero me comunicar?
Qual o meu propósito?
Onde eu quero chegar?
Se a minha marca fosse uma pessoa, como ela seria?
O que eu quero despertar nos clientes?

Basicamente, pergunte muito, discuta cada uma das questões apresentadas e as respostas referentes a identidade da sua marca vão começar a aparecer. Depois, complete o prisma e pense como aplicar tudo o que está ali na prática.

Torne o que está escrito no prima a identidade da sua marca, de verdade. Esta identidade será de grande importância para traçar os seus posicionamentos e estratégias no futuro. E lembre-se sempre que o seu objetivo não é simplesmente o lucro do próximo mês, mas sim construir uma marca forte, com uma legião de fãs apaixonados por você – ainda que seja necessário sacrificar resultados de curto prazo para isso.

Fonte: Gestão 4.0
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 15 de dezembro de 2020 às 10:06


Para especialistas, a falha de ontem, na verdade, sinaliza como estamos cada vez mais dependentes de poucas empresas.

Estudante do segundo ano do ensino médio, Anna Júlia de Lima Cabral tinha um compromisso decisivo às 9 da manhã de ontem: encarar uma prova online de História. Em recuperação, ela precisava tirar nota 7 para passar de ano. Para a sua apreensão, a avaliação não ocorreu, pois o sistema do Google em que a prova aconteceria estava fora do ar. A estudante de Natal (RN), porém, não estava sozinha, e percebeu junto com milhares de outros usuários o quanto depende da empresa.

Na manhã de ontem, praticamente todos os serviços do Google passaram cerca de 45 minutos fora do ar em diversos países do mundo – as reclamações vinham de Índia, África do Sul, Europa e até Estados Unidos, onde o problema ocorreu antes das 7 da manhã.

No Brasil, começou às 8h47 da manhã. Usuários passaram a reportar em suas redes sociais que Gmail, Drive, YouTube, Meet, Play Store e outros serviços da empresas estavam fora do ar – só a ferramenta de buscas passou ilesa. Às9h30, os serviços começaram a voltar.

Cerca de quatro horas e meia depois, o Google apresentou explicação e afastou os temores iniciais de que um mega ataque cibernético teria sido a causa.

“O Google sofreu uma queda em seu sistema de autenticação em razão de um problema de gestão interna da cota de armazenamento. Os serviços que requerem login de usuários apresentaram altas taxas de erro durante esse período”, diz parte da nota da empresa.

Em outras palavras, o mecanismo de usuário e senha teve um problema em como o espaço dedicado a ele dentro da infraestrutura do Google é administrado.

Isso fez com que o sistema fosse desativado. A maioria dos serviços do Google exige login e senha, o que explica a pane generalizada. A empresa afirma que continua investigando o problema para que ele não se repita.


PREJUÍZO

É difícil calcular o tamanho do prejuízo que 45 minutos de pane no Google podem causar – no dado mais recente, a empresa informou que tinha 1,5 bilhão de contas no Gmail, o que mostra o alcance nos segmentos corporativos e educacionais.

Porém, o Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec) afirma que, se o consumidor se sentiu lesado ou sofreu algum prejuízo objetivo, ele pode encaminhar a reclamação à empresa e recorrer ao Procon e à Justiça.

“Não é porque o serviço é aparentemente gratuito que a empresa não tenha de ressarcir pelos danos”, explica Diogo Moyses, coordenador do programa de Telecom e Direitos Digitais do Idec.


DEPENDENCIA

Para especialistas, porém, o problema vai além do dano causado por este episódio. A falha de ontem, na verdade, sinaliza como estamos cada vez mais dependentes de poucas empresas.

“O Google conseguiu criar uma infraestrutura computacional nas nossas vidas”, explica Diogo Cortiz, professor da PUC-SP. Para ele, estamos tão envolvidos com esses serviços que é difícil não se tornar altamente dependente deles.

“Creio que esse caso servirá como mais um ponto a favor dos debates de regulação sobre as grandes empresas de tecnologia”, explica Vivaldo José Breternitz, professor da Universidade Mackenzie. As gigantes, como Amazon, Google, Facebook, Apple e Microsoft, estão na mira de reguladores americanos e europeus.

Embora o debate de regulação tenha origem nos poderes econômicos e políticos, Breternitz lembra que a pane do Google reforça também a dependência técnica. “Se a infraestrutura de uma única dessas gigantes falha, muita gente e muitos negócios são afetados”, diz ele.

Teve gente, porém, que curtiu a dependência. A prova de história da Anna Júlia foi adiada para sexta. “Gostei do adiamento. Dá para reforçar a matéria”.

Fonte: Infomoney