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Gestão & Liderança Postado em segunda-feira, 04 de setembro de 2017 às 21:49
Por que buscar o extraordinário?

Muitas pessoas nos dizem: “Eu não quero ser extraordinário, só quero ser capaz de levar uma vida normal, em paz!”. Com todos os desafios da vida e tudo o que temos de fazer, é relevante perguntar por que deveríamos almejar o extraordinário.

Vamos lembrar o que queremos dizer com extraordinário. Trata-se de ir para a cama ao fim de cada dia com um sentimento de satisfação e realização. Trata-se de realizar aquelas coisas que agregam o máximo valor a seu trabalho e a sua vida.

Quando usamos a palavra extraordinário, não queremos dizer:

* Um padrão perfeccionista e impossível que você tenta atingir movido pela culpa.

* A maneira como outra pessoa acha que sua vida e seus dias devem ser.

* A satisfação de todos os caprichos dos outros em vez de fazer o que mais importa para você.

* O sentimento de que você precisa se destacar dos outros, competindo com eles.

Simplesmente nos referimos às coisas que, em nossa opinião, devem criar o maior valor em nossa vida neste exato momento.

Por que, então, usamos a palavra extraordinário? O termo implica algo fora do comum, algo não ordinário, não é mesmo? Sim. É isso mesmo.

Muitas pessoas levam a vida sem fazer uma pausa para esclarecer o que mais importa para elas e não alocam tempo para essas coisas. Em vez de tomarem decisões conscientes com base no esclarecimento do que mais importa, elas são controladas por atividades urgentes.

O que acaba acontecendo é que elas não têm um senso de satisfação no fim do dia. Ao contrário, sentem-se desconfortáveis e incompletas em relação à própria vida e ao que estão fazendo. Ficam se perguntando como podem levar uma vida tão ocupada e mesmo assim sentir que não realizaram nada. As pessoas em geral tentam abafar esses sentimentos levando uma vida ainda mais ocupada.

Primeiramente, deve-se definir o que mais importa e buscar atingir isso de maneira sistemática e consciente.

Quais são os papéis mais importantes que você tem na vida hoje?A vida acontece segundo as funções, ou seja, os papéis que assumimos. É por meio deles que desenvolvemos relacionamentos e que realizamos todas as atividades que fazem de nós seres humanos.

Os papéis são tão fundamentais para a identidade humana que, diante da pergunta “Quem é você?”, as pessoas sempre respondem no que se refere a papéis: “Sou engenheiro”, “Sou casado com a Jane”, “Sou ciclista”, “Sou um amigo”. Mesmo quando a resposta é uma lista de traços de personalidade, como “Sou tímido” ou “Sou uma pessoa que adora se divertir”, essas características sempre se manifestam no contexto dos papéis.

A ideia é manter todos eles em equilíbrio. O modo como cada um se expressa em sua vida afeta todos os demais papéis. Se você está passando por dificuldades no trabalho, por exemplo, isso pode afetar seu humor e seu comportamento em casa. Se algo está errado em sua vida pessoal, por sua vez, fica mais difícil ter sucesso no trabalho ou em outros papéis.

Nosso cérebro organiza as informações em categorias naturalmente, de modo que faz todo o sentido organizar a vida no que se refere a papéis.

Quantos papéis você tem em sua vida neste exato momento? Dez? Quinze? Você é um gestor? Um funcionário? Um líder de projeto? Um pai ou mãe? Uma filha ou filho? Um irmão ou irmã? Um vizinho? Um voluntário? Um ativista? Um arquiteto? Um artista? Um atleta? Um ambientalista? Um treinador? Um parceiro? Um sócio? E o que dizer do papel de cuidar de si mesmo? Quais são os diferentes papéis e relacionamentos de sua vida? Será que é realmente possível ser extraordinário em todos eles?

Uma das ações mais eficazes é estreitar o foco. Reserve um tempo para identificar alguns poucos papéis mais importantes de sua vida hoje, avaliar seu desempenho em cada um deles e determinar como seria atingir o sucesso em cada papel. Isso dará a seu cérebro as metas de que ele precisa para melhorar bastante as decisões que você toma todos os dias.

Quando você conseguir identificar seus papéis mais importantes, eles devem:

* Representar seus principais relacionamentos e responsabilidades.

* Ser relevantes para sua vida neste exato momento (não em algum momento no futuro ou em papéis que você acha que deveria ter).

* Ser significativos para você. Seus papéis têm de expressar seus valores mais profundos, suas aspirações mais elevadas e suas maiores contribuições.

* Imbuir sua vida de uma perspectiva equilibrada (por exemplo, eles não devem se limitar ao trabalho ou a sua vida fora do trabalho).

* Restringir-se a cinco a sete papéis.


Como vai seu desempenho?

Depois de identificar conscientemente os poucos papéis mais importantes de sua vida, o próximo passo é avaliar seu desempenho em cada um deles neste exato momento.

Seu desempenho é:

* Insatisfatório? “Não estou fazendo o que deveria fazer neste papel e não aloquei muito tempo ou energia para ele.”

* Ordinário?“Faço o que se espera neste papel.”

* Extraordinário? “Estou empolgado com minha valiosa contribuição neste papel.”

Observe algumas dicas interessantes:

* Comemore.Não deixe de celebrar os papéis nos quais você acha que está indo bem. Você deve se orgulhar deles.

* Avalie.Dê uma bela e corajosa olhada nos papéis nos quais você admite que está apresentando um desempenho insatisfatório. Aplique uma visão holística à situação. Como você vê a interação entre seu trabalho e sua vida pessoal? Eles estão equilibrados ou totalmente fora de controle? Seu desempenho em algum de seus papéis se destaca por estar desviando tempo, atenção e energia de algum outro papel importante?

* Valide. Você está certo de sua autoavaliação? Seria melhor perguntar para alguém? Temos visto pessoas que se consideram um marido, esposa ou companheiro extraordinários e levam um balde de água fria na cabeça ao pedir a opinião do parceiro. Uma bela dose de realidade, certo? É possível constatar ainda que os outros acreditam que você está tendo um desempenho muito melhor do que pensa. Também é bom saber disso. Aprofunde-se quanto quiser nessa etapa. Pedir a opinião dos outros no trabalho ou em casa pode ajudá-lo a conhecer o impacto que está causando e como melhorar, se quiser.

Esse recurso de classificação e reavaliação é um exercício mental importantíssimo que, sem dúvida, renderá bons frutos. Pode não ser fácil de fazer, e, em meio à correria do dia a dia, esse trabalho indispensável não raro é negligenciado. Como a maioria de nós acha que já tem uma boa ideia do próprio desempenho nesses papéis, costuma ser mais simples entrar no piloto automático e ignorar a necessidade de dar uma bela avaliada na realidade. Esse exercício ajudará a estabelecer os objetivos claros dos quais o cérebro anseia para ajudá-lo a atingir resultados melhores.

Equilibre seus papéis

Estabelecer o equilíbrio entre os papéis é especialmente importante em nossa vida nos dias de hoje, permeada pela tecnologia, que nos deixa sempre conectados, sempre acessíveis ao trabalho.

Nesse tipo de mundo, temos um portal aberto à nossa vida por meio das parafernálias que levamos sempre conosco. Esses dispositivos permitem que as pessoas nos telefonem – e até nos vejam! – e nos enviem e-mails ou mensagens de texto a qualquer momento, de dia ou à noite. Os únicos limites são os que nós mesmos criamos e negociamos com os outros.

Essa pode ser uma realidade bastante perigosa quando se trata de criar equilíbrio em nossa vida. No entanto, a tecnologia também pode ser libertadora quando temos uma definição clara de como os importantes papéis se encaixam em nossa vida como um todo.

Por causa da natureza criativa do trabalho do conhecimento, você pode ter as melhores ideias às 5h00 da manhã e ser menos produtivo às 14h00. Empresas e pessoas que se adaptaram a essa realidade dão menos valor ao tempo presencial no escritório, pondo mais ênfase nos resultados. Em algumas organizações que conhecemos, é totalmente aceitável que uma pessoa saia do escritório às 14h00 de uma quarta-feira para andar de bicicleta nas montanhas porque ela participará de uma videoconferência internacional das 18h00 às 22h30 em casa. Essa pessoa continua desempenhando seu papel no trabalho e ao mesmo tempo tem a liberdade de desempenhar o papel de cuidar de si. Por ter um conjunto claro de resultados e expectativas que negociou com os outros, não se sente culpada enquanto anda de bicicleta nem explorada ao participar da videoconferência.

Nesse caso, o equilíbrio não envolve passar oito horas no escritório e deixar o trabalho para trás quando a pessoa vai para casa. Também não é uma espécie de balança mecânica, na qual, quando um lado (ou papel) sobe, o outro deve necessariamente descer. Na verdade, faz mais sentido visualizar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal como os movimentos de um dançarino harmonioso ou de um habilidoso artista marcial. Nesse contexto, o equilíbrio é interativo e se mantém em constante movimento. Seu formato difere em momentos diferentes – às vezes rápido, às vezes lento, mas sempre centrado. É fundamental criar em sua vida uma relação harmoniosa entre todos os diferentes papéis que lhe dão um senso de satisfação e realização, tanto no momento como ao longo do tempo.

Fonte: Revista HSM
Varejo & Franquias Postado em segunda-feira, 04 de setembro de 2017 às 21:47
Fazer compras sempre foi, ao longo da história, uma experiência sensorial. O vendedor auxiliava o cliente na escolha dos produtos, atuando como “personal shopper”. O cliente avaliava a qualidade do produto com base em seu aspecto; pedia a opinião do vendedor ao provar uma roupa. A experiência de comprar não era apenas física, tátil; era emocional também.

Essa experiência tradicional e personalizada é difícil de reproduzir no ambiente online. À medida que mais empresas lutam para encontrar seu nicho junto ao consumidor moderno, elas se voltam para o uso de novas tecnologias a fim de recriar aquela experiência sensorial. Está surgindo o que eu chamo de “StoreHouse” — um modelo híbrido que une os benefícios materiais de uma loja física à comodidade do lar. Para aderir a essa mudança de mercado, as lojas de varejo terão de testar uma variedade de tecnologias e estratégias nas áreas de marketing, merchandising e cadeia de suprimentos. Veja como algumas marcas já estão fazendo isso:

Transformando o quarto no novo provador

Quando a fabricante de óculos Warby Parker surgiu em 2010, seus fundadores tinham um capital semente de US$2.500, além de uma impressionante formação em negócios. Graças à oportuna publicação de uma matéria na Vogue e a um conceito inovador — experimente óculos a preços acessíveis, virtualmente ou em casa, com frete grátis e possibilidade de devolução — a empresa obteve, num período de cinco anos, uma valorização de US$1,2 bilhão com as rodadas de financiamento da série A à D.

Outros se concentraram no desejo de escolha do consumidor. A Rent the Runway possibilita às clientes navegar pela sua coleção online de vestidos e emprestar um modelo por alguns dias, com a opção gratuita de um segundo vestido em numeração diferente. Recentemente, a Amazon anunciou um novo serviço, o Prime Wardrobe, que permite aos clientes selecionar de 3 a 15 itens de vestuário e experimentá-los por até sete dias, com frete grátis e devolução dos itens que eles optarem por não comprar.

Marcas como essas sabem que os clientes mais informados buscam a comodidade da compra online sem abrir mão da experiência que uma loja física lhes proporciona. Eu chamo essa tendência de “bracketing” — a compra de várias versões de um mesmo produto com a intenção de escolher a que mais agrade e devolver as restantes — basicamente transformando o quarto num provador. No futuro, mais marcas seguirão o exemplo da Amazon, Warby Parker e Rent the Runway, adotando o bracketing como uma oportunidade de conquistar a confiança dos clientes ao assegurar que eles encontrem os produtos certos.

Comprando virtualmente com a realidade aumentada

Ao contrário de óculos e roupas, certos produtos não podem ser experimentados e devolvidos com facilidade. Nas categorias de móveis e cosméticos, por exemplo, as lojas estão testando outros modos de oferecer experiências sensoriais. A IKEA acabou de lançar um aplicativo de realidade aumentada que permite aos consumidores visualizar e posicionar móveis virtuais em casa. A Sephora, veterana com experiência de 50 anos na indústria de cosméticos, permite aos clientes comprar facilmente de qualquer lugar com seu popular aplicativo Virtual Artist. Com esse aplicativo é possível experimentar mais de mil cores de blush por meio do upload de fotos, da realidade aumentada e da inteligência artificial.

Se um cliente consegue comprar móveis sem sair de casa ou experimentar blush sem manchar o rosto, imagine o que mais é possível! E se você pudesse comprar um anel de noivado apenas fazendo upload de uma foto da mão do seu parceiro, ou medir e posicionar uma peça de arte em sua sala de estar apenas usando o smartphone? Há um enorme potencial para reproduzir importantes experiências de compra do mundo real com o uso da realidade aumentada.

Melhorando a experiência do cliente por meio da logística

Descobrir e experimentar produtos é apenas uma parte da experiência de comprar; as lojas precisam oferecer opções de entrega adequadas à vida dos consumidores. Os clientes querem que os móveis da sala de jantar que eles escolheram usando o aplicativo de realidade aumentada da IKEA sejam entregues em casa sem complicação, com a mesma comodidade de chamar um Uber. Eles também querem opções. Se a Rent the Runway não pode entregar o vestido a tempo para o casamento do seu amigo, será que você pode buscá-lo na loja, então?

A complexidade que acompanha esse novo paradigma de vendas, em que cada lar é uma filial de loja, demanda um nível maior de sofisticação nas operações de retaguarda. As marcas que não tiverem uma estratégia bem elaborada de envio e entrega pagarão o preço — literalmente. Estima-se que o envio de uma embalagem do detergente para roupas Tide Pods de Atlanta a Oklahoma City custa às empresas cerca de US$11,44 — mais do que o próprio detergente.

No futuro, a gestão inteligente de estoque e a análise da cadeia de suprimentos poderão corrigir isso. Digamos que uma loja de móveis queira enviar uma cômoda de Chicago a Los Angeles. Isso leva cinco dias a um custo de US$50. A transparência na cadeia de suprimentos pode revelar que uma loja em Santa Mônica acabou de receber aquela cômoda e pode entregá-la hoje por US$25. Um modelo de entrega pautado pela eficiência e boa comunicação produz o mesmo efeito que um vendedor sorridente ao embalar o produto do cliente — uma agradável experiência que gera fidelidade.

No decorrer dos últimos 20 anos, a internet se tornou a porta da frente das lojas. Agora, esse ponto de entrada está rapidamente migrando para os dispositivos móveis, sobretudo com o advento dos assistentes pessoais ativados por comandos de voz e outros dispositivos com acesso à internet. Novas tecnologias estão ajudando as marcas inovadoras a tornar essa transição mais fácil, à medida que os consumidores trocam os shopping centers pela experiência de trazer as lojas para dentro de casa. As empresas que não descobrirem um modo de realizar um casamento feliz entre a experiência de showroom que se espera encontrar numa loja e a comodidade da compra online feita no conforto do lar serão deixadas para trás.

Fonte: HBRB