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Estratégia & Marketing Postado em quarta-feira, 14 de maio de 2025 às 10:12

Serviço de streaming nos EUA integra compra e entretenimento com o Shop the Show.

Comprar enquanto assiste a um filme ou série deixou de ser uma ideia futurista e virou realidade nos Estados Unidos. A Amazon lançou o Shop the Show, funcionalidade do Prime Video que permite a compra de produtos diretamente pela plataforma, sem que o espectador precise interromper o que está assistindo. É a convergência definitiva entre entretenimento e consumo da experiência.

Imagine ver um item de decoração, uma peça de roupa ou acessório usado por um personagem e, com poucos cliques, adquirir o produto ali mesmo, em tempo real. É exatamente essa a proposta do Shop the Show. A ferramenta já está disponível em mais de 1.300 títulos, entre conteúdos originais e licenciados de alto apelo popular, como Barbie, Fallout, Star Wars, The Summer I Turned Pretty e Wicked, da Universal Studios. Eventos esportivos ao vivo, como NASCAR e a National Women’s Soccer League, também fazem parte do catálogo compatível com a tecnologia.

O recurso funciona tanto na TV quanto em dispositivos móveis, com destaque para a experiência de segunda tela. O espectador pode visualizar e adquirir produtos simultaneamente, sem precisar pausar ou sair da transmissão. Segundo a Amazon, essa tecnologia usa o poder das preferências dos fãs, ou seja, ela é pensada para tornar a compra mais fácil e natural enquanto o espectador está imerso no conteúdo.


A estratégia dos anúncios por vídeo

A aposta da empresa vai ao encontro de uma tendência cada vez mais consolidada no setor: vídeo vende. De acordo com dados da Kantar Ibope Media, em 2024, mais de 100 mil anunciantes investiram em publicidade em ao menos um dos meios monitorados pela empresa, totalizando R$ 88 bilhões, um aumento de 10% em relação a 2023, o dobro da inflação no período.

A receptividade do público também é alta. Mais da metade dos respondentes nas pesquisas de Consumer Intelligence da Kantar afirmam que a propaganda gera assunto, incentiva a busca por produtos e é bem aceita em plataformas de streaming. Entre os usuários de internet, 44% prestam mais atenção a anúncios em vídeo do que em outros formatos. E entre os que consomem conteúdo sob demanda, 53% são favoráveis à presença de publicidade nas plataformas.

Esses números explicam o movimento das gigantes do streaming em direção a modelos com publicidade. Além disso, o uso de Inteligência Artificial Generativa (IAG) tem viabilizado campanhas mais segmentadas, com mensagens e formatos ajustados ao comportamento do consumidor. Do outro lado da equação, os usuários se mostram flexíveis: 34% dos assinantes de VOD (Video On Demand, trocariam a experiência sem anúncios por planos mais econômicos com publicidade.

Entre os consumidores que assinam serviços com anúncios, 75% notam as marcas durante os programas e 63% pesquisam online os produtos que veem anunciados. Mesmo entre os que não recebem publicidade, o impacto permanece alto (66% e 54%, respectivamente).

Para a Amazon, por exemplo, esse cenário cria o ambiente ideal para transformar a experiência de assistir em uma jornada de consumo intuitiva.

No Brasil, uma realidade distinta

Enquanto o Shop the Show ganha tração nos EUA, no Brasil o Prime Video enfrenta um obstáculo. Na última semana, o Tribunal de Justiça de Goiás determinou que a Amazon suspenda imediatamente os anúncios publicitários no Prime Video para usuários antigos, aqueles que contrataram o serviço antes da implementação das propagandas, em abril de 2024.

A decisão judicial responde a questionamentos sobre mudanças nos termos do serviço sem consentimento dos assinantes. Para novos usuários, o modelo com anúncios permanece, com a possibilidade de adesão a um plano mais caro para ter uma experiência livre de interrupções.
Tecnologia & Inovação Postado em quarta-feira, 14 de maio de 2025 às 10:10


CEOs temem que a ausência de conhecimento em IA entre executivos do alto escalão limite o crescimento e a inovação das empresas.

“Nunca vimos uma lacuna tão desproporcional nas impressões dos CEOs sobre a disrupção tecnológica”, diz David Furlonger, VP Analista Distinto e Gartner Fellow.

A declaração do especialista reforça a necessidade urgente de construção de conhecimento e habilidades em IA entre executivos c-levels num momento em que a Inteligência Artificial (IA) passa a ser preponderante para os negócios.

David reforça que a IA não é apenas uma mudança incremental dos negócios digitais, mas sim, uma “transformação radical” na forma como os negócios e a sociedade funcionam.

Uma implicação significativa que, caso o conhecimento não seja aprimorado rapidamente por esse grupo de executivos, a competitividade será prejudicada e a sobrevivência das empresas correrá sérios riscos, afirma.

Especialistas em IA

A afirmação de David tem fundamento. Segundo uma pesquisa recente do Gartner, “Gartner CEO and Senior Business Executive Survey”, feita com 456 CEOs e outros executivos sêniores de negócios em todo o mundo, apenas 44% dos Chief Information Officers (CIOs) são considerados por seus Chief Executive Officers (CEOs) como “especialistas em Inteligência Artificial (IA)”.

A pesquisa revelou que 77% dos CEOs acreditam que a IA está inaugurando uma nova era de negócios, mas acham que os principais especialistas em tecnologia das empresas não têm o conhecimento e os recursos para apoiar, impulsionar ou acelerar os resultados de negócios nesse cenário em evolução.

Os CEOs consideram que até mesmo CIOs, Chief Information Security Officers (CISOs) e Chief Data Officers (CDOs) não têm conhecimento elevado de IA. A preocupação da liderança com a experiência tecnológica do C-Level não é nova. A mesma pesquisa realizada entre 2019 e 2020 mostrou que a avaliação dos CEOs sobre o conhecimento tecnológico necessário para a era digital de seus executivos já estava abaixo do ideal.

Fatores limitantes

Os CEOs pesquisados destacam que dois principais fatores afetam a implementação e o uso da IA nas organizações: a incapacidade de contratar um número adequado de pessoas qualificadas e o de calcular valor ou resultados obtidos com a tecnologia.

Jennifer Carter, outra analista principal do Gartner, tece sua avaliação. “Os CEOs mudaram sua visão sobre a IA de apenas uma ferramenta para uma maneira transformadora de trabalhar. Essa mudança destacou a importância do aprimoramento das habilidades. À medida que os líderes reconhecem o potencial da IA e o impacto nas empresas, eles entendem que o sucesso não se trata apenas de contratar novos talentos. Em vez disso, trata-se de equipar seus funcionários atuais com as habilidades necessárias para incorporar perfeitamente a IA nas tarefas diárias.”

Esse foco no aprimoramento de habilidades é uma resposta estratégica ao papel em evolução da IA nos negócios, garantindo que toda a companhia possa se adaptar e prosperar nesse novo paradigma. De acordo com a pesquisa 66% dos CEOs disseram que seus modelos de negócios não estão adequados para fins de IA.

O que isso quer dizer?

A Inteligência Artificial como ferramenta de transformação empresarial é uma solução ainda muito nova para a grande maioria das lideranças que não tiveram em sua trajetória e escopo de trabalho um contato estreito com o mundo tecnológico. O fato, é que esse mundo ganhou protagonismo e o conhecimento sobre IA agora é colocado como “missão crítica” devido à rapidez na adoção e evolução. Pensando no impacto direto sobre valor de marca e confiança, o desafio em IA ainda é muito maior caso o impulso da organização para seguir esse ritmo não leve em consideração uma boa base de dados confiáveis e um propósito claro: o consumidor espera que toda empresa agora esteja ancorada em IA, para ser mais ágil e eficiente.

Fonte: Consumidor Moderno