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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 23 de janeiro de 2018 às 12:19
Em um ano de instabilidade política e econômica, repleto de feriados e com Copa do Mundo, como empreender? A consultora jurídica especializada em relacionamento de redes Melitha Novoa Prado dá as dicas

2018 será um ano bem brasileiro: muitos feriados, Copa do Mundo e eleições presidenciais marcarão o calendário, que já está preocupando quem tem negócio próprio, afinal, o varejo sofre nestas datas específicas.

Melitha Novoa Prado, consultora jurídica especializada em relacionamento de redes, elencou cinco cuidados e cinco desafios para o varejo, os empreendedores e as franquias em 2018. Acompanhe:

Cuidados:

1)  A Economia ainda é inconstante, principalmente por conta das influências políticas externa e interna – Enquanto os Estados Unidos implantam uma reforma tributária que, se não agrada a todos, ao menos, auxilia no controle fiscal e mantém o PIB em crescimento, no Brasil, o cenário econômico é muito instável, ainda. As taxas de juros estão controladas e até em níveis mais baixos, mas, a demora em aprovar as reformas necessárias para controlar os gastos públicos – como a fiscal, previdenciária e tributária – já fizeram com que agências como a S & P rebaixassem a nota brasileira na escala de investimento. Esse reflexo se dá, no mercado interno, como menos investimento circulando, poucas opções de financiamento e empreendedores com baixo fôlego para abrir novos negócios.

2)  As eleições, no Brasil, são uma incógnita – Estamos às vésperas das eleições presidenciais e ainda nem bem sabemos quem serão os candidatos e suas propostas. Essa volatilidade cria um temor do mercado e uma retração dos investidores, afinal, é preciso esperar para investir apenas depois do cenário ser desenhado, porque o rumo da Economia só é determinado com uma nova equipe.

3)  Existe uma percepção de que há mais dinheiro no mercado. Mas, ela é falsa – Apesar de o varejo ter sentido uma alta no consumo neste natal, não podemos nos enganar: ainda é cedo para dizer que a Economia está aquecida. Essa sensação de que há mais dinheiro circulando é falsa: houve o momento do saque do FGTS e o 13º salário, que ‘animaram’ o consumidor. Mas, são liberações pontuais, que devem acabar.

4)  O varejo sofre com o excesso de feriados e a Copa do Mundo – Não tem jeito: feriados e a Copa do Mundo prejudicam o varejo, porque as vendas caem. É preciso preparar-se para um ano que parecerá mais curto e menos lucrativo.

5)  Há excesso de profissionais disponíveis no mercado, pela alta do desemprego. Mas, poucos são qualificados – Quando surge uma vaga de emprego, o contratante, provavelmente, recebe um grande número de currículos. O desemprego está em alta. Porém, a seleção precisa ser muito bem feita, já que, ao mesmo tempo em que há muita gente disponível, há poucos profissionais qualificados. E capacitar é caro e leva tempo. Contratar errado pode ser um problema sério para o varejo.

Desafios:

1)  Estruturar plano de crescimento estratégico – Com pouco dinheiro para investir, os varejistas e as franqueadoras precisarão de muita energia, criatividade e inovação para crescer. É necessário formar parcerias e ter profissionais-chave nas equipes, que consigam ser realmente estrategistas, para não errar nos objetivos de crescimento da empresa.

2)  É imprescindível ser digital – A comunicação, os softwares, os treinamentos, nada mais sobrevive longe do mundo digital. O desafio das empresas, hoje, é equilibrar o uso da tecnologia, que facilita a vida e reduz custos, com o contato humano, que não pode ser perdido, ainda mais nas relações de rede.

3)  Gerir os conflitos dentro de casa – Em se tratando das franqueadoras, é necessário aprender a administrar os conflitos de dentro para fora. A Mediação ajuda muito nesse processo. Não terceirizar o conflito é um fator importante para que as relações entre franqueador e franqueado sejam próximas e duradouras, porque, assim, eles solucionam os problemas que aparecem e têm continuidade na relação.

4)  Melhorar e aprimorar o processo de seleção – Essa é a forma de evitar conflitos futuros. Parece que, sempre, precisamos bater na mesma tecla: o franqueado selecionado de maneira errada trará problemas à rede no futuro. E, repito, a culpa não é do franqueado, quem precisa de total atenção a esse perfil é o franqueador, porque ele tem muito mais condições de avaliar quem pode ou não pertencer à rede.

5)  Ampliar a assistência ao franqueado e apostar na inovação por meio do compartilhamento de ideias – O suporte à rede franqueada é o diferencial das franquias de sucesso. Entendo como suporte desde a criação de novos produtos e serviços até a logística, os treinamentos, os manuais, o marketing, enfim, é todo um conjunto de ações que mantêm a rede equilibrada e, principalmente, profissionalizada. É preciso criar fóruns de discussão regionais, conselho de franqueados e até grupos para brainstorming, para que os franqueados sintam-se à vontade em opinar, em trazer inovações à rede. Essa maneira de captar ideias, de compartilhar conhecimento precisa ser permanente e constante, porque é da ponta, do contato com o cliente que vem esta importante parceria.

Fonte: ABF
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 16 de janeiro de 2018 às 21:04
As turbulências políticas e econômicas internacionais, as consequentes oscilações cambiais e os problemas estruturais do sistema produtivo brasileiro não foram suficientes para segurar as exportações de calçados em 2017. No período, e com grande esforço em promoção de produto, comercial e de imagem, os calçadistas embarcaram 127,13 milhões de pares que geraram US$ 1,09 bilhão, 9,3% mais do que em 2016 e o melhor resultado financeiro desde 2013 (quando foi de US$ 1,095 bilhão). Já o resultado físico ficou apenas 1,2% acima do registrado em 2016, o que demonstra um encarecimento do produto brasileiro, especialmente, em função da desvalorização da moeda norte-americana registrada ao longo do ano passado. Segregando apenas o último mês do ano, foram embarcados 17,27 milhões de pares por US$ 116,88 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-3,8%) quanto em receita (-8,7%) no comparativo com mesmo mês de 2016.

Para o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, os resultados poderiam ser melhores não fosse a oscilação cambial. “Chegamos a ter um câmbio próximo a R$ 3,40 durante o ano, valor que caiu à casa de R$ 3,20. Evidentemente que teve reflexo no preço do nosso calçado, que ficou mais caro para o comprador estrangeiro. Iniciamos o ano com preço médio de US$ 7 e encerramos comercializando a quase US$ 9”, comenta o executivo, para quem, no entanto, o câmbio não pode ser encarado como um fator de competitividade, mas sim como um compensador das perdas ocasionadas pelo oneroso custo de produção brasileiro. “Infelizmente, os nossos principais concorrentes estão muito à frente no quesito carga tributária, logística e custos de produção em geral, o que faz com que percamos competitividade”, avalia.

Heroísmo

Segundo Klein, o exportador brasileiro foi “heroico” em 2017, trabalhando estratégias diferenciadas para atração de compradores, com produtos de maior valor agregado e que concorram não apenas no preço, mas em qualidade. “Se o exportador competir no preço, está com dias contados. Nisso, os asiáticos são imbatíveis. Por isso é importante fazermos a lição de casa, melhorar as condições de produtividade do portão para dentro da fábrica e esperar menos por mudanças econômicas e tributárias que, infelizmente, parecem distantes de ocorrer”, conclui o executivo.

Destinos

Em 2017, o principal destino do calçado brasileiro foi os Estados Unidos. Para lá foram embarcados 11,33 milhões de pares que geraram US$ 190 milhões, quedas tanto em pares (-14,4%) quanto em dólares (-14,2%) em relação a 2016. “O mercado dos Estados Unidos, que responde por cerca de 20% das nossas exportações, é muito sensível ao preço. O reflexo deste ano foi uma queda significativa. Perdemos espaços para calçados asiáticos”, lamenta Klein.

O segundo destino do calçado brasileiro em 2017 foi a Argentina. No período, os hermanos compraram 11,57 milhões de pares por US$ 147 milhões, altas de 22,1% e 31,7%, respectivamente, em relação a 2016.

O terceiro destino do ano passado foi o Paraguai, para onde foram embarcados 14,3 milhões de pares que geraram US$ 74,64 milhões, queda de 1,5% em volume e alta de 57,4% em receita no comparativo com 2016.

Maior exportador segue sendo RS

Respondendo por 41,4% do valor gerado com as exportações de calçados, o Rio Grande do Sul foi o maior vendedor internacional do produto em 2017. No ano passado, saíram das fábricas gaúchas 28,14 milhões de pares que geraram US$ 451,84 milhões, queda de 2% em volume e incremento de 3,6% em receita no comparativo com 2016.

O segundo maior exportador em receita – primeiro em volume – foi o Ceará. Em 2017, os cearenses embarcaram quase 50 milhões de pares que geraram 289 milhões, altas tanto em volume (4,8%) quanto em receita (7,2%) em relação a 2016.

Fechando o pódio dos exportadores de calçados, São Paulo embarcou 7,4 milhões por US$ 113,7 milhões, queda de 18% em volume e incremento de 5,5% em valores em relação ao ano anterior.

Importações 1,1% menores do que em 2016


As importações de calçados, embora tenham dado indícios de crescimento ao longo de 2017, encerraram o ano em declínio. No último mês do ano entrou no Brasil pouco mais de 1 milhão de pares por US$ 16,63 milhões, quedas de 38,7% e 31,7%, respectivamente, em relação ao mesmo mês de 2016. Com isso, o ano fechou com a importação de 23,8 milhões de pares por US$ 340 milhões, alta de 4,6% em volume e queda de 1,1% em receita no comparativo com 2016.

As principais origens foram Vietnã, de onde partiram 10,87 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 187,4 milhões (alta de 4,5% em volume e queda de 1,4% em receita no comparativo com 2016); Indonésia, que exportou 4 milhões de pares por US$ 65,67 milhões para o Brasil (quedas de 0,6% em volume e de 10,3% em receita em relação a 2016); e China, que enviou ao Brasil 5,6 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 31,18 milhões, quedas de 3,7% em volume e 13% em receita no comparativo com o ano anterior.

Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações chegaram a US$ 41 milhões, 0,1% menos do que em 2016. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.

Fonte: Abicalçados